domingo, 26 de fevereiro de 2012

A flor e o ocaso

A tarde partia
e a noite caia.
O ocaso apalpava
as formas apagando-as
junto com as cores,
caminhava lentamente,
olhando pro céu,
para as curvas
da natureza
que  naquele instante
se recolhia,
me virei lentamente
e vi ali bem próximo
quase ao meu lado.
Vi uma flor de açucena
desabrochava
feito borboleta saindo
do casulo.
Lentamente, gentilmente.
Aquela flor capturou minha
atenção
e o ocaso tudo parou,
em poucos instantes
como ocorre
no entardecer
aquela flor se abriu
suave, alva e sedosa.
Num breve instante
todo ao meu redor
ganhou um doce
aroma...
Então ouvi um som rápido,
um voo zigue-zague,
os batimentos tão
rápidos e suaves
que nem dava para
perceber seu movimento.
Era uma mariposa.
Está voou até a flor,
estirou sua probóscide,
lambeu do meu
e foi embora,
logo vieram mais
que beijara-na
polinizaram-na.
A noite caiu
profunda feito
sono de criança.
No dia seguinte
voltei lá,
mas a flor já murchara,
restava apenas
o futuro fruto.
Por uma breve
noite aquela flor
perpetuou
sua espécie.
E tudo foi tão simples,
tão singelo
como a vida o é.


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