domingo, 22 de fevereiro de 2015

Eu

Que sou eu?

Um dia fui gerado e
Um dia nasci,
E sempre fui cuidado com carinho
E sempre fui amado,
Mas chegou o momento que tive que partir,
Chegou o momento que tive que fazer minhas próprias escolhas,
É algo semelhante a aprender a caminhar,
A gente tenta, cai, tenta e cai até que aprende a caminhar com as próprias pernas.

Talvez minhas escolhas a princípio pode ter parecido erradas,
Mesmo assim segui em frente,
As amizades que construí foram primordial para nunca desistir...
E hoje vejo quantas coisas e lugares que tive que passar,
Quantas pessoas conheci,
Quanto medo passei,
Quanta coisa me fortaleceu,
Agora eu sei que o mais importante é enfrentar cada momento
Com determinação, com convicção,
A vida se passa no momento presente,

Do meu tempo ocioso, encontrei na leitura meu refúgio,
Diante do meu medo encontrei em Deus o consolo e minha força...

Sempre fui muito de imaginar,
As vezes de tanto viver na imaginação deixei de viver o presente,
Mas hoje aprendi que há o meio termo de Buda e Aristóteles.

Dizem que Sócrates tinha uma voz interna,
Acho que também tenho, ou simplificando Deus sempre esteve em meu peito.

Bom descobri muitas coisas em minhas leituras,
Na maior parte do tempo que lia, estava na verdade dialogando comigo mesmo,
Talvez agora possa ouvir os tantos autores que li,
De verdade,
Borges, Pessoa, Drummond e Bandeira me fizeram pensar...

Confesso que sou mais adepto da pintura que da literatura,
Sei lá,
Gosto de música, mas não é minha grande paixão como foi a de Nietzsche.

Bom encontrei em Gandhi uma palavra de paz e sempre volto a relê-lo.
Por incrível que pareça, aprendi com Gilsão um amigo de residência
Muito mais de espiritualidade que podia imaginar.

Eu sou um pouco daqueles que se aproximaram de mim,
Sou e continuo sendo,
Até quando?
Só o Pai celeste sabe,
Todavia enquanto eu viver
Que tenha paixão pela vida, dia a dia.



sábado, 21 de fevereiro de 2015

Paciência

Uma caneca de chá,
Um prefácio,
Uma poesia,
Querer está em todo lugar
E em lugar algum,
Sentir só e acompanhado,
Olhar a bíblia, se sentir afagado,
Pensar,
Pensar em tudo que passou,
Quanta coisa passou,
Fazer um balanço
Quanta coisa há de passar?
Os passos podem serem mais suaves.
Tanta coisa a ser descoberta...
Ter fé,
Fé no que virá,
Fé que vai dar tudo certo
A sua maneira peculiar...
Aguardar a chuva chover,
Aguardar a primavera florir,
Aguardar o verão secar...
Sempre na fé.
Todas as noites irão passar,
Quem sabe um dia seremos eternos...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Solidão

O que é a solidão?
Ausência de vento,
Ausência de um carinho,
Ausência de um sorriso,
Ausência do que complementava o tempo.
Sempre sentiremos solidão,
Mas podemos encará-la da maneira que quisermos,
Felizes, alegres, contentes ou tristes...
Cabe a nós escolhermos qual sentimentos
Ocupará nosso peito,
Podemos simplesmente esquecer de tudo,

Então podemos encher nossos peitos de coisas boas,
Bons pensamentos,
Boas imagens,
Boas formas,
Alegria, alegria...

Tudo passa,
E se tudo passa,
Então façamos o melhor,
Vivamos melhor,
Não vale a pena ser triste,
Sentir a solidão...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Indagações

O que me toma os sentidos?

Meus sonhos eu os tenho?

Tenho tudo que quero?

Sou quem sou?

O que me faz sentir bem?

O que aprendi a gostar?

Sou mais forte que os mesmo desejos?

Serei feliz hoje ou amanhã?

O que se passa na mente de um compositor,
Um pintor, um guerreiro quando executa sua arte?


Interior

A noite,
As sombras,
O céu estrelado,
Cadê a brisa?
Cadê a brisa?
Só o brilho das estrelas 
E das luzes se movem.
Estático fico a observar
Tudo que me cerca,
Aquilo que me afeta...

Flores sem luz,
Perfumadas são,
Flores sem luz,
Sem cor é...

A noite vou descansar,
E esquecer tudo que penso,
Mergulhar no imenso
Interior do meu ser.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Bom dia

Uma ave cantando,
Uma flor perfumada ou colorida,
A brisa da manhã,
A aurora,
Pessoas caminhando,
Bom dia pra cá,
Bom dia pra lá,
O céu,
As nuvens,
O mundo,
O verde das árvores,
Eu,
Você,
Nós
E tudo ao nosso redor,
Temos responsabilidade pelo
Mundo que queremos viver.

Vencer

O sol desponta no horizonte,
As flores desabrocham no jardim,
As aves cantam felizes,
E tudo acontece no momento presente,
Vamos parar de imaginar
E viver o presente,
E encarar a realidade com a força
Que vem do nosso peito,
Vamos ter fé e acreditar
Que jamais estamos sós,
Pois assim venceremos
Todo o mal que nos atormentar.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Carnaval

Hoje é carnaval,
Que engraçado sempre vivi em cidades sem tradições carnavalescas.
Serrinha, Natal, São Paulo, Campinas, Brasília e agora João Pessoa,
É incrível como está cidade hoje está vazia, não ouço ninguém,
Não vejo uma pessoa nas ruas, nem carro passar,
Parece que todo mundo viajou para Recife ou Olinda.
Quer saber mais, acho que nunca vivi um carnaval com tanta paz.
Bom demais...
As tarde cai pacata,
Enfeitada pelo verde das matas,
Animada pelo canto dos sanhaçus e Sairicas,
A noite se aproxima,
As luzes se acendem,
Morceguinhos voam tranquilo...
E o carnaval acabou de começar...
Quanto descanso.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Hábitos

As vezes sou muito severo em minhas decisões. Deixei de tomar café desde que era adolescente. Recentemente parei de tomar refrigerante quando uma amiga me falou que era necessário tomar sete copos de água só para dissolver o líquido maravilhoso. Coca..., mas já fui amante do café, mamãe que o diga. Bem o fato é que caminhava para casa e por um instante me lembrei de um amigo que tinha ótimas histórias. Ele as vezes praticamente se mudava para uma estação do Ibama e ficava lá por semanas e as vezes meses. Gostava de ouvir suas histórias. Ele falava que depois de uma semanas até ali ele conseguia distinguir sons mesmo os mais distantes. Ria porque ele dizia até a distância em km. Falava que ouvia 14 km. Lógico que eu ria, mas ele era incisivo. Enfim acho que agora que deixei de tomar refrigerante acho que estou sentindo mais o doce das coisas. As vezes mudanças de hábitos pode nos trazer muitos benefícios.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Avós e Pais

A casa silenciosa,
Passos arrastados,
Paz.
Na cozinha um gato mia silencioso,
O cachorro abana o rabo,
A comida na lata de doce.
Pais e avós e mais tarde nós.
A vida se desprendendo da carne,
A fé em está com Deus,
Tranquilo se dominam os dias,
Sem pressa,
Vivendo cada dia ao sabor da idade,
Sem pressa como caramujo andando.
É difícil entender esse mundo afetuoso e gostoso,
Em que nos tornamos reféns de nosso próprio corpo.
Dá vontade de ficar sempre do lado,
De nossos amados,
Da vontade de ser um gato e u cachorro,
Só para viver mais pertinho
Dos nossos amados avós e pais.

Coisas mínimas

Há tanta coisa simples, mas maravilhosa de se viver,
Depois de um longo dia poder ver o entardecer,
Regar uma planta num jarro ou num jardim,
Ver a noite chegar, sentir a brisa fresca,
Deitar e poder descansar sem pensar em nada,
Não pensar em absolutamente nada,
Ficar a toa e deixar a mente viajar,
Certamente todos nossos dias hão de passar,
Mas por que não deixa-los passar com prazer,
Prazer das coisas mínimas.
É isso.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Entardecer o ser

Mais um dia se vai imerso numa tarde maravilhosa,
A tarde é crepuscular,
A tarde aos poucos se vai imersa em cores,
E do rubro muda-se para o azul, atropurpúreo.
As aves cantam seus últimos cantos
E aos poucos silenciam-se,
Aos poucos, o dia se desfaz em noite,
E a gente sente uma saudadezinha
E se sente bem por ter vivido mais um dia,
Mais uma dádiva ganha,
Imagina quantas batalhas foram ganhas,
Imagina quantas pessoas não estão felizes por sentir mais uma noite chegar.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Instante

E quando a noite cai estrelada,
Contemplo por um instante
As rutilantes estrelas,
Tão distantes, tão distantes.

Ah, sei que um dia serei uma estrela,
Uma respiração de pó nada mais.

Não podemos ficar esperando
As coisas acontecerem e o tempo passar...

Tudo passa rápido
E o que fazemos tem um peso em nossa vida,
Agir é fazer acontecer,
Amanhã pode ser impossível,
Faça hoje o que te faz feliz.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Movimento

Olho tudo que passa em minha frente,
Não significa que perceba tudo,
Muito pelo contrário, só percebo o que me é familiar.

Gosto de olhar para plantas,
Plantas floridas,
Plantas frutificadas,
Plantas mortas,

Observo sua morfologia,
E tento guardar cada forma perfeita em minha mente,
Aprendi a brincar de aprender
Os nomes das plantas,
E suas diversas categorias,

Sei lá para que serve,
Mas não sei até quando terei entendimento,
Um dia vai se acabar,
Portanto vou usar ao máximo,
Vou ficar olhando extasiado para o mundo,
Como um bobo que ver formas nas nuvens,
Vou contemplar as cores,
As formas,
Solver os cheiros,
Sentir a brisa...
Vou viver cada momento como se fosse o último,
Talvez assim a vida valha a pena.

E quando mergulho meu olhar no céu,
Vou tão distante e fico tão maravilhado,
Oras tenho o azul e brancas nuvens do dia,
Oras tenho o brilho rutilante das estrelas,
Oras tenho a Lua,
Oras tenho o crepúsculo...

E se é dia vejo as cores das flores,
Vejo as formas das folhas,
A textura da matérias,
A beleza dos jardins.

Vivo redescobrindo uma nova formas de ver o mundo,
De entender aquilo que me cerca,
De viver de uma forma diferente,
De forma mais altruísta...

Acho que podemos ser mais felizes
Cada dia das nossas vidas,
Mesmo que em doses homeopáticas.

A fé é muito importante e o amor a sim mais ainda...

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Arde esperança

Fevereiro todo que queremos
É uma tarde de braseiro,
Tardes crepusculares,
Nos anima menos que tardes nubladas.
Nós do Sertão,
Precisamos de chuva,
Para da terra colher o pão...
E Fevereiro passa oculto,
Onde anda a chuva?

Domingo em Jampa

Um dia ensolarado,
Uma praia limpa,
A areia, o guarda-sol,
Transeuntes,
Vendedores,
O horizonte,
O sol...
Guloseimas doces,
Salgados,
Engana criança,
Banho, ondas de alga salobra,
A maré sobe,
O sol descamba pra tarde,
A volta, a espera.
O cansaço e a o resto do domingo que sobra para dormir.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A lua

A lua
Noite de lua,
Noite sem lua,
Hoje a lua apareceu,
Uma semana depois desapareceu,
E a lua continuou oculta por uma semana,
Mas foi reaparecendo por uma semana.
Aguardei a lua,
Acabei me entretendo com
A luz das ruas,
Nunca se sabe nada sobre a lua,
Pensa que se conhece,
Mas a lua aparece e desaparece.
A lua no inverno pode até ficar desaparecida
Por dias e dias...
Bom mesmo assim é bom contemplá-la quando aparece,
Não pode ser muito senão ela se envaidece.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Aurora

Aurora,
Me acaricias com tua leve luz,
E desperta-me para o novo dia,
Desperto e vejo no horizonte,
Oh linda aurora,
Tu está tão distante e tão próxima de minha alma,
Sinto no peito a sua calma,
Vejo que é hora de acordar e ser feliz,
Doce aurora que me acaricia,
Doce aurora que me dar bom dia.
Primeiro crepúsculo matinal,
Ouço o canto da passarada,
Sinto a brisa fria da manhã,
Sinto toda a energia
Emanada pelo sol,
Pelo céu, pelo espaço,
Sinto o vigor das árvores,
A felicidade das aves,
E dou bom dia para quem passa,
Porque a vida é efêmera demais
Para certos orgulhos...
Por isso Aurora,
Vou agora em boa hora.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Aprendendo

Sinto-me feliz quando percebo algo maravilhoso na natureza,
Quando vejo as ervas se cobrirem em flores e se derramarem em sementes,
Ou o capim seda com seus frutos pálidos estão sendo dispersos pelo vento,
E a tarde cai seca e bela...
Meu peito enche de alegria,
Ao fim de cada dia,
Ah, quem dera descrever a beleza da natureza feito Tolstoi.
Mesmo sem tanta classe,
Sigo vendo o mundo com tudo que há de mais belo...

Ver a erva derramar sua vida em sementes,
Ver as coisas mais simples,
Capim seda secando,
As aves em silêncio aguardam a noite,

Um riso amigo,
Um cumprimento,
E a vida existindo,
Partindo bem devagar...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Amada

Meus olhos voltam-se para o céu nesta linda noite,
Olho para a lua e para as estrelas,
Sinto meu peito apertado,
Eu busco no céu infinito o olhar que já não me olha,
Não me vejo em teu olhar,
Não me vejo sendo a alegria de teu lindo riso,
Está no mesmo mundo e não poder tocar sua mão,
Não poder te afagar com um abraço...

Quando tu partiu,
Tudo ruiu em meu peito,
Meu coração se quebrou,

Agora que já não estou tão triste,
Agora que te entendo,
Sinto-me feliz
Por ter te conhecido,
Eu te vejo nas flores,
Te vejo nas estrelas,
Sinto a sua presença,
Mesmo em tua ausência...

É tão maravilhosa a vida,
Contemplar cada instante
E a noite descansar para está pronto para um novo dia.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Resposta da natureza

A tardinha se foi
E a noite veio suave,
Leve como a brisa que passa,
No céu a lua se acende,
E aos poucos se alumia,
Feito manga de lâmpada de bojão...

Fevereiro chegou,
A noite chegou,
Ah, divina seja a música
De Villa Lobos,

Vejo os anos passarem por mim,
Vou perseguindo a felicidade,
Vou me conhecendo cotidianamente...

Mais um ano chegou,
E o primeiro mês se foi...
Não sei se sou novo ou velho.

Que posso fazer senão viver;
Viver cada dia como o último.
Posso tanto e nada,
Tenho que seguir minha estrada,
E mais nada.

Experiência

Quantos dias ainda virão?
Passados os anos,
Acumulam-se as memórias,
As tristezas e alegrias,
Vitórias e derrotas,
E nos definimos como seres,
Amadurecemos e envelhecemos,
O doce perde o encanto,
Os brinquedos a magia,
O corpo a resiliência,
Com os anos  nos vem as experiências,
O doce da vida além dos sentidos,
Além de qualquer coisa,
A autoaceitação,
A humanidade,
E por fim o fim carnal,
Espero que a morte seja apenas um portal.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Noite de sexta

A noite silenciosa,
A solidão forçada,
Grilos ciciando,
Redes sociais,
Uma grande conexão...
Uma grande solidão,
Pausa para uma reflexão....


Você e um Deus...
Numa sexta-feira,
Bom ainda bem que logo se segue o sábado.

Memórias,
Boas recordações,
E então o sono bate,
E a vida continua.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Singelo sabiá

Hoje cedo da manhã choveu,
Foi uma chuva suave
Daquelas que aos poucos vai
Molhando o mundo,
Feito lágrimas que alivia a alma...

E de um céu fechado o sol apareceu,
Enquanto a água escorria e lavava a rua...

E aos poucos foi se enxugando...
E em minha caminhada matinal,
Encontrei um sabiá cantando.

Em seu canto havia uma alegria,
Em seu canto havia uma melodia,
Quanta beleza num ser tão singelo,
Que deixou o meu dia mais belo.

Doces recordações me tomaram,
De tempos anteriores,
Que muitas vezes era acordado pelo sabiá.

Acho que quando partir
E se puder voltar,
Ei de querer ser um singelo sabiá.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Parte agora

Às vezes queremos esquecer de tudo.
Esquecer tudo que nos atormenta,
Nossos medos, nossos anseios,
O tempo que rouba nossa vida,
O gosto amargo da vida.

Mas é impossível tudo isso,
É impossível dormir e acordar livre
De todos os pensamentos,
Para o bem ou para o mal.

A vida segue seu curso,
Sem curvas...

Às vezes uma garrafa de vinho nos faz bem,
Mesmo que instantaneamente,
Podemos parcialmente esquecer de tudo,
Mas viver tudo é tornar-se forte,
Os problemas são vivos como os dias,
Que anoitecem, mas sempre voltam
E temos que ser guerreiros,
Enquanto vivos lutamos com afinco,
E encontramos a beleza da vida,
Nas coisas mais simples
Como o crepúsculo que parte agora.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O riso

A tarde cai e se vai,
A tarde parte bela com a arte,
E mais uma vez fresca a noite chega,
E as vezes sinto um misto de  esperança e alegria...
Ir e voltar,
Quais são os motivos para viver?
As vezes a gente encontra nas coisas mais simples
Como caminhar sem pensar,
Contemplar o crepúsculo matinal ou vespertino,
E o mais sublimes de todos um riso,
O riso tem uma força muito potente,
Nada é mais potente que um riso real...
E quando encontramos aquele riso...
A vida se justifica,
Tudo fica pleno,
Então viver mais
Pode ser a gloria dessa busca,
Tarde após tarde,
Pode-se esperar...
O riso há de justificar a vida.
Ou essa poesia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Tardes

Fecho os olhos e posso sentir a tarde.
Aquele fim de tarde preso em minha alma.
Ah que linda tarde calma...
Tardes que passava o tempo a contemplar.

Tardes de Serrinha,
Tardes de Natal,
Tardes de São Paulo,
Tardes de Campinas,
Tardes de Brasília

E as tardes que vejo vivas.

Tu tens sua tarde.

Confesso que ah,
Sinto falta da paz da tarde.

Ah, serão estas minhas últimas tardes?

Quem sabe...

Sei que as tardes nos escapam
Vão sem parar,
Só restam memórias,
Existência
E um fim.

Sede forte Coração

Aceitar que meu mundo ruiu quando você partiu
Não foi nada fácil. Parece que parte de mim morreu.
Tive que imitar uma semente e me desidratar completamente,
E em lágrimas meu peito expulsou você de mim.

Os dias sombrios povoaram meu coração.
Eu sentia alegria só de está em sua companhia.

O mundo era perfeito como teu riso enchia meu peito
De alegria, de poesia.

Cheguei a questionar por que apareceu em minha vida.

Foram pesados os dias.

Mas aos poucos a calma foi chegando,
Meu peito foi ficando brando...

Continuei minha vida na presença daquilo que me faz bem
E jamais me abandonará...

Leituras de Borges, sinfonias de Mozart, telas de Gogh...

Aprendi como é bom dar um bom dia...

Aprendi como dói a solidão,

Aprendi como faz sofrer uma paixão...

Aprendi a valorizar mais as coisas

A me valorizar...

Vou rir mais, ler mais poesia,
Vou imitar em algo Manuel de Barros,
E levar menos sério a vida.

Quem sabe num próximo amor
Não acerto.

E então... Sede forte coração...

domingo, 25 de janeiro de 2015

Quando esqueço

Quando esqueço por um momento
Que a vida é maravilhosa
E me perco em minha realidade
E carrego a tristeza do mundo...
Quando me esqueço de tudo.
Sou feliz.

Saudoso sertão

Ah, como é saudoso o sertão.
Como é saudoso o sertão,
Sertão de chão desnudado,
Sertão de mata rala e espinhenta,
Sertão preenchido por solidão...

E a brisa que passa arrasta poeira,
E a brisa que passa desnuda cada planta,
E apenas as garras se sustentam,
Árvores garranchentas.

Sertão de caminhos polidos por caminhadas,
De canelas secas que vão e voltam.

E quando cai a chuva,
Perfumada floração.

Saudoso sertão.

Conhecer seu ser

A noite canta o bacurau a presença da chuva.
E a noite esfria e um cheiro de mato invade nosso
Peito e enche nossa vida de memórias.
Cheiro de marmeleiro...
Ah, lembranças atiçadas,
Que me faz tão bem,


A noite que me afaga,
Noite que me apaga.

Ah! não tem como reviver nada,

Tudo passa,
Tudo passa,

E no caminho da vida não se pode olhar para trás jamais.

Aprende a viver,
Conhece os teus limites,
Conhece o que te faz feliz...

Pois é o que se fez,

É possível mudar?

Ouço o canto do bacurau sempre com alegria,
Sempre igual no mesmo tom,
Sempre a noite,

Ah, ai encontra minha magia.

Dúvidas

Olhar o mar e viajar
Através do horizonte,
Sentir a areia afagar os pés,
Sentir o sol te dourar,
Ouvir o quebrar das ondas na areia,
A brisa que afaga a face,
Ah, como é bela a praia.
E como viver sem amar o mar?
E como viver sem amar o ser?
Se amanhã talvez já não há.

Solidão

S o l  i d ã o

O silêncio da casa,
O vazio de uma presença querida,

Um peito machucado,

Quanto ócio há na solidão?

Há quem saiba lidar,

Há quem não saiba,

Voraz ansiedade,

Sem piedade nos consome,

Mas tudo passa,

Até mesmo o mais impacientes dos momentos.

Desculpas

E o que eu sou?
Sou o meu passado,
Sou o meu presente,
O qual me faço ausente,
Por falta de coragem,
Por malandragem,
Uma hora tem que crescer,
Só se tem dia após aurora nascer.

Permanência

Ontem,
Hoje e
Amanhã.
Não continua a mesma a terra de minha infância?
O mesmo sol,
O mesmo céu,
O mesmo calor,
As mesmas chuvas,
Os mesmos ciclos?

E não são as mesmas populações
Dos tempos de meus avós,
As mesmas ervas,
Os mesmos arbustos
E as mesmas árvores.

E não nos imergimos em nosso cotidiano,
Em problemas bestas na crença de indissolúvel?

Não continuamos nós crianças?
Crianças adultas,
Que não sabem como tratar do ócio,
Do tempo que se esvai?
Ontem meu pai,
Hoje sou eu,
Amanhã meu filho,
Sabe lá.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Enquanto envelheço

A noite Borges soturno fechado em sua biblioteca encontrava nos livros o alimento para sua solidão.
Entre um livro e outro, entre as páginas e as frases, reflexões. Borges se perdia no labirinto de seus pensamentos. Pensava, pensava e pensava. Um monge em profunda reflexão.
Refletia sobre poesia, romances, filosofia e religião. Em sua solidão era mestre em escrever.
Sentia uma necessidade profunda de se expressar. Borges de certo não conversou com Pessoa, talvez nem tenha conhecido sua obra. Sabe-se lá. Mas duas almas tão distintas teriam em sua timidez gastado tempo com conversas oníricas. Pessoa mais velho que Borges, mas contemporâneo achou seu aconchego na bebida e Borges na solidão.
A solidão que todo o mundo hoje afaga.
Eu que já vivi no ócio fugia da solidão no universo das leituras... E me perdi, encontrei na busca do amor fugir da solidão, mas ai... o amor como toda relação cobra um preço.
Então, ouço Chopin...
E vejo o dia passar e vejo a tarde passar.
Não se consola quem não quer ser consolado.
Sofre quem quer sentir a dor...
Pessoa me ensinou a fugir da imaginação e viver o presente o agora.
Dizia puxa pelos sentidos...
Então eu mergulho nas leituras de Borges, admiro Gandhi e Jesus Cristo.
Eu amadureço enquanto envelheço.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Desconhecida razão

Desvendar o mundo subjetivo.
Uma flor colorida, rosa vermelha? É perfumada?
A cada olhar há um sentido.
A cada sentir uma expressão
De dor ou de alegria ou de tristeza...
Cada ser é impar, cada um com suas impressões.
E será se sei o que é melhor para mim?
Não tenho, não devo ter dúvidas,
Tenho que fazer da minha vida uma obra de arte
Já dizia o gênio de largo bigode.
E como devemos fazê-lo.
Pobre do solitário Borges
Que tanto buscou um amor
E só a longa idade o presenteou.
Corações acesos, sedentos por amores...
Quem descobrirá a felicidade no amor?
Quem sobreviverá a essa dor.

Ah, o amor! o desejo!
Não o amor não provoca dor...
Pretextos bestas para a vida,
Bobagens que passa...
E o que sobrará em nós.
Só sofrimento.
Creio que não só ilusão.

O que aprendemos?

Os dias que passam são passado.
Antiontem e ontem são passado
Como meio século ou um século.
O passado é uma roupa que não se veste mais
Já dizia o Belchior.
É preciso erguer a cabeça e seguir em frente.
O velho quintana já dizia que é preciso
Cuidar do jardim para que as borboletas venham visitá-lo.
E o que aprendemos com tudo isso?
Fica algo ou nada?

Indefinido

Como são belas as plantas floridas,
Flores doces e perfumadas,
Tanta coisa passada,
Tanta coisa vivida,
Música e poesia.
Descoberta dentro da vida,
Dos dias, dos anos...
E ai segue-se a vida.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Por um triz

E assim parte mais uma noite de minha vida.
E assim parte mais um momento do meu ser.
E assim compreendo a trama e a teia que é viver.
A vida e seus problemas de dor, de amor,
De saúde, de felicidade de tristeza...
Pulverizado com essas coisas vou vivendo,
Vou seguindo bem adiante e sofrendo
E descobrir que até mesmo na dor podemos ser feliz,
Saber que tudo passa por um triz.
Ser consciente... tudo passa.


Sabe lá

Ah!
Quanta coisa há no mundo
Que me pode fazer feliz.
Um riso,
Um abraço,
Um afago...
Tudo que queria ouvir
Não é real,
E me apego ao sonho,
E a dor continua a sangrar,
Sei que tudo vai passar
E quando tudo passa
O que fica?
Sabe lá,
Sabe lá.

Dia melhor

A noite silenciosa e escura me afaga,
A brisa acaricia, me beija e refrigera o calor.
Nos jarros domem as plantas verdes de flores coloridas,
No céu rutilam estrelas...
Onde andará minha paz que vagueia pelo mundo.
Largou-me a deus dará.
Ainda bem que amanhã é outro dia.
Os carros passam e quebram o silêncio,
E o meu peito desassossegado pernoite triste
A espera de um dia melhor... 

Esperança

Esperança!
Huberto Holden,
Gandhi,
Jesus Cristo,
São Francisco,
Santo Expedito,
Olhemos pelos grandes vencedores
Das dores do espírito,
Alivia aqueles que sofrem neste instante,
E aqueles desenganados dai esperança.

Vencerá

Às vezes há situações que nos tira toda a paz e bate um desespero que nos sentimos incapaz de mudar o curso da vida. Só nos resta aguardar por um milagre, apelar por forças do além, mas ai como dói.
Como podemos mudar? Ou melhor qual a melhor forma de aceitar?
Parece que nada faz sentido, mas haveremos de encontrar amealhado a esperança.
Haveremos de suportar a dor.
Haverá de vencer o amor.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sentir esperança

Viver,
Sentir a dor do amor,
Sentir a dor da perca,
Sentir que tudo ta por um fio,
Sentir que tudo ruiu!
A esperança há de tudo reconstruir,
A esperança há de existir.
Hoje, amanhã e sempre.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Amo o que não tenho

Amo o que  não tenho.

Suspeito que tudo que nos é dado é emprestado,
Logo de alguma forma nos é tomado.

Tudo é incerto nesta existência.

Algo que vem fácil
Dissolve-se fácil.

Amo o que não tenho.

Tudo que me é impossível
como caminhar na lua,
Ou caminhar descalço sobre as águas.

Sou feliz se estou bem em qualquer lugar,
Sou infeliz se estou mal em qualquer lugar.

Quem dera entendesse Cristo ou Buda,
Mas só ouvimos nosso coração.

Somos pura emoção.

A rosa

Uma rosa desabrocha na roseira,
Uma perfumada rosa vermelha,
No ápice longos e frágeis ramos,
Ramos aculeados e de folhas rigas,
Desabrochou uma roseira perfumada.

Daquele ramo cortado,
No esterco de bois,
Regada a roseira surgiu,
Quantas rosas belas mais virão,
Quem não parará para olhar a rosa.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Absorvido

Se há algo que nos incomoda
Este algo é o silêncio.
É quando se está presente,
Mas se faz oculto,
É quando as palavas não se articulam na mente.

O silêncio entre duas pessoas presentes.

Resigna-se a falar ou ficar a observar,

Quando se vive distante,
Distante se fica do presente.

Observar,
Observar,

Nenhuma palavra vertida,
Nenhuma frase intrometida.

É preciso ter habilidade com a palavra falada,
É preciso ter paciência com a gente mesmo,

Senão a loucura nos toma conta.

Junto

O sol que passa,
A lua que nasça
A noite que se aprofunda
Sem silêncio,
Um gemido de dor,
A dor do amor,
Sofre quem ver quem se ama sofrer,
Sofre quem não sabe o que fazer,
Apela para orações,
Aperta os corações,
Mais um dia,
Um riso cultivado,
Um riso abençoado,

Há quem não durma por opção,
E aqueles por sofrimento,
Viver muitas vezes é se calejar pela dor,
Ah, sofre-se junto por amor.

Paciência

Paciência,
A vida é assim mesmo devagar,
Carregada como poeira ao vento,
Levada mundo a dentro pelo tempo,

Seixos no caminho,
Floresta seca de espinho,
Solo seco com carrapicho,

Na vida não é preciso muito capricho,

A gente vai sendo levado
A deriva como folha ao vento,
Mas quem nos rege é o tempo,

São tantas vertentes
Que nem percebemos,
Mas ai,
Um dia percebamos
Enquanto é tempo,
A vida é breve,
E nós passageiros de algum trem
Mineiro,
Sabe lá.

sábado, 10 de janeiro de 2015

É preciso

É preciso aprender,
É preciso aprender a perder,
É preciso aprender a sofrer,
É preciso aprender a entender,
É preciso aprender a esperar,
É preciso aprender que as batalhas
Para se obter a vitória são hercúleas
E nem sempre se vence,
É preciso aprender que para vencer
Muitas vezes se leva muito tempo,
É preciso aprender que vencer ou perder andam juntos.
É preciso aprender a viver com o pior,
Que o melhor é sempre tão passageiro.
É preciso aprender a respeitar a vida,
Porque a morte é certa,
E os dias voam de nós.
É preciso...
Então entenda que é preciso.

Só assim

A vida necessita de um motivo para ter significado e é exatamente o que venho constatando ao longo dos meus dias vividos. É com alegria ou tristeza que percebo minha humanidade. Perceber que somos humanos demasiadamente humanos. A proporção que os anos escorrem de nossas mãos podemos perceber a perda ou o tingimento dos cabelos, as limitações físicas, dores na coluna e nas articulações, disfunções hormonais. A dor de uma certa forma torna-se nossa companheira pode variar de pessoa para pessoa. É com tristeza que vemos as pessoas mais próximas sofrerem de dores.
Borges já dizia que nos tornamos prisioneiros de nossos corpos. Quando não são levados para sempre.
A vida é para fortes.
A dor é para poucos.
Tudo faz parte da vida.
Só vivendo para saber.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Adeus Tio Jussier

O tempo passa,
Sempre passou,
Sempre passará,
Mas para alguns o tempo se desgasta.

O tempo para, depois de um início,
Depois de tanto passar,
O tempo para.
Hoje o tempo parou,
Para meu tio que viajou,
Viajou para o passado,
Estacionou sua viagem,
Decerto vó José e vô Sinhá
O esperam sua chegada na eternidade,
A gente continua aqui vendo o tempo passar,
Amanhã restará só a lembrança.

Meu tio que partiu,
Que vi envelhecer,
Vi a doença que o consumiu
Longos anos a fio.

Homem paciente que viveu de ilusão,
O chão de seixos ferrugíneos,
Não mais suportará seu peso,
Nem as bignoniaceas perfumarão seu caminho.
Adeus Tio Jussier.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Tenho tudo que quero?

A noite se aprofunda,
Como um navio se distancia no mar.
Tudo é horizonte distante,
Estrelas e praias.

Quem sou eu nesse universo
Ultra diverso?
Nada!

Tenho tudo que quero?

Tenho a noite,
Uma sacada para espiar
E sentir a brisa passar,
Uma grande caneca de chá,
Meus Adenium,
As lindas palmeiras Dypsis madagascarensis,
E todo o céu para observar,
Livros para ler
E a solidão para pensar.

Tem tanta coisa para me entreter
Não sei se quero.
Não sei se sei está só?

A solidão as vezes me amedronta,
Mas muitas vezes me dar força.

E assim continuo segundo minha vida.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Constante

A noite,
O silêncio,
O clima quente,
Nenhuma brisa,
Nenhuma expectativa,
Luzes da noite de Natal.
O passado,
O presente,
Amanhã o que acontecerá?

Sabe lá,
Sabe lá...

Tudo isso vai passar,
Absolutamente tudo,
Se concluirá,
Noites virão e passarão

domingo, 14 de dezembro de 2014

O ser e o nada

As paredes brancas,
Os poucos móveis,
A janela.

Deito-me ou vou a janela,
Olho para o mundo,
Olho através do meu ser.

Conhecer e ser conhecido.

Ser quem sou,
Antes de tudo requer
Saber o que eu sou
E quem eu sou
E o que posso ser.

Eu sou o que me fiz.
Eu sou a situação,
O devir,
O ser e o nada.

Sou a soma do que vivi,
A soma do que vi.

Eu vivi o querer ser o que sou.
E sou o que sou, mas querendo
Cada dia mais tornar ser o que sou.

E foi sempre olhando para o horizonte
Que visualizei ser quem eu sou.

A minha casa paterna tem a cozinha voltada para o poente,
E era de sua calçada que mentalizava meus pedidos,
Eu tinha fé,
No escuro do ocaso,
Depositava meus sonhos e meus anseios,
Olhando através dos ramos das Anonas,

Quando sai de casa perdi essa referência,
Eu materializei meus sonhos,
Mas faltou algo,
Olhar para um horizonte,
Eu andei perdido
Por tanto tempo,
Crendo está certo.

Perdi o hábito de olhar para o céu,
Perdi de olhar para meus queridos
Através das estrelas,
Encontrei no materialismo
A felicidade passageira,

Mas sinto falta
Do poente de minha casa,
Das frestas nas telhas,

Creio que muita coisa não se pode comprar,
Não se pode cultivar.

Aprendi uma nova forma de gostar,
Tenho a paciência e tenho que aprender a tolerar...

De minha casa tenho um novo poente,

Sei que tudo passará

E só restará o nada.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Tudo se vai

A tarde que passa,
A noite que passa,
A manhã que passa,
O dia que passa...
Absolutamente o tempo passa.
E quando percebemos este fato?
Nós simplesmente não percebemos
E se percebemos ignoramos,
Não aceitamos.

Nós não aceitamos nossa vida efêmera,
Cremos num eterno retorno
E vemos o tempo se estirar até que chegue o nosso dia de ser algo e não nada.

Mas esse tempo,
Mas esse dia nunca chega
Porque ele não existe.

Somos tão idealistas e não percebemos
Na realidade da vida,
No agora,
Neste instante que passa
E tudo se vai,
Tudo se vai.

Alguma coisa fica,
Alguma coisa fica.

Dezembro

Dezembro chegou.
O céu está tão cinza.
As noites mais enfeitadas,
São árvores e luzes coloridas,
É a brisa do verão,
A comida farta,
Momento de reflexão,
Que aconteceu de bom
E o que poderá acontecer ano que vem.

Dezembro chegou,
Quantos dezembros já passaram,
E quantos deles passarão?

Há aqueles que amam,
Há aqueles que odeiam...

A parte isso dezembro sempre passará,
Nossas memórias subjetivas
Dirão quanta esperança empenharão...

Que passe o dezembro,
Que venham outros...

Vejo que sempre nos distanciamos de tudo que amamos,
Mas como amamos muito,
Muitos outros dezembro virão.

Ordem em casa

A ordem na casa.
Cada coisa no seu devido lugar,
Livros na estante,
Cadeiras sob a mesa,
Travesseiros sobre a cama,
Plantas floridas em seus jarros.

A casa toda ordenada,
Mas onde me inserir  na casa?
Sou a desordem na ordem de minha casa.
Quanto mais ordem mais fria e vazia é a casa.

Como desfrutar de minha casa estando ela ordenada?

Esteja onde estiver, na cozinha, quarto ou sala
A casa, esse doce lar,
É uma verdadeira entropia.

As vezes fujo de casa,
Pois minha casa é solitária,
Vou para a desordem da areia da praia,
Andar entre ruas fatigadas de sujo...

Às vezes saio só para ter que voltar para casa...

A desordem da casa é a nossa desordem expressa.

Gosto de minha casa, minha rua, minha cidade,
Gosto de tudo que me envolve,
Amanhã sabe lá onde estarei
Ou se serei...

Minha casa,
Meu ser.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Efêmera flor de jasmim

Uma flor perfumada de jasmim,
Roubei-a de um muro duro.
Era uma flor branca e perfumada,
Ficava ali abeira da estrada,
No canto da rua, sobre o muro,
Fatigados os ramos do jasmim
Floriam flores brancas
Flores perfumadas,
Doces flores perfumadas,
Flores brancas de jasmim,
Duas flores desbotadas,
Já não são claras,
E nem perfumadas,
Como foi no dia que roubei-as para mim.
É preciso cuidar bem de jasmim,
Ter um jasmineiro inteiro,
Porque flores são tão efêmeras,
As flores nocturnas de jasmim.

Enquanto a noite passa

A noite estrelada,
A brisa fresca que cruza a janela,
O céu escuro pingado de estrelas.
O silêncio dentro de casa.
Só a luz acesa me faz companhia.
Só a luz clareia as capas dos livros.
Não quero fazer nada,
Pensar em nada,
Quero desfrutar do ócio.
Quero silêncio,
Quero ouvir o intimo do meu ser.
O coração a bater.
A ociosidade é provocadora.
Não me deixa quieto.
Vou a janela e curto a brisa.
Enquanto a noite passa.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Na vida passageiro

Há tanta coisa oculta a ser revelada,
Tantas palavras e frases lindas
A serem a serem expressadas, sentidas e vividas.
Nessa vida toda a ser vivida.

Quase sempre me surpreende as descobertas que tenho
vivendo, coisas sutis como uma palavra e seu significado,
Um sorriso primeiro, um riso constante... alegria e a amizade.

A amizade de graça,
Os restaurantes na cidade, novos lugares,
Novas pessoas, novas histórias,
Tanta coisa, tantos mistérios revelados
Que me fazem amar a vida.

Descobri o valor da família,
Casa paterna,
Da cidade natal,
Das nossas amizades colhidas a peso de ouro,
Que só continuam a crescer com o tempo,
Descobrir a importância de nosso esforço e empenho em nosso trabalho,

Descobrir valor da coisas mais simples como o cheiro da chuva,
A cor das folhas jovens nas árvores,
O doce das furtas maduras no pé,
Ver uma semente germinada,
Plantas floridas visitadas por abelhas, borboleta e beija-flores,
A brisa fresca de qualquer lugar,
O trabalho das formigas...

A prender a ver as coisas em seus universos,
Lesmas nos jardins,
Poemas nos livros,
Uma penela cheia de comida a ser servida,
Um olhar apimentado e apaixonado,

Um novo poeta, um novo poema,
Uma nova sinfonia,
O compromisso descompromissado por prazer, ler, ouvir, provar e gostar...

Tanta coisa boa me acompanha,
A família, o contato com a terra molhada,
O deitar da semente na cova, 
E acompanhar e cuidar das plantas
E colher os frutos,
E colher os frutos...
Quanta alegria me trás a chuva,
O cheiro do óleos de mameleiro...
Minha vida de sertanejo,
Minha vida de homem
Na vida passageiro.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A solidez da alma

A rua de rochas duras, fatigadas e sujas está sempre vazia.
Quando cruzo o portão, sinto uma proximidade do chão,
Sinto a solidez angulada das rochas cortadas e unidas pela argamassa
Nessa rua estagnada.
Às vezes molhadas da chuva, as vezes cinzentas do sol.
Estas rochas que antecedem minha existência nesta rua.
E que persistirá minha existência.
Mas minha existência quimérica
É uma existência livre onde posso ir e vir e não ficar fatigado.

A minha rua que não é minha,
É uma rua com muros cansados,
Sem cor, com lodo escuro da época da chuva,
O que salva são as plantas,
Uma Senna, um jambeiro, um jasmim...
Cicas atrás dos muros,
E pessoas ocultas,
Quantas pessoas ocultas nessa vizinhança vazia.

Eu

Eu
Às vezes não quero ser quem sou.
Queria ter uma concha para poder me ocultar em mim mesmo.
Queria ser uma rosa entre as rosas do jardim.
Uma estrela numa noite estrelada.

Às vezes enquanto caminho queria ser um paralelepípedo do calçamento,
Um grão de areia da praia.

E quando caio em mim que paradoxo,
Pois sou tudo isso para o outro.

Aquele ou aquela que cruza por mim e não me ver.

Na verdade sou oculto para o mundo.
E cotidianamente vou tomando consciência disto,
Embora meu ego muitas vezes seja mais inflado que a realidade que me cerca.

Eu

Tento ser aquilo que como,
Aquilo que ouço,
Aquilo que uso,
Aquilo que me impressiona.

Mas muitas vezes não sei quem sou.
Quero me conhecer e só vivendo descobrirei.
Viver é descobrir aquilo que somos, é tomar consciência da consciência
É  conhecer a se mesmo.

E conhecer a se mesmo muitas vezes,
E conhecer nossas fraquezas e nossos medos.

Eu quero viver todos os dias que me forem dados
Sendo sempre eu mesmo.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tudo novo

A noite de natal se aproxima e com ela o ano novo e com ambos novas esperanças.
Ruas vazias, luzes coloridas a piscar.
O ano correu,
A lua cheia apareceu tantas vezes,
Fazia tempo que não a acompanhava.
A vida vai seguindo,
Sem tom.

Evolução

Onde começa ou termina algo?
Algo pode ser tudo, inclusive nada.
A matéria e suas propriedades,
Aquilo que nos constitui,
Que um dia se dilui e se dissolve.
O que podemos compreender do todo?
Como podemos expressar?
Algo se inicia quando percebo,
E continua a crescer em mim,
Enquanto percebo tomo consciência
Desse algo que se faz ou se desfaz para mim.
Não entendo nem 10% do que vejo,
Do que sinto, do que é.
Minha tênue existência não é suficiente,
Então vamos viver o que nos é permitido,
E toda a evolução será produto da humanidade
E mais nada.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Cores do sem fim

O mundo,
A luz dourada da manhã,
Que desponta com a aurora,
E se desfaz em luz transparente,
O verde viridescente das flores,
Amarelo, azul e vermelho das flores,
A luz do sol que inunda nosso mundo
De cores e de energia.

Após o dia cai a treva noturna,
A existência que me antecede,
A razão que me constrói
E degenera com minha morte.



terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Consumir

Um chá pra acalmar,
Uma noite frouxa,
Após um dia inteiro,
Um dia que começa
Com uma oração,
Uma leitura,
Um pedaço de bolo,
E se desenrola entre uma conversa,
E o trabalho,
Entre uma aula e outra,
Entre o almoço,
E a tarde que passa
E a noite que chega,
Passam os dias,
As semanas,
E esperamos ansiosos por nosso capital,
Consumimos ansiosos
Nossas contas,
Sem percebermos que estamos consumindo
Nossas vidas.

Cartola

Cartola um gênio da música.
Viveu na cidade maravilhosa,
Entre pessoas de boa conversa,
Gente agradável pulverizada de alegria,
E felicidade intensa.
Tuas lindas canções,
Que horas se estaria inspirado?
Qual o local favorito para escrever?

Vá entender o gênio e a genialidade.
Suas obras nos cativam,
Nos conquistam pela beleza,
Pela melodia e pela singeleza.



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Esperança

A noite profunda,
O grilo cantando,
O corpo cansado.

O sono e a brisa chegando,
Tomando conta da alma,
A vida passando,
A esperança de tudo
Está melhorando.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

As vezes

Às vezes, nus pegamos estáticos olhando para o além, para o nada. Nós ficamos num estado estranho
 e sentimos uma sensação de está vivo, algo bom. Estamos ali ouvindo os sons distantes ocultos de nossos horizontes, sabe lá o que será! um pássaro? um ronco de motor? ou o burburinho de uma conversa algo externo ao nosso alcance ou o nosso ser.

A verdade que não entendemos tais sensações, talvez as cabras e as vacas que ruminam entendam estes momentos mais que nós. Esse momento de vácuo em nossas vidas.

Talvez estes momentos aconteçam porque somos imersos por uma avalanche de informações em que não conseguimos absorver nem cerca de  10% destas que acreditamos serem importantes à realização de nossos sonhos e nossos anseios. Nós nunca nos contentamos e queremos sempre mais.

Somos pressionados e se não estamos buscando absorver o mundo nos sentimos inúteis.
A ociosidade nos causa tédio. Não temos tempo de não pensar.

Dai nossos seres nos fazem viajar ir ao além. E quando não aguentamos a pressão buscamos forças superiores, adquirimos vícios, crenças ou até mesmo hábitos distintos.

Diante de nosso subjetivismo nos perdemos no caos do mundo. Talvez Pessoa tenha razão voltar a atenção seja a melhor solução.

Quem sabe!
Quem sabe o que é melhor para si é você mesmo.
Tudo vai acontecer de qualquer jeito.
Nossa vida vai passar de qualquer jeito.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sentido

Fim de ano,
Luzes de natal,
Pisca-pisca coloridos
Como doces de confetes,
Piscando noite a dentro.

A noite vazia,
Os sentimentos vazios.

Corrente elétrica,
Luz, brilho cor.

Está difícil encontrar um sentido.

Veríssimo

Há tanta gente com uma áurea um magnetismo que nos faz sentir bem em sua presença. Não sei como verbalizar, mas encontro nos textos que leio não muitas vezes uma sintonia muito intensa.
Quando leio Borges, Eliane Brum entre outros. Bom um escritor que me encanta é Luiz Fernando Veríssimo, bom não creio ser exclusividade minha. Veríssimo é um gênio da palavra que fala sobre coisas simples e coisas extremamente complexa com uma leveza invejável. Adoro abrir a página do estadão as quintas só para poder me deliciar com seus textos maravilhosos e cheios de humor, algo semelhante a garapa de cana caiana que nos lambuza e nos faz feliz por aquele momento. Acho que seus contos deveriam sair na segunda, mas ai talvez não fossem tão doce. Ele tem o tempo para relaxar e debulhar o melhor milho na quinta quando aguardo ansiosamente. Ah, como será que Veríssimo captou no universo sua maravilhosa forma de escrever?
Talvez um dia me seja revelada. Talvez nunca.
Não entendo dessas coisas da vida, do cosmos, apesar de tudo vou vivendo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Villa Lobos

Villa Lobos gênio da música erudita brasileira,
Quando te ouço tuas composições oh grande gênio,
Sou toda sensação de leveza e prazer.
As conchas de minhas orelhas se deleitam
Quanto te ouve...
Quanta beleza, quantos encantos, encrustou em suas melodias?
Eu que  nada sei de composição
Paro para ti contemplar.
Tua música brasileira me faz sentir e viver São Paulo.
Em cada estado do Brasil se encanta de uma forma contigo.
E a noite fica maravilhosa
Com tuas BACHIANAS...
Levo na alma o amor pelo Brasil
Por tua imensa e maravilhosa obra.
O grande mestre.

Espiral

Os anos que compõe minha vida são tijolos de uma grande construção.
Cada ano de minha vida é impar com resistência e fraqueza,
Que não se esfarinhe que não me faça ruína jovem.
A vida é tão curta para ser entendida,
A vida não deve sequer pretender ser entendida.
Quão efêmera é esta passagem.
Mesmo assim algo nos alimenta
E nos faz seguir adiante,
Há quem denomine essa força de Deus...
Sabe-se lá.
Pouco entendo uma sinfonia, mas sou apaixonado
Pela harmonia com que cada nota é soada por cada instrumento.
E assim o tempo passa
E assim tudo declina,
Um fim eterno nos consumirá
Ad eternum


segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Praça da Paz

Nossa praça é encravada
Entre a principal e o bairro habitacional,
Em seu entorno crescem prédios para bolsos ricos,
Nossa praça popular,
Anda tão apagada,
Paredes e pisos sem cor,
Quanto desamor,
Aquela praça tão habitada.
Com seus quiosques e suas árvores,
Arbustos de resendá que a enfeitam,
Mas que morrem de sede,
Com uma florada mirrada,
Pobre praça habitada.
Os ipes fazem sua parte,
Traçam em suas flore a mais perfeita arte de embelezar,
Beleza efêmera de flores zigomorfas,
Amanhã cápsulas e sementes aladas.
Os resendás companheiros das pistas de caminhada,
Com sede sem estrume morrem aos poucos.
Nossa praça abandonada,
De esgoto aberto,
Com seus moradores que aforam suas máguas
Na cachaça ou mais entorpecentes sabe-se lá.
Nossa praça mais habitada parece abandonada,
As paredes e pisos perdem as cores,
As máquinas estão se desfazendo,
Se acabando, mas a praça.
Mas essa praça precisa ser recuperada,
Ela que se encontra pichada...
Não espero que as crianças que ali correm e brincam
Sinta-se bem numa praça abandonada,
Saudosa a mim nova,
Doce praça da Paz.

domingo, 23 de novembro de 2014

A metafísica dominical

Uma manhã ensolarada de verão,
A poeira, folhas secas e a brisa.
O céu azul o mar com vasto horizonte,
Os coqueiros, o calor, a brisa e a água de coco.

Crianças, cães, adultos e idosos.

Ruas vazias,
Algo acontece pacientemente em todo lugar,
Cigarras a cantar.

O que é a existência?
Neste, cenário cravada em minha mente está absurda questão.
Não encontro uma resposta.
Que metafísica a me alucinar.

O que é a felicidade?
O que é responsabilidade?

Uma avalanche de perguntas me afoga a alma.

Vou até a janela olho as ruas, as árvores,  os telhados
E nada, absolutamente nada faz sentido
Além da ordem física da matéria
Com sua substância e sua forma muitas vezes amorfa
Sem identidade.

Encerrado em meu apartamento,
Encerrado em minhas obrigações,
Encerrado em minha moral,
Encarcerado na vida que escolhi.

Acendo um incenso,
Sindo o aroma doce se difundir pelos átrios do apartamento,
Solvo a fumaça branca que dança no ar,
Vejo a matérias mudar de estado frente a frente,
Como uma ampulheta a contar o tempo.

Escolho uma música e ouço
Quão doce melodia compôs Bach.

De repente uma tosse, um escarro,
E me desloco até o banheiro para escarrar,
Essa minha natureza humana.

Esta ordem desordenada do ser.

O que é consciência?
Confesso que não entendi nada do que falou Sartre sobre consciência no seu Ser e o Nada.

Às vezes minhas pretensões filosóficas são tão medíocres.

Fico sem entender nada do  nada.

Paixão e desejo e beleza e medo nos fazem escravos do mal viver.

Tento encontrar algo que me tire da ociosidade e sinto que todas as vezes que assim o faço
A sensação de ociosidade me sufoca ainda mais.

Eita ser complexo, nessas horas nem Borges me acalma.

Lembro de Pessoa e só assim acordo de meu sonho metafísico, 
Paulatinamente volto ao estado normal...

A vida trata-se de uma grande ilusão,

Quem sabe Platão não teria razão,
Somos seres loucos para voltar o mundo ideal, mundo da perfeição,
Angustiados por nossa existência...

Sabe-se lá.

A felicidade habita apenas a infância,
Depois... doce ilusão.

sábado, 22 de novembro de 2014

Algo

Por que o oculto nos encanta?
Desconhecemos o porquê, mas amamos tudo quanto é misterioso,
Talvez seja peculiar a nossa natureza animal.

Fernando Pessoa em sua obra mostra que não existe mistério
que as coisas são o que são, em seu poema Tabacaria deixa muito claro.

Meu amado Borges em sua maravilhosa obra muitas vezes
Nos faz pensar certas coisas como em muitos de seus contos
Estão presentes homens que se duelam até a morte.
Sinto que o mistério e a ousadia de querer conhecer
Como é a outra face uma suposta desexistência
Levam homens a duelar até a morte.

Não sei...
A vida muitas vezes é imbricada em suas próprias fases
como uma cebola em seus catafilos
Que vai se consumindo
E vai sumindo.

O que há além da infância, adolescência e as demais fases da vida?
Talvez tudo ou nada, experiência?

Esperamos sempre por algo a ser revelado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempo, Pensamento e Ser

É noite de verão,
Fim de novembro,
Apesar do vento fresco
Faz calor nos átrios do apartamento.
O céu está limpo,
Em sua imensidão e profundidade
Vemos estrelas rutilando,
Nuvens passam devagar,
Como o tempo.
Acendo o fogo e esquento a água
E faço um chá.
Aguardo a brisa esfriar
E vou tomando gole a gole,
Ouço os cães latirem ativos,
Ouço grilos catarem,
Ouço a brisa arrastar folhas secas,
Reduzo a luz ao apagar as duas lâmpadas
E penso.
Penso nas coisas da vida,
Penso no fim da vida,
Penso no pensar,
Penso na minha existência,
Nos sentidos que cada um encontra para viver,
Alguns tão nobre, outros tão pobres...
Cada um ver o mundo a sua maneira,
A maneira que mais te apetece ver.

Gole a gole tomo meu chá de boldo
Amargo como a vida é muitas vezes,
Mas o amargo muitas vezes é sadio,
Para atingirmos nossos objetivos,
Temos que viver cada dia
E completar as atividades que nos são dadas.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Monotonia

A água aquecendo mudando de estado e evaporando,
Bolhas borbulhando e o oxigênio saltando e a água sumindo,
Então quando a chama se apaga,
A água imerge o chá,
E a água incolor ganha as propriedades e o sabor da erva,
Enquanto isso eu estou entretido nos afazeres a serem feitos.
Enquanto o chá esfria e incorpora
A noite se passa,
Se passa sem que possa notar,
Os  momentos escoram de minhas mãos
E muitas vezes não tem como impedir que aconteça.

Paro, vou a janela olho para o mundo
Com minha palpebradas cansadas
Olho para o mundo
E vou tomando o chá sem pressa
Até que vou dormir.
E a noite continua,
E a vida continua.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tensão

A brisa noturna,
O som suave da radio Suíça,
Uma xícara de chá
Olhar o horizonte,
Contemplar de minha sacada
O horizonte que chega por tabela no mar,
E uma noite
Me ajudam a esquecer
Os maus momentos.
Bom amanhã estarei novo outra vez.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Inacabadas

Acho que minha leitura é torta
É feia como as coisas que manoconfeciono.
Como a gaiola que fiz cheia de nesga,
Como o caminhão de madeira que fiz,
Como o cabresto para jeque que me disseram nunca aprender.
Como tudo na vida que faço!

Acho que minha leitura é torta.
As vezes acho que leio meus sonhos.

A quanto tempo deixei de sonhar?

A quanto tempo tenho tentado viver meu ser.

Sei lá! Acho que a tortura de minha leitura
É uma tortura ingênua,
É uma tortura de garapa de cana
Fervendo no engenho,
Aquele caldo quente
Doce, mas difícil de se tomar,
Enjoativo!

Acho que as coisas que faço
São sempre inacabadas.

Deixei de sonhar faz tanto tempo,
Vivo a deriva,
Vivo a deriva.

Que busca a alma?

O calor chegou,
Chegou calado
Nem avisou as cigarras.
Eita que coisa danada.
Cadê a brisa invocada?

Cada recanto da casa
Tá quente.

Até parece triste.

Minha amarilidácea floresceu,
Flores lindas,
Flores azuis,
Como o calor
Do fogo do fogão.

Fogo quente,

O som de piano...

Memórias do Brasil central,
Do horizonte do Cerrado.

Ah, mais que alma forasteira essa minha,
Que alma vagabunda
Vive acolá,
Sempre,
Que buscará?

domingo, 16 de novembro de 2014

Seguir

E as tardes,
E os dias,
E os meses,
E os anos,
E os lugares,
E as pessoas se vão.

Tudo se vai,
Invernos
E verões,
As águas que escoram no inverno,
A poeira seca do verão...

E as gerações,
E o mundo é lato além de mim,
Além de você.

Estamos aqui por acaso.

sábado, 15 de novembro de 2014

Contra o tempo

A tarde cai,
O céu tingido de azul,
No escuro da copa da mangueira
Cantam guinés,
As luzes se acendem,
Luzes amarelas,
Luzes vermelhas,
E os pisca-pisca
Evidenciam a chegado do Natal.

Viva a vida,
Viva o fim que chega ao fim.

Tarde de sábado

A tarde de sábado
Se desfaz suavemente
E a noite cai paulatinamente,
O cansaço do corpo
E o alívio da alma me faz sentir bem.

As tardes de sábado tem sido tão solitárias.

As tardes geralmente são saudosas.

Lembro das tardes de Serrinha,
Tardes de Natal,
Tardes de São Paulo,
Tardes de Campinas,
Tardes de Londres,
Tardes de Brasília
E agora aqui tenho
Em João Pessoa todas as tardes de minha vida
Até o meu entardecer.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Adeus Manuel de Barros

Partiu,
Se encantou,
Ficou apenas o encanto,
Agora dorme na eternidade,
Oh! Manuel...
Oh! Manuel de Barros,

Deixastes uma grande obra,
As aves,
As árvores
E o Pantanal
Voltaram ao encanto
Que tu revelastes.

Adeus Manuel.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Cotidiano

Uma aurora,
Um sol que nasce,
E o céu violeta,
E as nuvens azuis,
E o verde viridescente dos coqueiros a acenar,
Manhã, manhã...

O primeiro olhar para o horizonte,
O despertar para a vida,
A primeira leitura,

Reflexão,

Uma xícara de chá,
E em seguida vem o dia de trabalho.

Estes últimos tempos
Tem me feito muito feliz
Com essa rotina
Que me faz sentir vivo,
Me sentir humano.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Declaração de amor oculta

Você partiu e não olhou para trás,
Como um fruto que se desprende de sua mãe árvore,
Desprendeu-se completamente de mim.
Você plantou suas sementes em outro lugar
Largando meu coração fértil ao leu,
E me deixou para trás,
Perdi-me de você até parece que faz uma eternidade.
Mas ainda sinto sua presença viva perto de mim.
Deixaste tanta coisa e mim,
Durante o curto tempo que existiu em minha presença.
Sim sinto sua ausência.
Cada dia se dilui meu amor por você,
Minha eterna estrela guia.

Antitese

A lua,





A rua e a noite,

Um observador da janela,

O vigia que apita longe como a lua,

O canto dos grilos,

A brisa que atravessa a janela,

A vida que passa,

O tempo que passa,

O sentido sem sentido,

Algo como a vida

Pode ser mais antitese?

Minha rua

A rua calma e vazia,
Alumiada pelo sol da manhã,
Jambeiros com folhas novas,
Estames rosa sob sua copa,
Pétalas amarelas de senna
Espalhadas pelo chão,
Sobre as rochas duras
Que já não dormem em sua matriz,
Um transeunte passa a pensar,
Na vida, no trabalho, na saúde
Ou sabe-se lá.
Dia a noite na rua Venâncio José.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Rede

O tempo que escoa de nossas vidas,
Escoa em calor e em vida.
Viver é morrer lentamente,
Sofrendo ou sendo feliz,
A vida se passa por um triz.

Vemos nossos dias se passarem,
Se escorrerem,
E vamos sendo e deixando de ser,
Vamos ganhando espaço e perdendo espaço,
A gente descobre o mundo
E depois se perde,
Se esquece,
E é assim nossa vida.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Adormecer

A noite,
O canto oculto do grilo,
O vôo do morcego,
O sono dos justos,
No poleiro dormem as galinhas,
Enquanto os cães vigiam os muros e suas propriedades,
A noite e a luz elétrica,
A noite e as mariposas,
A noite e as letras,
O cansaço de um dia justo,
A abreviação do cansaço,
Nem demais nem de menos,
Justo.
Cantam os grilos,
Sopra o vento,
Rutilam as estrelas,
E eu como uma semente,
Adormeço.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Chuva de prazeres

A lua cheia,
A brisa fresca,
Borges,
Mozart,
A casa vazia,
Silêncio,
Nada de celular,
Nada de internet,
O silêncio das palavras,
Só a mente pensando em silêncio,
A hora que passa,
O sono que chega,
Uma caneca de chá.
A noite se vai,
Vai tá cedo,
O tempo voa as vezes,
A vida voa as vezes,
Em Eclesiástico
Li hoje que a vida passa como um relâmpago.
Bem é mesmo,
É mesmo.
As vezes lembro de coisas hilárias que me contavam os amigos,
Por que a gente tem que crescer e ficar sério?

Bom então vamos curtir as coisas boas,
Porque discutir não vale a pena.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Esquina

A esquina esconde algo
Que quando dobro desaparece,
Da esquina posso ver dois ambientes,
Ah todos viventes
Dobram a esquina
E logo encontram outro horizonte,
As esquinas da idade,
Cruzei duas já.

Esta e ser

Algo tênue e místico nos faz sentir bem
Como uma música, uma paisagem, um sorriso.

Está bem é sentir felicidade em viver em ser.

Algo que nos impressiona e nos impulsiona
E nos faz acreditar na vida.

Não sei...

As vezes sinto minha loucura
Mais forte que minha sanidade.

Às vezes necessito expressar,
Às vezes preciso apenas viver,

Agora mais que nunca sei que tudo vai passar
E nada no universo será alterado,

Nossa existência é uma mera existência,
Portanto temos que nos fazer diferentes,
Importantes para os outros e para nós mesmos.

Fazer o bem e ser altruísta já o suficiente.
Amanhã quem sabe será o fim.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Busca

Viver é ser.
A vida nos ensina
Que só vivendo se aprende,
Só vivendo que se sabe quão breve ela é.
Tanto faz termos 10 quanto 90 anos,
Se o momento vivido é o mesmo,
Sai na vantagem quem viveu mais,
Pois sabe que nada é eterno,
Até mesmo a matéria, rochas
Se transforma, se acaba...
Na ingenuidade e na crença
Que o momento é eterno,
Ledo engano,
Há uma linha tênue entre o ser e o não ser
Que não cremos transpor,
Pois continuamos vivos,
Mas que a cada momento,
Pode ser o último.
Borges sabia,
Mozart sabia,
Gogh sabia...
E quantos não descobriram?
Quantos, como Pessoa, não anunciaram?
Quantos, como diversos livros bíblicos,
Não anunciaram,
Jesus se sacrificou,
Mesmo assim continuamos cegos.

Haveremos de encontrarmos o que buscamos,
Haveremos...
Geração após geração.

domingo, 2 de novembro de 2014

Domingo

O domingo começa preguiçoso,
Cresce bem gostoso,
E no almoço todo o gozo,
O sono da tarde,
E o fim que parte,
Preparos para uma segunda,
Tudo recomeça,
De novo...
Se a vida não passasse...
Os domingos são sempre assim,
Meio tristes ou descontentes,
Nos preparam para a segunda.

sábado, 1 de novembro de 2014

35 anos

Posso parar e pensar
Quantos caminhos e estradas passei,
Quantos lugares e pessoas conheci,
Quanta coisa eu vivi.
Lembro de poucas coisas, mas tenho memórias vivas,
Lembro que ainda era criança na escola (1988) quando meu primeiro ente querido se foi, meu avó Francisco.
Lembro bem do ano 1990 quando minha vida era plena em Serrinha do Canto,
Minha infância, minhas alegrias,
Boas safras de caju, o barro vermelho do parieiro,
As estradas de barro, nossas idas as casas de meus avós pelos caminhos de barro,
A água escorrendo, as jitiranas floridas, flores brancas e azuis.
Flores de jurema, de calumbi,
Flores de jasmim, por mim temida, associava a morte, por serem usadas para enfeitar os entes mortos.
Não se medo o amor das pessoas, mas se ver na dor da perca...
Eu vivi e vi a tristeza da seca no sertão,
Vi as pessoas venderem o que sobravam de coisas para sobreviver,
Vi a tristeza da pobreza, (1993), mesmo ano que perdi o meu avó.
Mas também vi a natureza a todos agraciar com água, pasto e belas colheitas (1994),
Vi o Brasil ser tetra (1994), no mesmo ano que perdemos o maior campeão de formula 1.
Em 1995, partiu minha avó Chiquinha.
Sofri ao querer passar num vestibular, tentei por três anos seguidos 1997, 1998, 1999.
E tive a felicidade de entrar na universidade no ano 2000...
Houve ai um divisor de águas, sair de casa, do calor e proteção paterna para aprender a viver,
Novas amizades, novas tristezas, novas problemáticas... 2000 foi um grande ano...
Em 2002 ganhei minha primeira sobrinha, foi muito estranho, Veio Giovana e no Ano seguinte Felipe. Nossa família aumentou, foi muito bom... engraçado como as pessoas surgem em nossa vida
E vieram as grandes conquistas, formatura, mestrado.
Após o mestrado mais uma grande mudança, pude conhecer e morar em São Paulo, tive um sonho realizado poder conviver com os taxonomistas tão falados por minha querida Iracema Loiola.
Conheci Rosângela, Inês... Amigas como Cíntia Vieira, Fátima Otaviana...,
Minha querida Sinhá (2007) partiu.
Veio minha terceira sobrinha Alessandra, ainda lembro no dia que ela nasceu, quando fui visita-la em Santo Amaro.
E em 2008 fui para o doutorado onde conheci uma das pessoas mais especiais em minha Vida Ana Paula Caetano ganhei uma nova família.
Comecei a colecionar livros e ler bons livros.
Bom e os anos passaram e com eles minha intolerância, minha rabugice,
Bom de 2008 a 2012 foram anos de bonança, com exceção das dificuldades de Mamãe com algumas doenças...
Em 2012 fui para Brasília onde morei numa grande solidão até 2013...
Desde então estou em João Pessoa...
E a vida vai passando.
São 35 anos completos...
Percorridos,
Felizes ou doidos,
São eles que compõe minha história.


Velho

 Acho que estou ficando velho. Ficar velho sempre parte de um referencial. Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, v...

Gogh

Gogh