segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Cheiro da manhã

Gosto do cheiro da manhã. Quando a gente acorda e tudo está estático. A casa vazia, pessoas dormindo. Tudo é paz. E a casa exala um cheiro frio da noite. Enquanto em casa tudo é silêncio no jardim, na rua, as aves cantam contentes. Então quando abro a janela sinto o cheiro do mundo. Os odores da manhã invadem o meu ser. E me sinto leve e feliz.

domingo, 15 de janeiro de 2012

A esperada

Estamos no verão,
como é comum nesta estação,
sempre chove a tarde.
Chuvas que vão desde
uma triste garoa,
a uma eufórico pé d'água.
Chove depois para.
As pássaros fazem uma algazarra
enquanto secam suas penas.
As flores molhadas,
ficam inconsoladas,
feito mulheres com
suas maquiagens borradas.
E as ruas ficam vazias
e lavadas e úmidas.
E  a vida continua
agradável.

sábado, 14 de janeiro de 2012

As larvas da tarde

Serena passa a tarde passa.
Tarde, quase sem luz, fria.
Saio a pedalar e percebo que o mundo está tão parado.
O vento que balança os ramos das árvores,
faz-me senti mais frio.
Parece até que tarde estagnou.
As plantas estão tão escuras
e sombrias.

Uma ou outra ave conta e voa e aparece e some.

As mangueiras exaustas da floração,
descansam estáticas com suas folhas negras.
Agora podem ficar em paz,
sem mangas não há mais ninguém para incomodá-las.
Sob a copa das mangueiras mangas podres exalam
um cheiro ácido adocicado.
As goiabeiras estão muito carregadas
de frutos, essas ninguém as incomoda,
pois suas bagas são devorados,
como cadáveres podres,
internamente por larvas
branca.
Larvas brancas vivas,
devorando a carne branca
do endocarpo das goiabas.
Larvas brancas como o céu,
 tarde esta que se despede.
Tal qual dia de funeral.
Chego em casa sem ânimo,
como qualquer coisa,
vou para meu quarto
e incluso fico como as
larvas da goiaba.
Sem ninguém me incomodar,
ou se dar por minha inútil existência,
assim como as larvas.

Verdade?

A verdade existe? Não sei, creio que não.
Verdade... vamos falar a verdade.
Busquemos a verdade das coisas.
Acho que a verdade é uma ferramenta.
A ferramenta mais poderosa
que se criou.
Criaram a verdade para subordinar,
para ser superior.
A assim sob essa ideia,
as pessoas creem serem
superiores. As pessoas
usam digamos seu conhecimento
sobre a verdade e se dizem
autoridade.
Que ideia perigosa
é a verdade.
Acordo e fico pensando no que devo ou não fazer. Primeiro preciso comer algo, mas tem que ser algo substancioso. Só um pão com manteiga faz mal.
Então depois de tudo engolido, tempos que encarar o mundo,
encarar os malditos substantivos.
Temos que engolir o sucesso dos outros,
porque não somos capazes de darmos
verdade as nossas mentiras.
E passa o dia, enquanto isso, vivemos nossas vidas imaginando
nossa mediocridade, porque temos que inventar nossas próprias verdades,
mas baseado nos outros.
_ Não, esqueça os outros, tendes que pensar em si,
porque cada ser é um projeto único.
Então cuidado,
porque certas verdades
não passam de uma mentira
repetida por muitos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Rima breve

E caiu uma chuva leve,
chuva boa é assim breve.
Nem deu para molhar
nada. O sol voltou a brilhar,
e o mundo ficou a gotejar,
gotas leves e suaves
como são as tardes.

Desumano

Então o sol apareceu, brilhando com toda a sua força
e o vento se expandiu por todos os lugares. E os
animais se refugiavam sobre as árvores da floresta,
mas e agora que as florestas foram desmatadas
e os animais reduzidos ou extintos. O que restará
do mundo? apenas lixo e mais nada!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desordem

Tenho gasto meu tempo pensando em algo que não existe. Pensando como será meu amanhã. Isso chega a tirar o meu sono. Tenho pensado por que escolho isso a aqui? Não sei, as vezes penso que sou louco ou que o  mundo é louco. Sei como regar uma planta sem que me ensinem, mas insisto em tentar regar uma planta da maneira certa. Acho que minhas coisas são muito orgânicas e não funcionam sob a visão da lógica. Sei lá, só sei que no meu jardim as flores teimam e florir, mesmo numa bagunça.

Após a chuva

Hoje, quando o sol apareceu e invadiu o meu quarto, fui até a janela olhar para o mundo. Lá fora tudo parece tão verde e vivo. As aves cantavam felizes.  No céu, o sol brilhava, mas as nuvens ainda apareciam, porém menos densas. As plantas do jardim estavam tão viçosas. Vi que dichorisandra esta com um cacho de flores que logo desabrochará. Como é bom o dia após a chuva.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Flores de jasmim

Flores perfumadas do jasmim
são tão alvas, são tão rosas,
todas doce para mim.

Radiantes como sol
são as flores do jasmim.
Perfumadas, tão perfumadas
são as flores do jasmim.

Um jasmineiro é tão elegante
por suas flores perfumadas,
alvas ou rosas que são todas
belas para mim.

Se sinto a presença do jasmim,
fico todo assim, feliz e radiante.
E viva ao jasmim.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Só chuva

Choveu o dia todo e ainda chove. O sol sequer apareceu. Ficou naquele chove e para. A tarde até apareceu um pica-pau no meu jardim. Ele comeu manga. Quando fui tirar uma foto, ele voou. E o dia passou sem novidades.

Tarde de verão

Chove sem parar,
choveu pela manhã,
e segue tarde a dentro
chovendo, molhando o mundo.
Alguns sofrem,
outros reclamam,
mas a chuva não houve,
só se derrama
na tarde de verão...

Memórias

Os sentidos me abrem as portas para o mundo. Através dele conheço o mundo e internalizo as ações, através deles me tornei quem sou, embora pudesse ser mais plástico as ações do mundo. Estes mesmos sentidos despertam em mim sensações que podem me levar a reviver as coisas. Acender nossas memórias mais longas e torna-las presente. O som, as cores, textura e forma, o sabor. Vivemos o presente, mas sempre avaliando-o buscando em nossas memórias o que conhecemos e assim assimilamos, cimentamos nossos conhecimentos. Hoje pela manhã, quando abri a janela, chovia, então senti um aroma gostoso de chuva, este invadia o meu ser e despertou tão rápido quanto a luz a lembrança de minha casa mãe. O aroma das folhas e madeira molhadas me levaram longe no lugar e no tempo. Então de imediato vi a fumaça saindo da chaminé, o solo molhado, as gramas e o cheiro da madeira queimando. Percebi que naquela época não acreditava que o tempo não passava, me sentia preso, aquelas sensações não pareciam suficientes para mim. As frutas que degustava, a companhia de toda a família unida, a calma daquele lugar que parecia ser eterno. E hoje quando vou lá, fico perdido em meus sentidos, o tempo voa e é eterno. Hoje sei que  nada é eterno, até porque a experiência e os sentidos me mostram isso. Sou menos sonhador, mas vou buscando no passado, a força para realizar o presente.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Erva viva

Ah, o tempo até pode nos roubar tudo, mas pensando bem o tempo nos ensina tanto. Com o tempo aprendemos a sermos melhores ou piores. Se buscarmos sermos melhores o tempo nos dar essa possibilidade. Tendo em vista que a vida são possibilidades o tempo marca esses compassos e sucessivamente vamos melhorando na arte que escolhemos. E vamos cimentando nossos conhecimento, vamos nos consolidando como pessoas, humanizando-nos. Creio que cada um faz sua escolha, mas a mais humilde das escolhas e a convicção faz-nos felizes. As vezes sou ingrato ao tempo porque ele sempre me leva para a morte, mas enquanto isso, delicio-me da arte dos que souberam driblar o tempo e se imortalizaram. Tais pessoas são os pintores, músicos, poetas, pedreiros... tudo quanto respira e realiza. Alguns não se dão conta, mas passaram seus genes para nós nos educaram e o que seria deste mundo se não fossem as pessoas simples? Para isso temos possibilidades e escolhas de driblarmos o tempo, de sermos ainda melhores. Azar de quem busca o contrário, não creio que ninguém seja o pior, creio que muitos não tem persistência. A mais maltratadas das ervas, mesmo pisada e machucada, opta pela vida e renuncia a morte, se seu destino seja breve morte, mesmo assim cada dia que tem, que vive, é para a vida e não para a morte. Que assim o sejamos.

Gemas apicais

Depois de duas semanas fora, voltei para minha casa que me parece diferente, mas estão tudo igual. Acho que esta tudo igual apenas no meu quarto porque o meu jardim está bem diferente.
Hoje quando acordei, abri o computador e li os jornais  não vi nada de diferente. Senti-me cansado por isso tomei um chá, mesmo assim me senti mole. Abri a janela e nem namorei meu jardim, vi que a dichorisandra estava florida. Então deitei-me, levantei apaguei a luz e dormi um  breve sono que me revigorou como se tivesse dormido a noite toda. Acordei muito bem. Peguei um livro e li dois poemas de Bandeira. Então fui a janela e vi como está belo o meu jardim. Todas as plantas tem as gemas recuperadas, estão muito ramificadas, pois sempre que posso capo as gemas apicais que para elas ficarem mais ramificadas, junto as folhas e colo-as no canteiro só para minhas plantas terem adubo natural, trato sempre de rega-las para ficarem mais bonitas. Cuido das plantas, mas quem cuida de mim? Deus, bem e velho Deus dai-me paciência.
Joguei sementes de favas no meu jardim duas germinaram e crescem lindas. As heliconias e o boldo que plantei já pegaram. Creio que choveu bem aqui também nos últimos dias.
E a vida segue e o ano se inicia.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ameaça

Gostaria muito de caminhar agora a tarde, mas o tempo não me anima.
Nuvens escuras de chuva se aproximam rápido, não quero me molhar.
Será se vai chover? O vento sopra forte e frio.
Não sei se quero que chova ou não.

Mais humano

E o que sei eu do mundo?
Algo físico ou algo metafísico.
Quando criança e muito jovem
era regido pela religião e ética
ensinada pelos meus pais.
Hoje que cresci, sinto que ainda
estou preso as ideias de meu pai,
ao carisma e doçura de minha mãe
que sempre fez tudo para me agradar.
E o meu mundo pouco a pouco
foi criando vida, formas e cores
e foi se revelando cada vez mais
diversos.
E descobrir que podia caminhar
com minhas próprias pernas,
e que aquilo que buscava
no mundo onde nasci,
descobri que as formas,
todas as formas tinham nomes,
palavras que poderiam
serem interpretados por todos.
E foi num dia de sol que descobri
que através das formas
poderia tirar meu sustento.
E me sinto feliz ao saber
que saber o nome das
famílias das flores,
poderiam me alimentar.
E o que sei eu do mundo?
Não sei nada,
pois ainda tenho medo,
medo de não dar certo,
de não ter onde morar,
medo de voltar de onde eu vim,
mas voltar para onde eu vim
seria regressar
ou seria falhar?
Não sei,
sei que conhecer o mundo
não faz maior ou menor,
melhor ou pior,
faz-me ainda mais humano.
Faz-me mais humano viver mais e mais
neste breve mundo.

Sem eco


O tempo não para um segundo sequer. Então vai nos consumindo, nos corroendo e nos ensinando. Que memórias tenho do tempo? Quase todas as minhas memórias foram enterradas no tempo, quase todas, restam algumas impressas em fotografias ou documentos, mas são tão poucas. Há ainda as memórias vivas que aos poucos o tempo vai consumindo, meus parentes, vizinhos e amigos a morte os consome. E eu que sou tão displicente, desaprendi de como conversar. Muitos temas não me interessam mais, só porque parece que estou aqui por uma eternidade. É a falta de memórias provoca isso em nós. E quando vou descobrindo que vivi num mundo de mitos e de crenças tão ingênuo em que muitas coisas fazia sentido a luz do mundo em que vivia, hoje parece que vivi num mundo de adultos crianças. Meus avós eram tão simples, mas suas experiências o davam autoridade para seguirem suas vidas, o mesmo modelo foi seguido por meus pais e tios que aprenderam a viver tudo sozinhos, num mundo de faz de contas. Nesse mundo discussões por nada, orgulho de ego era comum. E quantas pessoas não se aproveitaram de suas ingenuidades ou digamos de sua ignorância. Foi naquele modelo, naquela forma que fui moldado como tijolo que quando barro úmido é moldado em uma forma, depois seca e é cozido e nunca mais volta a ser o mesmo barro, porque o fogo mudou as propriedades do barro. Tenho medo de já ter sido cozido e ter perdido a minha plasticidade. As condições onde eu nasci não eram fáceis e por isso o ter era tão importante por questão de sobrevivência e nessa ilusão várias gerações foram consumidas felizes ou tristes. O tempo as consumiu, sem sequer deixar um eco.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Sol e chuva

No finzinho de tarde chove suavemente em ribeirão,
o sol ainda teima em aparecer formando uma
linda paisagem, um gostoso contraste entre
a chuva e a luz do sol.
E só de imaginar o calor que estava,
só de sentir a gostosa brisa.
Que felicidade!

Breve ilusão

Guardei tudo,
tudo do ano que passou,
em um porão,
procurei deixar minha mente vazia.
Pensei em tanta coisa...
Então refleti o absurdo,
que escrevi, guardar tudo,
mas que tudo,
tudo meu que só preenche a minha imaginação...
Tudo isto não passa de uma breve ilusão.

Horizonte

Olho para o céu como quem olha para o mar e tudo que vejo é um horizonte distante. Pessoa disse que somos do tamanho do que vemos. Se for verdade sou muito grande porque adoro olhar para o céu a qualquer hora, adoro olhar a linha do horizonte no mar. Talvez não por ser grande é que goste de olhar para o horizonte, mas porque sei que sou tão pequeno, tão ínfimo que ador olhar para longe e imaginar o que poderia encontrar, algo que me tornasse imortal. Olhar para o longe faz bem a minha alma, pois parece que ela sente falta de onde veio do mundo. E olho para o céu, para as nuvens, para o nada, simplesmente imagens do nada do horizonte.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Limões

Quantas vezes penso coisas que me deixam indignado. Às vezes quando saio e percebo o quanto as pessoas precisam se tornar civilizadas. A educação resolveria isso? É muito saliente o desrespeito pelo qual somos pressionados a conviver. Atitudes que vão desde as mais medíocres como furar uma fila, jogar lixo pela janela do carro ou do ônibus, lavar a calçada com jato de água, ouvir o som do carro nas alturas até violência verbal e física no trânsito, assalto ou até mesmo assassinato. E por que esses fatos ainda nos deixam indignados? se são tão trivial onde moramos, além disso temos uma mídia sedenta que necessita ganhar dinheiro, e publicar, mesmo que sejam fatos irreais, quanto mais sensacionalismo melhor. E ainda tem as novelas, e os programas comentando as novelas, uma coivara que se tocar fogo nem cinza produz, vai tudo pelos ares. Creio que o Brasil nunca cresceu tanto, mas ao mesmo tempo, nunca o outro invadiu tanto o espaço alheio. As pessoas pensam que só  por terem poder de aquisição podem desrespeitar os outros, creem que só porque pode comprar, gastar podem invadir o espaço alheio. Indigna-me saber que a Justiça serve apenas para proteger o capital dos ricos. A merda é que hoje nem isso acontece, pois existem ladrões que são eleito pelo povo para surrupiar nossos bens. E o que acontece com os recursos arrecadados que deveria ser investido em diversas coisas na sociedade? Vão parar nos bolsos dos ricos. E como ficamos? Com a cara de ignorantes, sem saber o que fazer. E nós pobres mortais que reclamamos dos ladrões de colarinho, cortamos a fila do banco, jogamos lixo pela janela... porque achamos que podemos! Ah, quando vamos tomar consciência. Será se um dia essas coisas não acontecerão. Não creio, mas se só temos limões, que podemos fazer, tomar limoada azeda.

Imaginação

Não sei voar, nem mesmo a baixas altitudes, mas as vezes algumas coisas me roubam a atenção e emocionam-me e fazem com que voe as altas altitudes, talvez o lugar onde Nietzsche dizia está os ares mais puros. Fisicamente não seria possível acontecer, mas no universo mental, tudo é possível e é através dele que consigo atingir tais alturas. Não faz muito tempo, quando não era tão envolvido por esse mundo capitalista, eu conseguia passar longos instantes olhando para as nuvens e vendo coisas mais lindas e bizarras. E consegui viajar na imaginação, mas a nova vida adotada me arrebatou daquele mundo, só restaram resquícios. Tomaram meu tempo! Acho que aprendia com maior facilidade naquele tempo. Hoje, muitos males me importunam, problemas como onde vou morar, como vou me virar, bem é acho que o  mundo se expandiu,  não é só doces e brinquedos que me fazem feliz. Talvez esteja sendo muito saudosista, mas meu intuito é refletir um pouco, voltar mais para o meu mundo de faz de conta quem sabe assim seja ainda mais feliz.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Chuva na tarde de Ribeirão

Chove em Ribeirão,
chove enquanto o sol brilha,
chove na tarde de sol,
e a água da chuva vai lavando as ruas,
vai roubando o calor
pelo sol doado,
as plantas se movem
ao sopro do vento,
felizes
e a tarde vai ficando mais amena,
mais gostosa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Nada nos define

O que nos define? A matéria e sua forma, nosso comportamento, tudo que aprendemos. Afinal que ou quem somos? Talvez sejamos um pouco de cada coisa que vivemos. Certo dia um amigo me falou que somos o que absorvemos do outro. É somos tão complexos física, química e psicologicamente pensando que seria impossível nos definirmos. Todavia acho que somos como a água cheio de formas, sem limites. Somos como tudo na natureza, tudo na vida. Somos tudo e nada dependendo dos nossos humores. Nem sempre que ouço uma poesia, uma música tenho harmonia, embora estes estímulos desencadeie muitas lembranças. Acho que somos muito natureza, somos como a brisa sem destinho, somos como o sol claro e quente, como a lua fria e serena, como o mar que se quebra e se deita na praia, somo como as florestas esplendidas, mas podemos ser como covil de raposas escuros, fétidos e traiçoeiros. Nada nos define.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Vazio

Olho para o mundo nesta tarde,
vejo o céu azul, as plantas verdes,
sinto um calor intenso que arde.
O vento sopra lá fora,
as folhas ficam balançando,
parecem estarem mandando
o sol ir embora junto da tarde.
Tudo está tão calmo,
tão quieto, parecem repeitar
o fim do ano. Quando
as tardes são tão vazias
quanto as ruas de Barão.

Iniciar

Assim os últimos dia do ano estão acabando, assim também estão acabando as últimas flores de acácia do meu jardim, restarão apenas frutos e folhas. E assim como o ano inicia, todo o ciclo da minha acácia começa novamente e assim segue a vida.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tempo

O tempo acende a apaga tudo.
O tempo não existe,
as coisas que existem,
e seu espaço de existência
dita o que é tempo.
As vezes há um vazio de tudo dentro
de nós,
Até as ideias perdem a substância,
e nada faz sentido
na ausência de um sonho.
As cores do amanhã
perdem a graça sem a esperança,
mas quem dita as esperanças?
Tudo inexiste,
na ausência de sentido,
na ausência deste espaço
chamado tempo.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Sol nascer

E quando amanhecer,
quando o sol cruzar a linha
do horizonte,
quando fizer despertar as flores,
quero está bem acordado,
pra poder sentir
ser abraçado
pelo sol que tanto viaja,
que tanto desperta.
E quando amanhecer,
sei que algo vai acontecer,
espero que seja algo de bom.
Porque já basta
que acontece na vida
antes do sol nascer.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Morte

Eis que o destino a todos chegam.
Chega o dia em que a vida para,
e o calor que circula em nossas veias
estanga e os músculos guardados
no peito já não pulsam e não fazem pulsar.
Já não se sente o cheiro da flor,
nem se ver suas cores.
Neste dia tudo vivo que nos ama
se entristece, eis que não morremos
apenas nos encantamos.

Horizonte

Sempre que pude fui a praia
foi lá contemplar o mar,
gosto de ver a linha do horizonte,
gosto de imaginar
que indo lá eu consigo
ver o muito além da minha visão.
Sei que não vejo tão
longe quanto vejo numa noite de luar,
mas ao menos estou olhando
para o horizonte
como que encara um olhar.
Gosto muito de ver o mar,
gosto de ouvir o ser cantar,
e ver as ondas quebrarem na praia,
gosto de sentir o cheiro
da maresia, aroma que vem da áfrica ou sabe lá de onde.
O fato é que existe algo além
da linha do mar,
algo que me faz viajar.
Sempre me amarei na praia,
mesmo sem saber surfar.
No mar posso viajar vivo
em minha consciência.

Tempo e o vento

O tempo e o vento
mudam o curso das coisas.
Assanham as águas e
banham as praias.
As flores tira-lhes as cores,
e roubam seus odores.
As aves permitem fazer seu ninho
e cantar desde pequenininho.
Eles até despetalaram
as flores da acácia.
Conseguiram dar vida
ao meu jardim
que só tem planta
e nenhuma lesma.
O tempo e o vento
seguem sempre em frente
sem nunca voltarem-se para trás.
Acho que temos que ser
como o tempo e o vento.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Tarde de domingo

Uma leve chuva cai sobre a tarde de domingo.
Tudo está quieto, nada além da água
se move na rua.
É tarde de domingo, tarde de fim de ano,
nem dar vontade de trabalhar,
não dar vontade de fazer nada.
Só ficar aguardando o novo ano chegar.
O que passou é passado.
Água que caiu do céu demora voltar
pra lá...
E a chuva continua a gotejar a tarde de domingo.

E nada mais.

A brisa sopra lentamente
fazendo os ramos das árvores
se mover, mexe no espelho das
águas do rio, faz as flores balançar.
Enquanto o sol se esconde atrás
das nuvens.
Enquanto isso minha alma
foge do meu corpo,
minha alma monta essa brisa.
Não sei onde estou,
mas a sensação é semelhante
a caminhar sobre as águas,
tão deliciosa quanto desfrutar
do aroma de tilia,
ou divagar no tempo
contemplando algo
bom que nos construímos.
E a brisa continua soprando,
enquanto continuo sonhando,
pois só no mundo dos sonhos,
sou perfeito, sou pleno
e feliz.
Só sobre as ondas da brisa,
pois a realidade é dura,
é cruel é infiel a nossas
idéias.
Então contemplo
as flores, pois sei que
sua existência é plena
e nada mais.

Graças

Demos graças todos os dias.
Graças pela luz do sol,
pela água da chuva,
pela fertilidade dos solos,
pelo verde das matas,
pelo perfume, as cores
e a beleza das flores.
Demos graças por todas
as manhãs que nos são concebidas.
Tudo isso temos de graça.
Tudo isso a que ou a quem devemos,
nem posso imaginar,
só sei que ah,
a vida passa tão depressa,
e nem temos a graça
dever quão bela é a natureza.
Quão generosa é a vida
e tudo nos dado de graça

O Vento

O vento quando sopra
segue sempre uma direção.
O vento não tem intenção,
mas rouba o perfume das flores
e distribui entre os amores.
Beija a flor proibida sem nenhum pudor.
Acho que o vento
é mesmo um serviçal
de erus.
Será?
Sei lá.
Só sei que ele vai mundo a fora,
mal chega já vai embora.
Porque o vento não tem limites,
não tem fronteiras,
não marca as horas,
não escolhe o lugar,
Simplesmente vai mundo afora.
mal chega vai embora.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Meio

E quando passou meio dia,
quando o sol já passava
para o poente e a tarde
chegava tão bela,
O sol brilhava tão intenso.
No meu jardim
a acácia e a alamanda
refletiam a amarelo,
o dia era tão belo.
Vez por outra lufadas
de vento refrescavam o calor.
As aves cantavam e
se alimentavam felizes.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Atravessar

A manhã chegou faz tempo, mas  o sol não apareceu. Hoje é mais um dia daqueles que pra mim é perfeito. Manhã nublada, muito úmida, uma maravilha para ficar na cama, mas como não tenho esse hábito, além do mais é quinta-feira, não posso me dar o luxo. Então acordei bem cedo, preparei o meu chá, vasculhei na internet as notícias que queria ler. Selecionei algumas que achei serem boas para serem compartilhadas. Então como sempre faço fui a janela olhar o mundo. Olho para o céu nublado, as plantas de meu jardim. Não tem como não ficar namorando a minha linda acácia. Está perdendo as flores e ganhando folhas. A maior parte das flores são abortadas, mas muitas foram fecundadas. Logo os frutos aparecerão. Muitas coisas acontecerão até lá. Mas essa manhã, ai que delícia, tenho que contempla-la por ser tão gostosa, fria e silenciosa. Uma das certezas que tenho é que o que me resta na vida são os momentos do presente, o instante em que vivo o resto é passado não me pertence mais ou futuro algo que não atingi. Todavia posso sentir e viver as coisas. Posso guardar em minha mente tudo que penso ter e isso inclui essa manhã que caminha feito idoso, para seu fim. Então vejo as folhas das plantas do meu jardim surgirem uma a uma, bem devagar e vão aparecendo e se fazendo firmes e fortes, mas na medida do tempo, usando tudo que é necessário gastar para serem forte. Ah que delícia é essa suave manhã.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Chuva da tarde

Quando a chuva veio,
já era tarde,
o sol esfriou,
e a tarde não mais apareceu,
a tarde partiu com a chuva
que lavou o mundo,
as ruas e regou
o meu pequeno jardim.

Tornar-se

Nossos mundos são tão subjetivos e peculiares que as vezes é impossível entender as ações do outro. Aprendemos a ver o mundo de maneiras completamente diversas e é através destas que vamos nos construindo como ser. Temos as opções mas somos nos que decidimos o modo como fazemos isso.
Por vezes achamos muitas vezes no direito de fazer tudo que quisermos, no entanto, por esse pensamento
acabamos invadindo o espaço do outro. E se nos pegamos no erro muitas vezes age em no um ataque de cólera que nos impede de refletir, de racionalizar nossas atitudes. Creio que fatores químicos e físicos atuam em nós. É  nessa peleja que passamos pelas fases da vida. As vezes aprendemos muito, outras vezes não assimilamos nada. Não justifica os erros, no entanto é um adendo para uma reflexão sobre a natureza humana.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Formas e cores

Eis que amanheço com o sol,
minha alma fica cheia
quando abro a janela
e percebo o mundo.
Quando percebo
que a luz do sol dar
cor e forma as coisa.
Quando percebo que a minha
acácia ainda tem folhas velhas,
ainda tem flores, mas estas
vão continuamente sendo
substituída por folhas
nova. As vezes me sinto
como a Acacia,
meu cão fica amarelo de pétalas,
mas é necessário
se não como terei frutos,
como vou amanhecer?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Hoje

Hoje,
Hoje quando acordei,
vi o sol nascer,
vi o dia passar,
vi a noite chegar,
mas não imaginava
que viria a lua
bela e plena no ar,
ela chegou tão bela,
toda nua,
ah, que delícia ver a lua,
o céu azul,
ver a vida passar,
pois não sei
qual será a hora que esta
vai me faltar.
Sempre me emociona
a lua,
a vida...
Tudo passa
e hoje já passou,
levo em mim
tudo que vivi
que senti,
e amanhã
será um novo dia
espero ter sempre a esperança,
de poder viver
e poder ver
mais e mais a lua,
o hoje...

Conhecer

Algumas coisas me enchem de emoção,
disso tenho certeza,
coisas que me fazem fugir do mundo físico.
Creio que é algo sobre natural.
Creio ser algo tão subjetivo
que cada um sente isso,
é algo muito peculiar.
Quando descobrimos
e sentimos isso que nos enche
de alegria, nesse momento somos felizes.
É como se fosse uma chave,
um hormônio que desencadeia
em nós algo sobrenatural.
Algo que nos arremete a outro mundo,
o que será isso?
Não sei, realmente não sei,
no entanto sei que cada dia
que passa em minha vou me descobrindo
mais e mais.

Espelho do céu

Esta noite o céu está tão limpo,
parece até que foi polido.
Um azul marinho tão gostoso de ser
apreciado, este azul
tingido pela fraca luz
da lua.
Estrelas piscam sem parar,
tudo é silêncio
logo a noite será dia,
logo a noite vai passar,
vou beber do brilho das
estrelas e do azul
nu do céu.
Vou tragar o aroma
das flores noturnas
e então, ébrio dormir
com os meus sonhos
mais absurdos,
neste momento sei
e me sinto pleno e feliz.

Manhã

O sol dourado pintou a manhã
com todas as cores.
As aves encheram de vida
as plantas e os jardins.
A sabiá veio cantar no meu jardim,
trouxe seu filhote,
que anda de pinote,
quase toda manhã é assim.

domingo, 11 de dezembro de 2011

As coisas

Tantas coisas posso pensar sobre a vida. Coisas boas ou ruins. Posso filtrar muitas destas, mas  não posso me livrar de vive-las. Afinal tudo faz parte da vida,  ou melhor a vida é o todo e não partes. Quem seria eu se só conhecesse as coisas boas e desconhecesse as coisas ruins? Mas o fato é que muitas pessoas tiveram a sorte ou azar de viver só as coisas boas. Desculpe pelo substantivo coisas, mas entendo e muitos entendem então opto pelo que mais pessoas entendam, os que não gostarem nem leiam. Enfim, muitas coisas acontecem em nossa vida e não temos domínios sobre ela. Por exemplos, não escolhemos nascer, nossos pais ou as condições que nos e dada quando nascemos. Tive a sorte de nascer e crescer num sítio, você pode esta pensando é ele teve sorte, ao mesmo tempo outra pessoa pode dizer tive a sorte de nascer numa cidade grande, mas todos somos unanimes que nascer com o mínimo de conforto é o básico, no entanto, há pessoas que nem essa teve essa sorte. Foram jogadas no mundo, tiveram apenas o ato de nascer e depois foram abandonadas nas ruas. Feito animais necessitam buscar o que comer. 
Bem quantas coisas poderia escrever, mas não sei o que escrever, porque muitas vezes as coisas querem ser escritas, as vezes as ideias elas criam vida na cabeça da gente feito berne vai nos consumindo por dentro.
E então quando vou fazer um texto as ideias tomam conta de mim e querem sair, ganhar substância, se materializar. Algumas coisas me revoltam, as coisas ruins por exemplo as vezes são tão fortes que me deixam triste.
E muitas vezes as pessoas tentam explica-las usando astrologia, coisas ocultas, outras vezes acham que a fé vai nos livrar. Sei lá, somos todos malucos e pensamos tantas besteiras na vida. Não pensamos em nada substancioso.
Na verdade estamos sempre tentando explicar o inexplicado. Viver é tudo e nada ao mesmo tempo, essa relativização é uma merda, mas a vida é autônoma, cada um faz o que quer da sua, mas aceite as consequências.
Acho que perco meu tempo pensando nessas coisas. As malditas coisas "boas" ou "ruins".

sábado, 10 de dezembro de 2011

Chuva

A chuva que caiu pela manhã
invadiu o meu ser, entranhou
em minha alma.
Foi muito gostoso
sentir o seu aroma
e seu frio a me acalentar.
A chuva caiu pela manhã.
Molhou folhas e flores da acácia.
Perfumou o meu jardim.
E depois passou,
mas deixou minha alma
docemente calma.


Senti

E quando a tarde caiu,
quando a noite quase
chegava.
A natureza em silêncio
me calou.
Olhei para o céu,
olhei para dentro de mim,
Me senti pequeno,
e olhei para a tarde,
e olhei para mim.
E a tarde partiu
e a noite chegou
silenciosa feito brisa.
E eu senti a noite
e eu senti a vida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Sentir

A tarde toda é silêncio.
As rua esta vazia e fria,
ainda molhada da chuva.
As aves gorjeiam.
Eu não sei, parece até que
morri.
Todo o meu ser é silêncio,
as vezes desilusão,
nenhum verso ou poesia.
Eu olho para o mundo
belo e colorido, sinto-me
escuro, taciturno,
macambuzio.

Canta chuva

E amanhã chega, mas o sol não aparece, pois a chuva chegou antes e não deixou que ele aparecesse. Agora chove sob uma luz fraca da manhã. Chove uma chuva doce. A chuva canta biqueiras  e calha abaixo. A acacia amarela fica toda bela molhada. 

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Medo

O quarto parece vazio,
o dia parece longo e vazio,
de repente tudo parece tão frio.
De repente sinto um vazio
em meu peito,
chego a ter arrepio.
Tenho um medo,
nem tenho uma praia
para caminhar,
nem tenho o mar para me salgar...
De repente tudo ficou sem sentido,
que me dar até medo.

Tarde e chuva

A tarde chegou e já está partindo,
mas antes dela parti veio a chuva
que molhou as árvores, os arbustos
e as ervas. Molhou também as frutas,
os sanhaçus são exigentes
não comem manga molhada.
O chão do meu jardim
ficou todo assim,
amarelo com as pétalas
da acacia.
Depois a chuva partiu
e as árvores ficaram gotejando.
E eu não sei o que fiquei esperando.

Feriado

O que esperamos num dia santo?
Que o dia passe, que o tédio passe,
que a chuva não venha.
Não sei o que fazer,
não sei o que  não fazer,
por isso fico no limbo que é a internet,
nada tenho pra esperar,
só sei que o tempo passa!
Logo será natal...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Passagem

A tarde segue lentamente,
segue muito quente.
A manhã passou num
abrir e fechar de olhos,
os dias passam,
a vida passa
como o vento,
como o tempo.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ondas

As ondas se quebram na praia.
As ondas vindas do oceano,
do azul oceano.
Espumam e quebram na praia.
A existência tudo proporciona.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Linha da vida

Desfia a linha da vida. Passo a passo chegamos a lugar algum.
Vamos cegos como gado em direção ao fim.
Ainda bem que não sabemos nem quando nem onde.
Sabemos que seguímos sempre nesta direção.
Então inventamos os sonhos,
as poesias, a arte e aprendemos a tentar viver
melhor cada dia que vivemos. As vezes cheios de
esperanças, as vezes desiludidos.
Nossos humores mudam como as mares.
E seguimos vida afora,
porque pensar na morte é morrer.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Caracol

E a noite nada ouço.
Tudo é silêncio.
Apenas as estrelas
piscam, vezes por outra
sopra o vento.
As vezes canta um grilo.
E na noite posso me ouvir.
E o que escuto
é só as batidas
do meu coração,
minha mente ecoa
o vazio
que cabe na concha
de um caracol.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A bromélia abandonada

Hoje adotei uma bromélia,
achei-a numa esquina,
estava até amarela,
parecia não ter seiva,
mesmo assim é tão bela.
Trouxe-a para o meu jardim,
e plantei-a bem em frente
a minha janela.
Ela ficou tão bela.
No fim da tarde
veio a chuva e a banhou.
Como uma mãe
banha seu filho.
Espero que agora
ela ganhe uma nova cor
e fique mais bela
que gado gordo.
Hoje não deu,
adotei uma bromélia.

Relógio louco

E o tempo passa devagar,
os ramos das árvores
balançam de lá pra cá.
O sol sorrateiro vai
passando junto,
mas o sol seria o tempo?
ou uma medida do tempo.
Seria muito engraçado
medir o tempo pelo vento,
pelo canto das aves.
Talvez menos rotineiro.
Talvez mais verdadeiro.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amarela alamanda

A alamanda do meu jardim
está com uma flor amarela,
amarela acacia ou coisa assim,
gosto de flor amarela é tão bela.
Amarelo ovo,
amarelo queimado,
amarelo acácia,
amarelo alamanda,
a natureza quer amarelar
o mundo!

Quando o dia nasce

Quando  o dia nasce,
as aves e as flores nascem juntos.
As aves enchem de sons
e as flores de cores e odores.
Quando nasce o dia
nasce também uma poesia
que espera ser escrita
ou simplesmente dita.
Quando nasce o dia,
a luz rouba o escuro do meu quarto,
as aves o silêncio
e eu desperto feliz,
percebo que a vida passa por um triz.
então abro a janela,
tenho a paisagem sempre bela,
do sol e das árvores.
Sinto a vida solver
o ar da manhã.
Sinto-me beijado pela manhã,
sinto tanta coisa,
que esqueço do meu mundo.
Quando o dia nasce
sou pleno e feliz.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Cada um, cada angustia

Quando era criança meus pais me ensinaram a rezar, a ter fé, esperança e a ser uma pessoa de bem. Quando era criança meus pais me protegiam, me alimentavam e se preocupavam comigo. Mas e agora que cresci? Por ter memória curta, me esqueço de orar, perco quase sempre a fé pelo menos continuo sendo uma pessoa de bem. Meus pais já não vivem comigo. Vivo só, e compartilho quase sempre minhas angústias com as pessoas que me cercam. Encontrei uma pessoa com quem posso contar. Mas o fato é que tem dias de verdadeiras angústias. Nada nos faz ou trás a felicidade. A vida nos proporciona tudo. Isto cada pessoa sofre uma angústia.

A vida


Muitas vezes penso na vida. Pode ser a qualquer hora. Penso nas minhas condições, dificuldades, lutas e tudo que me movimenta. A vida, sempre, me parece cruel, pois está sempre tentando nos testar. Há momentos que acho que o meu mundo vai desabar. Sei lá, é o que parece que vai acontecer. Então se me desespero, perco meu promo. Não é sempre, mas acontece. E vejo as coisas que creio está errado, que é injusto e isso me deixa indignado e descarrego tudo na vida. Eu penso tanta coisa sobre a vida, mas não sou capaz de descreve-lhes. As vezes penso que viver é ruim, mas pior é o não viver o não existir. Pois sem a vida nada faz sentido. Então sigo sempre pensando mais e mais oras aprendendo, oras se batendo para aprender, mas sempre sendo. Sem a vida nada é.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Pequenas coisas

Fim de ando está ai. As luzes do Natal já piscam nas ruas. Nas lojas todas enfeitadas anunciam os lucros ou o Natal. No shoping as árvores estão piscando a todo vapor. E então sentimos o espírito do ano novo. Sentimos que tudo pode renovar ou não, mas nem pensemos nisso. O ano praticamente já passou, não dar para voltar no tempo. O que vivemos de manhã já não viveremos mais a noite e nenhuma noite. Só temos que viver e quem tiver espírito suave agradeça a Deus ou seja lá em que crês pela sua existência. A vida é tão boa, mesmo com tantas coisas para serem resolvidas, mas isso que é a vida.

domingo, 27 de novembro de 2011

Noite acalentadora

A noite chega, independente do dia da semana, e cala o mundo. Acalenta-o cobre com seu manto escuro e faz a natureza se recatar. Toda a natureza silencia. E aos poucos vai acalmando embalando tudo que ela pode abraçar. Algumas flores se perfumam, não se sabe se é para a noite ou para algum amante. E quando já não tem mais luz. Quando não enxergamos as cores. Finalmente, podemos descansar e dormir em paz.

sábado, 26 de novembro de 2011

As ideias nos alimenta para nos consomir

As idéias tem vida próprias. São elas que nos alimentam, mas são elas também quem nos consome. Não razão, religião ou ser que não esteja atado a elas. Acordamos e vamos dormir, basicamente pensando desde coisas botas até revoluções.
E quando tempos um tempo para desfrutar da vida de  não fazer nada. Ah, elas sabem como nos tirar do sério.
E ficamos assim, lesos...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Passa

E vão o dia e a noite,
passam sem parar,
nos distraímos com as coisas,
com as formas,
com as cores,
seguimos a vida
sem nos darmos conta
que as árvores crescem sem parar.
Que não paramos de morrer,
desde o dia que nascemos.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O vento!

E o vento me leva,
noite a dentro,
leve como uma
cipsela,
surfando
nas ondas do vento,
noite a dentro.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Curva da vida

As vezes me calo e não penso em nada. Sinto um vazio, algo congelando dentro de mim, e foram de mim como se a pele gelasse e desgelasse!
As vezes fico assim por medo. Fico sem as palavras, ações. As vezes fico mudo e então me dou conta que estou no mundo.
Travo uma luta com a minha existência que acredita ser longa, mas é tão curta, não tem a meia vida de um grama de urânio.
E então tenho tantos caminhos para me orientar que acabo desorientado, pois as escolhas muitas vezes provoca em nós doença mental pior que doença física.
Ansiedade. que rima com vaidade, mas esta é a afirmação em excesso!
As vezes me sinto um inútil, as vezes não e assim vou dobrando a curva da vida.

Esperança!

Ecoa em nossas almas a esperança. Nessa vida já vencida. Tudo que resta é a ilusão e a esperança. Tudo é tão passageiro e surdo como certas tardes, como a meia noite. Então procuramos beber em algo um pouco de ilusão e nos enchemos de esperança. Porque sem ela, a vida é mais dura.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Periodo

Os dias são longos, cansativos. Quando chega a noite sinto vontade de dormir. 

Chuva

A chuva caiu e banhou a tarde,
o sol até tentou, mas não deu as caras
ao dia.
As árvores estão tão viçosas agora,
as folhas molhadas estão coladas ao chão.
E a tarde se vai
se vai.

O amarelo das flores da Acácia

E caem as folhas e veem as flores.
As flores amarelas da acácia enfeitam o meu jardim.
São tantos cachos, tantas flores de um amarelo doce,
um amarelo acácia. Que quando fotografo
sinto uma frescura nas flores,
e congelo aquela imagem na câmera,
em minha mente.
As folhas se foram, e agora
as pétalas pintam o chão do meu quintal de amarelo.
E é sempre gostoso acordar e ver o chão
num caos de cores.
Engraçado que o amarelo das flores da acácia não é
o mesmo amarelo da manga que coloco para o sanhaçu.
É mais vivo, embora menos doce e menos queimado.
O amarelo das flores da acácia
enche minha mente de paz e esperança.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sementes


As sementes esperam o tempo bom para germinar, mas de que adianta se vier a germinar entre espinhos, sobre as rochas. As sementes não tem noção de ambiente. As sementes precisa das mão do semeador, da caridade da chuva, da fertilidade do solo. É preciso paciência, para esperar pela chuva. Muitas coisas dependem de outras e de outras...

domingo, 20 de novembro de 2011

Tese!

O que fica do dia em mim?
Sentado o dia todo em frente ao computador o que posso esperar?
Minha coluna e os meus olhos doem, meu corpo feito carro ao meio dia ferve.
Estou cansado e nem posso parar para sentir a natureza, sentir o dia.
Não dá se quer para escrever uma poesia.
E o dia vai passando se misturando com a noite e a gente sem perceber.
Chega uma hora que não dá o corpo joga a toalha.
Passa pela mente desilusão, medo, pressão.
Nem reza braba ajuda, acho só mesmo o riso de uma criança
ou a uma flor perfumada me encheria de alegria agora,
porque Deus é muito subjetivo, metafísico.
E assim vamos seguindo essa vida, que aliás é única,
numa luta desesperada para sobreviver, sobresair
e no final morrer e ser enterrado feito qualquer bicho.
Sem, essa de ser superior,
vamos apodrecer, virarmos cinza ou pó.
E cair nas areias do esquecimento feito grãos no deserto.
Nem sobra tempo para pensar.

sábado, 19 de novembro de 2011

E o dia passou

E o dia passou,
lento como uma brisa,
em minha mente deixou
o cansaço,
Mas a noite chegou,
mais a noite chegou,
e trouxe o vento,
pra cantar
cantiga de ninar,
para eu dormir.
E o dia longo passou!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Riacho

O riacho corre leito abaixo,
e vai fazendo curvas e sons.
Suas águas oras se assanham,
oras são calmas, calcarias e azuis.
E segue cantando, ecoando
o som da chuva. 
Segue as vezes quebrando
sobre as rochas, mas logo
se recompondo, vai refrescando
o que está em suas margens.
As vezes suas águas correm 
por apenas um dia, as vezes
não chega a alimentar 
o que o espera,
mas o que se pode 
esperar de um riacho
senão sua beleza, frescura e vida breve.

A manhã parte

E a manhã parte levada pela brisa
que balança os cachos da acácia.
Com ela vão o som das aves.
E a manhã se vai,
mais um manhã de sexta,
mas uma manhã de  novembro.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O presente

A tarde vai partindo, lentamente,
como uma noite que caminha para o altar.
Parte ao som dos passarinhos,
de Rachmaninoff.
Parte tranquila como o espelho do lago.

Até que a o carteiro bate lá fora.
Ah, o meu livro de presente chegou.
"Entre flores e espinhos"
de autoria de Joseph Bezerril.
Esse vou guardar, na memória,
não vou esquecer de minha amiga,
Rita de Cássia, sua esposa
que tão gentilmente
me ofereceu!


A tarde

A tarde começou tão clara,
acesa pelas flores amarela
da acácia, tão suave soprada
pela brisa e esfriada pela
sobra da sibipiruna, tão
melodiosa entoada pelo som das
aves.
A tarde encheu meu coração
de alegria, minha mente de cores,
meu ser de energia.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Jardim

No meu doce jardim crescem três neomáricas. As plantas estão tão viridescentes. Como choveu as folhas que caíram da acacia estão úmidas e liberam um cheiro gostoso. O sanhaço não para de cantar. Sobre o ramo da alamanda está um filhote de sabiá e uma danada de uma maritaca está comendo os botões das flores da minha acácia.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Chuva

A manhã uma suave é banhada pela chuva.
Enquanto a brisa atravessa a janela é tão fria.
As aves corrochiam longe.
As águas da chuva escorrem sobre os telhados
marrons e se quebram no chão
anunciando a presença da chuva.
O sol nem deu as caras,
as nuvens barraram a aurora.
O dia amanheceu, mas o sol ficou longe,
feito ébrio que está quase acordado,
mas distante do mundo.
As nuvens se movem no céu
da manhã que antecede o fim do ano.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A chuva da manhã

Na doce manhã de chuva,
nem deixou sol apareceu.
Durante todo esse período,
a chuva soprava sua brisa 
e cantava, se deitava sobre os tetos,
sobre folhas e sobre as ruas.
Suas águas lavam as calçadas
e as ruas.

A doce chuva da manhã
fez toda a natureza calar
para ouvi-la cantar.

Na natureza há um respeito,
quando a chuva fala
todos se calam para
escuta-la.

domingo, 13 de novembro de 2011

Domingo em Viena

Aos domingos muito cedo, soam os sinos. As badaladas anunciam que vai começar o culto a Deus. A porta centra é aberta. Luzes e velas acesas. O sol quase fresco ilumina os becos, ruas e ambientes escuros. A rua vazia, tem o silêncio quebrado pelo corrochio de pardais. Idosos caminha em direção a igreja. Enquanto isso dentro das igrejas os padres e seus ajudantes fazem os acabamentos finais para a missa. Nada entendo do que eles falam, pois as palavras soam em alemão, acho muito bonito, mas não entendo nada, assim como não entendo muito dos afrescos, esses pelo menos dou minha interpretação subjetiva. O cheiro da fumaça que o padre usa para perfumar a bíblia antes do pronunciamento da palavra é igual ao que os padres usam no Brasil. E então começa a celebração e a igreja permanece quase vazia. Então me senti, no Brasil colonial quando as missas eram proclamadas em latim, só estas foram proclamada em Alemão. Vistei uma segunda igreja, não tão distante da primeira. Esta segunda parece a igreja de São Francisco em Ouro Preto, estultuante. No entanto o público não era mais volumoso que na primeira. Uma coisa é certa, aquelas igrejas, tornaram meu domingo mais belo e interessante.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cabalistica


Hoje é sexta-feira, até ai nada demais, afinal é só mais um dia na semana. Todavia hoje é 11 de novembro, mês 11 do ano, não é muita coisa, afinal, é só mais um ano. No entanto estamos estamos no ano de 2011. Pra mim a coisa muda completamente de figura, afinal data semelhante, só acontece de século em século. Uma amiga minha, Letícia Garcia, falou que se tratava de uma data cabalística. Pensei que palavra bonita, mas qual o significado desta palavra. Consultei o dicionário onde fiquei sabendo que significa algo oculto, misterioso. Que bacana pensei. E foi mais um motivo pra matutar. Acho que essas datas cabalísticas, minha nova aquisição  uma palavra, sempre me encantaram. Lembro de algumas datas destas, umas das quais até comprei um livro 7-7-2007. Acontece que tanto número um, nunca tinha visto 11-11-11. A última vez que aconteceu essa data cabalística foi a um século atrás, nem os meus avós haviam nascido. Acredito que para os meus bisavós essa data não tinha significado algum. Como posso saber, se nem alfabetizados eles eram, como podia expressar algo. Acho que naquele tempo, a o sentido da vida se restringia a luta para sobreviver, já que o nordeste não oferecia tantos recursos, talvez se fossem alfabetizado, hoje teria alguma memória escrita num papel. Mas isso não aconteceu. Até ai a geração dos meus bisavós e avós já passou para o mundo da maioria. Refleti ainda que se para o tronco de minha geração, essa data não tinha significado algum, me espanta que meus data não faz muito sentido. Por que? Creio pelo fato que só lembranças ou dos fatos que precisamos ou por meio de certas fontes que para ter acesso faz-se necessidade de conhecer as letras, as palavras, os contextos e como meus meus pais não desenvolveram o hábito da leitura, suas memórias estão muito restritas ao cotidiano. As lembranças das gerações de meus familiares eram encerradas com seus corpos em suas covas ou dissolvidas quando eles partiam para lugares distantes de seus familiares. Ao que parece essa situação era muito comum as pessoas naquele tempo.
Essas reflexões causam me uma certa tristeza,  no entanto, fico feliz pela oportunidade que me foi dada. Abracei-a com toda força. Creio que na próxima que ocorrer uma data tão cabalista não estarei mais vivo, talvez meus netos. Já terei sido reciclado pela natureza. No entanto, meus netos terão poderão ler essa simples reflexão, terão ciência de que neste mundo, seus antepassados viviam, sem nada dessas tecnologias, nem por isso sucumbiam, eram muitas vezes mais felizes, embora muito sacrificados pela vida, e é um tempo não tão distante. Talvez eles leiam esse pequeno texto. Isso mesmo estou falando com voce. Saiba que na vida tudo são possibilidades, e a vida é curta, e que datas cabalísticas  como esta são raras. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sono

No meio da noite
é tudo tão calado,
parado.
Só a lua continua acesa no céu.
Só a magnólia e o jasmim
continuam a perfumar o mundo.
As aves dorme, enquanto os
grilos cantam.
A acácia do meu jardim
estática parece me olhar,
parece querer me chamar
a atenção com tantas flores.
Hoje a noite
está tão quente,
meus olhos se fecharam,
mas o meu juízo
teima em me maltratar
e não me deixar dormir.

E esse ar parado,
nenhuma brisazinha
pra amenizar o clima.
Ainda bem que vai chover
no feriado,
assim poderei ficar
despreocupado com o calor
que teima em não me deixar dormir.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O sol e a almanada

O sol no céu azul feito nau no meio  do mar
 arde mais quando brasa de fogueira de São João.
Cá na terra, no meu pequeno jardim
uma bela alamanda insulta o sol
com o brilho de suas folhas viridescentes.
Fico a parte só miro a alamanda,
não dar para encarar o sol.
Então desvio o olhar à acácia,
aos sanhaços não estão nem ai,
só se preocupam em deliciar seu naco de manga.
E assim o sol se vai
e a alamanda fica sem seu brilho.
As vezes acho que a alamanda encara o sol
só para para ganhar brilho.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

cai a noite

E quando cai a noite, escurecem as palavras em minha mente.
E quando cai a noite e a brisa não aparece,
ai, minha mente padece.

Breve suspiro

Quase sempre nos acostumamos com tudo. Está acostumado com as coisas é torná-las invisível. Quantas pessoas, situações ou objetos que temos ao nosso não se tornam invisíveis. Muitas vezes esquecemos de dizer palavras carinhosas, o que sentimos por elas, de lhes dar atenção, carinho e afeto. Quase sempre cremos serem eternas, fazem parte de nossas vidas. Acontece ainda celebrações entre os amigos, saídas para o bar, e simplesmente não comparecemos, então nós é caímos no esquecimento e nós é nos tornamos invisíveis. Acontece ainda que queremos muito alguma coisa então quando finalmente compramos, passamos a desejar outra coisa e simplesmente não curtimos. Mas ai, certo dia, as pessoas passam para o lado da maioria, os amigos ou você se muda, a coisa é roubada. Só neste momento que a invisibilidade ganha forma e cor e tu então ver que a vida passou e nada passado é reversível, tudo até pode parecer igual mas na essência tudo é diferente. Creio que é necessário refletir sobre a vida, rever os conceitos, e valorizar mais o que temos. A final a vida parte num breve suspiro. E caímos no esquecimento.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Infância

A alguns anos atrás morava numa num sítio de uma cidade pequena. Esse sítio chamava-se Serrinha do Canto era povoado da cidade de Serrinha dos Pintos no RN. A vida no sítio era muito calma e pacata. A maior parte do tempo não tinha muito o que que fazer, senão ajudar meu pai na roça que era raro e por água em casa, quando muito tirar comer para o gado. Meu pai nunca explorou muito nossa mão de obra, dava prioridade aos estudos. Sabia que era muito importante. Adorava mesmo era viver o inútil do ser. Ficar acordado durante a tarde pra poder comer doce as escondidas, fazer ponche de limão enquanto mamãe dormia. Meu irmão aprendeu a fazer até doce de leite. E ficava sem fazer nada à toa. As vezes, observava as formigas trabalharem, as abelhas polinizarem as flores ou simplesmente ficava vagando. E ficava imaginando coisas, esperando sempre que algo de bom acontecesse e sempre acontecia. Primeiro vinha o inverno e coloria todo o mato seco de verde, enchia as plantas de flores e frutos. Hum como eram doces as goiabas e as melancias verde por fora e vermelhas por dentro, os melões, as suculentas annonas (pinhas), e no fim as cajarandas. Essas frutas amarelas maravilhosa com sabor acridoce caim no chão feito lama e perfumava tudo em sua volta. Mais tarde quando o inverno acabava era época da colheita,  e em seguida vinha a época do caju. Gostava tanto de caju que meu amigo me apelidou de caju. Vivia sob os cajueiros feito bacurim, rasgando e deliciando os suculentos pseudofrutos. Acabava a safra e tava todo mundo gordo. Minha felicidade estava muito ligada a fartura de comida. Vida boa, vida atoa.

A barata


Era tarde da noite e não havia ido dormir ainda, mexia no computador. Então vi um vulto entrando no meu quarto. Não dei muita atenção. Então desliguei o computador e fui dormir. Até ai tudo bem, apaguei as luges, curtia o canto longe dos grilos, mas em pouco tempo, ouvi algo se mexendo em meu quarto, não eram os malditos pernilongos. O que seria? Esperei mais um pouco, ouvi então o som de um voo, então acendi a luz e fiquei procurando, não encontrei nada. Apaguei a luz e logo depois começou o chiado. Ah, danada, pensei. Estava quente, não estava conseguindo dormir. Então acendi a luz e vi aquelas antenas feito orelhas de jegue se mexendo. Eis a grande decisão matá-la ou não? Senti-me um juiz e um carrasco ao mesmo tempo. Baratas são insetos da ordem Blattodea. Alimentam-se de restos de comida e podem ser vetores de doenças. Apresenta exoesqueleto formado de quitina. Este exoesqueleto é rijo quando a barada se locomove faz um chiado asqueroso, além do mais quando por acaso pisamos sobre uma delas se ouve o um som de algo quebrando. Em nossa visão as baratas são seres tão nojentos, mas seria esto um motivo ou justificativa para que a matasse  ou seria o fato de ela ter invadido no meu quarto e estivesse tirando minha tranquilidade? Vale salientar que as baratas surgiram no planeta milhões de anos atrás, quando nós ainda não existíamos. Não seria nós os invasores de seu ambiente? Bem para muitas pessoas esses motivos são suficientes para tirar a vida até mesmo de um ser humano. No entanto, não tive coragem de abater aquele pequeno animal, então peguei um papel higiênico peguei-a pelas antenas e atirei-a no jardim. Fechei a janela e foi dormir. Pensando nas baratas que são brutalmente assassinadas.

domingo, 6 de novembro de 2011

O som da tarde

Ouço as aves cantarem,
o vento se debater contra
as folhas. Também ouço
a tarde chegar.
Esta chega como criança
diante do diferente, tímida
e quando menos se espera
se doura com a partida do sol.
A tarde guarda muitas coisas
para mim, oculta os meus medos,
mais que as outras horas...
enquanto isso fico quietinho
no meu quarto.
Ouvindo o som da tarde,
e saboreando a luz da tarde.

sábado, 5 de novembro de 2011

As coisas

Não sei o que acontece com o mundo ou com as coisas. As vezes me preocupo com as coisas e suas coisas. Acho que me apego as coisas, por medo de perder essas valorosas coisas. Mas o que são essas coisas tão valiosas para mim? Não sei, mas absorvo tanto do mundo externo que tem dias que meu mundo interno parece vazio, desordenado. As coisas do mundo são um só mistério que criamos para nos refugiar de nossos medos.

As aves, as flores e as árvores

As aves, as flores, as árvores são tão vivas tão belas.
As aves enfeitam o céu, as flores os bosques, os jardins
e as árvores a floresta.
As árvores são moradas das aves e suporte das flores.
As aves dispersam frutos e sementes das árvores,
e as flore atraem as aves para as árvores.
As árvores, as flores e as aves
são tão amigas, tão belas...

Luz da manhã



French Neoclassical Painter, 1774-1833
                                                         Vi a luz da manhã, dourada como ouro aceso. Essa manhã fria começou a aquecer o mundo e dar-me profundidade das cosias. Essa luz revelou a forma bela das flores perfumadas e as coisas ao meu redor.
Através dela pude apreciar o meu jardim. Essa luz veio e invadiu o meu ser, me fez acordar, abrir a janela
e sentir a brisa fria que povoava meu jardim, no entanto a luz apagou as estrelas da noite. Gosto das estrelas, mas também gosto do céu azul, mas a luz também revelou o céu azul, revelou ainda as palavras escritas nos livros, acho a leitura mais fresca de manhã. E assim a manhã veio, dourou minha vida, me trouxe sabedoria e capacidade de discernir as coisas. Nem sempre temos a luz da manhã para revelar as coisas em nossas vidas. Não podemos conhecer as pessoas e suas ações, senão superficialmente, as pessoas não são como a luz da manhã reveladoras, mas em sua maioria são profundas com rios submersos sob rochas calcarias. As vezes as pessoas parecem serenas como a luz da manhã, mas estas pessoas podem estarem apenas ocultando suas verdadeiras intensões. São tantos os males que há no mundo, quem dera que estes males fossem ingênuos como a luz da manhã. Os males do mundo, creio que se trata de uma invenção humana, criada como todas as coisas criadas pelo homem de seus sentimentos mais ocultos. Esses sentimentos são tão ocultos que não podem ser revelados por luz alguma, nem mesmo raio x seria capaz de revelar. O mundo se revela sob a luz da manhã e a ciência ajuda a revelar mais o obscuro, mas nem tudo pode ser revelado, então vamos aprendendo, refletindo, compreendendo o mundo, mais contemplando mais a luz da manhã.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sair para caminhar

Sair de casa é essencial
pra sentir a vida pulsar,
as pernas caminhar,
sentir um aroma diferente,
encontrar uma flor,
uma paisagem,
ver gente.
As vezes nos fechamos
com os nossos problemas
e esquecemos do mundo
que há lá fora.
As vezes esquecemos
que temos todo um universo
em nosso interior
que necessita de ideias
externas,
saia para caminhar,
veja agora as Murraias
florescem, e perfumam
e enfeitam as ruas com suas
flores candidas.

Os passarinhos e as flores

O canto dos passarinhos me encanta,
bem como sua leveza, sua beleza.
Passarinhos cantam pra encantar,
voam de lá pra cá, voam sem parar.
Passarinhos são coloridos,
plumulosos, tão alegres,
tão belos. As aves embelezam
a natureza como as flores,
mas as flores perfumam
porque só sabem perfumar,
passarinhos cantam por só saberem cantar.
Os pássaros e as flores são tão
agradáveis, tão amigáveis.
As flores e os pássaros povoam
meu jardim, minha mente,
minha alma, engraçado
eles me trazem calma.
Acho que roubam dos deuses
só para povoar o meu jardim,
acho que sim.
Os passarinhos cantam
e as flores perfumam
e eu os admiro.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

tradução DNA

Tempo,
espaço,
cor,
forma.

Na concha do tempo,
nos caracóis do cabelos
 me perco e me encontro.

Quantas voltas me dar o tempo,
que extensão tem o meu corpo?

Faces, braços, pernas,
troncos o corpo.

Os sentidos filtram para nós o mundo,
a ciência ler o mundo com mais profundidade.

E contamos o tempo,
em anos, décadas,
então morremos,
nossa geração,
não se perde na concha do tempo,
e fica apenas
a memória ou  não fica nada,
tudo que permanece é a leitura
do DNA.

Acacia

Cachos de flores amarelas,
pêndulos crescem nos ramos nus,
flores grandes e muito belas,
são despetaladas pelo vento,
e tingem de amarelo
o meu pequeno jardim.

Passagem













O dia acaba a meia noite
e começa a meia noite.
O dia deixa de ser
e vem a ser.
e ciclicamente
o tempo vai passando
sem que percebamos.
Noite e dia, dia e noite.
Num contínuo
que não dar para perceber,
quando se percebe 
o que é já foi.
Passa a infância,
a adolescência,
logo nos tornamos adultos,
idosos e chega a morte,
e nos faz mergulhar na eternidade.
Nem percebemos
que na vida tudo
tem suas passagens,
pois assim como num dia
que temos
manhã, tarde e noite,
as vezes percebemos
outras vezes não.
O aniversário é uma
passagem por onde passamos
e não tem como voltar,
no entanto é através dessas
passagens que construímos
nossa essência,
que sobresaimos
a existência.
Temos que respeitar as passagens,
respeitar nosso corpo,
e por fim a nossa vida,
seguindo sempre
em frente, com esperança
de ver um novo amanhã
sempre.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh