terça-feira, 30 de outubro de 2012

Ver e viver

Preciso aprender a ver o mundo.
Talvez se aprender a observar o mundo
possa compreender o que o compõe.
Vejo o dia e vejo a noite.
Percebo as coisas do dia
que são ocultas pela noite.
Entendo que são tantas
as possibilidades na vida.
Sei que não posso fazer tanta coisa
fisicamente, mas tenho uma mente
para sonhar, para voar, para ser o que quiser.
Posso inventar tanta coisa
para significar o meu mundo...
Temos que aprender a voar,
temos que tomar as rédeas
de nossa vida e voar.
E ver o mundo
tanto de dia quanto a noite.
Ver as cores, as formas,
sentir a vida.
É preciso ousar a viver
e ser protagonista da vida...
Entender a noite e o dia,
compreender o que se ver,
refletir e sonhar...
Ler Borges, Pessoa, Bandeira,
ou só pensar e criar como fazia
Patativa do Assaré...
Viver é conhecer.
Ver é conhecer,
mais nada.

Manhã de outubro

A noite partiu serena e fria.
A luz alumiava tenuemente a lua.
A brisa da manhã
entrou por minha janela
e me faz sentir bem.
E o sol surgiu
frágil como criança
e alumiou o dia.
O céu está tão limpo.
Outubro quase partiu,
este ano está tão quente...
Ao menos as manhãs
são frescas, vivas,
lindas...
Suave o dia começa
e a vida continua.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Cosmos

Quando o sol dobra o anglo das 15 horas aos poucos a tarde se perde, aos poucos a tarde esfria. A natureza rude do dia se dobra a mansidão da noite que esfria o mundo. Quando cai a tarde aves ativas se silenciam. E as coisas acontecem e as coisas caem no esquecimento e as objetos e a matéria ganha significado. Quando caímos em nós que somos seres construtores e nos sentimos felizes por isto...
E o tempo passa, às vezes que damos sentido a nossas vidas, nos sentimos felizes e não percebemos o passar da vida. E rememoramos tudo somente quando percebemos a natureza e percebemos no símples
porque o tempo sempre passará e as coisas acontecerão independente de nós. E assim é o cosmos.

Esperança ou sonho


A esperança se renova sempre. Como seria nossas vidas sem esperança?
Muitas coisas se revelavam para mim como símbolo de esperança. Datas comemorativas, o natal e fim de ano.
A vida é um campo a ser cultivado. Precisamos de esperança para continuarmos vivos. Precisamos de esperanças para alimentarmos nossos sonhos.
Acho que podemos pensar assim.
Perceber que tudo que planejamos é como  se víssemos nossos campos plantados florescendo. É sentir que logo poderemos colher nossos frutos. Nos enchemos de esperança quando vemos que algo está dando certo, quando percebemos as coisas fluírem. A vida é uma batalha onde vencemos muitas lutas, ou nem sempre conseguimos, mas temos objetivos maiores. Nossos sonhos são nossas maiores fontes.
E assim a vida continua. É triste perceber que investimos muita energia em algo que não vingou até nos frustamos, mas a vida nos ensina que tudo isso irá nos tornar experientes.
Trabalhe em seu campo e cultivará boa colheitas.

Glória a Deus!?


Somos seres superiores?
Não creio na nossa superioridade, mesmo conhecendo a capacidade humana de criar. Este poder de criação no entanto tando pode ser para o bem como pode ser para o mal. O que nos leva a sermos bons e o que nos leva a sermos maus?
Como podemos crer no homem quando alguém arrebanha um grupo em nome de Deus quando sabemos que estas pessoas estão interessadas em obter recursos e não altruísmo.
É muito fácil falar na bondade ou a punição de Deus quando se tem um bom emprego e se frequenta igrejas onde parece mais clubes de festas sociais.
Onde ora-se e chora e agradece a Deus e discute-se a bíblia...
Onde ficam as ações.
Somos seres superiores? Não creio que sejamos. Vivendo e vendo tantas cosias não creio na bondade dos pastores...
Só a vida nos ensina... e só ela nos revela quem somos.
Serei eu melhor que os outros seres? 
Cada dia creio menos, até queria ser otimista como Ruben Alves, mas...
Não creio na nossa superioridade e nem na nossa semelhança com Deus.
Crês?

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Que pesco a tarde?


Quando cai a tarde,
e junto a ela o crepúsculo.
O lago espelhado
ou ondulado abriga
peixes e pescadores.
Enquanto o sol vai partindo,
a brisa soprando
e a vida dirimindo.
Passos, pesca e olhar perdido.
Remo, riso, vôo.
A vida vai seguindo.

As pessoas se refugiam
no lago
que abraça a todos os olhares...
Um ou outro peixe saem da água,
quase nada.
Caminho, vejo as plantas,
o lago,
casa e as pessoas,
as vezes revejo,
ou não.
E a vida segue,
e as tardes seguem
no lago
e a vida continua,
partindo,
dirimindo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Sertão vivo

Vivo,
vivo é o sertão.
Quando cai a chuva.
Rolam as pedras riacho abaixo.
Canta a juriti.
E os campos cinzas
logo de verde se veste.
E todo o sofrimento da estiagem é esquecido.
Cada dia tem menos gente no sertão.
Cada dia mais aumenta o vazio no sertão.
Todas as memórias são apagadas.
O tempo faz tudo sumir...
Guardo no peito
um sertão
as vezes belo,
as vezes cinzento...
O sertão é como a vida
grande e cheio de mistérios,
as vezes curto e descoberto...
Vivo o sertão sempre está vivo.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Outubro

É dia anuncia o despertador.
Outubro mês de pesos iguais.
O dia tanto pode arder
em calor, como pode
cair um temporal.
Os flamboiãs
estão encarnados de flores.
Lembro de barão
quando vejo estas paisagens,
e o tempo e a estação
se revela pra mim.
Descobri que a vida é passageira
passando pela vida.
Então só nos resta viver.
Só nos resta viver felizes.
Mais nada.
Mais um dia se outubro se passa
e os anos passam juntos.
Os anos começa para quem nasce
e terminam pra quem morre...
Outros outubros virão,
outros outubros virão.
Que cada um tenha
o outubro que lhe convenham.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Canto do Grilo

O grilo grilado canta
noite adentro.
No canto úmido da casa
canta. cri cri cri...
E a noite negra
oculta o grilo negro.
E a noite vai partindo,
conduzindo o velho
ao novo dia.
Um dia a menos
na semana, no mês e no ano.
E a noite e o grilo
cantarão amanhã
no mesmo lugar.
Não sei se estarei aqui
para ouvi-lo,
não sei o quanto vai durar
a cantarola do grilo.
Certamente, ele cantará
por toda sua vida,
não terei todas
as noites para ouvi-lo...
Mas o grilo canta
meus últimos dias
dos meus 32 anos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Dramas da vida

O nosso mundo às vezes perde as cores.
Ficamos tão sensíveis e fracos.
Mas o que fazer para reagir a estes
sentimentos?
Uma conversa,
uma oração,
uma droga...
Cada um tem uma experiência
que o salva ou o faz afundar.
A música acalma a alma.
Caminhar para refletir...
A vida é tão complexa,
e nós seres vivos
mais complexos ainda.
Seguir a vida,
tentar suportar os carmas
quem sabe valerá a pena
a renunciar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

A tarde no Lago


Quando a tarde cai
sigo para o lago.
Vejo plantas,
vejo flores,
vejo o espelho das águas
às vezes calma,
às vezes ondulante.
Vejo o céu azul,
vejo o crepúsculo
e vejo o dia que quase passou.
vejo a linha plana da água,
pessoas caminhando,
pessoas pescando.
Tem dias que aparece muita gente,
geralmente quando é tarde de sol.
Quando é tarde de chuva não aparece
quase ninguém.
As pessoas adoram o lago,
as águas do lago parecem acalma-las.
Ontem, foi uma tarde tão
gostosa o sol brilhava
e ventava do poente,
senti muito feliz.
As crianças que ali corriam também.
As aves voavam de lá pra cá,
voavam na altura das águas...
Quando é tarde descarrego minha vida no lago.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Infinita beleza

Cada um tem um sonho.
Alguns tem sonhos tão grandes,
outros sonhos tão pequenos.
O importante é que se tenha sonhos.
Quando se sonha
é possível fazer o impossível.
Um joão-de-barro não
sabe engenharia, nem é pedreiro,
as sua casa é uma obra de arte.
Trabalha sem parar,
trabalhar sempre a cantar.
Quem dera fossemos joões-de-barros.
Mas somos humanos,
parece que carregamos problemas,
cansaço... Estamos sempre querendo
mesmo sem trabalhar...
Só sabemos poluir.
Sonhos precisamos de sonhos,
precisamos observar
a natureza...
Tudo é tão efêmero,
por isso queremos poder consumir tudo?
Não somos mesmo ignorantes.
A vida assim não nos permitirá
termos netos...
Sonhos, mas consciente,
consumo consciente...
E o joão-de-barro não tá nem ai.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A noite passada


A noite caiu silenciosa.
Aos poucos as nuvens escuras
ofuscaram o brilho das estrelas
e se derramaram em chuva.
Não se ouviam grilos,
não se ouvia nada
além do quebrar
das águas da biqueira.
Choveu, choveu, choveu sem parar.
Enquanto pessoas descansavam,
enquanto pessoas sonhavam.
Pela manhã
o cheiro de umidade onipresente,
alegraram minha alma,
calçadas lavadas,
tanajuras mortas
e o lixo desceu correnteza
abaixo tapando boeiros...
As flores desabrocharam
indiferentes a noite passada.
Na noite passada
quantas coisas 
não aconteceram.
Fatos continuam acontecendo,
junto a vida, junto a existência...

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Meio vida e ambiente!

A noite caiu escura
coberta de negras nuvens.
A brisa soprava suave
trazendo o aroma
do tempo, do fumo dos escapes dos carros.

Noite escura,
noite dura.

O dia que passou
foi quente, de sol,
de carros ligados
emitindo calor e fumaça...

O mundo não ta de graça,
é lenha, é fogo,
e represas e plantações.
Cadê os animais?

A noite sempre caiu escura,
nas nunca caiu tão sem vida....

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

O tempo

O tempo

O tempo é como um rio
que corre sem parar.
O tempo em seu fluxo
a passar apaga
de nossas memórias
as coisas boas e ruins.
O tempo não deixa prova
não deixa marcas
é a matéria que se desgasta.

No tempo tantas coisas são realizadas,
histórias se iniciam,
desenrolam e se acabam.

Apenas as memórias
podem eternizar
o tempo e suas faces...

O tempo é para ser consumido,
visto que é curto
e único...
O passado é a substância
do tempo
e o presente
é parte do tempo que podemos
manipular
ou nada.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mais um dia


E mais um dia se foi,
mais um dia que virou passado,
menos um dia em minha existência.
O passado é a substância que compõe o tempo.
Tudo que regeu a minha vida hoje,
não fará sentido amanhã...
Outras pessoas, outras situações...
As pessoas queridas habitarão sempre
meu coração
e espero apagar de minha mente
as que não me querem bem.
Mais um dia se foi.
Quão útil é um dia na existência de uma vida?
O sol nasceu e o sol se pôs.
Neste intervalo de tempo 
quantas coisas não aconteceram,
quantas coisas não ganharam existência
e quantas coisas não se perderam...
O mundo é tão imenso,
mas o mundo que vejo é tão curto
vai apenas onde consigo enxergar...
E a vida se passa dia dia.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dia no cerrado

O sol é cada dia mais quente
que primavera diferente.
Poucas chuvas caíram
o barro já se desprende
em poeira fofa e vermelha.
Plantas verdejantes
e floridas...
Cerrado árduo
ao meio dia.
O sol só quebra a crista
depois das quatro da tarde...
As rochas ardem
e o dia passa e cansados
com o dia nos vamos.

sábado, 6 de outubro de 2012

Cursos da vida

Devemos seguir em frente,
a vida acontece no instante presente.
Não adianta olhar para trás.
Não adianta tentar ver o que passou,
Caminho caminhado é passado.
Temos que olhar para o caminho que iremos
caminhar,
olhar em frente e tentar esquecer tudo que passou...
O passado guarda tantas vertentes,
tantas possibilidades ocultas.
Se tivesse feito isso ou aquilo, como seria minha vida?
Esquece o passado, pois trata-se de paixões perdidas.
Mira o presente...
Vive o presente...
As boas e más coisas passaram,
não existem mais, são comparáveis a sonhos.

A vida é pragmática,
não fiques parado perante a vida.
Segue em frente.
Se algo te frustou ou te deixou feliz,
amanhã passará...




A vida é um rio que tem um curso certo
sempre se derrama no mar...




O fim todos conhecemos,
mas até lá podemos mudar muitas coisas.

Teia

O mundo que me cerca é tão complexo.
Neste mundo tudo posso encontrar.
Posso encontrar coisas que me fazem sentir bem
e coisas que me fazem sentir mal.
Normalmente as coisas que me fazem sentir bem,
trazem uma sensação de bem está.
Coisas lindas e mágicas como um por do sol,
uma aurora, uma noite clara enluarada,
uma noite estrelada.
Coisas que o outro não possa tocar
e destruir.
As coisas que me fazem sentir mal,
nem sempre poderão dar a mesma sensação no outro.
Desordem, lixo, mal educação...
São tantas coisas de origem humana.
Os dias passam e muitas vezes
tenho a sensação que serei forte e vencerei,
outras tenho a sensação que já perdi.
E fico calado, não sei tratar as pessoas,
e as coisas.
Não há um mundo só pra mim,
não existe um mundo maravilhoso,
além das minhas ideias.
Não vou fugir, mas não reagirei...

Que felizes dão os pássaros livres a voa e cantar.
Que felizes são as baleias que tem todo o oceano para nadar.

Que felizes são as crianças a brincar
sem noção de razão, vivem intensamente a vida.

Mas nós. Nós aprendemos a realidade crua da vida,
onde a beleza que deveria ser para todos
as vezes nem o é.
Uma lua cheia, um jardim florido...
Sei lá.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Recomeçar



É preciso recomeçar sempre.
A natureza que é sábia ensina
a suas partes que é preciso mudar
para sobreviver as adversidades do mundo.
As árvores perdem as folhas,
as aves migram para outros lugares.
E nós que devemos fazer
para suportar as adversidades da vida?
Buscar uma religião?
Casar?
Viajar?
Ir ao psiquiatra?
Podemos fazer tantas coisas ou não fazer nada.
Mas não fazer nada é renunciar a vida, querer morrer.

Recomeçar é perceber que sempre melhorar.
Podemos melhorar tantas coisas na vida.
Primeiro podemos perseguir o que nos faz feliz.
São tantas coisas que nos podem fazer felizes.

Quando mudamos de lugar temos que recomeçar,
e como sei disso não é fácil recomeçar.
Olho para a tarde como parceira da vida,
olho para a natureza pois com relação
as pessoas são todas estranhas...

Recomeçar, construir e ser.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A vida

A vida não cessa de passar.
Quem pode parar e cristalizar a vida?
Não podemos prever o que nos acontecerá no amanhã,
pois não temos domínio nem certeza do que virá.
Pode nos acontecer algo de maravilhoso,
mas também algo de impiedoso.
Cada instante que se passa em minha vida,
tenho plena certeza que é um tempo
subtraído. Nosso tempo está passando,
por isso não devemos perder tempo
com coisas futéis, preocupações com o amanhã.

A vida é uma caminhada curta
sobre dunas onde nossas pegadas
são apagadas pelo vento tão brevemente.
Tudo na vida é tão passageiro.

Muitas vezes não percebemos
e deixamos que a vida 
passe sem empolgação sem amor.

Muitas vezes vivemos no mundo
platônico, vivemos crendo
na mediocridade de nossas vidas
sem crer que as mudanças ocorrem no dia-a-dia.

O vento sopra e nossas pegadas
somem da areia...
O amanhã é inseguro demais,
não nos pertence, nem o ontem.
A única coisa que tempos é o momento
presente em que acontecem as coisas.
é o fogo que queimando correm
em direção a bomba e a explosão....

Somos grãos de areia levados
ao vento...

A vida costuma ser traiçoeira,
mas vale a pena ser vivida.

Vale a pena ver cada aurora,
cada pino do meio dia,
cada crepúsculo,
cada lua cheia,
cada desabrochar da flor,
cada coisa simples
como o riso da criança,
uma grande amizade...

Ah, a vida...

Por que criamos tantos mitos e paixões?
Por que simples mente não vivemos?

Sabe-se lá...
A vida vale a pena.

Além



Além do mar,
onde o sol desaparece.
Além da linha do horizonte,
que podemos encontrar?
Posso ver daqui
o céu encarnado
feito brasas acesas.
O espelho da água
na areia reflete o laranja
do sol...
É o fim de tarde...
é o fim do dia.
Até quando terei outra tarde?
Além do mar o sol desaparece.
Além da linha do horizonte.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Além do mar da alma


Além do mar,
além de minha alma.
O mar é agitado,
mas quando olhamos para o horizonte,
vemos uma linha calma.
Será se encontramos
linha semelhante em nossa alma?
Além do horizonte que há?
Que há além da alma?
No compasso de cada onda,
no compasso de coisa que se passa na vida...
O vento sopra e refrigera a areia e a nossa alma.

Além do mar de nossa alma que há?

Outra tarde



É fim de tarde e nos fins de tarde estamos cansados.
Fazemos qualquer coisa para esquecer o fim de mais um dia.
No fim da tarde, quando o sol tinge tudo de encarnado.
Saio para caminhar e pensar um pouco.
Saio sempre só. Estou sempre tão só,
mas nos fins de tarde sou ainda mais só.
Saio caminhando pelas calçadas,
cruzo a braquiária, o viaduto,
caminhos tortos enquanto sou observado
por passageiros de ônibus ou donos egoístas de carros.
Sigo como um objeto que caminha, não chamo atenção
de ninguém sou quase invisível.
Então chego ao fim do lago, onde pessoas fingem pescar,
onde o mau cheiro e o lixo estão presentes.
Chego a passarela...
Enquanto isso o sol vai sumindo lentamente.
Na passarela vi e vejo tantas pessoas.
Pessoas preocupada em perder peso,
outras preocupadas em esquecer as preocupações,
outras tentando pescar, outras se beijando, outras caminhando...
Tantas pessoas.
Já vi coisas engraçadas como o nadar das capivaras que chamam
atenção.
O lago expressa as emoções do vento,
há dias que está claro como um espelho,
outros dias agitados,
outros dias quente,
outros dias frio... O lago sempre me encanta,
e encanta muitos que lá vão ver o sol desaparecer no
espelho de suas águas
ou vão para ver a lua caminhar
no ondulegar de suas águas.
E a noite cai e eu penso, e eu vivo, e eu respiro
e volto para casa onde paro para
me preparar para outro dia...

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Noite

Noite de lua cheia,
a brisa frouxa
sopra com o tempo.

Jardins escuros,
noite vazia.

É primavera.
Noite fria de primavera.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Incerteza do tempo


Assim como o dia se vai,
o ano segue o mesmo caminho.
Outubro chegou e o ano quase acabou.
Muitas histórias iniciaram
e muitas findaram, partiram se definindo.
Não sabemos que há além do amanhã,
muito menos o que há além do dia.
O crepúsculo é tão belo.
O fim de um dia e a perspectiva de um novo dia.
A consciência que nos chega com a idade,
chega anunciando que a qualquer
momento pode ser o último.

Oh, crepúsculo de minha vida.
Enchei de beleza minha poesia.
Não posso querer pisar no solo do amanhã,
pois é incerto
como a vida é incerta.
Breve como o tempo.

Insônia


Quando é noite profunda e todos dormem. Tudo é silêncio. Apago a luz com intenção de dormir, mas a luz que atravessa as frestas da janela e meus pensamentos ativos não me permitem dormir. Sinto calor ou frio. Acendo a luz, escrevo algo,  leio... apago a luz, mas o sono não chega. Fico deitado pensando, pensando... Grilos cantam, estrelas brilham. Oh, vida contemporânea. Como haveremos de viver com tantos problemas, pensamentos...
Penso no passado, penso no futuro. Penso...
Até que tenha sono chegue, meu Deus leva tempo.
E a madrugada chega e o sono onde foi?
Quando é dia, sinto sono, mas já é tarde demais para dormir.


domingo, 30 de setembro de 2012

Subjetivismo




Muitas vezes quando nos sentimos só, nos sentimos também tristes e reduzidos. Neste mundo tão grande e maravilhoso há espaço para a solidão. Somos seres por natureza solitários. Cada um tem o seu universo, seus pensamentos e suas manias. Mas há dias que a gente acorda e se sente só no mundo, sentimos uma dor no peito, um vazio. Percebemos que as pessoas que mais amamos vão para muito distante e sentimos a falta do amor. Andamos perdidos, com o olhar desolado. Matutamos feito aves solitárias. Cada um matuta sobre o mundo que conhece.
Chegamos sentir saudades dos momentos vividos. As histórias que ficam impregnadas na memória e materializadas na matéria.
Dito isto, desenvolvi o hábito de observar. Observo as formas, as cores e os comportamentos e assim descubro mais do mundo. Mundo além de minha solidão.
Não faz muito tempo que percebi que faço parte da natureza que sou natureza.
O mundo tem me revelado tão sólido, e as relações tão líquidas e as situações tão plásticas.
Mas minha viagem chega ao fim resta a ti reflexão e fuga da solidão.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O que somos?



O que somos?

Acho que somos um pouco de tudo que tentamos ser.
Um dia acreditei que meus sonhos poderia se tornar realidade.
Tive tanta convicção de que meus sonhos eram realidade que se tornaram realidade.
Sempre tive a alma de criança, em acreditar nos meus faz de conta.
Antes de dormir eu rezava baixo só para mim, pedindo a Deus por aquela benção.
"Deus me ensine sempre a seguir em frente a acreditar sempre nos meus sonhos".
Não sei de onde veio-me tal ideia, talvez com ao ver meus pais rezarem antes de dormir.
Sempre acreditei muito na fé deles e através desta construí a minha fé.

Isso é uma peculiaridade minha, mas tens alguma peculiaridade?
O mundo existe além de nós e continua mesmo na nossa ausência.
Só tomamos consciência disso, às vezes muito tarde.
Às vezes que tomamos esta consciência, pensamos poderia ter sido diferente.
Muitas coisas poderiam terem sido diferentes em nossas vida,
mas estas aconteceram mesmo de maneira torta, mas acontecem.

Os atos tornam-se fatos e para que aconteça é necessário vontade de poder,
força de viver, preparação...

Os mais lindos ipês para florir sofrem as adversidades da natureza,
seca, chuva, vento e luminosidade, mas permanecem fixos
resistentes até que a natureza permita o surgimento das flores
e a fecundação desta e por fim o surgimento dos frutos e sementes.
E as sementes iniciam todo o ciclo.

Somos apenas sementes dando continuidade aos ciclos.
Seria uma desgraça não acreditar em nossos sonhos...
Seria uma desgraça desistir de ser semente.

A cada um é dado o livre arbítrio das escolhas,
embora a vida não seja generosa com todos, embora seja muitas vezes traiçoeira,
mas não podemos fugir.
É só através da vida que descobrimos quem ou o que somos.



Foto - papai

O tempo passa e nos afasta da infância.
O tempo nos ensina que a vida é orgânica.
Ainda ontem brincava de faz de conta.
Nem sabia ler, nem sabia que era viver. Vivia.

Ainda ontem meu pai era forte e novo.
Ainda ontem estive em casa e vi que o tempo deixa marcas
mais fortes em meu pai que em mim.
O andar curto já arrasta o chinelo.

Mas quando volto a casa, parece que nunca sai dela.
Olhava a lua especular, eterna,
Enquanto o cachorro cochilava na estrada
e papai como sempre preocupado que um carro desgovernado acabasse,
com aquela pobre vida sai para espantar aquele cachorro.

Ergueu da cadeira e saiu bem devagar
Sem gritar, parecia que ia encontrar a lua.
E foi lá e o espantou,
Tomei a foto sem que percebesse.

Que grande é o coração de meu pai
que impiedoso é o tempo.
A foto, imagem com memória, revela
que o tempo passa para todos nós.

Algumas coisas continuam...
Algumas coisas simplesmente perpetua.

Coisas que gênios como Mozart, Beethoven,
Gogh, Nietzsche, Borges...
O tempo não consegue apagar...

E o tempo apaga tudo,
Corpo, memórias e alma. 
O tempo parece ser um sopro a nos levar a eternidade.

Dama da noite

Quando o dia acaba
e a natureza se recata
chega a noite.
Depois de mais um dia,
a noite chega iluminada
pela lua.
Como é linda a lua...
A lua embeleza qualquer lugar.

E quando a noite finalmente chegou
a lua iluminou o lago.

E quando o lago refletiu
a luz lunar no espelho da água
podia se ver um caminho
ondulando...

Não me senti só,
podia me guiar pela luz
lunar...

Divagando


Manhã ensolarada de nuvens e brisa frouxas.
Manhã gostosa de sexta-feira...
Um João-de-barro caminha
Contente sobre a palha e o chão.
Bambos nus, amarelos e verdes,
Mimosas desfloradas, de folhas desbotadas.
E a brisa acaricia as folhas das árvores
E a bandeira da nossa pátria.
Uma nuvem passa apaga levemente
O sol que parece ressurgir mais intenso.
Depois de poucas chuvas a grama começa
A aparecer.
E mais uma linda manhã desfia
A minha frente, enchendo
Minha meu ente de alegria.
Bom dia.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Lua

Quando a noite cai enluarada.
Os vales, as montanhas
e as planícies ficam inundadas
da fria luz branca da lua.
A coruja canta tarde da noite,
e logo chega o vento de açoite.
E quando fica tarde da noite,
a natureza viva se movimenta,
formigas a forragear,
corujas a cantar
e morcegos a voar...
Toda a natureza permanece clara,
toda a natureza permanece calma.
E as ondas que quebram na praia
foram um espelho de água na areia.

É noite, noite de lua cheia...

Flores brancas desabrocharam,
flores brancas perfumaram
para nix, a deusa da noite.
E a noite segue bela e eterna.

E outra noite de lua cheia.
A mesma lua que enamorou
meus avós, meus pais
e me enamora...
A lua será sempre bela,
sempre esteve lá
e nós somos meros observadores,
embalados em amores
até o fim de nossa espécie.

Eternidade


Nasce mais um dia,
mas uma lida pela frente...
E a manhã vai passando
a tarde chegando...
Tudo vai passando
e nem percebemos
que a vida passa.
Só quando contamos
os anos que vivemos
ou paramos em frente
ao espelho que o tempo
deixa marcas.

Mais um dia nasce,
mais um dia partiu
e entrou na eternidade
como tantos anos
que se dissolveram
no tempo...

As manhãs sempre passarão
os dias também,
mas nós vamos ficando,
vamos envelhecendo,
se apagando
como o dia no ocaso
até que somos esquecidos
e as manhãs
sempre nascerão
eternamente.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Primavera


 Quando é primavera,
as manhãs são sempre mais belas.
As flores desabrocham em
ervas e árvores.
O sol e o céu são tão limpos.
Campos aromatizados.
Os pássaros fazem seus ninhos
e cantam com tanta vida e harmonia.
Ah, a natureza toda se enfeita.
Ontem na volta pra casa
vi  uma árvore florida.
Toda coberta de
flores brancas perfumadas.
Senti alegria em viver,
senti quão maravilhosa é a existência.
As flores e as aves dão graça pela vida.
Cada uma flor,
cada uma doce flor,
que vejo desabrochar.
Não tenho palavras para explicar
mas sei que quando vejo.

soa a mais bela melodia
criada por Mozart
e é como se os campos
desabrochassem
em flores
como se tudo
se tornasse primavera...
Como é doce, meiga e porque não maravilhosa...
A primavera.
As flores são visitadas
por borboletas
e beija-flores
E tudo é tão belo.

E hoje algo me faz mais feliz
mesmo diante da solidão
ouço  uma doce melodia e quando se acaba
fica apenas o silêncio.
E o dia segue vivo.

Tim Maia http://www.youtube.com/watch?v=7T4gzCpQKgg

Manhã

Cordia glabrata

O dia nasceu fresco,
nuvens desfiam e desfilam no céu.
As aves cantam sem parar,
parecem celebrar a chuva
da tarde anterior.
No chão fresco e úmido,
germinam as sementes
adormecidas, crescem os ramos
das ervas vivas.
A grande paineira,
o mogno se cobrem de folhas.
Jovens folhas coloridas.

Longe candam quero-queros,
andorinhas e tantas outras aves.

Nem ouço o que toca no rádio.

Estou distante. Vivo, mas distante...

Nesta manhã fresca,
tenho tantas imagens
relembradas...

Canto do sabiá, do rouxinó...

A vida é curta
e as manhãs maravilhosas
um respiro de esperança...

Que doce que é essa manhã de primavera.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Universo















O universo cabe em meu verso.
Pobre verso quem sabe infinito.
As vezes bonito e sem vida.
As vezes feio, mas cheio de vida.
O universo azul, azul marinho
é tão belo.
De noite estrelado,
de dia apagado.
A luz do sol tudo revela,
as flores, as cores e as formas.
A luz do sol é energia e é vida.
O mar azul, o céu azul.
Ah, ponho o universo em meus versos.
Versos tênues como semente germinando,
pus tanta coisas nos meus verso.
Tentei dar vida, mas não pude dar vida,
cabe a ti somente a ti doar-lhes ar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Tarde harmoniosa


Quando chega o fim da tarde,
depois do dia perder força,
depois daquela chuvinha.
Como é bom caminhar
ou não fazer nada.
Ouvir Schumann ou o sabiá cantar.
Sentimos a vida tão leve, sem nenhum pesar,
tão agradável.
E se saio para caminhar
sinto os aromas,
vejo as formas molhadas.
E a tarde preguiçosa
mergulha na sombra da noite
e a alma dorme calma.

http://www.youtube.com/watch?v=4fR17bJl2ow

domingo, 23 de setembro de 2012

Nascimento

http://www.youtube.com/watch?v=KRbfFQPaHs4


VENTO NORDESTE - 1979




Nasci numa noite enluarada de verão que de certo o vento nordeste ventava. Era uma noite de quinta feira. Não sei por onde papai estava,
mas mamãe me paria na maternidade "Dr." Manuel Vilaça.  
Às oito horas da noite 1 de novembro de 1979 pela primeira vez vi a luz
do quarto, só  no dia seguinte vi a luz solar.
logo fui amamentado e dormi muito.
Voltei à casa onde fui gerado e já não era mais parte do corpo de minha minha mãe que doou todo o seu amor a mim.
Fui festejado e visitado por todos entes amados.
Riram de felicidade por minha vida a existência.
Era apenas mais um ser sem compreender o mundo em minha volta.
Era apenas uma expressão da vida se desenvolvendo sem nada compreender aos cuidados de meus pais.
Apenas me alimentava e dormia sem nada compreender.
Muito tempo se passou e a casa que me abrigou, abrigou muitos outros e hoje não existe mais, virou pó e as memórias se apagam lentamente.
Partimos muito cedo dali, para o lugar onde cresci e aprendi a apreender o mundo.
Sai do Sítio de fora para Serrinha do Canto... 
Onde cresci sob o amor paterno, mas cresci como cresce uma erva no meio do campo.
Cresci rodeado pela natureza viva, plantas e animais...
Ali, aprendi a sentir, viver e ser do mundo.
Aquele mundo de apenas duas estações a de chuva e a de inverno.
Mundo onde a mais harmoniosa melodia era a das aves que eram quem muitas vezes encantava nas casas entisnadas pela queima da madeira para cozinhar o feijão, o arroz e o toucinho.
Aprendi sobre a vida com a vida.
A natureza aquilo que mais me encantava, aquilo de mais moderno que existia e nós não sabíamos. 
Fui sempre pragmático, aprendi fazendo. Aprendi ajudando minha mãe e meu pai com as lidas da casa.
Ajudei no plantio e na colheita,  na criação dos bichos.
Aprendi a respeitar  os idosos e professores.
Aprendi a me virar e a viver naquele lugar.
Tinha muitos amigos com quem vivi e compartilhei uma vida semelhante.
Eles estavam lá, com suas grandes famílias e dificuldades, mas todos cuidavam de todos. Eramos uma grande família.

Não me lembro a noite que nasci.
Sei que era verão e que o céu estava plenilúnio.
Que a poeira tingia de vermelho os caminhos e os pés dos burros e pedestres.
Nasci só, mas cresci entre muitos
num lugar tão pequeno, mas tão grande para um ser crescer.
Este lugar pequeno que tanto foi habitado aos poucos desaparece.
O vento leva aos poucos as vistas e as almas.
E a terra consumiu e consome aos corpos e as almas.
Hoje  os adultos de minha infância dormem lado a lado.
Já são tantos os que partiram
que parece que estou longe na viagem de minha vida.
Meus avós e alguns tios que sentiram-se feliz quando  nasci já
partiram também ou e apenas dormem à sombra da eternidade.
Dormem com suas histórias que nunca mais serão contadas por falta de memórias.
As histórias desaparecem com seus protagonistas.
E o que faço com minha história que nem sei contar?
Nasci e desde que nasci não paro de caminhar, já passei por tantos lugares, conheci tantas belezas, mesmo assim não paro de
trilhar esta jornada que é a vida...

sábado, 22 de setembro de 2012

Primavera 2012

Flores em antese,
desabrochando com frescura,
beleza e elegância.
E as flores vão se revelando
perfumadas ou coloridas
todas enfeitam a vida.
Flor de jitirana, angico,
crotalária, ingá e ipê.
É primavera.
A primavera chegou ontem
e trouxe consigo
a chuva pra refrescar
as plantas
para desabrochar as flores.
A flores de ontem são plantas de hoje
e as flores de hoje
quem sabe serão plantas amanhã.
É primavera...

Solidão


Quando estou só, penso na solidão
e me acostumo com essa imensidão.
Ver o meu quarto vazio
da nada ouvir, além de minha respiração
ou o inoportuno mosquito tarde da noite.
E o sono que deveria ser meu companheiro
atrasa, parece que não vai chegar.
Quando amanhece a solidão ainda está ali
como todas as coisas que esta trás,
livros sobre a cama, migalhas no chão,
xícara na pia...
Usa a vassoura para varrer a solidão
ou a poeira do quarto.
Ontem a noite choveu e hoje está fresquinho bom para passear,
mas não te esqueças do maldito, bendito trabalho...
Estuda,  estuda se quer ser alguém no amanhã.
E ainda tenho que resistir a solidão.

A solidão é triste.
A solidão é má.

Ela teima em me perseguir,
na graduação me sentia só,
mas vivia numa caravela grande,
que caravela era a residência universitária,
mas lá havia gente pra compartilhar as coisas.

Bem, passou-se pós-graduação
e a solidão continua comigo.
Quero te queimar,
torná-la cinza,
mas sedes mais forte solidão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Noite de chuva

A noite chegou, nas ruas vazias as luzes do poste alumiam o nada.
A chuva veio com a noite e trouxe raios e trovões.
Os pingos da chuva, o calor dentro de casa...
Fazem me lembrar Campinas.
Da minha casa um barulho irritante não para
de manhã a tarde ou a noite
são as maquinas nos malditos ar condicionados do shopping.
Ao menos tem o barulho da chuva...
E a noite como companheiras.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ando tão solitário. Vivo imbuído em meus pensamentos. Parece que vivo só no mundo.
Eu acordo e já neste ato me preocupo com o que hei de fazer para sustentar o amanhã.
Eu acordo, mal desperto meu cérebro se põe a pensar e a ler e a ouvir que passa no mundo ou o que nele aconteceu.
E esta sede de busca se estende dia adentro.
E consumo os fatos e as palavras que o codificam na crença que eles me darão um norte.
E todo o meu presente é canalizado nisto.
Que me importa o que acontece ao meu lado?
Mal tenho tempo para caminhar e respirar e ver o por do sol...
Meu Deus me sinto tão só.
O lago Paranoá que acaba ou começa perto de minha casa, me distrai. Nele posso ver e sentir o aroma de doces Ipomoea alba, ver as  margens ocupadas por lixo, ver os carros passarem e se engarrafarem na pista enquanto caminho.
Caminho ao lado do lago.
E vejo gente que não fala ou que ignora...
Ah, como me esforço para perder os quilos que se acumularam e que se teimam em permanecer em mim...
Mas ao menos me deixa feliz as Ipomoeas, a tesourinha a voar...
E tem as capivaras que passam nadando, ou que me ignoram, nem tem medo de mim. Outro dia um transeunte que parado olhava elas passarem disse que são nove...
Eu vejo os casais, vejo tanta coisa... vejo as plantas que florescem.
Ontem mesmo que como o sol partiu lindo.
Partiu lindo e só.
Volto pra casa. Com quem hei de conversar?
Com o computador ou o celular?
Essa vida líquida...
Tudo está tão próximo e tão distante.
Tenho sentido falta de Campinas.
Saudades da Dani e do Zé e da nossa casa e da Tereza...
Este tempo corrido... esta vida corrida e líquida.

Espera

Quem nunca desiludiu da vida?
A espera de um grande amor.
A espera de uma grande oportunidade.
A espera do grande dia.
A espera de boa saúde.
A espera de algo que nunca veio.

Quem nunca sorriu na vida?
Com o passo tropego de um bêbado.
Com o riso desdentado e alegre.
Com o encontro de uma onça no bolso.

Quem nunca sentiu a dor sentir o coração partido?
Com o fim de um grande amor.
A partida de um ente querido.

Quem nunca sentiu sem motivos para viver?
E não buscou a religião ou o psicanalista ou até mesmo a morte.

Somos demasiadamente humanos
para não sentirmos tantas coisas.

Há pessoas que intensificam suas emoções
e sofrem e amam e se apaixonam e se sentem mais que os outros...
Há tanta gente,
e essas pessoas todas pensam
e essas pessoas sentem,
se expressam e vivem...
São tantas que às vezes nos sentimos inúteis...

Toma sua vida e segue,
porque o maior mal do mundo
é se preocupar com os outros...

Reflete sobre a vida
espero que sinta amor por ela,
pois é tudo que possuímos
e o resto não passa de algo emprestado.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A dimensão do viver

Já andei por lugares onde nunca imaginei andar.
Mas nem sempre encontrei nestes lugares algo que pudesse levar dentro de mim.
Em cada lugar que vou, descubro um pouco do que sou sou e me sinto diferente porque estou sempre descobrindo algo diferente do mundo, algo diferente em mim. A vida é um conjunto de sedimentos de tempos e situações.
As sensações são diferentes a cada instante e as lembranças antigas nos norteiam.
Levo tudo dentro de mim. Se busco beleza, encontro beleza e se busco desgraça encontro-a.
O mundo maior está no nosso interior. O mundo exterior só revela um pouquinho de nós...
Para descobrir este mundo só nos resta viver.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O garoto

Um pequeno garoto sempre caminhava no campo próximo a sua casa. O campo era de terra cansada, mato ralo. A casa era uma casa velha de tijolos a amostra, não rebocada. Sozinho a garoto se divertia com flores, calangos, aves e rochas que achava interessante. Não sabia nomear todas essas coisas, mas gostava delas mesmo assim. Gostava das flores por sua beleza e seu perfume. Gostava dos calangos porque se moviam com agilidade entre paus e pedras, também eram belos. Gostava das flores porque elas eram coloridas e tinham um canto lindo. Gostada das rochas por sua diversidade de formas e porque brilhavam.
Este garoto que sempre caminhava no entorno de sua casa. Aprendeu a conhecer o mundo. Aprendeu que aprender se inicia de pequenas coisas. Antes de tudo ele aprendeu a observar e observando, percebeu qual diversas eram as coisas. Ele sabia que existiam coisas, mas não sabia como chamar as coisas. Só sabia o que seus pais lhes davam significado. Pedra, plantas, flores, calango, pássaros e rochas era tudo que sabia. Quando aparecia alguém em sua casa ele gostava de ouvir o que os visitantes falavam. Estes falavam do que acontecia fora do mundo do pequeno garoto. Ele tentava entender, mas não consegui, pois não conhecia o significado das palavras, seu vocabulário era pequeno... Então certo dia para não se sentir só. O garoto começou a falar com as flores, os calangos, as aves e as rochas. Seus pais começaram a se preocupar porque o garoto criara   palavras próprias para falar com seus objetos...E o garoto foi para a escola e seu mundo se ampliou  quando aprendeu a ler e substantivar as coisas. O garoto compreendeu que haviam pessoas que criavam linguagem própria para viver no seu mundo. E esta intuição o deixou feliz.

Angústia

Não estamos livres da angústia.
A angústia muitas vezes nos toma por  inteiro e nos faz sentir frágeis. A angústia trás a tona nossas fraquezas e medos.
Não sabemos porque nos sentimos angustiados ou o que nos causa este sentimento. Creio que ele vive dentro em  nós como um vírus e se expressa quando estamos fracos.
Na presença da angústia nada nos apetece.
Mesmo sabendo da fragilidade e brevidade da vida.
Ainda assim somos acometidos por tais sentimentos.
E o que nos traria a felicidade e espantaria angústia?
Talvez o amor daqueles que amamos e num sentimento mútuo de dedicação nos trás sentido a vida.
O amor pode nos livrar destas coisas. Só o amor.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

O Tempo

Somos obra de nosso tempo.
Não temos consciência, nem nos ligamos que fazemos parte deste tempo o qual passa dia-a-dia e nos faz esquecer de sua continuidade, faz-nos esquecer de nossa finitude.
Ontem já não nos pertence, passou e muitas vezes nem percebemos pois estamos planejando o amanhã.
Não nos damos conta que ao consumir o tempo, estamos sendo consumido pelo mesmo.
E tudo que fazemos tem reflexo na matéria ou no espírito. No entanto o tempo continua intacto.
Gerações passaram e passarão. Não restará nada além de histórias, memórias e matéria. Isto é aos importantes. Porque na maior parte do tempo, passamos ocultos na vida, vivendo para nós mesmos.
No tempo está a raiz de tudo e de nada...
Tempo passará, fria e calmamente pondo cabelos brancos nos homens,
levando vidas e criando vidas, mais nada.

domingo, 16 de setembro de 2012

Sertão

O sertão arde em calor neste verão.
Este ano de 2012 quase não choveu. 
O mato quase não enramou,
E está pior porque é época de eleição.

Quantos heróis resistentes não há no sertão?
Quantas lágrimas de dor já não foram derramadas
Ao verem seus animais, únicos recursos, famintos sem ter o que comer.

O sertanejo depende da fé para continuar no sertão,
A fé é o suporte às dificuldades.
Sertanejo sou,
Apesar das dificuldades, nem tudo é dor.

Embora seja sequidão cá. 
Quando chove a chuva,
Que a terra é molhada,
Quando fica encharcada
Das varas secas gemas arrebentam
Verdes, verdes peludas,
Tingindo o cinza de verde nítido,

No chão molhado,
Além do roçado,
Sementes explodem em vida...
Tingindo a terra com a babuge verde,

A babugem cobre os campos, vales e serrotes. 

Catingueiras nuas se cobrem de folhas aromáticas.

Tanajuras voam ao céu perdidas, 

Cantam as aves mais alegres,
Os sapos  magros vão para a água fornicar,
 saem da hibernação a forragear e os riachos voltam a correr.
A vida parece surgir do nada...

Quem foi criança e cresceu no sertão certamente tem na memória essas imagens vivas na alma.
Quem que lá viveu que não teve um cão como melhor amigo e teve vizinhos passivos e animais para cuidar. Quem nunca saiu para pescar, caçar ou tomar banho nos riachos e açudes.

Quem não lembra dos cheiros de doces aromas
Das espécies nativas,
Flores pequenas das mimosas, mufumbos, catingueiras, dos muçambés, bamburrais, das cajaranas maduras, dos currais.

O sertão apesar de maltratar tem muita coisa a louvar.
A vida pode ser sofrida, mas é sossegada...
Ah, o sertão... o sertão dos sabias, dos concrizes, golinhas, azulões...

O calor do sertão, a cinza do sertão maltratam, mas a vida do sertão, a morte no sertão.
Só quem nasce lá qualquer custo carrega consigo na alma estas memórias.

E o sertanejo que foge de lá todas as vezes que ouve os sons do sertão chora internamente
porque sua alma lá foi gerada.
Nunca esquece... nunca mais aqui ou no Japão.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Questões

Hoje quando acordei, abri a janela, como sempre faço, permitindo que a brisa entrasse e ainda para poder ver ver o céu e lá nos fundos. Uma lufada atravessou a janela e me encheu de nostalgia. Pensei comigo: o que estou fazendo de minha vida? Qual o meu propósito? Dei-me conta de que estou sem propósito e isto me deixou mais triste.
Olhei através da janela e o céu estava cinzento, translúcido como meus pensamentos, nem vi o eucalipto.
Li as manchetes dos principais jornais, uma ou outra coluna. Tudo me pareceu tão insípido, incolor...Ou seria meus sentidos que não reagiam aos estímulos.
Eu me senti inútil como o cão deitado na palha seca.
O que eu fiz ou deixei de fazer? O que eu sou?
Sequer encontrei respostas para as duas perguntas anteriores... Pensei em ser tanta coisa, mas não sou coisa alguma. Este foi ou é o pior sentimento que já  me acometeu...
Para fugir destas ideias, fiz um chá, sempre funciona, mas não adiantou...
"Estou me sentindo um inútil"
Ah, por que estes pensamentos existem e por que quando encrostam em nossa mente fica lá nos incomodando...  
Bem, não consegui me livrar desta sensação ainda...
Temos que nos reter aos estímulos externos para fugirmos de nossas piores sensações.
Bom com calor, sinto-me incomodado...
O incomodo gerá essas ideias...
Ah, mas essa brisa veio só desequilibrar minha homeostasia ou talvez, se tivesse permanecido na minha cama como pedia meu corpo nem tivesse pensado essas coisas...
Acho que é o fim da estação.
Sabe lá... ficam as questões.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh