sexta-feira, 17 de junho de 2016

Air de Bach

Poucas coisas humanas perfeição semelhante aquela encontrada na natureza.
A música é uma dessas poucas músicas e Bach foi um dos maiores compositores que aqui respirou.
São tantas suas obras e dentre elas algumas me cativam mais. Tenho certeza que a Air de Bach é uma das obras mais lindas que conheço. Aquele momento que ao ouvir penso na existência, na cortina do tempo...
Ao certo acho que a primeira vez que ouvi foi quando ainda morava em Serrinha. Desde então ouço
E contemplo uma obra perfeita humana.

https://www.youtube.com/watch?v=rrVDATvUitA

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Intermitente

Hoje incrível optei pelo silêncio.
Sempre ouço algo, uma música ou uma palestra...
Todavia hoje quis o silêncio orgânico.
Só o vazio do apartamento...
Quis ouvir o som do mundo, além do ronco dos veículos.
Olho a lua,
Hum...
Fechei os olhos e me vi no sertão.
O sertão plenilúneo.
Hoje preferi fugir de significante e significado.
As vezes os corpos querem serem apenas corpos,
Querem se compreenderem como matéria,
Essa matéria de aspiração intermitente.
Talvez tudo isso seja um pouco da compreensão
Sobre mim, sobre minha consciência.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Consciência

Consciência

Observar
Quem observa, sempre observa algo.
Observar sem contemplar é não perceber, não ver.
Só vemos aquilo que conhecemos,
Só conhecemos o que nos causa curiosidade.
Uma vez que os nossos sentidos são nossas vias de conhecimentos.
Então, na maior parte do tempo estamos descolados do mundo,
Olhamos sem observação,
Vemos simplesmente aquilo que é de nosso interesse.
Todavia  viver é um ato dinâmico é ação
E de uma forma ou de outra
Enfim atingiremos a consciência que é a apreensão de um sentido.

Natureza irracional

Natureza,
Flora, flores, cores, odores,
Troncos, folhas, serapilheira,
Um inseto, uma aranha,
Mamíferos, répteis, peixes,
Uma abelha,
Os pássaros, ah os pássaros,
Passarão, Passarinho,
Um poeta percebe a natureza,
Mas um filósofo,
Um engenheiro,
Sabe lá,
Talvez um biólogo botanicando.
Mas a natureza do poeta,
Visa a estética...
Beira a loucura ser poeta,
Brincadeira singela de criança
A dançar...

terça-feira, 14 de junho de 2016

Seta, caminho

Por que entender o ser?
Coisa de poeta ou de filósofo?
Na maior parte do tempo somos pragmáticos,
Pensar a existência é bizarro,
Mas há tanta coisa mais bizarra,
Como mascar fumo e tocar reco-reco.
Creio que nunca entenderemos de fato o ser,
Não encontraremos uma determinação,
Mas assim,
Talvez a gente consiga pensar a existência
E encontrar um caminho e uma forma de viver melhor.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Curtaurta

Este mundo que leio,
Que não entendo nada,
E que me familiarizo,
Mundo louco,
Mundo muito,
Mundo pouco,
É nele que desvela minha vida,
Essa existência braquia.

Espiral

Agora,
Noite jovem de domingo,
Sempre temos algo a fazer ou a esperar,
Pensamos no amanhã,
Pensamos no ontem,
Resgatamos as memórias,
Criamos novas memórias,
Vivemos e descobrimos no viver
Uma fonte eterna do conhecer do aprender,
E como uma vela consumimos o que temos de existência.
Por isso temos que fazê-lo com sabedoria,
Todavia esta só nos chega com o consumo de nossa vida...
Ah, se pudesse voltar atrás...
Não, não há essa possibilidade,
Viver é movimento,
É devir,
Enquanto soa essa música de Mozart,
Enquanto minha garganta está irritada,
Enquanto meu peito pulsa,
Enquanto sinto desconforto,
A vida acontece,
Tudo acontece...
Pode me agradar ou não.
Acendi um incenso de canela,
Tomei um banho e me perfumei,
Vou jantar e o que poderia ser mais perfeito?
As vezes é importante sair do ideal e viver o real.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Reflexo

A noite é surda, cega e fresca.
A noite por ser sombria
É um mar de solidão
Em que nos afogamos,
Talvez por isso que a noite podemos descansar
E encontramo-nos com nossos sonhos,
E talvez assim a gente tente encontrar o melhor de nos,
Na noite há reflexão.

Mundo vasto

Mundo vasto  mundo de Drummond,
De tão vasto,
Onde me encontro?
Onde me encontro?
Não sei aonde estou,
Porque sou devir,
Agora estou aqui sentado na cadeira em frente ao computador,
Mas em instantes não estarei,
Somos movimento,
E me movimento por onde quero,
Tenho a liberdade que o tempo me permite agora,
Porque o futuro está imbricado,
O passado também
E o que me resta é o aqui e agora,
Esse devir,
Não existe essência,
Não existe nada demais,
Só a eterna liberdade sartreana.
Mundo vasto mundo,
Como subjetivá-lo?
É necessário tempo, tempo, tempo,
Tempo que não temos.
E a tarde cai sem que percebamos,
Então amém.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Quem sabe

A noite,
Um cão latindo,
O cansaço,
A alegria que se esvai,
O corpo que quer descanso,
A vida e seus espaços,
O cheiro que nos atrai ou nos repulsa,
Algo que está oculto a nossa compreensão,
Que se dissolve no nada,
Não se expressa,
Mas...

terça-feira, 7 de junho de 2016

Divagação

Uma aurora,
Pés de Castanhola,
A grama verde brilhante crescendo,
Tricomas de ramos e folhas,
Folhas, flores e frutos,
Troncos e ramos,
Rizomas,
Crescer,
Crescer,
Florescer,
Algo em comum? 
A existência,
A existência,
O que sou o eu,
O que é o outro?
Minha percepção,
Sua percepção,
Unidas nos permitem ampliar o mundo,
Veja as rochas,
Vejo as flores,
Veja o céu,
Vejo um grão de areia,
As formas,
As faces...
Alguma explicação?
Divagação...

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Busca

Porto seguro,
Eis o que buscamos,
Porque sabemos a dimensão da solidão.
Somos seres solitários por natureza,
Desde o nosso nascer até nosso falecer,
São atos peculiares, exclusivos,
Que nos faz esses seres tementes a solidão
E buscamos um porto seguro inexistente...
Talvez tudo que buscamos é o ato de buscar.
Quem sabe?
Quem sabe o que buscamos da vida?
São tantas as variáveis...
Ah...
Sabe lá.

domingo, 5 de junho de 2016

Bendita terra

Bendita nossa terra,
Bendita nossa terra natal,
Essa terra fértil que nos acolheu,
Essa terra fértil que nos alimentou e alimenta,
No passado e no presente,
Essa terra bendita que em teu seio guarda nossos queridos entes,
Que assim viveram, aqui existiram e nos produziram,
Somos parte dessa terra,
Somos o que somos por ti bendita terra,
Bendita terra,
Partiremos para ti,
Mas há de abrigar nossas gerações,
Nosso tempo se esvai,
E com ele nos faz sermos quem queremos ser
E aos poucos nos perdemos,
Mas temos a ti bendita terra.
O amanhã é incerto,
Por isso,
Te amo bendita terra.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Inércia

Apaixonar-se pela vida,
Eis maior adrenalina,
Porque o amanhã é tão incerto.
A vida é tão inserta,
Há tanta incerteza,
O que conta é quase nada,
Mero acaso,
A sua existência,
A sua felicidade,
A sua tristeza,
Eterno devir,
Ser...
Ser o que penso,
Não se não pensa em nada.
Eh. inércia.

Apologia a sexta

Sexta-feira.
A gente se sente bem nas sextas,
Esse dia da semana maravilhoso.
Tenho a sensação que renascemos neste dia.
Hoje, melhor que qualquer outra sexta,
A chuva choveu na madrugada,
A chuva chovia na manhã cedinho,
A chuva brinca, chove, pára...
Gostas se desprendem com ternura dos ramos molhados, viridescentes...
Eh, chuva,
Eh, sexta,
Eh, Carlos Pereira e suas crônicas.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Divagar

O vento não tem soprado ultimamente,
A tarde é bela, mas tão organiza,
Quem dera pudesse voar com o vento
Feito pipa, feito ave a planar,
Ir para qualquer lugar
Onde pudesse esquecer de tudo,
Onde pudesse ser esquecido,
E ainda assim existisse,
Não falo da morte,
Mas falo se uma leveza do não ser,
Algo impressionante como o segundo crepúsculo,
Inesquecível como histórias de aventura,
De superação...
Ah, divagar,
Divagar,
Amanhã...
O amanhã nunca será o dia perfeito,
Então, no mundo nasceu Platão,
Que tirou tanta beleza do mundo,
Com a maldita da razão,
Pensamento linear carteziano...
Deus, Deus, Deus...
Essa loucura passageira que é a vida.

Não caminho

Onde encontrar a substância para viver e não apenas existir.
Cada um encontra a sua maneira.
Não existe receita pronta.
Não acredite em autoajuda.
Sinta a vida orgânica.
Tome suas decisões,
Seja responsável por suas atitudes.
Amadurecer é um processo traumático
E requer muita responsabilidade,
Ser quem se quer ser mais difícil ainda...
E a gente vai sendo ator na vida,
Um dia descobre que não era nada daquilo.
A gente descobre a vida,
Ela nos revela.
A consciência nos vem.
A consciência, como diriam os fenomenólogos,
é a apreensão de um sentido...
E vamos tomando consciência da vida,
E a gente descobre que a substância para viver
É ter coragem de sair da cama e fazer o que pra fazer...
O resto são consequências.
Lembre-se a vida não é teleológica.

Valores

Temos ânsia de entender o mundo. Esse mundo que tem tantas faces, tantas vertentes que o pensamento não consegue ou não tem tempo de conhecer. Nosso conhecimento é tão limitado diante do mundo, todavia há aqueles que sempre querem expandir o mundo. E o fazem a sua maneira.
Meu pai muito cedo com 17 anos tomou exemplo dos amigos, saiu de sua terra natal e foi a terras muito distantes. Saiu de Serrinha dos Pintos seio de sua família e foi para São Paulo numa viagem que suponho deslumbrante, foram 17 dias de viagem. Imagina o medo e a emoção de papai. Menino homem, que quando chegou a aquela cidade não tinha sequer um par de sapatos. Largou a enxada, o sol a pino, para trabalhar na construção civil como servente de pedreiro, abraçado a uma esperança deixou de trabalhar apenas para comer por um salário. Papai que nunca tinha visto dinheiro, passou a vender o seu trabalho e a ter algum dinheiro e ajudar a sua família. Bom filho, bom irmão e bom marido. De papai nunca tive queixa, não tenho más histórias, teve que amadurecer muito cedo. Papai na sua simplicidade foi boêmio, aprendeu carpintaria e não ficava seis meses num lugar e já mudava, queria uma nova obra, um novo lugar, novas pessoas. Papai adorava tirar barato, naquela época varava a madrugada ouvindo Nelson Gonçalves de quem tanto gosta. E quando chegava em Serrinha era o cara. Papai conheceu as grandes cidades o eixo da economia da época: Rio, São Paulo. Descreve de cabeça o centro de São Paulo e do Rio...
Papai ampliou sempre o seu olhar, sempre gostou de conhecer o mundo e hoje o tempo cada vez mais torna-o prisioneiro do seu corpo, Borges já dizia e é o que acontece nos tornamos prisioneiros de nossos corpos de nosso tempo e não acompanhamos o nosso tempo.
Apesar de tudo coragem não faltou, seu entendimento é o de seu tempo, hoje encontra-se imbricado em seus pensamentos, muitas verdades que aprendi com ele se desfazem. Verdades que para ele são teorema, verdades como as políticas, que na época do regime militar era que funcionava.
Papai não leu Foucault, Sartre, Nietzsche... Papai não leu teorias. Tudo que aprendeu foi com a vida.
Ele me ensinou valores que são atemporais. Valores que aprendeu com seus pais e irmãos.
Os valores são atemporais. Vão além das fronteiras do conhecimento. 
Por isso devo tudo a meu pai e a mamãe pelos valores que me ensinou.
Creio que mais que bens materiais valores são aqueles bens que melhor de devem deixar para os filhos.

terça-feira, 31 de maio de 2016

Sujeito

Ser,
Até quando?
Que importa.
O ocaso,
É quem sabe,
Amanhã...
Talvez existirá,
Talvez não...
Impossível,
Imprevisível...
Esse ser subjetivo...

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Imaginário

Imaginário!
O que sou?
Fecho os olhos e sou quem ou o que quero ser...
De tento ouvir que era mentira,
Desaprendi a imaginar,
Ah, meu imaginário, minha maior riqueza que me tiraram...
Quando criança a sobra de pinheiras ou serigueleira era quem eu queria,
Vivia de imaginar,
Aprendi a fazer as coisas imaginando,
Por isso as coisas saem meio torta,
E dai, Gaudi pensava coisa tortas e todos acham tão lindo...
Ah, já nem sei brincar,
Só sei ser um personagem sem imaginação
Que envelhece e empobrece a imaginação...
A realidade é dura,
As pessoas são duras,
O meu imaginário...
Não é perfeito como contos de Borges,
Belo como pintura de Gogh,
Inteligente como Nietzsche,
Mas é meu...
É bom fazer,
É fazendo que aprendemos,
E quando temos gosto...
Ah, o imaginário.

A chuva na mata atlântica


Que o nordestino gosta de chuva, isto não é nenhuma surpresa, mas há aqueles que gostam mais que outros. Refiro-me ao sertanejo. Como sertanejo tenho propriedade para falar. Gostamos muito de ver a chuva, sentir, ouvir e até mesmo cheirar a chuva. A chuva é nossa esperança de dias melhores. Todavia há sertanejos que não conhecem a mata atlântica, nunca chegaram a ir a capital de seu estado, Natal, João Pessoa, Recife entre outras que chove muito. Lembro que ainda muito novinho quando acabara de chegar na UFRN para cursar Ciências Biológicas ficava encantado com tanta chuva, por vezes aborrecido pelos vário banho que tomei só por não ter um guarda-chuva.
Durou muito a conhecer a chuva na mata. Só quando fui a Pipa, a trabalho, onde dormi numa casinha no meio da mata no Santuário Ecológico, a casa fedia a mofo. Todavia quando acordei ouvi a chuva chovendo, suave intermitente então fui para uma área e fiquei ali sentindo a chuva. A chuva como numa sinfonia usava as folhas das árvores para tocar seu canto. Desfiava seus pingos por toda a manhã. Desprestenciosamente chovia. E vivia pela primeira vez a chuva chovendo na mata.
De lá pra cá foi muito tempo... Vi a chuva chover na mata de São Paulo e em muitos lugares, chuva de verão, chuva de inverno...
Aqui da janela vejo a mata sendo tocada pela mata e dou graça por conhecer a chuva na mata atlântica.

domingo, 29 de maio de 2016

Perdido

Uma manhã ensolarada,
Ruas vazias,
Nem um cão a ladrar,
Ecoa em minha mente,
Memórias, memórias
Daquilo que se passou,
Sem retorno,
Sem retorno.
Minha realidade me desagrada?
Sei lá.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Oração

Aurora divina aurora,
Nesta hora que me levanto,
Nessa hora que bom se há espanto,
Aurora, mas se não dormi
Se nem percebi chegar,
Ah, aurora,
Acalentai os corações perturbados, sofridos, desiludidos...
A vida é tão maravilhosa para que no seio do amor nasça rancor,
Fruto da dor,
E como há aqueles que sofrem que pagam tudo resguardam sua vida para se livrar do sofrimento,
Sofrimento inerente a vida.
Aurora, desperta em mim a felicidade e a alegria de viver,
Ao perceber o quanto tenho nas coisas mais simples,
No que parece um nada, mas que é tudo, um bom dia, um gesto carinhoso...
Desperta em mim contentamento com o mais simples e puro dia,
Pois a vida é feita de coisas simples,
Não somos gênios como Mozart, Borges, Gogh, Gandhi, Nietzsche...
Somos seres humanos normais
Que precisa viver a vida de maneira ética,
Precisamos entender que somos o que pensamos e queremos,
Que meio copo não é simplesmente meio copo é sim meio copo cheio...
Tende piedade daqueles que acham que estão se dando bem as custas dos outros,
Que vendem sua dignidade por bens materiais...
Desperta em mim sempre o melhor que pode ser um ser humano,
Porque um dia aurora não te verei chegar.

É tempo de perceber

Uma flor que desabrocha perfumada encanta o dia,
Uma poesia cheia de mistério,
Uma conversa animada,
A chuva no verão,
Poeira ao vento,
O tempo, o tempo, o tempo...
Tempo pra poder viver,
Tempo para conhecer,
Conhecer o mundo, as pessoas, as histórias e as coisas...
Mundo vasto,
Somos grãos de areia ao vento...
Na praia...
A chuva,
A aurora,
O jambeiro florido...
A vida é beleza.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Interrogações

Cada maneira de ser,
É uma maneira de existir,
Quantas maneiras poderemos assumir como ser?
Haveria de mudar se mudasse a língua?
A cultura? os hábitos?
Será?
Poderia ser outro?

Epifania

Uma manhã de chuva suave,
O caos das vias,
Ônibus lotado, calor,
Nada impede de seguir para o trabalho,
Todavia algo distinto pode está acontecendo neste momento.
Uma compreensão distinta do mundo,
Despertada por uma imagem,
Uma palavra, uma música,
Qualquer coisa pode ser causa de epifania.
Ser causa de uma epifania eis grande gloria,
Sábios são os poetas que as fazem estourar como milho de pipoca.
As vezes a gente aprende a fazer da vida um caldeirão de pipoca.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Hoje

E no fim do dia,
Se fecha um ciclo,
Amanhã, talvez,
Tudo pode ser melhor,
Talvez não,
Todavia quem deve esperar pelo amanhã?
Ninguém...

ininterruptamente

Viçosas as árvores crescem ininterruptamente,
Crescem os ramos e o tronco e as raízes,
Trocam-se as folhas,
Produzem-se as flores e os frutos e as sementes,
Tudo a seu tempo,
Agora mesmo, imponentes na mata
Estão imóveis, não há vento,
Só a luz se difunde se entranha, embrenha-se na mata.
Os fungos sempre a consumir a devorar
Troncos, e ramos e folhas mortas.
Algumas aves a cantar,
Seu canto ecoa na mata.
Eu, mero observador,
Não sou árvore, não sou fungo, não sou ave...
Nem sei o que sou,
As vezes sou árvore, sou fungo, sou ave...
Todavia, buscando sempre saber quem sou.
Espinhoso caminho, de saber quem se é,
Como saber quem se é?
Somos o que queremos ser,
Mas a moral, mas os códigos, mas tanta coisa nos desvia de nós mesmos...
Ser um ser livre.
E as árvores crescem ininterruptamente,
Como os nossos anos.

domingo, 22 de maio de 2016

Angústia

Como conseguiria escrever sobre o que sinto e penso
Sobre a existência, as sensações tão peculiares.
Há momentos em que penso que vou explodir de alegria, algo que creio ser felicidade,
No entanto no mesmo dia surge em mim um vazio intenso
Sinto meu peito tornar-se oco como uma caverna carbonática.
Varia tanto em meu ser todos os humores.
Feito milho numa panela aquecendo
E pipocas sendo estouradas...
Não entendo meu ser, não entendo a mim.
Minha memória é um espelho do passado
Que a todo momento como uma galeria expõe quadros
E me faz pensar no passado,
E me faz sentir um profundo niilismo,
Que me deixa descontente estando sou ou acompanhado,
Todavia na solidão creio serem menos brandas as sensações de vazio.
E vai se consolidando em mim um mundo ideal.
Existencialismo,
Kafkianismo,
Borges, Gogh, Mozart...
Aqueles que amo, nem eles me permitem expressar minhas sensações.
Esse meu ser inquieto,
Que garimpa na palavra um sentido para viver,
E nada encontra,
Nada me define...
Ojeriza,
Sabe lá...
Esse medo da vida.
Essas sensações inverbalizavéis, inexplicáveis,
São parte da angústia de nossa existência.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

O melhor

Esse chegar,
Se apossar,
O amanhecer pós-madrugada estrelada,
A noitinha plenilúnea,
O silêncio...
Esse silêncio ensurdecedor,
Uma música,
A melhor melodia
Que nos enche de alegria,
Ah esperança que sempre
Enche os nossos corações
A qualquer hora...
Porque viver é a melhor coisa na vida.

terça-feira, 17 de maio de 2016

Espiral

Gira  mundo,
Gira fundo,
Passa tempo,
Passa vento,
Vai o dia,
Nasce poesia,
O espanto,
O encanto,
Gira,
Gira,
Gogh,
Borges,
Chopin,
Mozart,
E acordamos,
Do sonho,
Viver é sonhar.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Chuva chovendo

E o dia foi quente,
E o sol reinou,
O dia inteiro,
Mas a noite
Se entregou a chuva,
A noite se domou,
A canção da chuva chovendo,
Sempre ouvir a chuva chovendo,
Ah.
Lembro de Pessoa.

Transcender

Renascer,
Das cinzas,
As cinzas ao vento,
Cinzas cinzas,
Desbotada do tempo,
Desgastada a matéria,
E assim tudo se transforma,
Tudo se acaba,
É a lei da natureza.

Renascer

A flor que pela manhã vicejava,
Já não é mais flor,
Efêmera existência de flor,

Suas pétalas e sépalas murcharam,
E agora parte de se fruto e faz,
O tempo não volta atrás,
Agora fruto será,
E depois que sobrará
Somente será semente.

domingo, 15 de maio de 2016

Entardece

Amanhece e é menino,
E o tempo cai, homem se faz,
Veio o meio dia, lesa poesia,
A gente entardece,
Para a vida,
Ah essa vida... 

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Revolução

De que adianta ficar indignado?
Pessoas mediocres no poder,
Mesmo assim ainda podemos viver,
Essas pessoas gananciosas,
São todas iguais,
Fisiologistas,
Covardes, espertos como raposas,
As raposas ao menos o fazem para sobreviver,
Estas para surrupiar,
Para serem o que são tapurus,
Tapurus...
Larvas de mosca,
Vermes malditos,
Vermes que deveriam serem exterminados banidos da terra,
Mas continuarão alí
Com terno e gravada de pastores,
Todavia com roupa de grife,
Essas vermes,
Esses vírus nunca se acabarão,
Viver é uma condição,
São os incontentes,
Nunca saciarão sua sede de poder e de ter...
Somente uma revolução poderia mudar o Brasil.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Movimento

A  noite,
Tudo repousa,
Abriu se foi,
E o inverno chegou,
Chuva,
Chuvas sem parar,
E o tempo sempre a passar.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Ouvir

O tempo é infinito,
Eternamente se repete,
Infinitamente se repete,
E as vezes a gente ouve o tempo,
A gente passa a perceber o tempo pela audição,
A gente ouve a madrugada,
Ouve a manhã
E ouve a tarde.
Como agora ouço,
Estou aqui quieto
Ouvindo o tempo,
Ouvindo a tarde
Que crisa passa.
Vai passando,
E nossos sentidos
Se perdem nas ocupações,
Quase esquecemos de ouvir o tempo...
A tarde tem um som bom,
Som de distante,
De som leve.
Que faz a gente se sentir
Eterno.

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Emoção jovem

Hoje, vivi uma experiência extremamente gratificante, incrível.
No fim da tarde, recebi uma visita de quatro alunos do ensino médio, seguido do professor.
O intuito era mostrar aos alunos as atividades desenvolvidas por um profissional formado em biologia.
Não sabia, porém tive a grata surpresa de se tratar de alunos de escola pública.
Aqueles quatro garotos de aspecto extremamente simples,
Tinham nos olhos ganas do saber.
Cada frase que enunciava uma pergunta, extremamente atentos a tudo.
Mostrei os objetos que usamos para coletar, local de secagem, montagem, e a nossa coleção botânica.
E tomei uma chuva de perguntas.
Depois comecei a falar a minha história de vida, de superação,
Todas as coisas que passei, tentando mostrar sempre que apesar das dificuldades é possível se conquistar um espaço no mundo.
Burilei minha história de Serrinha até aquela sala, então teve um momento
Em que um dos jovens se emocionou, chorou um choro real,
Estava realmente emocionado, falou que amava a biologia desde a primeira aula.
Poxa!
Naquele momento ficamos em silêncio,
E então tiramos uma fotografia,
Concluímos a conversa e formos embora.

Gratidão

A manhã que nasce sem sol,
Nasce sob a chuva,
A natureza se cala
Para ouvir a chuva,
A vida agradece pela chuva,
Pingos que desprendem das nuvens
E se transformam em vida,
Sementes germinam,
Esporos germinam,
As plantas crescem,
E a vida se renova,
Gratidão...
Eterna gratidão
Pela vida,
Pela vida.

domingo, 8 de maio de 2016

Desfazer

A mente da gente,
Em elipse,
O tempo sucessivo tempo,
O vazio,
A chuva,
O ocaso,
A noite,
O silêncio de uma noite de domingo,
A indefinição da segunda,
A desilusão dos dias,
A semana.
O amor frustrado,
Coisas da vida,
Soturna vida.

Limitar

Ser,
Aquilo que nos impressiona como seres,
O belo,
O forte,
O insuperável,
O nascer,
A morte,
Aprender,
Adaptar-se...
Não se pode limitar.
E o que são os limites?
Uma definição, talvez.

sábado, 7 de maio de 2016

Existir

Quem somos nós? Quem sou eu? Quem é você?
Constantemente, no ócio, nos questionamos quanto a nossa existência como seres.
A corrente filosófica conhecida como Existencialismo que teve como precursor Kierkaard e posteriormente profundamente estudada e evidenciada por Sartre nos apontou um caminho um entendimento sobre tais questionamentos. Infelizmente apesar de tantas ideias já aclaradas, há uma profunda ignorância no mundo, e me incluo ai como um humano ignorante, muitas vezes carrego muitos medos, reflexos do mundo obscuro que vivi, tantos medos, tanta ignorância, num universo profundamente afetivo sob poucos registros, sob pouca luz da razão.
O mundo é semelhante a uma panela de pressão onde tudo ocorre ao mesmo instante sob mesma temperatura e pressão, e sob essas variáveis físicas vamos nos forjando nos tornando seres, nos afirmando, tomando por fim quem somos. E pasmem nunca nos tornamos quem somos, pois somos por demais platônicos.
Eis nossa eterna angústia a busca da perfeição. Na verdade perfeição é um ideal. Então vivemos presos a um passado ou a um futuro. Só depende do referencial. Se somos jovens nos apegamos a um futuro e se somos velhos a um passado. Todavia há um meio termo ai que seria o presente e só os mais sábios vivem o presente. Pessoa dizia que se apegar aos sentidos é se ater ao presente, elencaria ainda, se apegar uma jornada, uma obra... algo um tanto quanto materialista. Fato, pra que tanto se o fim é a morte? Viver é preciso e uma vida sem sentido é uma existência rota.
Ah, sob a luz da filosofia, da poesia, da ciência, da religião... Assim vivemos sob alguma destas sombras.
O tempo passa, a gente envelhece e as coisas sempre mudam, mesmo quando parece que nada está mudando, Guimarães Rosa já percebia isso no silêncio dos sertões.
Então a compreensão de mundo nos torna felizes.
E fazendo algo que nos faz bem nos torna mais humano, infelizmente não conseguimos que isso seja onihumano, ocorre lentamente.
Que assim seja.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Viver

Ver a chuva cair,
A chuva cantar,
É tão maravilhoso
Quanto ver o sol brilhar,
Quanto sentir a brisa passar,
Quanto degustar uma comida,
Mas a vida,
A vida pode nos fazer sofrer,
Podemos adoecer,
entristecer,
E por fim morrer,
Mas viver é além de tudo,
Viver é esta vivo,
É acão,
É mudança,
É possibilidade...

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Coragem

Um caminho a seguir,
Uma manhã,
Uma estrada,
Coragem, coragem,
Fé e alegria,
Pra viver é preciso ser forte.

terça-feira, 3 de maio de 2016

Que valores?

O tempo não tem prioridades,
Nós temos prioridades,
E nós selecionamos o que é prioridade...
Hum, saudades das minhas leituras,
Saudade de ficar a toa,
Ouvir uma boa música...
A partir de que priorizamos as coisas?
Creio que a partir dos valores.
O que valores são esses?
Acho que renunciamos nosso tempo para o outro,
Acho que estamos renunciando a vida real,
Vivemos tanto no virtual.
Se tudo é uma construção,
Que alicerces terão nossos filhos?
O caos sem uma rede social.

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Redemoinho

O tempo gira
Feito um redemoinho
E não deixa nada,
Se desfaz no ar,
Para lá,
Pra cá...
E nada faz sentido,
Extra nós,
Nada...
O sentido é o que nos faz querer ser vivos.
E o tempo a medida de nossos valores.
O mais... nada.

domingo, 1 de maio de 2016

Germinar

A casa vazia,
O barulho de qualquer música,
Livros de poesia, prosa, de botânica...
Objetos, ímas, uma geladeira,
Um sofá, uma cama,
Ir e vir,
Segurança, insegurança,
Aqui é o meu lugar.
Será?
Sei lá, as vezes
acho que sou como a lua,
Um satélite a orbitar,
Mas o que me diz,
O que me faz ser de algum lugar,
Conhecer,
Conviver?
Sei lá.
Tanta coisa sem sentido na vida.
Perguntas vazias...
Talvez por ser uma vida fria,
Cadavérica,
Talvez não, talvez sejas semente,
A qualquer momento pode germinar.

Morcegos

É noite,
Noite jovem,
Escureceu!
Os morcegos piam,
Voam desajeitados,
Voam desordenados,
Em busca de saciar sua fome,
Comem de tudo, insetos, polém, néctar e frutos,
Tão lindo os morcegos...
Não os vejo,
Apenas ouço,
Acho tão linda sua existência,
Essa vida de morcegos,
Guardas noturnos da mata atlântica.
Trabalham a qualquer noite,
Não distinguem a semana,
Não reclamam,
Amam,
A vida morcegular.

Renovação

O que resta?
Folhas secas sobre o chão,
É tudo que resta após uma estação,
Frutos e sementes dispersos,
E chegará mais um verão.
Logo virá o calor,
Logo o vento trará o frescor,
E o tempo sempre a passar,
E a vida sempre a marcar,
A espera de uma nova estação.
Mais um domingo se foi,
Mais um dia se foi,
Foi-se abril,
O tempo sumiu,
A esperança... Ela se renova,
Um novo mês,
Uma nova semana...
E nossas metas?
Amadureceram?
O cinza da mata branca,
A terra preta de humos.
E o que resta?
E o que sobra?
A esperança por uma nova estação.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Decisões

Doces lembranças das estradas de barro nos lugares mais distantes,
Dos sertões, dos cerrados, dos cantões...
Das flores coloridas,
Do sol, da luz...
Do suor...
A vida as vezes é assim,
Uma estrada que a gente decide para onde quer olhar,
O que deseja lembrar.

Estrada da vida

Uma estrada vazia e suas direções,
Qual delas seguir?
As cercas,
As árvores,
O horizonte repleto de paisagens.
Cada um segue uma direção,
Cada um busca um sentido,
Sol, chuva, pedras soltas,
Desilusão...
O vento,
A manhã costuma nos animar
Assim como o entardecer,
E descansar a noite para seguir em diante,
Sempre seguir em diante.
Mesmo que grande parte estejamos viajando só.
E quando cai o entardecer...
Que sentido buscaremos amanhã?

terça-feira, 26 de abril de 2016

Ninar

Noite enluarada,
De sapo a coaxar,
Noite bela embalada,
No escuro, estrelas a piscar,
Nesse embalo,
Noite a dentro,
Durmo como uma criança na mais linda infância,
A embalar os sonhos,
E a crescer na vida.

domingo, 24 de abril de 2016

Lua de abril

A lua de abril,
Lina a noite abriu,
Plenilúnea,
A noite alumiou,
Neste domingo,
Dia 24 quatro de abril
De dois mil e desesseis,
Que se vai,
Amanhã já se foi...
É assim
Que linda a lua de abril.

Caminho

Cada momento,
Cada impar momento é único.
Por que é tão difícil compreender essa realidade?
Mesmo diante desta afirmação somos tomados por tristeza, por angustia e por depressão?
Se tudo pode ser diferente a maneira como reagimos e aceitamos a realidade...
Tudo pode mudar, pode transformar sua vida.
Tem a matéria necessária para sua metamorfose.
Não me cabe listar...
Porque qualquer qualquer afirmação que faça será subjetiva.
A vida me aponta a leitura e arte para driblar estes momentos insólitos
Matéria de reflexão.
Acordar e executar exatamente o que foi feito ontem... um mito de Sísifo.
Não, cada momento é ímpar,
Cada momento é volátil e é como o calor perdido para o universo.
Como pretende viver?
Como encontrar uma resposta?
Talvez não exista resposta.
Talvez é só uma forma de cristalizar o momento.
Sabe lá.

Matéria e reflexão

A natureza, a luz produzida pelo sol, o dia, a noite, a matéria, as formas, a vida.

O externo que me impressiona a luz, o vento, o odor, a temperatura.

Quando perco a vontade de interagir o que devo fazer?

Ler?

Dormir?

Sair?

Falta um propósito,

Uma fé...

Uma meta.

Sabe lá.

Ah, a solidão é matéria rica para a reflexão.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Viver! Eh!

Amanhecer,
Poder desfrutar de um momento de paz,
A vida,
Nosso cotidiano,
Nosso trabalho,
Esse caos...
Essa correria,
Cadê tempo para nossa vida?
Calor,
Sede,
Impaciência,
Suor...
Eh...
Ganhar,
Perder.
No final viver é mágico.

terça-feira, 19 de abril de 2016

A chuva

A chuva chovendo é tão bela,
Quando a gente está protegido,
É tão gostoso tomar um chá
E contemplar e ouvir e sentir
O frescor da chuva...
A chuva nos traz a realidade,
A gente vive bem o presente,
A chuva chovendo,
A manhã ocorrendo...

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Cada segundo

Cada segundo
Cada segundo em nossa vida é raro e caro,
Pois pagamos nossa vida com nossa existência,
Pois sabemos que estamos sempre envelhecendo até a morte.
Se sabemos de tudo isso, por que ainda perdemos nosso precioso tempo com coisas ruins?
Sentimos na carne o desejo da presença de quem amamos,
Queríamos que todos estivessem sempre ao nosso lado,
Avós, tios, pais e irmãos todos sempre presente,
Queríamos ver sempre a felicidade estampada em seus rostos,
A felicidade em nossa alma...
Mas viver é lutar e em batalhas se pode perder.
E as pessoas partem, podem partir a cada segundo, inclusive nós mesmo.
E o tempo vai nos dobrando,
Tudo que queríamos era eternizar o presente ou esquece-lo imediatamente.
Um abraço, um beijo...
A gente só descobre o amor com o tempo,
A gente não vigia a vida
E quando nos olhamos no espelho. Ai! que fiz eu de minha vida?
E cada segundo,
Cada raro segundo,
O que temos mesmo?

Distinto

Após a chuva sempre aparece o sol.
Majestoso brilha intensamente,
De madrugada ventava forte,
Agora suave a brisa faz os ramos acenarem
Adeus a chuva,
Hoje vai acontecer como deve,
Mas amanhã poderá ser diferente.

domingo, 17 de abril de 2016

Imaginar

Não nascemos pássaros para voar,
Sequer somos leves e aerodinâmicos como as borboletas,
Ou as abelhas ou os besouros ou os morcegos,
Não nascemos sequer com asas no entanto,
Aprendemos a voar...
Às vezes me ponho a imaginar,
E quando imagino posso tudo...
Posso ir além da física,
Mesmo conhecendo seus princípios,
Tudo é uma questão de imaginar...
Imagino que agora estou feliz.

Matéria

Matéria,
A luz de uma estrela que alumia,
Um filamento de tungstênio,
O odor que se desprende das flores,
Da comida caliente,
O frio ou o calor,
A chuva que se desprende das nuvens,
As aves que cantam...
Essa presente existência organizada,
O tempo que a tudo desfaz.
Quem pensa que pode algo,
Ah, que pobre é esse ser...
Que pobre esse ser,
Somente podemos nos impressionar,
E muitas vezes nos iludir,
Porque tudo, absolutamente tudo não pode ter controle...
Somente podemos contemplar
O quanto o momento durar.

Ocaso

Um domingo de chuva,
O tempo é o mesmo,
Mas o silêncio vazio e mim,
Algo que me custa dominar
O  medo da solidão
E esse mundo oco...
As coisas perdem o sabor,
As cores,
O sentido,
Até que!
Bom nada vai acontecer de fabuloso,
Então é curtir
A presença da saúde,
Que dia maravilhosos
Esses dias comuns.

sábado, 16 de abril de 2016

zig-zaguendo

A  manhã que se acende,
E alumia todo o mundo,
Imenso mundo, claro sol.
Hoje as nuvens ocultaram o sol,
Desprende sobre a terra uma tênue chuva.
Está nublado, tudo molhado.
Há dias que perdemos as referências de nós
E até nos questionamos sobre quem somos nós?
Nos é estranho a chuva, ou o sol, ou o céu...
Há dias assim, deveras...
Dias que nos pegamos angustiados
Por não entendermos as confusões que há no mundo.
Deveras angustia o embaralhamento do mundo,
O caos que se faz em nosso ser.
Viver é uma dádiva e por isso mesmo complexo,
Não sabemos nada sobre nossa existência...
É tão subjetiva essa experiência
Que cabe a cada uma sua experiência,
A mim, gosto de muitas coisas,
E sigo vivendo nesta manhã de sábado chuvosa.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Saltitar

Entre tantas coisas para viver,
O simples me faz ser
Feliz por um triz,
Sabe lá!
A chuva,
O vento,
O invento...
Uma breve poesia.
Alegria,
Manuel de Barros,
Mané mago.

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Estrelada

A noite estrelada,
Escura e estrelada,
O silêncio, grilos cantando,
E dentro da gente há um estado de surdez,
E a gente pensa coisas sérias como nossa existência existe.
Sartre discutia sobre,
Aristóteles e Kant
E Borges escrevia sobre tudo em seus contos.
Eu,
Que sou, o que penso que sou?
Pouco interessa.
Melhor continuar contemplando a noite.

O tempo apaga tudo

Viver!
Quem sou?
De onde vim?
Para onde vou?

A vida vai se revelando, desencadeando cada momento em minha vida.
Os sete véus de Ísis são revelados.

O tempo passa e as coisas ganham nome,
Os lugares existem extra imaginação,
E encontro no meu interior uma maneira de viver o mundo.

Nas matas secas, após as chuvas, todo verde,
Toda a biologia existente em qualquer lugar,

O conhecimento, o domínio de conceitos,
A compreensão da existência...

Custa a chegar né...
E ai a gente percebe que poderia ter levado menos a sério as coisas.

Vivido mais as coisas simples,
Mas o tempo leva tudo...

terça-feira, 5 de abril de 2016

Reproduzir

Uma manhã,
Uma mata,
Tudo parece estático,
Exceto a luz do sol,
Exceto as plantas e as bactérias e os fungos,
Exceto o que é vivo...
Uma cigarra voa para a boca de uma lagartixa,
Ramos se movem,
Através da mata a mata,
Tudo pode fazer sentido,
Ou ser um caos total.
Que sabe?
Quem sabe qual será o último momento?

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Manhã

Primeiro aurora quem ti viu,
De azul especular, a lua crescente,
Cresce como um ovo a chocar,
Como ramos a crescer.
Disperso no mundo,
Preso ao que vejo
Ao que penso...
Não te vejo querida manhã,
Flores desabrocham,
A mata parece dormir...
E o que de mais lindo há.
Árvores a gotejar.

domingo, 3 de abril de 2016

Todos

E mais um dia se passa,
Há aqueles que tem apenas o segundo dia da vida,
Há aqueles que será o último,
Há aqueles que ainda viverão muito,
Todos viverão seus dias,
E vivemos o que nos é dado,
Veja bem! Pode está quase sem créditos com a vida.
O amanhã pode não chegar,
Então seja feliz sempre no presente momento,
A menos,
A menos que mais um tenha partido no momento presente.

quinta-feira, 31 de março de 2016

Theos

Feliz,
Triste,
Alegre,
Eufórico,
Esse é meu ser,
Cheio de humores,
Cheio de medos e dores,
O que me norteia?

quarta-feira, 30 de março de 2016

Linha

O tempo passa,
Passa apressado,
Como o vento o tempo não se deixa ver,
Só vemos as marcas em tudo impregnada,
Na face, na boca, no mundo
Que vai desgastando a gente
E quando percebemos, passou.
O amanhã virou ontem.
A existência pois que converte-se em inexistência.
Os  versos ficam, mas seu mentor segue para o infinito.
Enquanto compreendemos o mundo,
O tempo nos consome,
Custa tempo entender
E  quando entendemos,
Já temos que deixar de ser...

terça-feira, 29 de março de 2016

Ser sertão

Adeus março que se vai,
Fui visitar o meu sertão,
Nesta intensa estação,
A pascoa sendo celebrada,
No meu querido sertão,
Ele esta tão triste, tão seco,
Folhas pelo chão,
Os troncos cinza, coberto de folhas murchas,
Gado já não existe não,
Nem poeira,
Apenas casas fechadas,
Cactos espinhosos,
E urtiga cançansão.
A noite plena e estrelada,
Manhã suave com cantarolada,
Vou e volto,
Mas meu coração...
Meus pais,
E avós e nova geração.
O sertão me define,
Sou tudo isso.
 

segunda-feira, 21 de março de 2016

Passagem

Ah, memórias...
Sabe tem dias que se passam
E a gente sente uma paz,
E um frio na barriga,
Porque sabe que tudo está passando,
A gente percebe as coisas envelhecerem,
E desaparecerem,
E vemos coisas renovarem,
Uma manhã,
Uma tarde,
Um conto...
Pássaros voando,
A chuva caindo...
Tudo tão bonito,
Como uma fonte jorrando água,
Água leitosa,
Algo tão passageiro,
Efêmera vida,
Eterna vida.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Escura umidade

E as noites escuras de chuva,
O cheiro da umidade escura e fresca,
A noite se revela fresca,
Enquanto sementes dormentes
Acordam a germinar,
Enquanto mariposas saem a voar,
Em busca de flores para se alimentar,
Enquanto sabe lá o que acontece em cada lar.
Cá estou pensando no pensar,
Sentindo a natureza fresca,
Vivendo uma noite maravilhosa.

terça-feira, 15 de março de 2016

Cinzas

Mundo,
Quão infinitos são os teus enigmas?
Quantas vidas seria necessário para romper-ti?
Mistérios, mistérios...
Sob a sombra da noite,
Sob o véu do dia.
Sabe lá...
Sócrates indagava Diotina!
Borges vagava em sua oceânica imaginação.
Quando acordo sou tão imenso,
E a noite sou um grão de mostarda,
E o mundo se mostra tão oculto como no início...
Oh! infinito existir,
Viver, viver um sonho,
Despetalar a vida,
Amanhã quem sabe só cinzas.

domingo, 13 de março de 2016

Efêmera flor

A gente se sente a deriva,
Num oceano em calmaria,
A gente as vezes acha a vida assim sem graça
E de repente ela nos oferta uma graça,
Toda simples, toda suave, linda e meiga...
E a gente fica feliz e triste,
Porque sabemos que uma flor e sempre efêmera.
A gente quando encontra uma flor,
Fica assim alucinado,
Vendo a cor do vento,
Sentindo a textura do arco-ires,
E o que mais queria era não ver a aurora chegar,
Não ver o dia passar,
Só para ela demorar a partir,
Porque depois da partida...
Sabe Deus lá.
Sabe lá.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Mudança

Este mundo,
Profundo,
Essa noite vazia e quente,
Nada pra completar,
A noite se arrasta,
Amanhã é sexta
E tudo pode mudar.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Sombra

Olho para mim!
Olho para as coisas que gosto,
Eu observo tudo,
Meus gostos, minhas convicções, minhas recordações...
E as vezes me perco nesse universo que é ser o meu ser.
As vezes não sei quem sou. As vezes me envergonho de mim, outras vezes me exalto...
Vejo meus hábitos, meus vícios engessando.
Será se poderia ser diferente?
Essa dúvida como poderia ser outra personalidade...
Será se seria feliz?
Os anos caem e a dúvida permanece.

Contradições

Às vezes temos tantas certezas... que cremos piamente no que falamos, na maneira como agimos.
Se quer paramos para pensar no acaso de tudo, no quão são efêmeras as coisas...
A semente que germina, os ramos e folhas que se desenvolvem e as flores tão efêmeras.
A juventude que aos poucos tende ao entardecer. As vezes quando não se aceita é tão difícil e triste.
Um oceano que podemos absorver e preencher nossa mente... Tanta coisa que podemos fazer,
Tanta coisa que podemos mudar, mas não conseguimos nada. Vivemos uma vida sem sentido, sem sinestesia, sem textura, cor ou sabor.
Talvez um dia aprendamos a viver e talvez seja tarde para não dizer adeus.

Recordações

Lembro das tardes douradas,
Lembro do tempo vivido,
Tempo tão bom e por serem boa as coisas parecem serem breves!
A gente nem tem noção disto!
Lembro das tardes douradas, das noites estreladas,
Dos momentos de alegria e angústia...
Lembrar as coisas é esquecer o presente é ser metafísico.
Parte de nós é assim, ou insiste em querer ser.
As vezes as coisas se ajeitam de uma maneira tão inesperada. Será sorte?
Sabe lá... Sei que ficamos saudosos...
Mas tudo compensa... Momentos pós chuva, ou momentos de chuva...
Momentos de efêmeras flores, da lama e da grama...
Do mundo, das plantas, das folhas secas úmidas.
Parece que a nossa mente fica assim encharcada as vezes.
Só as vezes, quando a gente quer.

Termo tempo

A madrugada,
Aurora,
Primeiro crepúsculo,
Fria manhã,
Suave, suave, suave balança os ramos de figo,
É doce a brisa
E o tempo que passa intermitente,
Tudo que passei se passou por manhãs,
É estranho demais quando as coisas deixam de ser,
Fica um vazio em nós.
Como se nunca tivesse passado ou existido,
Ficam lembranças,
Suaves, efêmeras como Zephyranthes...
E vemos tudo partindo
Acenando adeus.

segunda-feira, 7 de março de 2016

A tempo

E dos tempos idos,
Doces memórias das primeiras chuvas,
O aroma da terra sendo enxombrada,
E a água barrenta escorrendo,
Molhando a poeira,
Melando o mundo de lama,
E os bichos aparecendo,
Sapos cururu,
Tanajura,
Mariposas,
A vida parece renovar.
E a gente tão feliz...

quarta-feira, 2 de março de 2016

Manhã.

Doce manhã que se faz,
deixa a noite para trás,
Esse primeiro crepúsculo
Linda aurora anuncia,
Ta chegando um novo dia,
Cantam os pássaros animados,
Bem-ti-vis, sairas, sanhaçus,
Cantam felizes sem parar,
E o escuro que oculta as formas,
Vai sendo aceso pelo sol,
E a manhã ganha flores,
Ganha cheiro,
Ganha vida...

terça-feira, 1 de março de 2016

Por puro acaso

Uma tarde,
A chuva torta, leve,
Os pedais,
Se vai pedalando,
Quando aparece uma flor perfumada
Pedindo uma ajuda,
Claro que não se nega,
Lá fui dar carona a linda flor,
Relembrei tanta coisa,
No final ela achou o celular
E ganhei um abraço...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Fim de dia

Um cão late na rua escura,
De céu estrelado e claro da lua,
A noite se passa apitada,
Apressada pelos carros e suas pressas inúteis...
O barulho da água fervida se derramando na caneca...
O aroma,
O sabor.
Instante eterno,
O sono.
Fim do dia.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Inesperado

Experimentar a vida,
Viver
Cada aurora,
Cada hora.
Poder contemplar a vida,
Cada momento impar
E perceber a beleza nas coisas mais frágeis, efêmeras e delicadas
Nas flores
Que continuamente se renovam,
E se renovam...
Como os dias, como as noites...
Como a vida.

Quando se vive um pouco,
Temos o costume de nos acostumarmos,
E esquecemos o mais importante
Quão efêmera é a vida.

A gente aprende tentando viver.
Aprende aprendendo a tentar...
E dar sentido a vida da maneira mais inesperada.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Divagação

Quando paro e percebo a vida em suas sutilezas como me sinto bem.
As vezes quando desligo do que tenho que fazer e contemplo,
São poucas vezes eu percebo algo além do meu eu.
Como agora é noite ouço o ciciar dos grilos,
Ou quando é aurora e os pássaros cantam felizes,
A gente se sente feliz com poucas coisas.
Guardo ainda o riso de vovó Sinhá.
Tantas lembranças.
Aprendo que viver é esquecer, aprender... Ser.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Solidão uma prisão?

Quando era criança, aos domingos visitávamos nossos avós.
Íamos sempre a pé ou a cavalo.
E um fato marcou.
Ali percebi pela primeira vez a solidão.
No caminho por onde passávamos havia idosos,
Um deles era um cego que saia de casa para tomar sol.
No geral era perceptível a solidão daquelas casas
Que por opção as pessoas haviam escolhido não ter filhos.
Geralmente eram casas limpinhas,
Mas vazias de som, de movimento de vida.
E cada dia as pessoas se engessando,
Optando pela paz,
Pelo silêncio de cemitérios...
Nos fechamos nos  nossos próprios túmulos pessoais.
Borges dizia que vamos cada dia que se passa nos tornando prisioneiros de nós mesmos.
Até que não conseguimos mais nos livrar de nossas prisões.

Eternizar

Se podessemos cristalizar o tempo,
Este momento seria eterno,
A manhã,
O cande de uma patativa,
O som da chuva caindo de leve,
Nocturnes de chopin,
Um chá com tapioca.
E algo de muito bom para ler...

Acordar

Acordar,
Acordar e sentir o mundo,
Acordar e ouvir a chuva chovendo,
Sentir o frio do tempo,
O trovão roncando,
Sentir a brisa fresca da aurora,
Acordar e poder continuar na cama,
E contemplar o canto da chuva,
Sentir-se bem com a textura da cama,
Sentir-se bem com a vida,
Acordar e perceber
Quão maravilhoso é viver...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Sopro do tempo

O tempo soprou o vento,
Soprou a manhã
E estacionou ao pino do dia,
O tempo soprou a tarde,
E a noite pintou o céu de estrelas,
E a noite passou,
E hoje quando senti o aroma da aurora,
Esqueci as dores, as angústias da vida,
Entendi o que aurora me dizia,
Hoje é um novo dia,
Faça da vida uma poesia,
E vi folhas secas pelo chão,
Percebi que as árvores estão constantemente em renovação,
Para renovar há de perder as folhas que as alimenta,
Parte de nós sempre nos deixa
E a vida permanece a viva.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Dia de compreender

Que passa?
Sei lá,
Sabe lá.
Dias se passam,
Noites seguem os dias,
Luas novas, cheias...
Vidas vividas de plantas, de bichos, de animais de estimação,
De gente que amamos...
Há dias vagos,
Dias plenos,
Dias cheios...
Dias e mais dias,
Sem perceber eles vão preenchendo nossas vidas de semanas, meses e de anos.
E a gente sempre na ilusão de dias melhores, de coisas melhores,
Mas será que chegarão?
Será que entenderemos algum dia a vida?
Tentar entender é como tentar esvaziar uma cacimba num brejo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Sem verso

Nem todos os dias são para poesia,
Versos ou proza,
Nem todos dias estamos bem?
Nem todos os dias temos inspiração.
Chega dia que tudo falta,
Tudo irrita,
Tudo abafa.
Como agir?
Sabe lá.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Quaresma Heideggeriana

O tempo que transcorre agora,
Escorre, como tinta e seca,
Se cristaliza, é data,
Esse dia, contado,
É fato consumado,
Esse devir,
Minha melancolia,
Alegria,
Minha angústia,
Quem não tem?
Quem não tem metafísica?
Essa mistura é pura?
Dura talvez,
O tempo dissolvendo tudo,
A vida renovando,
O pulsar do segundo,
Esse eterno devir,
Heideggeriano...

Não creio

O eterno vazio, frio,
A eterna angústia, justa!
Viver...
Ser,
Esse pulsar constante,
Esse orbitar,
Querer ser,
Ser,
Imitar,
Parar,
Esse medo de ser, de ter.
Esse vazio de sentido, tido.
Amanhã é outro dia,
E hoje o que foi?
Uma tentativa oculta de ser...
Esse ser histórico,
Centenas de palavras,
Frases... memórias, angústias.
Hoje é tarde,
Sigamos em frente, ausente,
Sigamos em riba, comprida.
Porque escolher é sofrer,
Porque escolher é acertar e é errar...
Errantes, caminhantes,
Qual é o caminho certo, mais perto?
Há algum?
Não creio, não creio.

Parte dela

Haveremos de encontrar nossa paz interior,
No mais lindo aurora,
Na manhã ensolarada,
Ou mesmo sob a chuva suave ou forte,
Na rosa desabrochada,
Na brisa soprando,
No perfume puro da rosa,
Na manhã de terra molhada,
Numa manhã de natal,
No primeiro dia de aula,
No riso de uma criança,
Na saudade do vivido,
Nas memórias mais doces,
Na tarde que cai,
Na leitura do melhor livro,
Na noitinha fresca,
No sereno,
Na conquista de um sonho,
No primeiro beijo...
No final tudo se esfacela,
Tudo some,
Tudo evapora,
Mas que haja sempre esperança
Que a vida sempre renove,
Apesar dos pesares...
Todo o sacrifício ainda vale a pena,
Porque a vida é bela,
Porque somos parte dela...

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Indefinido

Estamos longe de encontrar o que buscamos,
Simplesmente porque não sabemos o que buscar.
Temos a vida para viver,
Temos um modo de ser,
Temos um modo de existir
Que muitas vezes não faz sentido algum.
Mas existimos além da razão,
Mas existimos além da emoção...
Existimos!
Existimos como as coisas mais simples existem independente de qualquer coisa.
Como uma folha jovem que cresce,
Como uma folha seca no chão...
Ela cumpre sua função de folha e assim é!
Não há um questionamento, uma razão...
Como dizia Sartre a existência precede a essência...
E qual é a nossa essência?
Talvez me perca nas indagações, sempre o faço,
Todavia esteja tentando uma forma distinta de questionar.
Talvez nem seja interessante isso ou aquilo.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Após

E se passa mais um dia,
Lá se foi o sol,
Aos viajantes estradas rodadas,
Quilômetros distantes,
Cruzados,
Rodados,
Quantas paisagens belas
Se passaram e não foram vistas,
Ah,
A vida é como uma viagem numa estrada,
Que se pode andar somente seguindo em frente
Ou contemplando o que está no entorno,
E assim cada um segue sua viagem.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Viver é tudo

O tempo me espanta,
O tempo não fica no canto,
Não cria poeira,
O tempo é sempre jovem,
É subjetivo,
Há dias que parece que a gente vive a uma eternidade,
Há dias opostos, nos sentimos jovens.
E a malha que trama tudo isso é a emoção,
Que uns tem muito e outros nenhuma.
Também há os valores,
Os medos,
São tantas coisas,
Que só o tempo decanta em nossa mente,
E nos ensina a viver.
Viver com parcimônia,
Viver com sabedoria,
Viver com coragem,
Pois a vida é isso,
Essa eterna jornada, batalha,
Em que sempre saímos lesados,
Mas ao mesmo tempo,
Viver é tudo e não nada.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh