quarta-feira, 27 de março de 2013

Sob a lua cheia "memórias"

Desde quando a lua me encanta

Já quando criança a lua me encantava. Morava num povoado pequeno sem eletricidade. As noites eram escuras alumiadas pela queima do querosene em lamparinas ou lâmpadas a gás. Todo mundo comprava aquelas latas de 18 litros de querosene e uma ou duas vezes na semana havia um ritual de alimentar as lamparinas com aquele líquido mágico. Lá ia papai ao armazém com as lamparinas carregar as lamparinas. Tínhamos que tomar banho antes do sol se pôr. Então, depois da janta, um fósforo acendia as lamparinas. Muitas vezes, saímos para as casas dos vizinhos para conversar e disparecer. Naquele tempo sabíamos conversar, narrar histórias, fazer as bocas de noite, não eramos meros telespectadores. Mas muitas vezes as histórias de adulto não eram tão interessantes. Gostava das histórias de caça e pesca, mas como papai nunca caçou ou pescou, quando a conversa estava ficando boa, nós íamos embora. Papai adorava viajar, e quase ninguém ali, conhecera São Paulo, Rio ou Salvador. Papai ficava em desvantagem.
Eis que uma vez por mês tínhamos a lua cheia. A nossa lua cheia nascia ou na terra de Chico de Vicente de Joana atrás do sítio de cajueiro e bem em cima de uma carnaubeira ou na terra de Zezinho de Luiz atrás de uma maloca antiga de coqueiros catolés. Ela surgia grande imperiosa, ofuscando o brilho das milhares de estrelas que brilhavam no nosso terreiro.
A lua era fornalha de cor forte no início, no entanto vai perdendo a intensidade da cor e fica mais clara. Logo que se estabilizava, depois do memento de contemplação, depois que chegávamos na casa de boca de noite ou depois que recebíamos as visitas a festa começava. Eram gritos de alegria na escolha das brincadeiras, a minha favorita era cai no poço, mas tínhamos muitas e uma noite alumiada pela lua e pelo tempo. "Como eram felizes aquelas noites". Passado o tempo, tomado o café, chegada a hora. As brincadeiras acabavam, nós cansados ficávamos quietos, cansados, e assim depois de um até amanhã, ou íamos dormir ou voltávamos para casa. Como era pequeno, papai muitas vezes me levava no tuntun, sobre os ombros. E voltava cansado, caminhando devagar. Papai resumia as conversas com a mamãe. Eu ouvia o que eles falava e contemplava a lua.
Sentia-me seguro no seio de minha família  e sob a lua cheia.

terça-feira, 26 de março de 2013

O brejo

A noite caiu enluarada,
no brejo grilos cantam e namoram.
O brejo é um lugar esquisito,
mas tem cada coisa bela,
quem não conhece as talaumas...
Enfim, os grilos cantavam,
faziam uma algazarra
na noite de luar...
Pirilampos piscam-piscam sem parar.
Mas sempre tem o sapo velho,
verrucoso e chato
que vive ali a muito tempo
e conhece muito daquele lugar
só reclama...
Reclama da luz da lua,
do canto dos grilos,
do frio do brejo...
Mas não sai de lá
ou porque não sabe onde ir
ou porque tem voz para falar
bicho para ouvir...
Cada um fala o que quer,
cada um ouve o que lhe parece melhor,
Se ofende quem a carapuça cai melhor.
O sapo, os grilos, o luar e o brejo
existem, até que um sapo
de duas pernas chegue lá
e devaste tudo em nome
de sua espécie...
Raça de hipócritas.

Tarde perfeita

Hoje a tarde foi linda.
Não existe nada mais lindo que uma tarde ensolarada bordada de nuvens. 
Chega a ser uma tarde perfeita.
A brisa sopra suave,
a natureza em silêncio,
a água do lago ondulando
com o sopro da brisa.
E a tarde se vai cheia de tons,
Vermelho, marrom, azul, cinza...
Avião nos céus.
Homens pescando e o parque vazio,
nem uma criança,
ninguém no parque!
Ah, que sossego.
E a noite vai caindo,
Caindo...
E a noite vai surgindo,
desponta no vasto horizonte,
prateada, suave lua...
E seus raios deitam-se
sobre as águas do lago,
feito um caminho lácteo
e a noite vem vindo.
Mariposa voa devagar,
com suas asas de seda...
E a tarde foi perfeita.

domingo, 24 de março de 2013

O telefonema

Sempre fui muito matuto e para nós matutos algumas coisas marcam em nossas vidas.
Ainda me lembro a primeira vez que usei um telefone. Para os dias de hoje parece ser um absurdo, mas eu vivi e me emocionei com isso. Uma ligação não era coisa banal, as cartas sim eram, comuns e banais.
Lembo que já estava no ensino médio, sétimo ano de hoje,  quando pela primeira vez falei ao telefone.
Ano de 1993 quando cursavas sétima série. 
Minha cidade natal, Serrinha dos Pintos, que a pouco tempo havia se emancipado da grande Martins, já não era apenas um distrito. Ali tínhamos apenas um poso telefônico onde todas as pessoas recebia ligações de seus parentes distantes.
No nosso caso, meu irmão mais velho que morava em São Paulo. Nossa família se correspondia através de cartas com ele. Então, quando o dinheiro de meu irmão sobrava pouco, ligava pra mamãe ou para o papai nos fins de semana, quando o posto telefônico, TELERN, estava cheio.
Havia ali um fuzué, mas todos se entendiam e falavam com seus filhos, maridos ou irmãos. 
Era assim ele ligava na semana e deixava o recado com a atendente, marcando o horário que desejava ligar para a mamãe, quase sempre era Lenísia nossa vizinha que trazia o recado. Então a mamãe que ficava muito feliz e no dia marcado lá ia ela, a pé ou de carona, nem tínhamos moto ainda. Era muito bom ver mamãe satisfeita, nós todos ficávamos felizes. 
Certo dia, era tarde, estava em aula quando alguém apareceu na janela, Corrinha de Tonheca, e falou que tinha alguém que queria falar comigo ao telefone. Senti um frio repentino na  barriga, e minhas pernas ficaram meio bambas. Nunca tinha falado ao telefone. Morria de medo e vergonha de falar no tal objeto. Então sai andando e depois corri. Chegando lá, peguei no telefone, daqueles antigos de disco, pus no ouvido: "Alô."
Era meu irmão, foi algo maravilhoso, fazia tanto tempo que não ouvia sua voz, acho que foi recíproco. Conversamos um pouco, ele falou que queria falar com mamãe no fim de semana. Depois voltei para a sala feliz. Nunca mais tive medo do telefone.
Coisas simples que marcaram minha vida no interior.

Dissolução do tempo

O tempo de nossa vida não dilata, mas ao contrário se contrai.
Quando eramos criança tínhamos a noção que os anos se arrastavam.
Queríamos tanto que o tempo passasse bem de pressa, pra que pudéssemos fazer muitas coisas que só um adulto poderia. A nossa falta de noção, nossa inexperiência e ingenuidade dava-nos esta falsa impressão, mas pelo menos a vida era amena. Já entendiamos das coisas.
Com do passar dos anos é comum que nós passemos a compreender a vida e sua ácida realidade.
Descobrimos que os nossos super-heróis não existem e nos frustramos e passamos por um processo contínuo de aprendizagem. Passamos a perceber que as coisas só acontecem em nossas vidas se fizermos acontecer e o tempo que tinha uma grande dimensão aos poucos vai se dissolvendo. E então aprendemos mais um pouco quando percebemos que para muitos entes queridos é chegada a hora de partir e sentimos a perda e sentimos a responsabilidade da vida.
Então descobrimos o amor e percebemos que cada minuto do lado da pessoa amada é quase nada,
o tempo se torna ínfimo.
E o tempo de dissolveu quase todo, pois precisamos administrá-lo entre nossas atividades intelectuais, amorosas e profissionais.
E ai o tempo vai passando e chegamos a "melhor idade" onde os nossos desejos já se foram, queremos apenas viver o tempo que nos resta.
A melhor idade é trágica, uma ácida e trágica peça em que o fim está próximo. Temos que ficarmos felizes por não nos tornamos reféns de nós mesmos. E o que pensamos nesta hora?
Que o fim está próximo.
Estamos maduros e experiente e nesta melhor fase temos que descer da viagem que é a vida
e o tempo acabou...
Que nos resta?
Quantas gerações não perceberam isto? Milhões, mesmo assim continuamos a ser uma espécie prepotente que se acha inteligente...
Nada mais orgânico para provar quanto somos animais indistintos das demais categorias...
Só porque construímos uma ideia de tempo e aprendemos a nos organizar e protelar nossa existência, nos eternizarmos por nossas obras. Somos diferentes?
Só o tempo calará e renderá nossos orgulhos.
E o tempo já se dissolveu...  

sábado, 23 de março de 2013

A noite

A noite é silenciosa e sombria.
Ela muitas vezes nos perturba,
nos faz sentir mais solitários,
e as vezes condensa tristeza
em nossos peitos.
Está sozinho às vezes é bom,
mas às vezes é péssimo.
Uma noite de sábado sozinho
é algo muito ruim...
A gente se sente abandonado
e desiludido.
O que pode melhorar
ou piorar?
Quase nada ou muita coisa.
Sabe-se lá.
Após o ocaso,
a solidão noturna
é tão sombria, densa e fria,
mas nosso consolo é que sempre passa,
sempre vai passar.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ser e viver

Ah, viver louca emoção,
há quem seja louco e tenha sonhos,
aos sonhos só restam trabalho e suor.
Esforço e labuta diária.
Assim é a vida, assim é viver...
Esta busca incessante, constante.
Algum dia valerá algo?
Sabe-se lá, mas que seria da vida
se não tivéssemos estas coisas?
Nada, nada, nada...

João Pessoa

Ah, o nordeste terra boa e quente.
São 6:30h e o sol já brilha a pelo menos uma hora.
Bem-ti-vis e pardais corrocheiam anunciando o dia.
O calor nos incomoda bastante.
Mas aqui tem muita gente alegre e vivideiras.
Gente que gosta das praias e dos sertões.
Gente amiga e pacata.
Como é bom visitar João Pessoa com suas matas conservadas.
Rubro-negra bandeira da Paraíba,
Casas caiadas, doces risos e gente prestativa
qualidades que nos faz esquecer o calor e os incomodos
faz todo mundo se sentir em casa.

quinta-feira, 21 de março de 2013

O destino

E um dia o fruto explodiu e liberou suas sementes distante da árvore mãe.
Uma semente caiu no sol e ficou ali exposta durante todo o verão, parecia que ia morrer,
mas quando caíram as chuvas foi a primeira a germinar e a desenvolver,
mas a pequena planta sofria com as estiagens, sofria com o verão, sofria com as adversidades.
E foi neste rítmo que cresceu, e suportou, hoje está uma árvore bonita...
Quem encontra sua sombra não imagina quanto tempo e sofrimento foram vividos pela bela árvore,
nem passa pela cabeça que ali o sol ardia dia a dia.
E assim aquele ser que foi semente, depois plântula... agora estava no seu auge
e sua vida descamba para o fim.

terça-feira, 19 de março de 2013

Passagem

O dia aqui nasce cedo,
O sol aparece muito antes das seis,
O calor é exagerado,
As ruas silenciosas.

Meu ser em efusão,
quase uma explosão,
ansioso aguardo o tempo passar
e o tempo se arrasta
e o tempo parece mais quente,
e a cabeça fica demente...

domingo, 17 de março de 2013

Medo x acaso

Diante do medo,
Quem sou? Valente ou covarde.
Não sei, tenho muito medo,
mas quero seguir em frente
e enfrentar os meus medos.
Pode ser que perca,
Sempre penso que vou perder,
O medo me tenta,
As vezes parece que vou perder,
Pois não confio em mim,
na verdade eu não confio
no acaso que pode me favorecer,
mas que pode me desfavorecer.
Não sei se sou valente,
mas acho que covarde também não creio ser.
Passamos por provações
e muitas vezes as reprovações são necessárias,
pois fazem parte do aprendizado.
Diante do medo se esconde o acaso,
que sobrevivamos a este acaso.
E os vencedores são os que
continuam a enfrentar seus medos
e não desanimar diante das surpresas do acaso.

sábado, 16 de março de 2013

Algo a dizer

O silêncio do meu quarto
e o silêncio de minha mente
São ensurdecedores.
Objetos estáticos.
Só as horas passam
e o que se passa em minha mente,
nada?
O calor frita minha mente,
preocupação e medo...
Até gostaria de sair para ver o mundo,
mas neste calor,
a inércia toma conta de mim.

Lar

Fecho a porta do meu quarto,
aqui é o meu pequeno universo.
Abro-lhes quando quero
e para quem desejo.
Entra, senta, toma um chá.
Aqui é o meu lugar agora,
amanhã sabe-se lá,
mas agora, fique a vontade.
A casa é sua.
Que as pessoas especiais
sejam sempre bem vindas ao meu lar.
Aqui tudo é simples,
mas o coração e a boa vontade são grandes.
Aqui deixo entrar a luz e o ar.
No momento final,
partirei e podem ocupar de tudo
deste átrio,
vai ver que não vou deixar nada,
além de objetos,
pois sou o meu pensar,
o meu falar,
meu querer,
mais nada.

sexta-feira, 15 de março de 2013

O leiteiro

Por que simplesmente acordamos tristes?
Há dias em que nada na vida está errado,
tudo está muito bem, mas nos sentimos tristes.
Esta tristeza seria um sentimento carregados
por todos ou por apenas algumas pessoas?
Nem toda beleza da vida nos anima,
nem as melhores coisas, nada.
Porque algo nos falta nos sentimos assim
incompletos.
Seria memórias de coisas que vivemos
guardadas em nosso inconsciente
que aflora e nos faz sentir-nos assim?


Um leiteiro,
todos os dias punha a cangaia na burra e com os caixões de litros de leite e saia para a cidade
para vender leite. Não se sabia se era feliz ou triste, pois ele sempre sorria. Sorria de sua condição ou de seu estado?
Era uma pessoa com dificuldades mentais, nem louco, nem normal. Era uma pessoa que possivelmente nunca casaria, pois tinha uma mente pueril. Não trabalhava na roça porque não tinha força e jeito com a foice e a enxada.
Por isso era o vendedor de leite...
Fazia atividades de menino: por água em casa, vender leite e pastorar o gado...
Era tímido e sempre sorria.
Havia nele alegria ou tristeza ou medo ou subordinação.
Desconhecia as letras e lia a natureza como ela de expressava. Ignorava a beleza das flores, a lealdade dos cães, os animais eram apenas animais.
Via no riso do leiteiro tristeza...
Será que roubei aquele sorriso triste para mim?
Será que somos capazes de introjetar estes sentimentos.

cada um

Amanhece, oculto pelas nuvens
o sol não aparece,
o silêncio da noite é quebrado
pelo canto das maritacas,
mas cadê os sabiás?
Só temos maritacas?
E o mundo vai revelando
as cores e as formas
suave, a manhã vai crescendo,
e o que devemos aguardar?
As flores da primavera,
um evento que nos faça
intensamente feliz?
Cada um tem uma forma
de ver o mundo,
cada um com sua subjetividade...

quarta-feira, 13 de março de 2013

Cair dos anos

Vida, breve vida,
assim percebem a que os anos já estão tarde.
Assim sabem quem muitas tardes e luas contemplaram.
Assim sabem aqueles que já amaram e se desiludiram.
Assim sabem os que cruzaram os cinquenta
ou aqueles que a vida maltratou desde cedo.
Quantos não passaram pela vida sem audácia.

Breve vida, vida,
Contemplai cada instante, mesmo que por um breve momento.
E o que hei de contemplar?
Ah, são tantas as coisas
e a vida é tão breve. 

A entrega

Depois da chuva já era tarde.
O calor sumiu, a tarde esfriou.
Depois da chuva o sol
nem apareceu,
o céu ficou coberto de nuvens
cor de azul e os raios que fugiam do sol
tingiam de vermelho o véu de nuvens.
No fim da tarde, após a chuva
são seis horas,
hora do anjo
e o dia se entrega a noite
e mais um dia partiu
nos braços frescos
de uma tarde fresca de chuva.

terça-feira, 12 de março de 2013

Eterno tempo

E o tempo passará como sempre passou,
o tempo passará, os dias e as noites,
mas não será como antes.

Depois de um dia vivido
carregaremos em nós algo
que pode ser eternizado, cristalizado...

Algumas coisas ficam assim
Memorizadas em nossa mente,
guardados e vem a tona,

A luz de algo carinhoso e bom...

E o tempo passará como sempre passou,
E o tempo sempre passará,
E o que guardaremos deste dia

Ou do dia que estará sempre presente
em nossa vida...
Não saberemos qual vai ser esse dia,

Todavia existirá.

Tarde primeiras horas

Meio dia,
O dia cai na tarde,
A manhã suave já passou.
A brise que agora passa
é brisa da tarde...
Aves em silêncio,
Folhas a bailar,
Até a flor descansa
o seu doce odor.
Agora é tarde,
Agora é tarde,
E numa tarde,
numa jovem tarde,
até a natureza relaxa e descansa.
Cochilam meninos,
adultos e idosos.
Nenhuma borboleta
voa perdida,
nada nada...
só um breve cochilo
alcalino,
mais nada.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Metamorfoses da vida

Acordar e ver o sol ou a chuva.
Sentir-se vivo.
Sentir a brisa da manhã
ou o calor do sol radiante.
Ver o vento abanar a copa das árvores,
a abelha visitar as flores.
Sentir o aroma de flor
ou do lixo que também existe.
Poder ir onde quiser por si.
Delicia-se de qualquer coisa
que mate a fome.
Cada segundo é raro,
cada segundo nos faz falta.
Viver tem que ser com prazer
ou com dor...
Viver é mais importante.
Mesmo que às vezes não valha a pena,
Tudo passa, hoje estamos vivos,
amanhã quem sabe?
Os campos elísios
estão cheios de magros,
sábios, leais... todos mortos.
Viver é um conjunto de possibilidades.
A cada manhã que vejo,
a cada manhã que vivo,
tudo pode mudar,
par bem ou para ruim.
Mas tudo muda a todo instante.

A tarde que passa


Mais uma tarde se foi em minha vida.
Esta tarde foi tão agradável e bela.
Quantas tardes já não se passaram,
praticamente uma eternidade de tardes.
Tardes como esta que se passaram
em puro silêncio.
Tardes como esta ensolarada,
sem um sopro de vento.
O lago era um largo espelho brando.
O céu azul desenhado por nuvens
suaves, oras azuis, oras brancas ou vermelhas.
Quantas tardes como está já não se passaram?
Quantas tardes adormeceram para a eternidade.
Olhos que contemplam podem não poderão contemplá-la
nunca mais, nunca mais.
Olhos que pela primeira a viu
terá uma vida pela frente para descobrir
os teus mistérios.
Vivo tentando entender a tarde,
tentado encontrar um pouco de mim nelas,
tentando ser um pouco parte dela.
Os pombos voltam de seus passeios,
papagaios voam aos casais.
E a tarde se desfaz,
E a tarde se desfaz. 
E minha vida, por um fio
o que me trás?
Só o criador saberá o que será do meu amanhã,
é ele quem sabe.

domingo, 10 de março de 2013

O bezerrinho

No curral nasceu um bezerrinho
que é todo vermelhinho,
Nasceu tão fragilzinho.
Todas as crianças do mundo
iriam adorar ver o bezerrinho
que após nascer
já se levantou,
em poucas horas
saiu correndo.
Na manhã seguinte,
quando o sol nasceu
o bezerrinho corria
pra lá e pra cá
de rabinho levantado,
berrava um berro de alegria.
Que alegria e vigor do bezerrinho.
O velho dono do curral
roupa suja, barba por fazer
sorri de alegria
cada bezerrinho que nasce
mais viva é sua esperança
e sua alegria no viver.

sábado, 9 de março de 2013

A barata angustida

Solitária na lixeira pensa a barata:
_ Quem sou eu? O que faço tem sentido para a minha vida?
Enquanto se alimenta do lixo a barata continua a pensar.
Sou uma barata, sou rica, vivo no meu mundo falto de alimento. Nunca me falta comida. Sou linda e maravilhosa, sei voar. Seria capaz de viver a uma gerra nuclear.
Tudo que faço é viver e ai está o sentido da vida. Viver.
A barata vivia sozinha, mas não sentia solidão...
Certo dia, enquanto chovia a lixeira virou jogando a barata para fora.
A lixeira foi arrastada para o rio.
A barata desamparada, logo buscou um abrigo até a chuva parar.
A barata se sentiu desamparada.
Quando parou a chuva, a barata saiu em busca de uma outra lixeira.
Não demorou muito encontrou uma lixeira.
Conseguiu entrar e uma surpresa ao entrar na lata haviam mais baratas. Estavam numa algazarra.
Sem graça a barata falou um oi.
As outras baratas a ignoraram e riram da barata.
Pela primeira a barata se sentiu ridícula, mas como não tinha para onde ir ficou ali mesmo.
Comeu do lixo e ficou só observado.
As outras baratas olhavam para ela com desprezo.
Até tentou conversar, mas não obteve atenção.
A barata se sentiu mal, feia e ridícula, mas precisava ficar ali ou achava que precisava.
Achou que poderia ser amiga das outras baratas.
Mas sempre era rejeitada.
As outras baratas se acostumaram com a barata, mas como ela sempre vivera sozinha, não sabia
como se portar, falava alto e o que pensava... Isto não era permitido...
Poxa barata por que não mandou elas se fuderem?
Mas não a barata ficou ali, aguentou até chegar o dia de ir embora.
Ficou ali para ver até onde suportava.
A vida nunca fora tão ingrata para a barata. Ela sentiu nojo de si, de tudo que pensava de quem era.
Então numa manhã de sol foi embora.
Encontrou uma lata de lixo sem baratas e foi viver sozinha.
Mas nunca mais foi feliz, pois ecoava em sua mente
as risadas e a recusa das outras baratas.
Então numa manhã de sol se atirou na calçada
e foi pisada pelo primeiro humano que passou.
Suicidou-se de tanta angustia.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dupla face

É tarde da noite. Saio da rodoviária do plano em direção a W3 Norte. Meu corpo está cansado. Vem a mente reflexões. Olho através da janela e nada percebo. Ninguém senta ao meu lado. Acho que tenho cara de mal mesmo, como alguns conhecidos dizem. Enfim, penso na vida, penso nas coisas que falo, penso no que sou. As ruas estão escuras e vazias... A certa altura da W3 vejo mulheres nas áreas escuras do setor comercial. Mulheres usando roupas curtas e sob a luz das áreas escondendo a face. Mulheres que vendem o corpo por necessidade. Há quem diga, mulher de vida fácil. Não sei por que falam isto. Uma pessoa que sai de casa a noite e se subordina a fazer sexo com qualquer pessoa por dinheiro, seja uma pessoa de vida fácil. Quem são elas? De onde elas veem? Por que se prostituem?
Junta todas estas questões em minha mente e ai não sei mais distinguir minhas ideias.
Vou dormir num caos...
E a noite segue, hoje a noite algo foi revelado, coisa nunca tinha visto.
As pessoas, as ruas e a cidade revela ter diversas faces. Conhece-las as vezes nos choca,
mas ao mesmo tempo nos ensina.


quinta-feira, 7 de março de 2013

O espelho

O que vejo quando olho no espelho?
Muitas vezes não vejo nada.
Muitas vezes uso o espelho, 
mas não me vejo ali...
Todavia tem dias que me vejo no espelho
vejo as marcas do tempo,
sulcos na pele, sulcos na pele,
barba feita ou crescida,
olho nos meus olhos
e nada vejo, perco até o timo,
as vezes me pergunto: Quem sou eu?
Não vejo os anos passarem,
parece que cruzei a infância e adolescência
sem perceber...
O espelho me faz cair em si,
por isso me vejo ou desprezo
minha imagem no espelho...

quarta-feira, 6 de março de 2013

Faróis... Só Jesus salva?

Há pessoas que sabem ver, perceber e viver no mundo. Creio que estas pessoas são faróis que guiam as pessoas por um caminho mais suave diante das dificuldades da vida. Certamente não sou uma destas pessoas, mas percebo pessoas que foram ou são assim.
Para mim, Borges que foi um bom escritor é um farol da literatura. Lineu um farol para a Taxonomia. Gandhi um farol para a Índia e para o mundo. Mozart um farol para a música.
Acho que estas assertivas são indiscutíveis. São clássicos que devemos conhecer, mas quem seria o nosso farol real vivo? Até conhecer alguns professores, não sei se teria um. Os ídolos da televisão ou cinema só divertem, mas o que me ensinam?
Além de meus pais, minhas mestres e orientadoras, Iracema Loiola e Ana Tozzi, ajudaram-me a me tornar quem sou, apararam muito minhas arestas. Diria que aprendi muito com os meus amigos
aprendi a viver melhor...
São tantos os amigos que estão demasiadamente distante...
Precisamos nos reconstruir e recriar tudo para não sermos esquecidos.
Com o tempo vamos perdendo a cor e nos tornamos invisíveis...
Queremos sempre tanto ter cor e não cair no esquecimento.
Os faróis podem serem visto a distância.
E se quisermos ser faróis o que faremos?
Há quem creia que estamos aqui para cumprir uma missão,
há os que creem que só viemos aqui por acaso e devemos viver.
Pois eu digo é sempre bom ter um farol, mesmo que seja tão popular como Jesus.
Pois o mais simples dos homens fala: -"Só Jesus salva".
Ah, Jesus é um dos maiores faróis.
Como pude esquecer o farol da religião.
Aquele que sempre esteve comigo e espero que continue,
pois é a memória mais viva de onde vim e o que eu sou...
Borges, creio que foi ele quem disse que a oração é herança que levamos para sempre
de nossos entes queridos.
Ele que sabia tanto falou isso... sábio farol...

Após a chuva

À tarde choveu. Após a chuva o mundo parece mais vazio. As pessoas não saem para caminhar ou curtir a tarde.
E foi isso que percebi na tarde de hoje.
Sai para caminhar com um guarda-chuva. Andava a passos lentos tentando perceber o mundo a minha volta. Olhava para as plantas, as pedras, os carros e para o céu procurando algum avião. Nada mais belo que aviões no ar. E fui caminhando enquanto a tarde caia.
O sol ressurgiu entre as nuvens e deu o último suspiro de luz.
Logo a noite foi caindo.
Enquanto voltava pra casa sentia o cheiro do mato molhado, o cheiro das Ipomoea alba, da palha do capim.
Senti tão só, mas muito feliz.
A passarela molhada, a noite chegando
e eu pensando na beleza da vida.
Coisas tão simples podem nos fazer tão felizes.
Coisas como caminhar numa tarde após a chuva.

terça-feira, 5 de março de 2013

Questões banais?

Hoje ao me deitar lembrei dos moradores de rua. Próximo a EMBRAPA há um grupo de moradores de rua composto por quatro pessoas. Montaram uma cabana sob os grandes eucaliptos.
Então penso o que fazem durante o dia? Onde depositam suas fezes? Como conseguem comida?
Como é viver sem tomar banho ou ter roupas limpas? 
Vejo sempre que há uma senhora, idosa, que aparenta ser mais velha que realmente é. Ela fica sentada, as vezes tem uma mais jovem. Já ouvi elas falando sobre não se meter com a vida dos outros. Ali mora também um senhor de barba, outro dia, um domingo, o vi mexendo no lixo de nosso prédio.
O vi sentado com olhar perdido a fumar um cigarro. Pensei: Que será que pensa?
Não sei, mas podia ser eu, podia ser um irmão, um amigo ou qualquer pessoa...
Este é apenas um retrato, um pequeno retrato,  pois as cidades estão cheias de pessoas na mesma situação ou pior, pessoas viciadas.
Gente que vive sua miséria calada.
Gente como eu, humana de carne e osso e pensamentos.
E o que fazemos para mudar?
Como dormimos sossegados?
Como queremos os melhores objetos e nos esquecemos das reais necessidades humanas.
Temos até medo de olhar no olho daquelas pessoas, parece que aquela realidade não nos afeta,
já é tão banal.
Eles falam, se organizam, mas não tem um norte.
Vivem perdidos, angustiados?
Sabe-se lá!
Nem sei o que fazer, nem por onde começar.

Passagem

O céu azul, o sol brilhando
E a manhã segue bela.
As aves buscam as matas
e cantam timidamente.
Hoje não há brisa
Apenas a luz do sol.
E muita gente com suas perspectivas.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Dissolver a alma

Segunda-feira depois de um longo dia de luta a tarde cai. 
É uma das lindas tardes que já vi. 
A brisa sopra frouxa e fresca.
Os eucaliptos faz sombra nas calçadas.
Saio para caminhar e vejo o lago Paranoá
Que está tão calmo. Suas águas
Mais parecem um grande espelho.
O céu estava tão azul com umas
Nuvens perdidas.
Os aviões se perdem em tamanha imensidão.
Aves voam de volta para seus pombeiros,
Voam um voo rápido e ágil.
É tão imensa a tarde
E tudo que ela alumia.
É tão pequeno meu ser,
São tão pequenos meus sonhos
Que se dissolvem nesta tarde tão bela.

sábado, 2 de março de 2013

Chove chuva

A noite caiu bem devagar e quente.
A chuva veio cantar em minha janela.
Chove chuva,
Chove chuva...
Chove chuva,

Vem e desperta em mim
memórias de alegria,
Vem chuva e me trás
Os sonhos que preciso sonhar,
E quando acordar
Que eu me sinta mais forte.

Estou feliz, com sua companhia chuva,
Estou feliz com a música de Dvorak,

Com os meus livros,
Com o meu autor favorito Borges...

Chove chuva,
Que a noite é bela
e não vai acabar de uma hora para outra,
Servirei-me de um chá,
E a noite sumirá no amanhecer.

Profunda noite

A noite já é profunda.
Quando é noite profunda 
E o movimento para,
As pessoas sozinhas
Em suas casas,
Consomem sua solidão
ou desfrutam da companhia
De quem ama...
Uns esperam,
Outros vivem
E a vida passa.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Ócio da noite

É noite.
Tudo em silêncio, exceto o ar condicionado do shopping vizinho.
O escuro da noite é quebrado pelas luzes frias da rua que ilumina com um verde escuro
a grama do jardim.
Através da janela nada de interessante para ver.
A quitinete vazia e silenciosa. Abro o computador, ponho pra tocar algo.
Faz calor, ligo o ventilador... e tento fazer coisas relacionada ao meu trabalho ou a estudo, mas não consigo. Não me concentro em nada. Parece que há algo me revelando que neste momento estou só.
Vou a estante olho meus livros, objetos e imagens... o ócio me consome.
Posso fazer mil coisas como ler, ver um filme ou fazer o que deveria fazer, mas me recuso
a fazer qualquer coisa. Pego o telefone e ligo, a conversa não me agada então desconverso e desligo.
E o dilema e a angústia me consome porque não faço o que devo fazer.
E a noite passa.

Paixão as palavras

Os livros por que lhes amo tanto?
O lugar onde cresci era o meu universo e tudo era tão imenso e havia tantos momentos de ociosidade o tempo se alongava tarde a fora. A noite via novela e o Jornal Nacional.
Quando a tarde caia, em minha casa, só restava dormir, sair para o mato ou não fazer nada. 
Então ficava ali na frente da casa na área olhando homens passarem a cavalo de jegue subindo e descendo com cargas de capim ou lenha. Uns apressados outros lentos, cada um a seu ritmo, gente passando com gado.
Então descobri as palavras e os livros que explicavam gramática, matemática, ciências entre tantas coisas. Descobri os livros não didáticos. Todos os nossos livros eram velhos e perfumados pelo tempo... Descobri um maravilhoso de Mahatma Gandhi, achei maravilhoso. Lia e relia as máximas que mais gostava. Li outro de Bruce Lee...
Lembro do primeiro romance que li o Cortiço de Aluízio Azevedo. Achei muito bom...
Aos poucos a leitura foi sendo inserida em minha vida, fui ocupando o ócio com textos, gostava de textos curtos... Depois vieram os romances. Praticamente lia tudo que caia em minhas mãos.
Aos poucos as coisas começaram a fazer sentido. Comecei então a me orientar por um universo paralelo ao que meus pais e os meus amigos diziam...
No início a leitura era apenas para matar o tempo, mas depois passou a ser o meu norte. Fui encontrando nos livros o alimento necessário ao meu bem estar. Aquelas histórias, instruções, questionamentos. Achava o máximo falar sobre os autores, sobre obras... Eu queria ser famoso como os escritores.
E foi assim que me tornei quem sou um eterno amante das palavras e dos livros

Coisinhas boas

Hoje a manhã amanheceu suave,
Nublada e leve.
Uma brisa fresca corre pelas ruas,
Faz balançar os ramos das árvores,
Os bambus parecem dançar.
As folhas esvoaçam
O cheiro do tempo,
das folhas e flores...
O tempo corre
E a vida segue...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Crianças egoístas

Ver criança brincar é uma graça. Vou sempre aos fins de tarde a academia de idosos do PIE. Lá fico curtindo a tarde, fazendo exercícios físico e observando as pessoas, os pais e as crianças, às vezes até cachorros. É muito engraçado ver como as crianças se comportam. Na verdade não sei se é engraçado. Porque na verdade as crianças são egoístas... Sim são... Hoje tinha um bando delas seis, nem vi os pais delas. Tinham entre cinco e sete anos. Três meninas eram as mais novas, uma loira e duas morenas... A loirinha era a bola da vez. Era ela quem escolhia a amiguinha. Então ela escolheu a mais serelepe de cabelos cacheados para ser sua amiguinha. A outra ficou excluída. Tadinha... A escolhida como amiguinha da loirinha ficou bulinando falando que ela não era amiga das duas... Para se proteger foi muito bonitinho a excluída tapou os ouvidos e saiu dali, no entanto ficava sempre rodeando... Que dó...
A escolhida tagarela falava alto para chamar atenção... que chata.
Tinha uma maior e dois meninos...
A maior era cortejada por Nicolas e Artur... Ela queria Nicolas o maior para brincar junto. Artur foi excluído... mas ele era mais forte e maior e sempre se sobre saia... e ficava perto da menina.
Até que apareceu uma menina magra e perguntou que serie Nicolas estudava, mas acho que só tava chamando a atenção de Artur... então os dois Artur e a menina de pernas finas foram brincar no balanço...
E as duas meninas continuaram excluindo a menininha.
Fui embora...
Crianças egoístas.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Essencial

Não te aborreças um só minuto a vida é curta demais para coisas pequenas. Ame a vida, seja pragmático ou seja teórico. Colha flores e enfeite sua casa, elas perfumam e embelezam tudo.
Gaste seu tempo com um pouco de arte, música e risos. Não sabemos o que nos reserva o amanhã.
Saia para caminhar, olhe para o mundo, para a aurora, para o dia ou para o fim da tarde.
Ame a lua ela te iluminará pela eternidade.
Muitas coisas não nos são reveladas sobre nós, melhor assim. Nos envolvemos tão fácil naquilo que nos diz respeito e nos enganamos, nos aborrecemos com coisas simples por puro capricho.
A vida passa como a brisa passa, como o dia passa. Depois que a vida passa nada fica.
Só uma ou outra lembrança que logo será apagada pelo tempo.
Pensar nisto faz bem.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Partiu

A vida é assim, um dia chega ao fim.
Passamos a maior de nosso tempo
numa busca, nem sabemos que procuramos,
mas continuamos nessa jornada.
Vivemos dias difíceis,
dias do ócio, dias de alegria,
dias de vitórias... Vivemos...
Mas um dia a vida chega ao fim.
Algo acontece conosco,
o tempo cai, o corpo aos poucos
segue a lei da entropia
e a vida se vai...
Se vai sem nos dar tempo para refletir.
Não que joguemos tudo para o alto,
mas busquemos mais a felicidade,
talvez seja isso que buscamos.
E quando a morte vem,
nada, absolutamente nada nos deixa levar.
Em um instante nossa alma
deixa nosso corpo...
E nada mais faz sentido.
Hoje, mais um partiu,
uma pessoa que conheci por toda
a minha existência.
É um parente, mais um que partiu...
Ontem dormiu bem,
e hoje seu corpo é só um corpo...
Deita e dorme a eternidade
Chico de Leão.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Decisões


Quando se vive só,
Sentimos viva nossa solidão.
Os átrios vazios da casa,
O telefone mudo...
O único barulho que ouvimos
é o motor da geladeira...
E a noite cai
e o dia vem,

A vida passa,
Não sabemos porque
escolhemos está só,
Talvez foi a vida que escolheu.

E vamos ficando cheios de manias.

A solidão nos impõe manias,
Meditações profundas
chegamos a beira da loucura.

Certas escolhas como a de viver
só, as vezes é o eco da loucura
nos dominando,

Num próximo dia quem sabe
não dominaremos nossas
decisões.

Chuva

A tarde quente se desfez
Quando uma nuvem
Desfiou uma suave chuva...

A dias que não chovia,
A poeira já sobia,
Então nesta tarde
que agradável,
ver a chuva chover.

A tarde ficou mais curta,
mais amena...

Ao vento

Hoje a tarde se revelou mais linda, mesmo estando nublado.
A finitude da vida povoa minhas ideias. Infelizmente penso muito nisto.
Enquanto caminhava recordava a casa de meus avós,
suas imagens, as visitas que lhes fazia. Tudo ali era simples e rústico.
Sem conforto algum... Corpos cansados da luta que é a vida.
Roupas velhas do cotidiano, com cheiro peculiar de seus corpos.
Cansaço e um horizonte próximo.
Vô José levantava, tomava café e sentava na frente da casa. 
Vô Sinhá ainda se mexia, fazia café, comida, mas a limpeza
da casa era feita por Nana ou Lera... Lentamente meus avós
materno foram cedendo suas atividades. A casa foi ficando
escura, mais vazia...
Estas ondas chegam a casa de meus pais
e na minha nem começou... Não tenho filhos ainda...
Mas já sou cheio de manias.
Pequenas coisas na minha tarde se tornaram grande,
ouvi que a vida é como um sonho
quanto mais a queremos, mais ela se vai...
Vejo minha vida com profundidade,
alguns que riam comigo
já dormem...
As vezes nossas esperanças parecem tão tênues.
Por que há pessoas que creem ser imortais?
Vitae breve...
E a tarde nublada foi muito excelente...

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Domingo

No domingo sempre acordamos indispostos, pelo menos pessoas normais. Saímos da cama mais tarde... Tomamos um café menos frugal e reservamos o ócio para nós mesmos. A inércia nos domina. Há quem goste de cozinhar, sair para pescar, bater uma bolinha, tomar uma cerveja, ou fazer um churrasco. Domingo é o nosso dia. Domingo é dia de missa, de culto a Deus, há aqueles do contrário que fazem o culto a Dionísio.
Bom, mas tem aqueles que trabalham nos domingos, ou tentam fazer para recuperar o tempo perdido ou para ganhar tempo...
Quanto a mim, já renunciei tantas vezes os domingos e continuo a renunciar... Estudar, corrigir artigo ou escrever um projeto.
Quem dera que o corpo entendesse tudo isso, pena que viva uma inércia. 
As formigas não tem essas coisas trabalham diariamente. Serão as formigas felizes?
Acho que sim, acho que a palavra felicidade é uma palavra que nos trás a reflexão sobre o seu significado... Felicidade; Eu sou feliz? E ai lá se foi nossa felicidade.
As formigas certamente são mais felizes que nós. Pensar nos leva ao ócio...
As abelhas também trabalham nos domingos, os cupins...
Somos mamíferos como vacas que levam o tempo a comer...
Ah, já entendi, há os homens bois que levam o tempo a comer. Opâ, homem boi não é uma boa frase, visto a conotação boi, "xifres"; talvez homens rezes fique melhor.
Há os homens leões, que saem a caça... Há os homens... bem é melhor deixar pra lá.
Que texto machista. E as mulheres...
Bom isto fica para outro domingo.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Tempo para si


É necessário um tempo para si, mesmo que seja um breve momento de contemplação e reflexão.
Contemplar uma paisagem, um jardim, uma flor, uma pintura ou alto que nos traga admiração. Em seguida refletir sobre a beleza, a ordem ou desordem, a combinação de formas e cores ou a arte. Contemplar e refletir é parte de nossas naturezas. No entanto o que fazemos quando o mundo contemporâneo em que vivemos nos arrebata, nos rouba atenção, nos tira o tempo e nos sufoca com tantas informações? Temos a internet e tempos a televisão canais que aparentemente nos revela o mundo. Temos que trabalhar para adquirir conforto, sucesso e tudo que a contemporaneidade nos alicia.
Somos seres que vive para o obter, para o poder consumir, nos sentimos felizes em poder comprar, em poder ir e vir, em poder conhecer de imediato... Coisas que o dinheiro pode comprar. Uma linda casa, equipamentos sofisticados, livros, roupas, sapatos... Imediatamente tempos a sensação de que estamos completos até percebemos que tem algo com mais função ou mais belo...
Na minha infância o desejo de ter, de consumir era o mesmo, queria todos os brinquedos, todos doces e roupas, queria ser o centro das atenções... Não nego isso, tinha em mim todos os desejos que as crianças de hoje tem... Se já existisse Macdonald em Serrinha, claro que eu queria Mac lances feliz...
O fato é que meus pais não tinham como dar o que almejava. Não era não e pronto.
Nosso sítio, era o maior universo que podia ter... Tinham árvores, no inverno ervas, animais e o ócio...
Que fazer com tardes longas, noites escuras? Fins de semana? Ocupava o meu tempo brincando de criar coisas, dissecar flores, girinos, caçar pássaros... A vida era longa. Sair para o mato, sentir o cheiro do mato, sentir a terra quente ou úmida... ou não fazer nada. Chegar para onde estavam os adultos conversar e ouvir as conversas. Ficava feliz em conhecer pessoas desconhecidas com outras histórias...
E a tarde contemplar o belo por do sol ou ouvir a chuva e nela banhar-se.
Mas a vida sempre segue, e apesar de bom, queremos mais. Desejamos poder ajudar nossos queridos com algo, poder presenteá-los e vê-los felizes.
Então imergimos nesta aventura que promete progresso e melhores dias e esquecemos de viver cada dia.
Não que almeje viver o que vivia, mas sei que mesmo naquela vida de privações havia algo de bom
e resgatar por meio de minhas reflexões aquelas coisas boas poderá me fazer bem e completo.
Hoje não nos dominamos, usamos remédios, fazemos terapias... Porque o mundo está muito desregrado, não sabemos dizer não a certas coisas. Um pai não sabe dizer não ao filho nem que seja para o seu bem... Não sabemos dizer não aos nossos desejos.
- Não, hoje não vou a loja.
- Não, hoje não vou a livraria.
- Hoje vou ao parque!
- Hoje não vou entrar no facebook!
- Meu Deus estou sem internet, como vou viver...
- Com o vou saber o que acontece com meus amigos, o que estarão fazendo?

Acho que tínhamos mais tempo para nossos amigos ou para nós mesmos.

Você tem tempo?

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mudar

Somos o que somos, mas podemos mudar.
Podemos mudar nossos pontos de vista,
nossas ideias sobre as coisas, nossa maneira
de agir. Mudar não significa ser fraco,
ao contrário significa abri-se para uma nova
perspectiva de vida.
Mudanças muitas vezes são necessárias
para um melhor convívio no mundo.
Aceitar a madeira do outro agir
é ser superior... Poucas coisas podes
fazer para mudar o outro,
se queres  mudar o outro por que não
tentas mudar a se mesmo...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Memórias de Barão

As memórias
Minhas memórias,
Tudo poderia ter sido melhor ou pior...
É certo que as coisas que vivo despertam em mim memórias adormecidas.
Agora mesmo vendo uma aula sobre Urticaceae, lembrei da rua José Martins em Barão Geraldo.
Logo que passamos o colégio objetivo em direção a fazenda, depois que cruza um riacho tem um pé de Boehmeria caudata e mais adiante tem um lugar onde as pessoas costumam por lixo e tem muitas Urera bacifera, sob ciprestes e uma grande Paineira ali é mais fresco. Era por ali que toda tarde passava de bicicleta, ou certas vezes passava pra Unicamp quando dormia na Kit da Ana...
E de que me servem estas memórias...
As vezes acho que são memórias de louco...
Sempre passava ali, classificando as plantas em ordens do APGIII...
Rosales, Malvales, Lamiales, Sapindales, Poales, Caryophylales, Fabales, Malpighiales,
Cucurbitales, Commelinales, Gentianales, Zingiberales, Asterales, Ericales, Dipsacales, Apiales...
Para que? Para que?
Boa tarde seu Antônio...Igrejinha, por do sol...
Malpighiales... que deliciosa Acerola...
O velho do caldo de cana sobre a Paineira... Acho que não vai com a minha cara...
O bar da esquina com música piegas...
Sexta-feira tem pastel do japonês simpático...
Magnoliales, Apiales...
Chego em casa, guardo a bicicleta, lancho e vou para o mundo de sofia... 

Bruma

Sentando na manhã,
o sol nascendo,
espero a bruma,
que vem e acarícia
as flores, e leva embora
folhas soltas.

Leve passa a bruma,
enquanto durmo
e quando acordo,
nem percebi sua passagem,

Bruma suave da manhã,
refrigera minha alma,
traz me a calma,
Que a vida é passageira.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cinzas da noite

A cinza da noite apaga as cores do diz,
O sol já partiu. Na natureza tudo é silêncio...
Suave uma brisa desfia do nascente,
Noite eterna noite...
Meus olhos se fecham e tudo é noite...
Assim é a morte? eterna noite,
Eterno sono profundo...
Hoje dormem pessoas que quando nasci
viviam, pessoa que tinha a lua como luz,
e palavras como conforto e melodia...

Quando a noite cai tudo está tão próximo,
Tudo é tão finito, sem luz, só lua e estrelas.

Quando temos flores, mariposas voam
sob suas asas suaves em busca de néctar,
mas em noites profundas de calor,
até a natureza se dobra diante da noite...

A noite passada, quase não dormi,
só para entender a noite
e sua face oculta, mas nada encontrei...

Noite

A noite eterna solitária
Quando cai a tardinha,
A natureza se recolhe,
As aves se aninham,
Os animais descansam.

A noite eterna solitária,
Sempre calma marca
O fim de mais um dia,
Algumas vezes fecha um ciclo,
outras é um dose desabrochar
um beijo de adolescente.

A noite quando cai enluarada,
toda a natureza pára
e observa a majestade
eterna da noite e da lua...

Os anos caem,
A juventude cai,
mas a noite é eterna,
nós morremos com os nossos corpos,
mas a natureza se recria
noite após noite...

A noite é eterna solitária
por ser eterna...
Por ver gerações contemplarem
e desaparecerem,
como vemos as flores
e nem percebemos
quão quimera são elas...

A noite nos faz dormir,
quiçá eternamente.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Vírus

Meu corpo quente feito chama
Me faz suar. Sinto calor, sinto dor,
Parece que minha alma quer
desencarnar.
Este vírus que me incomoda,
Sei que não me mata,
mas tira todas as minhas vontades.

Sinto um forte calor,
não consigo dormir,
minha garganta e meu nariz
estão incomodados,
minha garganta coça.

Vírus bendito,
viestes não sei de onde,
nem foi como me acometeu,
agora só me resta
paciência e descanso,
logo estarei bom,
logo tu passarás...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A mariposa

Na noite escura, oculta voa a mariposa. Que busca luz ou flores para saciar-se.
Voa, voa com suas leves asas, que batem sem parar. Leves asas que levam
noite adentro ao teu destino. A mariposa que suave voa, já foi pupa encantada,
que sofreu uma grande metamorfose, que se enterrou no solo e certa noite
como uma flor desabrocha, mariposeou.
Saiu de seu casulo bateu assas e voou, toda a noite.
Saiu beijando as flores e seguiu a luz de minha casa.
Lembro que acordei ouvindo o som do bater de suas asas...
Se debatia no escuro, não creio que via.
Acendi a luz e vi aquela linda mariposa
de escamas escuras, dorso veludo,
olhos brilhantes... Ela voou até a luz,
com suas asas leves voava, mas parecia flutuar no ar.
Tomei-a na mão, senti o veludo de de suas pernas,
suas asas descamarem em minhas mãos.
Segurei-a com uma mão, abri a janela.
Como eram belas suas antenas e veludosa sua textura.
Abri a mão e ela voou para o infinito de minha visão,
num instante sumiu na escuridão...
De onde veio e para onde foi aquele ser mágico?
Sabe-se lá...
E o que veio buscar em meu quarto escuro?
Nem chovia...
A noite mais uma vez mostrou-me um pouco de seus mistérios,
o voar da mariposa.

Mulher

Adorada e doce flor,
Sedes tu mulher,
Sedes tu como a terra,
Fecunda e terma,
O mais agraciado
De todos os seres,
Em teu seio é gerado a vida.
Em teu seio fecundo
Foi que fomos gerados,
E em teus braços fomos criados,
Dia e noite nos destes
Tua atenção e o teu carinho,
E é nos teus braços
Que encontramos conforto,
E é no teu seio
Que sentimos amor.
Mulher sedes flor,
Sedes tudo que precisamos,
Sem ti, nada somos,
Senão um ponto final
De nossa existência. 

Clima

O tempo está uma loucura. Depois de muita chuva, agora faz um calor em Brasília que tira todas as energias, triste de nós se não fosse o Lago Paranoá com seu espelho de água. Desde cedo faz calor até muito tarde... Espero que as chuvas voltem logo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Solidão

E o dia se vai, e a noite se vai...
Resta o silêncio, resta a solidão.
Há lugares que são solitários,
Sinta o sertão com sua imensidão.
As vezes a vida é assim
um desertão,
Quando alguém parte,
deixa saudades e solidão...

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Lago ondulando

No fim da tarde ventava,
As águas do lago agitadas
Ondulando, ondulando, ondulando.
O sol foi caindo devagar,
E as águas ondulando,
E uma nuvem em brasa ardendo
E a tarde se desfez majestosa,
E a tarde se desfez augusta.
Os biguás nadavam
E mergulhavam e voavam
Pareciam dançar no lago...
A lua apareceu pálida
e a noite se fez...
Até parece que as chuvas
Partiram, se foram,
Fez tanta luz, tanto calor,
Céu limpo e azul,
vento soprando
e o espelho do lago ondulando...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Tarde de calor

Caiu a tarde quente, nem uma chuva mais apareceu, está tudo secando.
Falta disposição pra fazer qualquer coisa, que preguiça...
É tarde de quarta-feira de cinza, só o que resta do carnaval.
Calor, indisposição e mais nada.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Sertão

O campo dourado de grama madura vasta paisagem.
O vento sopra suave ondula e leva o cheiro maduro da grama
para longe, para além do horizonte.
Riachos secando e aves voando para longe,
o sertão abandonando.
Os pássaros cantam felizes,
e a vida segue suave até um próximo inverno,
agora só restará o verão, solidão e cinzas
e a incerteza e dúvidas, ano que vem haverá chuvas?

O sertão é um mar de solidão.
Céu azul, nu, vazio de nuvens,
de noites escuras e estreladas,
de lua cor de leite...

Que ocupa o campo de grama?
Cinza, poeira e o vazio.
Mais nada. 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Tempos idos


O sol já foi mais belo no amanhecer. Hoje, a vida me ensinou muitas coisas que descoloriram e tiraram o doce de meus sonhos. Descobri a realidade e as outras faces das coisas. São poucas coisas que me despertam interesses. Isto é envelhecer?
Não sei, mas ao mesmo tempo que estou distante de meus entes queridos, criei uma carapaça ou uma forma de mimetisar a vida.
E as pessoas partem, e os mistérios das pessoas são revelados e as coisas perdem a complexidade e seus segredos, só me restam os livros, as músicas e as lembranças alheias que me servem para contar uma história a me convencer de minha história.
O sol já nasceu mais belo...
No carnavais, me assombravam os papangus de Martins. Hoje sei que eram pessoas fantasiadas,
como as datas perderam a graça. Com a partida dos amigos de meus pais, meus avós... Cresci
e as coisas tornaram-se reais.
Já não é doce a bala, continuam perfumadas as flores, sei como se chama as fulanas e ciclanas...
A aurora já foi mais bonita, mais prazerosas feito fins de semana com bolo de ovo.
Hoje, não restam mais nada dos tempos idos, apenas lembranças.
Mais nada.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Outros carnavais

O tempo passa tão depressa
que nossas perspectivas
se apagam junto com nossos sonhos.
É como se fossemos dunas
movidas pelo vento e pelo tempo.
Carnaval, em outros tempos
seguia para onde houvesse folia,
mas hoje, curto mesmo o feriado...
E o tempo passa tão depressa
e leva toda a graça,
toda a juventude,
Toda nossa coragem
e o que fica,
senão a experiência, 
mais nada...

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Aflito

O dia está muito bonito,
não sei porque me sinto aflito.
O sol brilha no céu,
nuvens somem e aparecem
mostrando o azul celeste.
Aves já relaxam o calor do meio dia.
Ainda assim me sinto aflito.
Uma amiga me falava que era frescura,
essas minhas aflições,
mas é uma sensação
de aperto no coração.
Nem o dia bonito,
nem os trabalhos a fazer,
nem os livros para ler,
me tira esta sensação...
Vai passar, antes que me consuma,
vai passar, logo a vida apruma.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Pela manhã.

Caminhando pela manhã depois de uma noite de descanso com a mente relaxada, posso sentir o pulsar de minha vida. Sinto o aroma fresco das ervas, das flores, dos frutos maduros, posso sentir o frescor da brisa da manhã. Eu vejo as cores revelando as formas das coisas. Eu sinto o pulsar de minha vida. Caminhando pela manhã, percebo quão bela é a vida. Pela manhã as abelhas visitam as flores, pessoas iniciam suas atividades e assim segue o dia...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Mesma manhã

Suave cai a manhã e com ela uma brisa corre acariciando as folhas e flores.
Sinto a manhã e a brisa que despertam em boas memórias da infância.
Na infância mal acordava e já tinha que sair andando no frio da manhã
sobre um jegue em busca do córrego em busca d'água e era lindo
ver os primeiros raios do sol desfiando no nascente e dourando o mundo,
se derramando e dando cores ao mundo. O barro poeirento e frio,
o cheiro de estrume seco. O desespero das ancoretas que fazavam
gotas. O acelerar do jegue. A escola logo em seguida. O encontro
com os meninos e os deveres da professora Lenita...
Hoje não mais aquela rotina, menos sonhos, mais realidade,
mas a manhã continua a mesma.  

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Quaresmeira

As quaresmeiras estão tão lindas floridas,
flores rosa e lilás.
Plantas pequenas, árvores enormes,
flores rosa e lilás.
São tão belas e delicadas suas flores,
pétalas, estames...
Enfeitas o mundo, oh quaresmeira...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Caminhar

Caminho com calma, como quem vive e gosta de viver.
Minha trajetória é longa e meu itinerário desconhecido.
Sigo sempre em frente desde o amanhecer ao anoitecer
e as vezes sigo noite adentro. As vezes perco a paciência,
mas a vida se encarrega de me trazer a calma.
Nessa longa caminhada, muitos companheiros seguiram
juntos, mas todos tomaram seus rumos.
E enquanto caminho sempre faço amizade
para não me sentir tão sozinho...
Quantos não chegaram ao seu itinerários,
vô José e vô Chico, vó Sinhá e vó Chica
e alguns amigos camaradas chegaram tão cedo.
A caminhada continua. O tempo tira nossas forças,
mas nos trás experiências...
As vezes penso nisto, não sei por que se só me resta caminhar...
Acho que aprendi com meus medos, melhor esquecer
e caminhar...
São muitos os faróis por onde quero passar
e seguir caminhando até chegar lá. 

Suave manhã

A manhã segue fresca, suave. Sentado, olhando através da janela vejo brisa suave acariciando as folhas de bambus. O solo vermelho úmido fresco abriga folhas secas de bambus e ervas.
Segue manhã sem nada. O mundo que se arrume, eu tenho que fazer minhas coisas, embora roube um pouco de meu tempo para observar a manhã e lembrar de manhãs suaves.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Noite

Noite

Noite escura estrelada.
Calma caiu a noite
escura como um breu.
Toda a profundidade do mundo
ficou tão próxima...
Estrelas no céu
e o que me certa
a noite apagou.
A luz se dissolveu
no escuro da noite.
Mariposas andam
seguindo odores,
morcegos seguindo,
e os gatos com seus
olhos fosforescentes.
Noite, noite, noite.
Em ti tantos encantos.
Luz bruxuleante de lamparina,
amarelo querosene.
Noite e mitos
mais nada.

Palmeiras


Copas pequenas crescem aos céus
feito estrelas verdes ou varas
de condão, caule retinho,
cresce sozinho lá para o céu.

Plantas simpáticas,
de flores amarelas,
são todas belas,

Palmeiras ou coqueiros
assim são chamadas
com folhas usadas
no artesanato
e em tantas coisas...

Palmeiras enfeitam as paisagens,
crescem tão belas.

Coqueiros, pupunhas,
catolés...
São todas tão belas
e brasileiras...

Flor amarela


Anemopaegma de flor amarela,
perfumada e muito bela.

Essa planta crescia
bem ali no meu quintal,

as flores amarelas,
as folhas verde escuro,

Quem diria,
que seria uma Anemopegma,
aquelas flores amarelas,

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O tempo apaga

Silencioso o tempo desbota tudo que existe. Tudo oxida, tudo passa, tudo se acaba. Toda a matéria viva.
Algumas coisas reagem ao tempo, veja a lua, veja o céu e veja o horizonte. Estes parecem ser eternos como o tempo.
Nós somos ínfimos interpretes destes universais.
Hoje somos jovens, amanhã adultos e depois idosos e depois dormiremos e assim a natureza segue ocultando tudo.
Quando volto a casa onde morei que já não é a mesma de muito tempo atrás. Sinto a falta de minhas energias e os meus sonhos, muitas coisas ganharam sentido e realidade e outras perderam sentido e ingenuidade... Nada do que me fazia feliz faz mais, brinquedos e doces... Hoje são marcas do passado.
As flores ganharam nomes e perderam seus mistérios.
O tempo nos leva para o universo de onde viemos o nada. Há quem descreia disso, mas respeito
e respeito a mim mesmo.
Com a vida tudo se fez e ganhou sentido e quando a vida partir
o que restará?
Só o silêncio do tempo, só o céu e a lua e o horizonte.

Na infância guinés e galos cantando e aves e poeira e chuva... Tanta coisa era bela e simples.
Coisas que o tempo e a distância apagaram. Pessoas que dormem e que viraram simples personagem de uma história que a muitos nem chegou a existir.

Mas o tempo vai apagar a tudo que damos sentido só vai restar a vida, o céu, a lua e o horizonte.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Lentamente

Sábado, fim de tarde.
As ruas, os estacionamentos
tudo está tão vazio.
O sol brilha no céu,
seus raios aos poucos
tornam-se tênues
e a tarde vai partindo.
Lentamente,
bem lentamente...

Ecos do passado

Hoje apenas o vento ecoa onde pessoas falavam felizes ou tristes, as matas apagaram os terreiros, chiqueiros e currais, o tempo fez em ruínas as casas, casas de farinha e engenhos; onde havia baixas de cana a seca transformou em árido lugar. O vento que sopra do norte agita os ramos secos das árvores, a velha grande cajaraneira comprova que ali vivia gente. Homens gastando suas forças nas roças, no trato com o mato, em suas roças de milho, feijão, gerimum, melancia, e mandioca. Sob a cajaraneira dormiam cães, galinhas e porcos, quando não se fazia um chiqueiro. Aquelas cajaraneiras fartas de frutos amarelos, acridoces. Nos arredores daquele lugar havia uma faxina que protegia as galinhas das galinhas das raposas e gaviões. Havia ali no baixo cana-caiana e um engenho de onde saiam doces rapaduras, mel e alfinim. Havia casas grandes de farinha de tijolos enormes, coxos e prensas de madeira de onde se extraia a goma e a farinha...
Hoje o que resta? Apenas ruínas e poucas memórias aos poucos as memórias se apagam ou adormecem  na grande passagem da vida.
Já não existem chamas de lamparinas, nem lenha, nem noite de breu...
Hoje a natureza apagou tudo.
Mas ainda carrego na memória a época em que as noites escuras eram iluminadas pela lua e pela lamparina. Época em que as flores mais belas eram as dos jardins.
Carrego na lembrança a alegria do cair das primeiras chuvas, plantar a roça no barro umido, ver a babugem crescendo, córregos escoando a água que sobrava do solo, as sabiás cantando do alto das aroeiras, a planta da mandioca.
Hoje árido torrão de terra que arde o calor do dia... As chuvas e o inverno voltarão, sempre se foram e voltaram como fazia a fauna... Amanhã quando voltarem chuvas será tudo diferente, não haverá mais força física, nem disposição para trabalhar, nem precisão. Nos mudamos, nos perdemos no mundo em busca de outras memórias...
Amanhã não restará nem memórias, ninguém sabe contar as histórias, todos se alienam frente a televisões, desvalorizam os pequenos valores...
Os tempos são outros, a geração é outra...
Que bom que restam estas miseras memórias que logo se apagarão no tempo.
Sem eco, sem tempo, sem nada, nem um romance será, nada mais.  

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Ruínas do tempo

Naquela casa  antiga não havia luz elétrica. As noites eram escuras. Apenas uma lamparina se acendia na sala, a cozinha, os quartos e o banheiro ficavam no escuro. Os sapos a noite saiam de seus buracos e vinham para o esgoto do banheiro ou para o banheiro para se refrescar e respirar melhor com suas peles rugosas.
Um lamparina velha com um pavio de algodão e querosene a queimar uma chama amarela e a soltar uma fumaça escura que se acabava no escuro da sala.
Os homens a contar causo e os meninos a correr ou se entretiam ouvindo as histórias.
Naquela casa antiga, metade taipa e metade alvenaria, com caibros de marmeleiros velhos e linhas de aroeira e telhas sem capricho no fazer abrigou meu avó José e minha avó Sinhá.

Quantos segredos não lhes foram confessados? Quantas coisas ali não foram vividas que o tempo ocultou e consumiu as pessoas e as coisas.

Hoje aquela casa é uma ruína. Aquela casa sempre foi rústica do começo ao fim...
Nela todos se sentiam aconchegados, homens e bichos...

Parece tão antiga, mas é tão jovens se comparado as rochas, e as terras que ali existem desde muito tempo...

O tempo consumiu tudo que parecia tão longo, mas foi curto...

Tempo...

Vô José não sabia que aroeira era Miracrodum urundeuva e isso é tecnologia?

A casa se foi, meu avó se foi...

E a casa e as lembranças e as saudades... tudo isso está em minhas memórias
e tudo isso foi já não é... e o mundo continua.

Meni

A lua é tão bela quando cheia
que revela os mistérios da noite.

Lua cheia que inunda
os vales com luz
espelhada do sol...

Lua singela,
noite bela,

Cantos de aves,
Cantos de grilos,
soa o vento,
canta a chuva...

Noite de lua
sem rua,

sem chuva.

O gado rumina,
sob a noite enluarada,
o cheiro frio das coisas.

Madrugada e dia,

Foi-se a lua,

É dia.

A realidade

O mundo é tão vasto, tão diverso e nos somos tão pequenos diante desta imensidão.
São tantos os mundos num só mundo. Cada vez que vivemos e viajamos
descobrimos um pouquinho mais de sua imensidão...
Coisas sutis como o cair da tarde se tornam pequenos, mas como somos
únicos e peculiares temos o nosso mundo e no nosso mundinho
coisas pequenas como o cair da tarde são tão amplos
e muitas vezes nem percebemos a beleza da vida que está em todos os lugares
até os mais ermos até lá há a realidade.
Realidade das montanhas, da neblina, da chuva, das matas, dos musgos,
das rochas nuas, do vento a agitar as folhas e flores...
Realidade das águas correntes,
Realidades da riqueza e da pobreza...
Coisas que só o mundo,
coisas que só a vida podem realizar.

Coisas que nem percebemos, mas que exitem
como as manhãs de inverno ou de verão
ou tardes de inverno ou de chuva...

As aves que aparecem depois vão para longe e desaparecem,
as lagartas e as borboletas...

Os peixes nadando...

As ondas da praia...

Conheço gente que nunca saiu de onde nasceu...

Quem conhece maior realidade
essa realidade que é o mundo...
Que é a vida...

As vezes a poesia nos fazem sentir isto,
as vezes a música.

E tudo se passa diante de nossos olhos,
sem que percebamos...

A vida passa, nos passamos...

Mas a realidade permanece,

mais nada.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Ouro Preto

Ouro Preto que linda terra
cidade sobre as serras.
Ouro preto das ladeiras,
dos antigos casarões.

Ouro Preto das igrejas belas,
onde as nuvens muitas vezes
escondem o Itacolomi.

Ouro Preto da UFOP,
do professor Badini...
Paraíso do João...

Cidade sobre 1500m de altitude,
nunca vi cidade assim,
Cheia de repúblicas,
de estudantes que sobem e descem
as ladeiras...

Cidade de festas e carnaval,
Cidade histórica

Ouro Preto...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Chuva é vida

Choveu em Serrinha. Após quase oito meses sem cair uma gota. Semana passada choveram 80 milímetros. Só que já passou precisão de água sabe o  quanto uma chuva é divina. Primeiro há o drama da seca, os animais passam fome e sede, a água fica muito escassa, a vegetação é reduzida a cinza e pó de verde só se ver palma, a natureza parece dormir. Os carros quando passam levantam a poeira latente nas estradas. Então a chuva é um ato divino que lava e enxuga todos os males da seca. Assim como muitos nordestinos já vivi este problema e compartilhei desta felicidade... Chuvas escassas... Quando a chuva cai temos no dia seguinte tudo modificado. Os troncos cinzas ganham cor, saem da latência. O solo úmido e frio apalpa nossos pés. As aves começam a cantar e em poucos dias a rama das árvores e a babugem no solo tingem de verde a paisagem da caatinga.
Época de chuva é o inverno e a seca o verão...
Vivemos lá porque conhecemos, porque ali nascemos como arbustos adaptados.
Vidas nascem e morrem e o sertão continua o mesmo ad eternum.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cair da tarde

Enquanto a tarde cai,
desfia do céu uma suave chuva.
Então o som da maritaca longe,
o som dos pássaros
e das biqueiras
dão um tom tão agradável.
E a tarde cai suavemente...
Sem vento,
sem calor,
pacientemente cai.

Vazio

O vazio ecoa em minha mente e provoca em mim a sensação de solidão. As vezes sinto que o vazio me deixa contente e as vezes me deixa triste.
Busco encontrar o que nem imagino... o acaso que geri o mundo.
Minha mente é povoada pelas coisas que devo fazer, mas fico procrastinando.
Pensando no vazio... Por que sou assim?
Não sei dizer.
Flore são só uma parte de uma planta. Exuberantes ou não são apenas flores.
Cada coisa tem a sua essência.
Mas o que é uma essência?
Tento responder quem sou e assim quem sabe responderei o que é uma essência...

Manhã pluviosa

Calma e úmida nasce a manhã.
O sol nem apareceu.
O céu está coberta por nuvens chorosas.
As árvores gotejam e parecem
chamar a água condensada nas nuvens.
Verdes gramas, rufus barro úmido.
Caminho pela calçada olhando
o mundo. Eu observo as ervas,
as aves, as árvores e tudo isso
cai no vazio de meus pensamentos.
Não o vento não apareceu,
mas a manhã continua fresca,
doce e suave...
Ah, como é boa a chuva,
Como é bom o inverno
de manhã pluviosas.
E assim vamos atravessando
mais uma estação.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Árido Sertão

Ah, sertão, sertão, sertão...
Fostes vazio, oh, sertão
Sedes quente, sedes árido
mas já sedes vazio.

Sertão, árido sertão,
Quem em ti habita,
são teus filhos,
São teus filhos,
de cor tingida pelo sol.
São tua geração,
de prole vinda de longe,
para te ocupar, o sertão...

Mas a ti árido sertão,
viver não é para os fracos,
é preciso fé,
é preciso ser teu filho,

Só quem ama o cinza
das plantas retorcidas,
só quem ama as plantas armadas,

só quem em ti viveu cada estação,
habita em ti,
habita em ti
Árido sertão

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Saudades

Saudades da rua Felizberto Brolezze onde morei, em Campinas, por quatro adoráveis anos. Aquela rua pacata onde só passava os ônibus 25 e 26 a cada meia hora. Rua em que cumprimentava a vizinhança, a esposa de seu Cláudio que acordava cedo para varrer as folhas da sibipiruna, a senhora enfermeira que chegava do trabalho, a mulher gordinha que saia de moto... Saudades da minha acacia de flores amarelas, da magnólia de flores amarelas e odor doce, dos pássaros que vinham comer a frutas que ofertava sobre o muro, das plantas que nasciam no muro, minha querida Dichorisandra, minha nefrolepsis...
Saudades das calçadas velhas, das murraias, dos ficos da praça, do cachorro quente servido com purê de batata vendidos pelo Mineiro em frente ao ex-superbarão.
Saudades da Unicamp, dos Joões, do Tamashiro, da cabeção... esse povo sumiu ou eu sumi...
Ruas, gente, plantas, gente...
O estilo de Campinas, nem acredito que logo fará um ano que sai de lá... Parece que foi ontem...
Por isso saudades, saudades e saudades.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Viagem ao pensamento

A sala vazia,
o silêncio da manhã...
Aqui há um marasmo,
mas em outros lugares do mundo,
em outros lugares
muitas coisas acontecem.
Coisas boas e coisas ruins.
Enquanto aqui tá frio
e choveu a semana toda,
no nordeste está quente
faz tempo que não chove
a vida segue ardente.
Coisas acontecem além
do nosso redor,
coisas e pessoas muito interessantes
impressionam outras pessoas.
E a vida segue
e o mundo segue
com ou sem nós.
Somos um grão de areia sobre
ou sob a duna...
Nada mais.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Depois da chuva

E a chuva abriu a manhã.
Foi uma chuvinha.
Quase uma neblia
que caia fora de minha
janela.
Acordei, abri a cortina
e vi os pingos pingando.
Dizendo para eu dormir,
dizendo que minha cama
me chamava para seu aconchego.
Mas ai, o trabalho
falou mais alto.
A chuva só passou
a tarde.
Foi uma tarde tão bela.
O lago estava lotado
de pessoas
que aproveitava que a chuva
havia partido.
Gente pescando, gente brincando,
gente se exercitando,
gente namorando...
Como é bom
uma tarde depois da chuva,
depois do trabalho...
E volta-se para casa
feliz aguardando
a noite e suas peripecias.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Minha mente

Posso está longe muito longe, fisicamente longe,
mas a minha mente está sempre presente,
minha mente sempre me mostra um caminho,
neste labirinto que é a vida.
Posso está cansado,
derrotado, triste, vencido,
minha mente contem a essência
de que sou feito.
Minha mente  me mostra que é
a energia que faz tudo gerir...
Energia, suor e trabalho...
Onde quer que eu vá,
ainda que seja muito longe
a natureza se encarrega de me trazer
a realidade...
Minha mente fonte de ideias
berço de significado de minha existência
por mais curta que seja.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Seguir adiante

Hoje olho para trás e o que vejo?
Vejo um passado subjetivo longo,
mas não passa de poucos anos,
Vividos, bem vividos.
Cada dia vivido adocicado de felicidade,
amargurado de tristezas...
Eu vivi tudo intensamente ou não tão intensamente.
Vivi cada momento de minha vida.
Eu fiz de cada momento uma luta,
a qual venho travando cotidianamente,
as vezes abaixo a cabeça, mas é só para
a reflexão...
Tento aprender com os grandes mestres
através de minhas silenciosas leituras...
Sou um eterno lutador
e a vida é minha divina mestra.
Temo muito a morte,
como temo a morte,
porque temo a dor,
e a morte sempre é sinônimo de dor,
de partida...
Por isso mesmo odeio despedidas,
ainda mais aquelas eternas...
E faço de cada momento
um raio de esperança...
O tempo marca minha face,
meu corpo, mas mesmo assim
sigo feliz ou triste.
Leio o que acho que me faz bem
e o que acham que devo saber...
Seguir a vida adiante,
sempre...
A vida é uma luta perdida,
mas é assim mesmo uma 
dádiva do existir, do ser
e mais nada.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Peltophorum

Não vejo mais os grandes guapuruvus de Campinas
nas praças, nas ruas ou parques.
Quando vejo é um ou outro perdido, mirrado...
Saudades dos grandes guapuruvus de Campinas.
Também nem época de guapuruvu florir.
É sim época dos majestosos Peltophorum
que floriam ali do lado da moradia,
em frente ao ex-superbarão...
Mudei, se fui... Hoje nada de volta de bicicleta.
Nem seu Antônio curtindo o resto de tarde.
Brasília dos grandes Peltophorum.
Estão todos floridos
nas praças, nas ruas,
nos canteiros das empresas.
De longe vemos copas brasileiras,
copas amarelas, lindas.
da vontade de viver pra ver
tanta beleza, de manhã e a tarde,
nesses dias reinam singelas
árvores em Brasília
de horizontes largos
e flora bela...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O Sol

O sol nasceu, parecia rir.
Sua luz jubilar
inundou toda a terra,
os vales, os campos,
os mares e montanhas.
Se fazia calor ou frio não sei.
Só sei que o sol
quando apareceu
revelou todas as formas,
todas as cores,
e me fez conhecer
a vida e a matéria.
Não sei qual era a estação,
mas quando o sol nasceu,
foi coroado pela aurora,
que tingiu de um vermelho
augusto todo o céu para que
seu nascimento
fosse um evento.
A noite se afastou
a noite apagou
as estrelas e a lua,
e o sol reinou até o ocaso
e depois se cobriu
com o manto de Nix,
e assim o fez
por todas as gerações,
já vivas
e ainda se revela supremo,
e se revelará
por todos os tempos.
Amo o sol,
fonte geradora de toda a vida,
Amo as águas,
e tudo que me faz ser quem sou,
um ser que busca felicidade,
mais nada.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Primeiro dia de 2013

A noite de ontem
Na noite de ontem ainda era 2012,
na noite de ontem haviam 364
dias, quase um ano passado,
mas na manhã de hoje,
todo 2012 é passado.
Na manhã de hoje se inicia
2013.
Antigamente, nossa, tinha tantas esperanças.
Tantas esperanças...
O primeiro dia de aulas,
os problemas não eram meus
eram de meus pais...
Esperávamos as chuvas,
a babugem crescer,
as cebolas-brabas
cresciam e floresciam nos campos limpos.
Ontem tinha memorias do ano velho,
continuo tendo memorias velhas...
As memórias são sempre passado.
Bem já que é assim devemos cultivar
as boas memórias e deletar as ruins.
Devemos ser como o primeiro dia do ano
impares.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Ano, estações e vida

Estações.

Fim de ano,
agora é verão,
sol quente, chuva forte.
Agora é verão.
Dezembro, último mês do ano.
Ano que parece longo,
mas passou tão rápido.
Penúltimo dia!
Nossa alma se enche de emoção.
Vitórias ou derrotas logo mais serão superadas,
após a meia noite de depois de amanhã,
recomeçamos tudo novamente...
Logo passará o verão,
virá o outono, a primavera
e o inverno.
No ano quantas coisas não acontecem,
quantos se vão, quantos não nascem.
Precisamos de esperança e fé,
para superar as adversidades
da vida 
e cultivar diversas belezas.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

NATAL

Noite de NATAL.
Ruas escuras!
Garotos soltando bombas,
pisca-pisca,
perniu e peru...
Noite de natal,
luzes coloridas,
Pena Branca...
Noite de natal
de 2012.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Espelho do lago

Hoje a tarde estava tão quente.
O sol brilhava intensamente.
As águas do lago estavam calmas,
paradas.
As águas do lago formavam
um espelho de tão parada.
O céu estava azul.
As plantas não estavam floridas,
estavam verdes.
Nada aconteceu demais,
foi uma tarde agradável,
foi uma tarde excelente,
tarde de sol.
A noite caiu limpa
e escura.
Estrelas brilhavam
no céu.
Estrelas de natal,
noite de natal...
Os últimos dias do ano
se desfazem,
desfecham...
E lá se foi mais uma tarde,
uma noite de dezembro,
de minha vida...
Ao menos vi mais uma vez
o lago espelhado,
mais nada.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Monotonia

As ruas ficam vazias
nos feriados e fins de semana.
Nada passa, nem mesmo um vento...
O tempo passa,
e tinge de cinza
tudo que há na vista...
O tempo se encarrega de apagar tudo.
Ruas vazias...
Que são as ruas sem as pessoas,
que são as pessoas
sem os dias?
Talvez tudo se esvazia
a vida vira uma monotonia...

sábado, 15 de dezembro de 2012

A natureza

Nunca pensei, não gosto muito de pensar. 
A vida toma de conta do meu ser.
Pensar!
Vivi sempre o mundo,
as coisas, as plantas floridas ou não,
as rochas, os objetos e a arte neles impressa!

Pensar, quem pensa quando apenas vive...

Viver o presente, sentir as coisas...
Sentir o calor ou o frio de cada lugar,
olhar o capricho da natureza
e de admirar.
Se admirar com a beleza da flor,
com a leveza e a beleza da borboleta
e do beija-flor
que cultiva as flores
por um pouco de mel.

A natureza é tão perfeita.
A vida é tão cruel
e nós imersos na vida,
imitamos a natureza
na pela beleza,
e nos apegamos
ao belo artificial
e destruímos o real pelo
artificial...

Tigres enjaulados.

Nossos filhos,
nossos netos,
quem sabe só reconhecerão
a natureza e sua beleza através de imagens,
nada real...

Casa, carro, rio seco,
mata devastada...
Soja, gado, mais nada.

Não gosto de pensar,
pois quando penso em nosso futuro,
penso que tudo que vivi
e existiu não existirá mais.

Cadê o preá? Cadê as lendas de onça em Serrinha dos Pintos,
o velho alto do Barroso, devorado por uma onça...

Mitos, nem nos trazem mais risos.

O meu mundo era tão pequeno,
mas tão grande, cheio de imaginação...

Desvendei o mundo real
e descobri a realidade...

A arte humana que humaniza,
A técnica humana que desumaniza,
desnaturaliza...

Pensar!

Gosto de comer livros,
e nem isso posso fazer,
tenho que tentar ser o melhor,
mas ser o melhor não significa nada,
não diz nada...

E enquanto isso, ficamos mais glutões
e natureza mais estiolada.



Cada segundo

Como o mundo mudou! ou serei que estou ficando velho?
Adoro caminhar na beira do lago Paranoá. Quase todas as tardes estou eu lá malhando na academia que meu amigo insiste que não é academia. Adoro sair para caminhar e ver as águas do lago, as aves voando, um ou outro avião, ver as pessoas pescando, as vezes noivas sendo fotografadas
e muitas crianças. Elas, as crianças são tão felizes! tempo melhor na vida não há, usam todos os equipamentos da academia, pulam, correm... E o mais interessante! As crianças, as vezes com dois anos não podem ver uma câmera que já fazem pose! Meu Deus sou um bicho do mato! Quando tinha 6 anos tirei minha primeira foto e foi um evento em minha vida! tive que tomar banho, vestir a roupinha que minha madrinha me deu! E hoje as crianças posam rindo, fazendo pose e tudo mais.
Fico me acabando de rir por dentro... Como o tempo muda, como as gerações mudaram em pouco tempo!
Ainda bem que tem o lago para caminhar e pensar na vida, ver quantas coisas acontecem
sob o nosso nariz.
O mundo mudou mesmo e estou ficando velho,
apesar de tudo a vida vale a pena a cada segundo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

12-12-2012

O tempo faz curvas
como o vento.
O vento passa
como o tempo,
mas o vento acaricia
as coisas e o tempo
desgasta as coisas.
O tempo passa sem parar,
a vida é consumida
a todo instante pelo tempo.
Hoje dia 12-12-2012,
quanto tempo passou,
quando tempo passou
e quem eu sou?
Ah, a vida é um grande
aprendizado,
mais nada!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Divino

O que nos prova a existência do divino?
Acho que o céu azul,
a chuva chovendo,
o vento ventando,
as flores cheias de cores desabrochando,
as flores florindo,
o rio correndo,
as aves cantando,
estrelas brilhando,
a vinda surgindo e partindo...
Tudo prova a existência
do divino...
Mesmo que tentem dar outro nome,
tudo é tão belo para
surgir do acaso e do tempo...

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Pedro nasceu

Dias de felicidade!
Hoje nasceu mais um ser,
hoje Pedro aqui veio viver,
Veio pra uma família feliz e unida,
em ceia de natal reunida,
vamos celebrar sua vida,
A muito que esperávamos sua vinda.
E hoje quando nasceu,
quando tudo correu em paz,
Aleluia, aleluia,
que seja bem vindo a vida.
Papai e mamãe são novamente avós,
nós os tios, somos novamente tios.
Felizes.
De certo hoje é um dia
pleno de felicidade e alegria
em nossa vida,
por isso essa pequena poesia.

Seja bem vindo Pedro
a vida e ao seio de nossa família.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Céu, amanhã

Um céu mudando de cor,
um céu que foi azul
agora escurece.
As vezes somos como céu
estamos vivos e estamos radiantes
e azul...
E há momentos
que nos escondemos nas sombras
mais profundas de nosso ser.
Uma música pode nos fazer feliz,
uma lembrança...
Mas quando ficamos sós
como encontrar
esses veios de felicidade?
Então escurecemos
sob a noite
ou sob a chuva...
Ah, mas como o céu azul
sempre aparece,
temos ainda uma esperança
no amanhã.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Tarde de domingo

Domingo,
A tarde vai caindo devagar.
Que tarde fagueira!
Paro, deito, penso no passado,
penso no futuro,
penso na família,
penso nos amigos,
quase ninguém lembra de mim,
mas eu penso em todos eles...
Embora tenha muitas coisas
com que me ocupar,
mas caio no ócio,
e penso,
penso,
penso que há tanta gente por ai
como eu no ócio,
pensando no que fez e no que vai fazer.
Há pessoas deitadas que não podem levantar...

A parte isso a tarde continua caindo.
Agora mesmo desfia do céu 
uma leve neblina,
o chão quente libera um cheiro
de chuva...
Causou-me surpresa saber
que esse cheiro de chuva
é na verdade cheiro de um fungo...
Pra mim vai ser sempre cheiro de chuva.
A verdade as vezes soa mal...
Prefiro mitos muitas vezes.
E a tarde se vai,
e a vida se vai,
e eu procurando
saber quem eu sou,
quem eu fui...
Tanta coisa se passa em minha cabeça
numa tarde vagabunda
de domingo...

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh