segunda-feira, 23 de junho de 2014

Neblinada

A manhã,
A neblina que cai,
O canto das aves...
Senti a presença de mamãe.
Tantas manhãs chovendo.
E agora senti-me em casa.
A terra molhada,
Galhos gotejando,
Manhã se passando,
Vontade de não fazer nada.
Ler uma poesia
E dormir...

Outro amanhecer

O relógio desperta,
Antes que o sol nasça,
A aurora não veio enviou a chuva.
E a chuva chovendo canta,
E as aves que também encantam,
Anunciam a manhã sem a aurora.
Acordado, mas não desperto,
Levanto, contemplo o mundo
Cheio de mistérios e formas indecifráveis
E sinto a manhã presente em minha vida.
Outro dia!
Que diria Borges ou Buda ou Tangore?
Fecho os olhos,
Ouço o bem-ti-vi.
Profundo o meu ser em silêncio.

domingo, 22 de junho de 2014

Se não fosse a internet

Feriado de festas juninas,
Estamos na copa do mundo de 2014,
Hoje é domingo,
Dia 22 de junho.
O dia hoje foi longo e vazio.
A ruas vazias,
Casas vazias.
Não sei o que seria de mim se não fossem a internet.
Talvez lesse mais,
Conversasse mais,
Tivesse mais amigos...
Sabe lá.
Nunca se sabe.
O dia passou, se foi...
Agora resta a noite
e mais dois feriados.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Fragmentos

Uma poesia,
Uma sinfonia,
O vazio frio da casa.
A literatura,
Aquilo que habita em nós.
Nossos sonhos,
Contentamentos e infelicidades.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

As memórias rasas

A noite quando se está só,
As memórias são tão rasas,
Os sentimentos tão saudosos.

Resta-nos contemplar o céu,
O silêncio.
As memórias quase falam.

É tão belo o céu estrelado ou mesmo nublado.

Uma poesia,

Música clássica...

Tanta coisa para ocupar a noite e as memórias.

Mas as memórias.



terça-feira, 17 de junho de 2014

Fração do tempo

A noite que passou dormi bem,
Hoje não sei,
Amanhã quem sabe.
Tudo anda tão incerto.
Tudo é tão incerto.
O vento venta,
A chuva chove,
E eu vivo,
Tudo é tão causal.

Algumas coisas nos fazem nos sentirmos bem,
Outras nos fazem sentirmos mal.

Tudo parece tão dialético.

Quem tem alguma certeza?

São tão poucas as certezas,

A morte é a maestrina de todas as certezas.
Por isso escrevemos,
Construímos e existimos.

Para ver o sol nascer e a noite escurecer.

E tudo seguirá sempre o mesmo fluxo,

Geração após geração.


Acho que no final

Acho que Mozart já foi um passarinho.
Acho que Bethoveen também foi passarinho.
Acho que Borges já foi um grande um tigre.

Acho que há aqueles que vieram a vida para nos abrirem os ouvidos, os olhos e despertarem nossa imaginação.

Os fatos muitas vezes não merecem nossa atenção.

A primeira aurora essa sim,

As sinfonias sim,

O desabrochar das flores sim.

No final vale aquilo que nos fez bem,

No final vale aqui que nos fez felizes.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Encontrar

A vida
O cerne da vida é viver.
Viver!
Viver é esta vivo,
Viver é amar e sofrer e nascer e desaparecer.
Desde o primeiro até o segundo crepúsculo,
Não importa o que separe,
Aprender a ordenar a beleza
Em um feixe de flores,
Saber como encantar a vida,
Saber como encantar tudo aqui que toca,
Aprender a viver os dias que nos são doados,
Até o fim de nossos dias.
É difícil sem ti ver,
Sem sentir a brisa de deus,
Que se mistura ao teu respirar,
Viver...

Viagem

Céu, sol, luz.
Horizonte... o verde das árvores,
O vento que sopra,
A luz que tudo alumia.
Os aromas.
A vida que passa tão depressa,
Quando reconhecemos o mundo,
Temos que partir.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Antitese

Dormem as estrelas eternamente no céu e as flores desabrocham sempre perfeitas. As estrelas e sua infinita permanência e as flores em sua finita permanência. Do meu jardim vejo as flores e as estrelas, ambas tão belas, não é possível ver as estrelas e as flores ao mesmo tempo, um espaço de tempo as separam, quão belas são as estrelas e quão belas são as flores, as flores são ocultas pelas sobras da noite e as estrelas pela sombra da luz. As flores veem as estrelas, mas as estrelas não conseguem ver as flores. E as flores se perfumam para serem encontradas na noite. A impermanência do ser, a impermanência do ter. Agora vejo em partes, mas veremos face a vace como dizia Paulo, neste dia tudo será revelado, os meus erros e os seus engando, e nossos desencontros. Porque sei que um dia verei estrelas e flores no mesmo instante.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Aurora, brisa e pensamentos

A brisa que sopra da manhã,
Doce e fria nos acarícia,
Dormia quando me acordou,
E ouvi as aves cantarem,
E vi a aurora sorrir,
E ouvi as aves cantarem,
E percebi a toda paz que há na vida,
Tudo que nos amedronta é tão humano,
O medo de envelhecer,
O medo de morrer,
O medo de perder...

Tudo que não está em nossas mãos.
Como nuvens leves,
Somos levados ao infinito,
Na vida tudo deve ser muito bonito,
Porque tudo na vida é impar.

Sentir a brisa da manhã e ver aurora.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

As pessoas mudam

Conheci um cara que achava que era muito maluco, mais maluco foi quando ele passou o email: aspessoasmudam@...

Como entender essa frase.
As pessoas mudam.

Nunca acreditei que as pessoas mudavam. Enganei-me deveras.
As pessoas estão em constante processos de mudanças.
As pessoas são como as estações.
As pessoas são como a chuva.
As pessoas que estão ao nosso redor mudam sempre.

Mudam de lugar,
Mudam de decisão,
Mudam de ideia,
Mudam de vida,

E fazem a gente mudar,
Mudar por fora,
Mudar por dentro,
Mudar tudo ao nosso redor.

Nem sempre estamos preparados para as mudanças
Que são são frequentes na nossa vida.

E como nos apegamos a tudo,
As mudanças nos fazem sofrer,
Sofremos por viver,

Momentos que acontecem
em nossas vidas podem mudar
completamente nossa maneira de viver
Nossas maneiras de ver a vida.

Cheiros e memórias

Memórias de infância,
As estações tinham aromas,
O inverno iniciava com o cheiro da chuva,
O frio do barro molhado e perfumado,
O cheiro das mimosas floridas, das mucunas,
Cheiro dos marmeleiros e mufumbos são aromas do inverno.

Depois segue o verão,
Com o cheiro do mato secando,
Cajueiro florindo,
Cajá azedando,
Caju no chão,

O cheiro do pau seco no curral,

O cheiro da roupa limpa com a água da chuva...
Os cheiros tem tantas memórias.

Cheiros, aromas e sentidos

Um aroma!
Uma manhã de chuva,
Uma tarde de sol,
A grama cortada,
O mato roçado,
Folhas secando,
Caju no chão,
A coceira do feijão,
Cajá na estrada,
A vida passada
Revelada pelos cheiros.

domingo, 8 de junho de 2014

Movimento da vida

O dia passou,
Com ele a manhã e a tarde,
Eis que se vai mais um domingo.
É inevitável que o tempo passe,
É inevitável que a vida passe.
E como passa rápido.
Tão rápido como um dia.
E ainda vivemos solidão,
E ainda vivemos tristezas.
E ainda vivemos...
Quem sabe o que é felicidade?
Tudo passa.

sábado, 7 de junho de 2014

Volátil

A noite,
Crianças correndo na rua,
O guarda apitando,
Músicas da adolescência,
A preguiça,
A solidão,
A noite passa,
A solidão,
A felicidade aparece poucas vezes,
Ainda mais quando estamos sós.

Uma leitura,
Um filme,
Sempre tempos coisas para fazer,
E reclamamos do ócio,
E a vida continua.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Rememoração

Entre uma e outra sensação,
Entre um segundo e outro,
Entre uma memória e outra,
Lá se vai a vida.
E ela se vai independente de tudo,
Gostando ou odiando...
Temos saudades dos tempos dantes...
Sabe, vem a minha memória,
Continuamente doces memórias
De coisas tão simples
Como as ruas de onde morei pela manhã,
Ou a tarde ou a noite...
Nada mais é como foi.

Tudo passou,
E me restou amizades e recordações
Que se vão como água no fim de inverno...
A vida passa,
Tudo passa
Nada fica.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Pedido a noite

Oh, noite que me a afaga,
Oh, noite companheira,
Tu que nunca me abandonas,
E sabe como a vida é passageira,
Agradeço a Deus pela noite,
Que amedronta ou que acalenta...
Quanto tu chegas,
Bem que não queria está sozinho.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Chuva

Chuva,
Chuva que molha,
Chuva que molha o solo,
Chuva que molha as árvores, arbustos e ervas,
Chuva que enche os lagos e os rios,
Chuva que chove,
Chuva chovendo,
Chuva que chove a qualquer hora, pela manhã e agora.
Continue chovendo,
Pra que a vida continue brotando.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Vida e família e tempo

A família,
Pai, mãe e irmãos.
Somos todos e não somos ninguém.
Avó, avó e tia.
Gente próxima,
Gente distante.
E a vida segue com seus mistérios,
E leva consigo tudo que nos foi dado.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Tudo passa

Solidão,
Saudades,
Noite e noites,
O silêncio,
As memórias,
Uma fotografia,
Um breve momento,
Coisas que acontecem
Instantaneamente despertam
A memória e desencadeiam a saudade.

O curso da vida segue sempre o mesmo leito,
Pode até fazer curva,
Mas sempre segue o mesmo leito,

Antes de tudo preciso saber o que é saudade.
Antes de tudo preciso reconstruir tudo
E esquecer ou ao menos tentar esquecer
O passado que muitas vezes é pesado.

Solidão,
Atrai saudade,
E a noite grita pelo passado,
No fim tudo será passado um dia.

Doce manhã

Calma a manhã nasce perfeita.
Sexta-feiras e as águas de maio,
O canto das aves, roxinós, doidelas,
Tantas aves enfeitam a manhã!
Sinto falta do sabiá.
O céu nublado,
A floresta fresca.
Eita vida boa.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Qualquer coisa da noite

E quando a noite chegar,
E quando a noite chegar,
Quero está vivo,
Quero está pronto,
Para enfrentar o que amanhã virá.
Quem somos nós, senão nosso espírito,
Tudo ou nada.
Amanhã,
Quem saberá o que.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Noite caipira

Noite,
Tu que me consolas,
Noite, minha eterna companheira,
Sempre que estou sozinho,
Tu vens e me afaga,
No ápice de ti um pensamento humano,
Ou mesmo vários,
A vida e a morte,
Começo e fim,
Recomeço,
Reconheço que a vida se renova,
A cada hora,
E o tempo passa,
E amadurecemos
E envelhecemos,
Entre dias e noites,
Tudo passa,
Tudo passa,
E quando aurora contemplo,
E quando aurora contemplo,
Me disperso de ti.
Noite

sábado, 10 de maio de 2014

Acompanhado

A noite,
Bach,
Um corpo, um ser só.
Sem ninguém,
Sozinho com suas flores.
Após uma jornada de um dia de trabalho,
Seus pensamentos,
Seus livros
Quem pode deduzi-los como os organiza seus pensamentos?
Ah, quão vazio é a vidas certas horas,
E como pode ser mudada.
A noite,
Bach
Acompanhando a solidão.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Noite solitária

O céu,
As estrelas,
Os grilos,
Os cães,
O atropurpúreo da noite,
Casais se beijam na praça,
Crianças brincam e gritam,
Adolescentes falam... falam.
As pessoas conversam,
Exceto meu ser que permanece em silêncio.
Eu vejo o mundo por minha objetiva,
E a vida passa,
Como uma noite solitária,
Silenciosa e constantemente.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Despertar e a manhã

O relógio desperta,
Quebra o silêncio em minha alma,
Quando acordo ouço o mundo,
Presto atenção no mundo,
Ouço as aves,
Sinto se está quente ou frio,
Penso por vezes na finitude da vida.
Leio um pouco Dalai,
E ouço a chuva que chega,
Ouço a chuva chovendo bem devagar,
A chuva vem e vai...
Agora penso mais na vida, no finitude da vida,
Aos poucos os anos caem para o fim.
Que sentido dei a minha vida,
Só Deus save,
Olho para o céu
Com o mesmo olhar que quando criança,
Ouço maritacas, som bom,
Vejo aqueles pontinhos pretos,
um bando voando e gritando,
Sabe lá.
As aves cantam de graça.
E o dia segue e os pensamentos também,
Cristalizo aqui este momento,
E vou a vida lá fora...

terça-feira, 6 de maio de 2014

Maio e a chuva

Mês de maio,
Este é o meu primeiro mês das mães em João Pessoa.
Nossa que mês agradável,
O clima está ameno e chove,
Como chove,
Chove até mesmo com poucas chuvas,
Quando menos se espera, desfia do céu uma chuvinha fresca,
E quando saímos de casa,
O frescor das calçadas,
A força com que crescem as ervas é tão maravilhosa.

Pleno o dia se passa em maio...
Suave.

domingo, 4 de maio de 2014

Visitas de família

Domingo,

Na minha infância, domingo era sinônimo de visita a casa dos avós.
Íamos mamãe e eu ou para a casa dos pais dela ou de papai.
Cedinho, quer fosse inverno ou verão, após o café saímos caminhando,
Não tínhamos carro ou moto, então lá íamos nós subindo alto a cima.
Preferia ir visitar meus avós no inverno.
No inverno tudo era tão bonito.
A água escorria dos locais abrejados.
Mimosas floridas com flores branca ou rosa tão perfumadas,
As unhas de gato com flores brancas,
As bignoniáceas com flores rosa,
As canafístulas com flores amarelas,
As cajaraneiras forravam o chão de frutos maduros, acre-doces e perfumados.
E a todos que encontrávamos cumprimentávamos.
Quando íamos para a casa de vô Sinhá,
Depois de cruzar o corrego do porção que hoje está coberto pelo açude
Bebíamos água na casa de Nitinha,
Mamãe dizia que Nitinha era a limpeza em vida.
Ela tinha um cachorro de balaio que achava muito bonito.
Mais na frente pausávamos para um café em tia Nevinha e ai
acabávamos de chegar no sítio de fora.
Gostava de chegar em vovó.
De longe ouvia o pigarreado de vô José
E a voz baixa de vô Sinhá.
Ali passávamos o resto do dia.
Quando voltávamos que era bom porque muitas vezes ia brincar com meus amigos
De infância, as flores tinham murchado, as águas secado,
A vida passado.

sábado, 3 de maio de 2014

Vendo a vida passar

Madrugadas de chuva,
Manhãs de chuva,
Tardes de chuva,
Noites de chuva,
Como chove em maio,
Como chove em João Pessoa,
A floresta úmida,
A tarde enxombrada,
O campos vazio,
Caminho contemplando
O mundo
Vendo a vida passar
Em maio.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Tarde de maio

A tarde que passou,
Passou,
Passou nublada,
Passou chovida,
Passou fria,
Nem o sol apareceu,
A tarde passou vazia,

Mas passou
e a noite veio molhada,
As estrelas vinham e iam
E as nuvens choravam
é mês de maio.

Mês das mães,
As mães que dormem,
As mães inexperientes...
E agora que é maio,
E agora que a tarde passou...
Se foi,
Amanhã terá outra tarde.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Consumo da existência

Que noite bela,
A lua nua
É uma fresta de luz,
As estrelas brilham
Enquanto o vento sopra as nuvens
Que acendem e apagam as estrelas,
O céu azul marinho,
O som do mar,
E meu sentimento
De que estou perdido no universo,
Aquela sensação
De nada ser.
A vida é o consumo da existência.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Nada

A noite
Cada minuto,
Cada segundo,
Que passa.
O tempo se esvoaça.
E o que temos,
Nada,
Temos um corpo que usamos,
E logo, nada mais será.

domingo, 27 de abril de 2014

Agora existo

Agora, existo.
Assim como
Ontem existia,
Semana passada,
Mês passado,
Ano passado,
Neste momento palpito,
Penso,
Mas amanhã quem sabe!
Quem sabe se verei o sol brilhar novamente.
Se assim acontecer amém.

Agora sou carne, sangue, pensamento e vida.
E a vida, todavia se vai
E a carne e o sangue se desfazem.
Logo a vida passará,
Mas as palavras agora
Organizadas permanecerão
Ou desaparecerão.
Amanhã é outro dia.



terça-feira, 22 de abril de 2014

Inércia da vida

A manhã,
A brisa que atravessa a janela,
Toda a luz que alumia o mundo,
O tempo que se encerra
E inicia um novo ciclo,
Entre o medo e a coragem
A vida passa.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Triste tarde

A tarde está pálida, cândida tarde.
O céu azul celeste pálido.
Dia após dia o encontramos na vida,
Uma tarde pálida se um riso,
Átrios vazios,
Preocupação...
Solidão...
Que tarde pálida e quente
Que logo há de passar.

Sem ti

Quando você partiu,
Era abril,
A lua minguava no céu,
Feito um véu
Que oculta a profundidade
Senti-me só.
E como foi triste
E como foi doloroso,
Não pensei que isso ainda
Acontecesse...
Ah, mês de abril.
Como lidar com a vida
Como tocar a vida sem te ver,
Sem você.

Tantas interrogações

Um átrio vazio,
o pó e pelos se acumulam no chão.
Tudo aqui tem um dono,
Tudo aqui tende a cheirar a mofo.
Os objetos, tomam minha forma e o meu jeito.

Já percebi que os caem como os pelos,
Como a beleza...
E a gente é substituído.
E a gente é esquecido.

Em nosso peito o medo de errar
É cada vez mais vivo e reticente.

Como o tempo cai
e as memórias boas
Nos trazem sofrimento.
E isso é viver?

domingo, 20 de abril de 2014

Seguindo em frente

Carrego minha história.
Sou aquilo que me fiz e me foi concebido.
Sou a soma dos meus amigos,
Dos meus amores,
Minhas alegrias
E minhas dores.
Tantas memórias compartilhadas
E dissolvidas.
Tantas histórias recontadas
E reinventadas...
Meu coração está rasgado
Metade de mim é o que me faz bem
E a outra metade
Me constitui por constituir,
Agora sofro,
Agora entendo Borges,
Mas estou perdido
Estou perturbado,
Hoje, chorei...mas sobrevivi.
Amanhã não sei,
A vida segue em frente.

A dor

Um encontro,
Uma pessoa especial
Que surge em sua vida,
Uma amizade ou um relacionamento
Se constroem e se dissolvem,
Somos uma uma unidade
Ou nenhuma...
Por que a vida é assim?
Sofrer,
Amar,
Aprender,
Esquecer...
Dor no peito.
A vida é uma ilusão.

sábado, 19 de abril de 2014

Agora tudo se vai

A noite,
A lua minguante,
A brisa ululante,
O canto do grilo,
O corpo indisposto,
Nuvens passam devagar,
Se arrastam suavemente,
Olho para a lua,
Com seu brilho prateado,
Nunca olhamos para a lua com o mesmo olhar.

Cada noite é impar,
Hoje, agora que delícia esta noite de lua,
E hoje o dia foi tão lindo,
O sol, o mar e o céu azul.
Agora tudo se vai,
Serão apenas sonhos,
Será apenas sono,
Mais nada.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Águas

Águas que são tão importantes para a vida.
Águas dos mares,
Águas dos rios,
Águas das chuvas,
Águas que se derramam,
E se escorrem no alto da serra,
Riacho abaixo,
Águas que fazem parte de mim,
Que permitem que as flores floresçam.
E que tudo aconteça na vida.

domingo, 13 de abril de 2014

Dimensão da vida

A  noite de lua,
A lua clara pálida e branca,
Rodeada de estrelas,
O céu sem limites.
Paro para contemplar o céu
Com toda sua plenitude,
E vastidão...
A noite esta ai,
E estará ai sempre,
Noite que encantou meu avó
Quando menino,
Quem sabe quantas gerações ainda viverão sob seu manto estrelado.

O som dos grilos,
O mando refrescante que nos cobre a brisa.
Tantas sensações
Que só a vida,
Pode nos fazer sentir
Só a vida e o existir.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Primeira noite

Por que um galo canta a noite?
O cantar do galo a noite
É simplesmente algo sinistro.
O que ele anuncia?
E anuncia o advento de um novo tempo.
Para uns um agouro
Para outros presságio.
As aves não cantam para atrair suas fêmeas,
Não seria semelhante com o galo?
Quem não tem na memória o canto de um galo na madrugada.
É sinistro porque é sempre igual,
Mais parece que o tempo parou,
A gente guarda viva na memória
O canto do galo a noite
Ou na madrugada.
A cena é a mesma em qualquer lugar.
O escuro frio da noite,
As vezes luzes apagadas,
O vento sopra,
As estrelas brilham no céu,
Muitas vezes parecem um brilho de lágrimas.
E o galo bate as asas.
PAPAPAPAPA,
Enche o peito e
Cococoricocóooo.
Ouvi o galo cantar
E agora a noite de sono vai iniciar.
Ah, memórias, histórias...
Serão só minhas?



Relação

E quando a noite chega caliente,
E quando o vento não venta,
Quanto calor, quanto cansaço,
Parece que o tempo para,
E nada mais fala.
Que relação medonha
Da noite com o calor.

domingo, 6 de abril de 2014

Tempo, momento, espaço

O relógio sobre a mesa,
Sem pressa expressa o tempo,
Segundo a segundo,
Minuto a minuto,
Hora por hora.

Paredes brancas,
Sobre o sofá estão deitados os livros
Com suas capas brancas, azuis e pretas,
As letras juntas expressam os nomes dos autores.

Eu podia deitar e ler e descansar,
Mas há tanta coisa para fazer.

Que nem sei por onde começar
E muitas vezes não inicio
E procrastino...

Se o relógio parar

O tempo seguirá..

Se eu parar o mundo seguirá ileso.
Tic-tac, tic-tac...
A cigarra canta,
as aves cantam,
A noite cuidadosamente cai,

Sem desespero,
Sigamos em frente.

Aprender com a vida

O que a vida nos ensina?

A vida por si trata de nos ensinar tudo, mas não nos prepara para aquilo que pode nos acontecer.

Tudo está constantemente acontecendo a todo instante em qualquer lugar e hoje podemos tomar conhecimentos dos fatos que blindamos para não ver, tais fatos nos permitem uma reflexão sobre o que é a vida.

Esses fatos parecem que só acontecem conosco, mas com outros.

Sabemos como estes se expressam que pode ser na forma de uma doença terminal ou um acidente que evidencia a data final. Desta forma até que estejamos cientes do nosso ponto final, vamos vivendo excessivamente egoístas expressando nossos problemas que na maior parte das vezes são vaidades das vaidades. Coisas bestas como desentendimentos por puro e simples orgulho.
Todavia quando o nosso prazo de vaidade é tatuado em nossa pele só ai caímos na realidade.
Tendo em vista que para tais coisas acontecerem são independentes de idade, de classe social, de sexo ou até mesmo de cor.
Tudo passa.
E a vida através destes mecanismos nos humanizam.
Somos seres capazes de nos sensibilizarmos com o outro. Nada mais humano que nossa humanização.
Quando passamos por situações de extremos aprendemos novos hábitos, esquecemos os velhos, aprendemos novas coisas, esquecemos outras. E sempre, sempre lutamos por dias melhores, mas a vida não respeita nossos esforços, nossos credos e acontece como tem de acontecer.
E a vida se revela mais valiosa, mais bela, mais plena.
Valorizamos o que perdemos.

Valorizemos então a vida.
Valorizemos a luz do sol e o escuro da noite,
Valorizemos os bons e os maus aromas,
Valorizemos os momentos de sofrimento, de dor,
Pois são extremamente importantes, se não fossem não existiriam.
Tudo que existe é.
Tudo que existe nos ensina.
Tudo passa,
Vaidade das vaidades.
Viva a vida da maneira que julgar melhor,
pois nosso relógio está contando cada segundo de nossa existência.
Evitamos qualquer tipo de sofrimentos e problemas,
Mas se eles existem, pois que encaremos de frente.
Pois um no dia que o ponto final se apresentar,
Restará apenas o suspiro e o pensar
Vivi da melhor forma.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Aprendendo com a reflexão

O que entendo do mundo?
Que me dizem o canto das aves e das cigarras?
O que eu vejo no horizonte quando o sol desponta?
O mundo são as coisas, os seres, tudo aquilo com que me relaciono,
Mas o mundo é muito mais que isso, o mundo está para além do meu ser.
O mundo é construído entre mim e aquilo que se me aparece,
Aquilo que o torna belo, aquilo que me espanta que me encanta.
Há um vasto mundo além de mim.

O canto das aves e das cigarras soa-me misterioso,
Muito mais além do que se pensa a biologia.
A minha relação com as aves e as cigarras é muito mais além
Que o científico,
Quando as aves e as cigarras cantam
É como se a natureza falassem a mim.
Estes seres que cantam e o fazem com destreza,
Com tamanha destreza que além de encantar o que almejam,
Encantam-me profundamente, o canto do roxinó e da patativa...

Ah, quanta beleza no horizonte que se me revela,
Sou parte da natureza que aprendeu a reagir e a construir,
Mas que muitas vezes a relação que se dar entre mim e o outro
É tão complexa que só Deus para mediar...


"Agora vejo em partes, mas então veremos face a face" Paulo de Tarço

Flor e alegria

Um som,
Uma imagem,
Um cheiro,
Sensações que vivo,
Sensações de desconforto,
Tudo muito subjetivo,
Tudo muito peculiar.
Não fugimos daquilo que aflige em nossa vida,
Estamos sempre aflitos com ou sem motivos.
Buscar o equilíbrio.
Uma flor quem sabe não faz desabrochar uma alegria.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Perspectiva

Mais um dia se passou que grassa que a noite chegou.
Às vezes nem percebemos quando ela chegou.
Não percebemos quão bela são as cores à tarde.
Sinto-me cansado após um longo dia de luta e calor.
Tantas falas, tantas coisas por apreender e por fazer.
Sento-me no sofá e por um instante penso na vida,
Penso ainda naquilo que está para além da vida profissional.
Levanto, vou ao computador e escolho uma música.
É bom saber o que se quer ouvir.
Volto, sento e penso no tempo.
Tenho vivo na memória a presença de minha avó Sinhá,
Os meus outros avós, praticamente as lembranças já foram dissolvidas.
Meus sobrinhos crescem tão rápido,
E o tempo tirou meus cabelos e me impõe uma barriga e rugas.
Acho que agora sou capaz de mais reflexões,
Mas falo tantas gafes como antes.
Há uma lógica na vida?
Sabe lá.
Tudo acontece a todo tempo e em todo lugar,
o mundo acontece além de mim.
Seguir em frente é o que resta.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Plenitude revelada

Desperta a manhã feliz,
Flores desabrochando,
Aves cantando,
Tenro calor,
A luz quebra a escuridão,
As as cores e as formas são reveladas.
O universo se amostra pleno,
E a vida palatável...
Canta roxinó,
Canta cambacica,
Cantem aves...
E este canto ecoe em  minha alma,
E o dia independente de tudo,
Seja pleno,
Seja pleno.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Eternidade

Quanta coisa a aprender,
Quanta coisa a apreender,
Nesta vida,
Vida breve, vida efêmera.
Amanhã quem sabe como vai terminar.
O amanhã um dia virá
E passará e será eternidade.

domingo, 30 de março de 2014

Incerteza

Tudo que reúno entre mim e os meus dias
Tem  valor algum, livros, roupas e objetos,
Só me são uteis até onde sei usá-los,
Caso contrário são um peso ao meu ser.
Um peso que carrego ao sentir sua necessidade, deles.
Mudamos constantemente de ideias, de forma de pensar,
E muitas vezes esses objetos são apenas um fardo.

Temos que criar um sentido para nossa vida,
Seja como for, necessitamos ser fortes,
Visto que a vida é incerta.

Escupir do tempo

Quantas tardes não vi cai ao teu lado,
Tinha teu sono e teu afago,
Te via dormir feito um anjinho,
Tinha seus cabelos para cheirar,
Tinha você para cuidar,
E quando acordavas,
Era tu que cuidavas de mim,
E a tarde era tão maravilhosa,
Não sei por que, mas é tão ruim sem você.

As tardes quando caem sozinhas
São tão tristes...

Atemporais

Os dias e suas manhãs, tardes e noites;
As manhãs orvalhadas, ensolaradas ou chuvosas;
As tardes briosas, saudosas, esplendidas por seu fim;
As noites enluaradas, estreladas.

Os dias e suas revelações,
As flores coloridas e perfumadas;
As cores e as formas;
O desenrolar de uma vida,
No cotidiano,
A passagem das estações,
A limitações que surgem com o passar do tempo...

Mas a vida segue sempre em frente,
Sem tempo para reflexões,
Vivemos todos em tempos diferentes,
Apesar de compartilhamos o presente,
Somos seres atemporais.

terça-feira, 25 de março de 2014

Vida em frente

A noite pesa em minha alma,
Meus sentidos todos querem calma.
É hora de deitar e dormir,
É hora de descansar
E recarregar a energia,
Esquecer as coisas ruins do dia da dia
E está pronto para uma nova lida,
E assim segue sem porteiras nossa vida.

Desejo de uma paixão

Seus lindos dentes de marfim,
 sua pele doce como canela,
 seu olhar oh linda turmalina. 
Tu me tomas os sentidos, 
em tua beleza,
 encontro atração,
 quero segurar forte sua mão,
 quem sabe seus lábios que sabor terão? 
Quem sabe nos encontramos num verão
talvez esteja escrito em alguma estrela.
 Sabe lá. Sabe lá.

domingo, 23 de março de 2014

Cicatrizes

Na vida nunca se sai ileso, carrega-se sempre alguma cicatriz quer seja no corpo ou na alma.
As cicatrizes são provas materiais da existência e do passado vivido.
As cicatrizes presentes no corpo, cotidianamente, nos revela quão frágil é nosso corpo e quão é finito. Revelam ainda quanto necessitamos constantemente de cuidado consigo. Estas, as cicatrizes físicas, já não machucam mais no presente, estamos isentos da dor, já estão curadas. Para alguns é um símbolo de resistência e de força, enquanto para outros fonte de vergonha.
Quanto as cicatrizes presentes na alma. Estas sim são aquelas que apresentam um poder violento de aflorar a dor e que muitas vezes são incuráveis e machucam sempre que são percebidas.

Mas o que provoca uma cicatriz na alma?
As cicatrizes presentes nos corpos são físicas, factuais e fáceis de serem explicadas, mas àquelas presentes na alma são profundamente subjetivas e praticamente inexplicáveis por suas peculiaridades.
Estas cicatrizes da alma que dizemos que está presente na alma são provocadas por sentimentos, portanto por sua peculiaridade, praticamente inexplicável de serem explicadas. Cabe então a cada um procurar a causa de sua própria cicatriz. Uma vez que são os sentimentos que serão sua causa em cada indivíduo.
Estas depende muito de indivíduo para indivíduo.
Quem sabe não são estas cicatrizes a causa da infelicidade humana.
 Marx dizia que a vergonha é a ira interna. Então quem sabe se esta não seria uma das causas. O orgulho ferido, talvez seja outra causa.
Portanto é pertinente a cada um de nós refletirmos sobre nossas próprias cicatrizes.
As cicatrizes físicas muitas vezes podem ser apagadas através de tratamentos medicinais. No entanto as cicatrizes da alma, só podem serem tratadas através de si mesmo.
Conhecer a si mesmo pode ser um caminho, um método a se seguir, mas para isto é necessário está disposto a tentar curar e limpar a alma destas cicatrizes ou carregar por toda a vida estas marcas que te fazem sofrer.

sábado, 22 de março de 2014

nocturna

A noite revela minha fragilidade,
O medo da solidão.
Sem uma voz humana,
Eu ouço alguma música,
Eu olho o mundo através da janela,
E vejo as estrelas
E vejo a lua,
E percebo a distância
E percebo a solidão em meu ser.
As coisas estão ai e nem sempre percebemos,
Na maioria das vezes não percebemos,
Vivemos simplesmente.

A essência e a noite

É noite,
Uma noite profunda,
Uma linda noite enluarada,
Uma silenciosa noite de sábado,
Tão clara e distante está a lua.

Que noite profundamente bela,
Quão maravilhosa para dormir,
Mais maravilhosa é para apreciar,
A lua mais e mais bela,
A noite com sua essência.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Humano

O tempo,
O espaço,
Os objetos,
A existência,
As relações,
Os sentimentos,
Pode existir algo mais humano?

A beleza de uma flor,
A beleza de uma paisagem,
A elegância da inteligência,
O poder da tolerância e da temperança,
O poder destruidor do ódio e da ira.

A inveja...

A sensação de incapacidade,
O desespero...

Pode existir algo mais humano?

Quão sensual é o ser humano,
Quão criativo e destruidor,
Início e fim de seus pensamentos e extensões.
Tudo e nada.


quarta-feira, 19 de março de 2014

Chuva

Ver a chuva chovendo,
Ouvir a chuva cantando,
Sentir o frio que traz a chuva,
Mas que deliciosa sensação.

Gosto de está próximo de quem me faz bem quando a chuva cai.
A chuva une, quando pode molhar,
A chuva evita diáspora,
Deixe a chuva parar.
Chuva,
Chuva.

terça-feira, 18 de março de 2014

A Deus

Sentir a vida,
Senti-se vivo,
Senti-se pleno.
Pleno dia,
Plena tarde,
Pleno momento.
Às vezes parece impossível,
Cada vez mais difícil,
Cada vez mais distante.
Deus meu, porque sentimos tantas coisas?
Tende piedade de nós que nos sentimos aflitos,
Temos medo de tudo, da solidão, do isolamento,
Da tristeza, de sua ausência.
Onde está o cerne da felicidade?
Dai-me um pouco dessa felicidade.
Ajuda-me a suportar este momento
Que vivo com fé.
Ontem já se foi,
Amanhã não veio.
Ajuda senhor a viver com sabedoria o agora.

segunda-feira, 17 de março de 2014

O sentido

Uma flor,
Uma rua vazia,
A noite e o seu fluxo,
Cães a latir,
Ir e vir.
Quem vai?
Quem vem?
O que leva na ideia?
O que pensa?
Um transeunte, as vezes não é ninguém.
As pessoas só são alguém,
Quando se identificam,
Senão, não são.
Algumas coisas não fazem sentido nunca.

domingo, 16 de março de 2014

Após a chuva

Após a chuva,
As águas escoram sem pressa,
Após a chuva,
Brilha intenso o sol,
E tudo enxuga,
Vivas, viridescentes, crescem as ervas no jardim.
Sou tomado de alegria,
Como a ave que canta,
Como a esperança que surge do impossível,
E toda minha tristeza
E todas as minhas expectativas
Ganham um novo folego,
Neste momento sou feliz por existir,
Sou feliz por viver.
Após a chuva afirma-se em mim
A felicidade.
Acho que foi este momento
Que Deus escolheu para estarmos mais próximos.

Em minha mente

É noite,
Noite profunda,
Que hilário,
Não percebe um cheiro se quer,
Mas ouço e como ouço,
Os sons da noite:
Um ou dois quero-quero,
Grilos,
O vento,
Carros que passam.
Agora que é hora profunda,
Os sons me são agradáveis,
Posso me ouvir,
Grita minha consciência,
Aprende o que viver
É simples,
Vive o presente...
Apenas o presente.
E a noite cai profunda,
Muito profunda em minha mente.

Busca

Há algo que me falta.
Não sei explicar nem verbalizar,
Mas há algo que não me preenche
E por isso, noite afora sigo acordado.
Eu contemplo a noite porque sei que ela esconde
O que me falta.
A lua sutil todo mês tenta me mostrar
E alumia aquilo que me falta.
As vezes escolho os caminhos mais errados
Tentando encontrar aquilo que me falta.
Do seio do infinito surgi,
Como num instante divino o universo me criou
E num seio me gerou,
Depois me fiz quem sou.
E o que eu sou?
Essa coisa existente, mas essa coisa que me falta.
E não está em lugar nenhum,
Porque não é material...
Porque está em algum lugar que  não sei como evocar.
Quando parar de procurar,
Serei encontrado...
Temos que nos encontrar sempre
E essa busca é a vida.

A noite, corpo e reflexão

A noite,
A lua,
As estrelas,
O céu,

A sombra da noite,
Nas ruas e becos e interiores de casas.

O canto dos grilos,
O calor,
O sono...
Cadê o sono?

Um copo de água gelada.

Pensar.

É noite de sábado,
É madrugada de domingo.

O cheiro úmido da madrugada.

Penso sob a luz fria que alumia,
Sob a lua e sua magia,

Só neste recinto.
Que sabe da minha existência agora?

Como uma flor que já floriu,
Frutos será ou nada,
Mas o que importa?

O que realmente importa?
Não sei.
A busca talvez.
Não sei.
Essa pergunta existiu e existe e persiste.

Enquanto não viver as palavras,
Qual seu sentido?

Não sei,
Talvez a noite ao menos me consola.

sábado, 15 de março de 2014

Tarde de sábado.

É fim de tarde.
O céu está azul, mas no nascente
Nuvens começam a surgir e se impor.
O vento ventando pela janela,
As flores floridas vermelhas
São sacolejadas de leve.
De toda parte ouço sons, dos mais distintos estilos.
Um cheiro de carne assada.
Ah, lembrei que não usei minha fala hoje.
Simplesmente permaneci oculto.
Tomo conta que podemos ser mais ocultos do que somos.
Nesta tarde penso em muitas coisas,
Que ocorreram...
Algumas coisas me espantam
Outras se banalizaram...
E a tarde de sábado passa.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Sabiá a cantar

A chuva chovendo suave,
Parece feliz.
O sabiá canta
E canta feliz.
Cadê o sol?
A chuva chove
É sexta-feira...
Sob a coberta seria  melhor
Ouvir a chuva.
A chuva me faz feliz,
Sinto-me um sabiá a cantar.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Questões de um destemperado

A noite fresca,
Janelas aberta,
O cheiro vivo da chuva,
O silêncio.
Coisas inimagináveis.
O amanhã,
O ano que vem.
O ano que passou.
O tempo como um rio
Escorre sempre no mesmo sentido.
A noite meus pensamentos
Que se construíram
E sumirão na calada da noite.
E a felicidade onde está?

Stêfani

A cigarra cantando,
O ar condicionado roncando.
Paro, ouço, penso
E escolho Chopin para ouvir.
Certamente me trás boas lembranças.
Da chuva que caiu,
Do olhar e da voz de Stefani.
Que me ensinou a ouvir Chopin.
Não sei por que, mas sentia tristeza em Chopin,
E acho que Stefani cultivava a tristeza.
Tão linda, educada e inteligentíssima.
Stefani dividia o mesmo espaço comigo com alegria,
Não se importava se era ou não supersincero.

Agora a cigarra calou,
O ar acalmou
E Chopin continua aqui,
E Stêfani trabalha lá em Brasília...
Só resta ouvir Chopin.

Tudo passa muito rápido.
Se sabemos desta certeza.
Qual o motivo de nosso sofrimento?
Por que não aceitamos a realidade?

Agora, cada um para o seu lado,

Levo no coração o que aprendi
Com os ensinamentos meigos
Daqueles que gostam de mim
Acima de minhas arestas.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Mistérios

O silêncio da noite,
O som do chiado da palho do coqueiro,
Anunciando a presença do vento.
Lá fora o mundo,
Há tanta gente.
Gente dormindo,
Gente acordada se divertindo,
Gente trabalhando,
Roubando...
Gente que não verá o dia nascer.
Mistérios divinos,
Ocultos em tudo.


terça-feira, 11 de março de 2014

Cantar da cigarra

As cigarras quando cantam
Cantam para seu amor,
Mas ai para nós anunciam o calor,
Cantam de manhã,
Cantam  tarde,
E o sol, nossa esse arde,`
Cantem cigarras,
Cantem e vão embora
E levem o calor
E o seu amor.

segunda-feira, 10 de março de 2014

A chuva chovendo

É de manhã,
Mas que calor,
O sol nem saiu,
O sol ninguém viu,
Nuvens escuras
Fazem a chuva cair,
E a chuva chovendo
É tão maravilhosa,
É tão generosa,
Cai e se doa a toda a vida,
Cai e se doa a eternidade.
A chuva chovendo é tão feliz,
A chuva chovendo.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Dúvidas

A noite em silêncio!
Ensurdecedor silêncio noturno.
Um apito,
A rua vazia preenchida pela luz amarela.
Nos quintais sombreados de escuro
Cantam grilos,
No céu rutilam estrelas.
E aqui dentro de mim o que me preenche?
Solidão, um coração e a razão...
Minha mente  não mente me traz lembranças...
Mas o meu vazio frio continua.
O silêncio de minha alma,
O cansaço de meu corpo,
O desânimo do existir.
Talvez quem sabe a angústia
Que talvez não seja só minha.
A noite logo se calará e passará.
Serei eu feliz com o existir?

Encontra-ti

Tudo aqui é passageiro,
A manhã, a tarde e a noite,
O dia, o mês e o ano.
Cultiva a vida a cada instante,
Nunca saberá qual é o último.
De Jesus a Gandhi...
De Platão a Habermas...
Há um fosso preenchido
Pelo nosso existir
Que faz sentido
Ou não.
Quem sabe.

Alegria que contagia

Quão feliz é a manhã!
O sol nem despertou,
Mas que intensa é a alegria dos animais,
Cantam intenso todas as aves,
As cigarras que fazem a madrugada pulsar.
Será que estão feliz por sexta-feria?
Será que cantam pelo calor?
Quem poderá saber.
Só sei que sua alegria
Me contagia.
Acordei e já estou feliz.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Noite de março

A noite,
O som do apito longe,
Grilos cantando,
Estrelas piscando.
Minha rosa do deserto de corola dobrada desabrochou
Uma linda flor vermelha maravilhosa,
Folhas deitadas pelo chão,
O eco do mundo.
Ouço Liszt.
Tudo parece tão perfeito...
Exceto pelo calor.
E a noite de março passa.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Definições

Talvez uma coisa boa esteja me acontecendo
Ou talvez não esteja acontecendo nada.
A brisa frouxa cruza a janela,
Noite de estrelas e nuvens frouxas.
Eu, minha existência e os meus hábitos.
Quem eu sou?
Definiria-me através de meus hábitos.
Mas parte de mim é essa matéria
Esse corpo a quem habito.
Esse corpo que se consome
E se deteriora dia a dia..
Tenho noção disso
E aos poucos o tempo e a realidade são reflexos num espelho dourado.
Por isso inicio o texto com um talvez,
Por isso falo da brisa,
Do céu e das nuvens... Nada meu.
As mesmas sensações voce que agora ler as possui,
Mas a sua maneira.
Sensações são tão subjetivas quanto emotivas.
A nossa existência é tão breve para não perceber as coisas simples do mundo.
Eu sou o que o mundo me fez,
Eu sou minha maneira de perceber e se expressar,
O suspiro que sempre segue futuro a dentro,
Passado afora e presente...

Breve chuva

Agora, breve manhã,
Chove.
A chuva chovendo é tão agradável.
As coisas são agradáveis quando estamos seguros.
Lá fora, nas ruas, nas estradas e construções
A chuva, talvez não agrade.
A mim, agrada tanto quanto agrada as plantas,
Ao seco sertão.
A falta de chuva me ensinou quanto podemos amar o que não temos.
Cai água, derrama-se nesse solo fértil
E faz germinar a semente,
E faz das folhas adubo,
E dá a condição para a flora florir.
Pingo a pinto o solo absorve,
E tudo vai ficar mais lindo após a chuva.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Impressões

Uma manhã nublada,
A brisa fresca,
O canto das aves,
As a flores rosas das plantas nos vasos floridas,
O branco das paredes,
As folhas verdes do coqueiro,
E toda paz do domingo
Inundam o meu ser.
Talvez quisesse está em outro lugar,
Em outro tempo,
Em outro momento,
Mas aqui estou,
Ontem estive em Brasília,
Anteontem em Campinas...
Agora aqui estou, agora sou.
Amanhã quem sabe.
Sabe, a gente sente um vazio no peito
Certas vezes e desconhecemos as causas.
Certas coisas não tem causas.
Com a vida é assim,
Simples e lógica
É ou não é.
Chopin, para mim, expressava tudo isso.
Mais nada.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A passagem do tempo

Os anos que passam me ensinam tanta coisa.
São tantas as experiências.
Os anos por passarem nos separam das fases da vida,
Os anos que passam apagam da memória coisas boas e coisas ruins.
Os anos passam e com essa sucessiva paisagem
Temos muitas vezes que mudar,
Todos se vão com o tempo.
O tempo está presente do desabrochar da flor
Ao amadurecer dos frutos,
Na semente, na árvore...
Em tudo.
O tempo é intuição.
Começo a desconfiar que não consigo domar o tempo,
Então só me resta domar a mim mesmo
E mesmo que não o faça o tempo se encarregará de tal proeza.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Consciência

O tempo,
O espaço,
O mundo,
A matéria,
A substância,
A matéria,
Os corpos,
As cores,
Os cheiros,
As formas,
A vida.
Nossa percepção de mundo,
Nossa cultura,
Nossos hábitos.
Quem somos nós mesmos?
Somos livres realmente?
Não dependemos do todo para existir?
A propósito consigo respirar com dinheiro?
Posso, devorar um boi numa refeição?
Eu consigo desfrutar e fazer tudo que eu quiser de uma só vez?
Como pessoas que prejudicam os outros por interesses consegue dormir?
Por acaso não crê que vai morrer?
Não imagino.
Alguns homens tem mais consciência de sua existência passageira que outros.

Canta sabiá

É de manhã,
Após a noite,
O sol clareia a floresta
E um sabiá contente está a cantar.
Canto belo o canto do sabiá,
Canto alegre, canto feliz.
O sol desponta sobre a floresta
E os raios dourados alumiam as floras da aroeira
Lindo Schinus terebinthifolius.
Canta sabiá,
Canta sabiá.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Acordar

Hoje, quando acordei,
Foi tão bom.
Senti a vida pulsando,
Senti uma alegria gritando,
Dentro de mim,
Igualmente ao canto das aves
Que cantavam
Como se estivessem felizes
Como se cantassem para o sol que nascia.
Hoje, quando acordei,
Percebi que o sol ainda ia nascer,
E me senti renovado como se tivesse renascido com o sol.
Senti a brisa da manhã invadir o meu corpo,
Senti aquela brisa que vindo mar, ou além do mar
Fazer parte de mim, mesmo que nem percebesse, mas hoje percebi.
E ao levantar e ao caminhar até a cozinha senti as minhas pernas,
E percebi quanto é bom poder de deslocar.
Enchi o copo com água.
Água pura, sem gosto, geladinha
E tomei todo o copo e senti e percebi que aquela água que estava na geladeira
Naquele instante me constituía.
Esqueci o mundo, não liguei o rádio e li uma máxima  de Epiteto...
Matutei por um certo instante.
Fui a janela e contemplei as minhas flores.
E tive um dia tão diferente.
E assim vivi.


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Descoberta

Quando a chuva se vai,
Os pingos ecoam
E se derramam por um bom tempo,
E a brisa passa
Enquanto isto o solo ainda tem o espelho da água que caiu da chuva.
As folhas gotejam generosamente a água que poderia absorver,
Mas cabe a raiz beber a água da chuva,
A folha apenas respirar e purificar o mundo quando é dia.
Shodtakovich tornou a noite ainda mais harmoniosa,
Nem quero ir dormir, mas devo...
Minha natureza necessita recolher e reenergizar
para o novo dia,
Mais uma rocha a Sisifo.

Momento sublime

É noite!
A noite já está alta.
Faz muito calor,
Embora chova neste instante
Nem por isso a temperatura diminui,
Contudo a chuva chovendo é um espetáculo,
A minha rosa do deserto desabrochada, mesmo agora.
A noite vai passar,
A chuva vai parar,
E a rosa vai murchar,
Mas agora a noite, a chuva e a rosa
Tornam este momento completo, sublime.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

À tarde!

A tarde cai serena e iluminada.
Esta tarde que é benção,
Mas que por ocasiões da vida
É o fim para outros...
Quantos viram o dia nascer,
Mas não verão a noite escurecer.

Sol que se desloca e se encanta no poente.
Este sol que vai minguando a cada instante que se vai totalmente, completamente.
Essa tarde, esse sol são iguais àquela tarde que Jesus entrou para a eternidade.
É a mesma luz e semelhante tarde que iluminou o mundo para Borges,
Esta tarde essa luz é a mesma luz que encantou Gogh.
É a mesma tarde que Beethoven teve a epifania que lhes permitiu concluir uma sinfonia.
Certamente é a semelhante a tarde que Eistein pensou e solucionou a teoria da relatividade.
O tempo é uma intuição interna,
O espaço uma intuição externa,
Visto isso, se todos somos humanos!
Se todos estamos vivos. Por que nos angustiamos nas tardes de domingo?
As vezes temos motivos e as vezes temos indisposição.
Essa luz desta tarde que tantas belezas ilumina
É a mesma luz que vigia as tragédias que amanhã
Serão notícias nos jornais.
Sol esse ser maior sob sua luz nada se oculta,
Que a todos compartilha sua luz, sua energia...
Eis o ser maior, eis o ser superior.
Vejamos o mundo não nos comparemos com os outros, mas com o melhor que podemos fazer.
Tenhamos cuidado com as ilusões do mundo.
Posto que podemos admirar o que está a nossa volta,
O sensível e a partir dai possamos entender tantas questões.
A luz do sol da tarde de domingo,
Que se sinta feliz por ver e por viver...
Porque uma tarde passada não volta jamais.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Generosidade

Na noite escura,
O céu é o firmamento das estrelas,
Da lua.
O céu é tão grande e magnífico que não cabe no meu olhar.
Meu olhar se perde 
Entre tantas estrelas belas,
Na profundidade escura da noite.
E a brisa que sinto que me afaga
Que faz as folhas das árvores cantarem para mim.
O universo é tão perfeito e generoso
Que compartilha comigo este momento de existência.

Aqui, sábado a noite

A noite de sábado é tão vazia e silenciosa.
As ruas estão tão vazias,
Cães latem longe.
No meu prédio,
Além de mim não há ninguém.
A brisa sopra suave,
O somo me envolve,
Vou dormir e fechar a minha noite.
O mundo lá fora é uma selva
Na qual não me aventuro a passear.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Predicados noturnos

A noite cai enluarada,
Silenciosa e ventilada.
E a chuva caiu!
E espalhou no mundo
O cheiro de molhado.
O grilos cantaram,
E a lua se escondeu atrás das nuvens.
E veio o calor e o vento.
E tudo passou.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Prazer da vida

A vida que é cheia de descobertas, nos revela que viver é conhecer. Descobrir é conhecer. Às vezes, somos tomados por um grande desespero que não entendemos e sua origem e portanto nos faz sofrer. Este desespero surge de nossa insegurança. Bom com a experiência aprendemos que o desespero passa e que sobrevivemos e que a vida continua... E é como nadar na praia sempre virão ondas sucessivas e aprendemos, então a gostar das ondas e a descobrir o prazer da vida nas pequenas coisas.

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Chuva e a noite que caem

A noite calma que passa suave
Está tão gostosa,
Por hora desfia do céu uma fresca chuva
Chuva que se derrama por benção
Cai e mata a sede das ervas e árvores,
E permite que a natureza do amanhã
Seja distinta do que foi hoje.
A chuva que cai canda para minha alma,
Seu canto doce eco me faz feliz.
Pingo a pingo ecoa num doce som,
Ecoa num só tom
E a brisa molhada invade minha sala seca.
E o meu ser é todo cansaço
E a cama meu altar
Trará energia para um novo dia...
E a chuva cai, como a noite
Suave e lentamente.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Através da tarde

A tarde que passa
A tarde que passa ensolarada,
A brisa que passa pela janela aberta,
E me afaga,
A luz que da tarde que me revela as cores e as forma coisas,
E o que sinto agora é diferente do que sinto pela manhã ou pela noite.
Sensações que me fazem sentir pleno nesta hora.
Pensamentos que norteiam meu ser e minhas ideias
Pensamentos os quais conheço e por isso tenho que avalia-los sempre
Para não perder meu norte...
Consciência de mim,
Aquilo que também adormeceu em meu ser,
Após meu cochilo, parece adormecido em mim,
Nem parece que agora me constitui,
Parece o movimento que Sartre chama de consciência,
A consciência é nada,
Certos conhecimentos fazem parte de mim, mas que muitas vezes se fazem reticentes.
Agora, estou pleno...
Agora que ouço Bethoveen, o chiado das folhas de coqueiro e o canto da patativa e do sanhaçu...
Reconheço cada som a minha volta, as formas e as cores...
A parte isso, o que existe é um monólogo consciente do meu ser...
A tarde esse movimento que se desfaz para dar origem a noite,
É necessário nagar a se para da origem a si em plenitude sendo quem é.
Como a tarde, como a ignorância...
Como nada.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Breve

Sexta-feira, chego cedo na minha sala. Acordo bem cedo, assim posso desfrutar de coisas que adoro: o sol nascendo, o canto das aves, minhas leituras breves, assim como meus pensamentos breves, meu café, meu chá. Bom ai venho para a universidade e me divirto com as coisas simples, as pessoas caminhando na praça da Paz, pessoas indo comprar pão na padaria da esquina, as crianças entrando no carro para ir para a escola, sonolentas...
E chego a minha sala, sento, ligo o computador... Leio Loiola.
E ouço um sabiá cantando na aroeira em frente a minha sala
Aos poucos se inicia uma chuva...
Sinto uma paz... E penso bem que isso poderia durar uma eternidade,
Mas sei que o que é bom é bom porque é breve.
E a sexta segue com suas ações.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Voltar a si

A gente se perde no dia,
A gente tenta muito fazer o possível
O que parece impossível,
Nem sempre cumprimos nossas prioridades,
Procrastinamos...
E percebemos apavorados que o tempo passa
E quanto o tempo passa
E quantas vezes nos perdemos...
É preciso voltar a si...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Saudade

Às vezes nossos sentidos congelam com imagens,
Sons, cheiros de algo que fazia bem e não que existe mais,
Desapareceu e só existe a luz de nossas lembranças.
Sensações vivas do passado que nos faz  reviver...
Um beijo, um abraço, caminhar pelas ruas,
Olhando as casas, as árvores com suas flores,
A manhã que sempre se revelava linda com ou sem chuva...

E ter tudo aquilo está ali vivo em nossa memória mas que não existe mais.

Como dói a saudade.

Quando temos muitas saudades, certamente estamos cada vez mais experientes e não velhos.

É interessante como alguns lugares nos fazem tão bem...
Essa é a minha impressão que tenho de Campinas,
Quantas conquistas não consegui em terras tão distantes,
Amigos, uma namorada, uma boa morada... Uma segunda mãe.
Uma maior compreensão do mundo, amizade...
Todo o conjunto...

Certamente, tens algum lugar que te faz sentir assim...
Quando quero viver em Barão ouço Schumann,
Quando quero viver São Paulo ouço Holst...
Quando quero viver Brasília ouço Chopin,

Creio que selecionamos nossas memórias...
E quando quero viver Serrinha o que ouço?
Leandro e Leonardo.
De lá pra cá parece algo tão longe...

Ainda tenho lembranças de quando sai de casa
Com a cara e a coragem e magreza...
Meu Deus como a vida é louca.
Olhando aqui de cima, vejo que lá de baixo nunca pensei em chegar aqui...
Acho que sempre fui um perdido das ideias,
Talvez todos sejamos assim ou não...

Não sei,
Mas será que existe algo em mim que se expressa sem que perceba?
Vez por outra, mas diante da razão me pego místico...
O que explicaria esta saudade?
Vago... vago universo.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Adeus ao tempo

Adeus
Flor do campo que ontem floriu,
Céu azul de janeiro,
Férias de verão,
Meu ser e sua expressão...
Tudo parece melhorar amanhã,
Mas todo tempo é muito para quem espera.

Agora o sol brilha tão forte
Quem nem parece que hoje é irmão do ontem
E ontem chovia tanto...

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Pensamento oco

A manhã, a chuva, as árvores molhadas,
O cheiro de madeira e folhas em decomposição,
O som da chuva, 
O lugar quentinho,
O som de piano, Chopin ou Schumann...
O vento que sopra suavemente flamejando
O ramos das árvores,
Tudo isto me soa tão saudoso,
Boas recordações profundamente subjetivas,
Sempre que se repete,
Simplesmente exito, simplesmente sou...
Perco-me no vazio de nada pensar,
Sou só sentidos.
Sei, entrementes, que não são coisas raras na natureza,
Mas que fazem toda diferença em minha breve vida,
Porque amo a chuva,
Porque amo a manhã,
Porque amo a vida,
Porque a vida é uma eterna e incessante construção,
Como o quebrar das ondas na praia,
Como a correnteza do rio,
Incessante é a vida...
Enquanto cai a chuva vago...
E para onde vão as perspectivas de quem morre?

Sei lá...enquanto chove, agora, escrevo algo, que sei lá quem vai escrever...
No caso você que ler agora, visto que a leitura é algo sempre feita no presente momento,
talvez nem tenha cruzado os primeiros versos...
Que sentido terá o que escrevo, para onde mira meus pensamentos,
E o espelho de minha memória o que me mostra...

Vejo a chuva caindo no barro vermelho,
Vejo pedras escuras soltas,
Sob o cajueiro um monte de caju,
Junto a meu pai a descastanhar o caju e a castanha melados de nódoa e água
E o meu pensamento oco como agora.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh