domingo, 29 de setembro de 2013

Novo lar

Estranha a noite!
Não me adaptei ao novo lar,
Minha morada é tão boa.
Abro a porta da sacada
Sobra fresca a brisa,
Ouço grilos cantarem,
Quando deito na cama,
Vejo as estrelas brilharem
E as nuvens passarem,
Quando ainda é madrugada
O sol já nasceu!
E aos poucos me acostumo,
Aos poucos volto a calma
E a paz num novo lar.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Tudo Passa

Às vezes perco a paciência,
Quando aguardo e não acontece.
Aguardo o dia todo e nada,
Mas é preciso esperança,
É preciso paciência
Porque tudo passa...
Tudo passa!

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Correr da lua

Noite de lua minguante,
Na rua nem um passante,
A lua no horizonte,
Oras se esconde,
Oras aparece,
Parece que acende...
Lua que tudo viu,
Lua que tudo viu,
De maio a abril,
É noite de setembro,
Primavera toda bela.
Noite se vai,
Tempo se vai,
Vida se vai.

sábado, 21 de setembro de 2013

Litoral

Oras chove,
Ora o sol abre.
A brisa que vem do mar
Assovia no telhado,
E chove e para de chover,
E venta, venta...
Que friozinho bom.
Que tempo agradável,
Um papa-capim canta
E canta...
E a manhã vai passando.


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Saudades...

Só se tem saudades quando se tem memórias.
Quanto vemos fotos antigas revivemos,
Ficamos saudosos.
O tempo passa e nem percebemos.
Não percebemos as árvores do bosque crescer,
As rugas e os cabelos brancos surgirem.
Tudo passa tão depressa e parece se arrastar.
Aprendemos vivendo...
Vamos transformando o mundo.
Saudades... saudades... saudades...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Adaptar

Sol, calor e suor.
O verde das árvores,
As cores das flores,
A brisa do mar,
A gente andando na praça,
Caixas de som...
Aos poucos me acostumo a tudo isso.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Noite

Noite que refrigera minha alma,
Maravilhosa que me traz a calma.
Noite que vem e que vai.
Enluarada ou estrelada.
 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Adeus Brasilia

É hora da partida,
Hoje aqui amanhã
Outra vida,
Adeus flores do cerrado,
Planura do planalto,
Lago Paranoá,
Céu intenso de Brasília,
Tardes maravilhosas,
Parque Olhos D'água,
Leila, Dani, Ismael, Djalma, Stefani, Rosas,
Estufa de Arachis,
Amigos do Herbário CEN...
Adeus Brasília...
Distrito Federal.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Inquietude da alma

Profunda noite, silenciosa,
Escura e suave.
Que há no mundo fora de mim?
Há matéria, energia e vida.
Há tanta coisa por conhecer,
Há tanta coisa que preciso designorar.
Noite profunda que diz o teu silêncio ensurdecedor?
Que expressa o meu ser além de minha consciência?
É tarde e imerso na noite profunda,
Perdi o meu sono
E busco nas palavras
A expressão da inquietude de minha alma.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Sentido

O silêncio do sol nesta manhã de agosto,
A amplidão do Cerrado onde imegem
O raios do sol no inverno
O canto distante das aves.
Nada parece acontecer.
O som de uma ambulância,
A fala do vizinho
São coisas sem sentido,
Mas que constroem o sentido
aqui e agora.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Força

Há tantas coisas que nos faz cansar e desanimar.
A correria do dia-dia, a terrível batalha de aperfeiçoar e ser o melhor.
O tempo que não ajuda, pessoas estressadas.
Mas tudo passa, o tempo passa.
Sólida poesia brota dos momentos incógnitos da vida.
Algo nos faz feliz ao menos por breve instantes na vida.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Passageira glória

Suave a noite caiu.
Rubra e azul sob a tarde
O sol se foi.
São tantas coisas lindas
Que não percebemos,
Tentando se sobressair,
Que adianta a glória
Se desconhece a aurora e o segundo crepúsculo.
Nada.

Aguardando a primavera

O sol deita sua luz sobre os vales e montanhas e planícies.
As aves cantam intermitentes, parecem agradecer pela vida.
Pássaros de diversas qualidades com os mais variados cantos.
Encantam com seus cantos a manhã.
Só as árvores florescem, flores perfumadas e coloridas.
As ervas dormem em sementes.
A poeira vermelha tinge tudo que lhes cerca.
E o tempo passa, e a primavera vem,
Que venha com toda sua beleza e força.

Noite

A tarde cai tão bela,
e sobre a tarde a noite.
Emana grandeza e silêncio.
Um passo para o fim.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Viver amar a vida

E se enxugam as poesias.
Viver apressado não é interessante.
O interessante é viver livre
Para olhar as estrelas a noite
Para ver as flores durante o dia.
Para contemplar as coisas boas da vida,
O doce do pudim, ouvir Mozart,
Ver Gogh, ler Borges...
Temos que viver
Já que a vida não cessa instante algum
E quando cessa! A morte abarca.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Luar

É noite de lua cheia,
O céu azul estrelado,
O espelho da lua no cerrado.
O brilho da lua flameja
Nas águas do Paranoá.
Cansado, deito e durmo,
Não penso em nada.
Verão no Cerrado.
Não é inverno,
Mas sim calor,
Sol e beleza nas extremidades do dia.
Mais nada.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Agosto

A tarde estava tão bela
Havia crepúsculo no poente e no nascente.
Enquanto o sol partia
A lua aparecia...
Quantas cores maravilhosas.
Depois da tarde belíssima
Veio a noite sensacional.
E mais um dia de agosto se foi.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Sensações evanescentes

Tudo a todo momento está se fazendo e desfazendo.
Alguns semtem mais que outros a evanescência da vida.
E como uma fornalha consome madeira,
Vamos consumindo os momentos vividos,
Consumindo nossas saudades,
Porque o que foi, não volta mais, apenas dá espaço
Ao novo, mas queremos o novo e de maneira alguma
Desapegar do velho. Isto nos faz sofrer.
Nem todos temos a mesma sensação,
Mas como somos seres efervescentes de sentimentos,
Um dia nos deparamos com esta  mesma sensação,
Várias coisas podem desencadear.
Mas isso não faz parte deste texto,
Apenas as sensações avanescentes.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Graças

Graças, dou ao tempo passado e a ação realizada.
Mais um dia se passou e todas as etapas foram realizadas
Ou pelo menos houve um esforço nesta direção.
Vi a luz do sol nascer, saciei minha fome e minha cede.
O dia transcorreu em paz.
Este dia parte outro dia virá.
Graças, dou pela vitalidade, pela energia.
Porque sei que tudo passa para todos a todo momento.
Que assim seja.

O silêncio interior

O silêncio habita em nosso ser e nem percebemos.
Conversamos a sós, pensamos e até podemos ouvir nossa voz.
Mas passamos o dia ouvindo nossa voz  interior.
Passamos o tempo todo ouvindo esta voz nos orientando.
Dei conta de que o silêncio habita meu ser.
Abri um livro e li em voz alta
Para espantar o silêncio
E dissipar essa sensação.
E dormi sem a sensação de ser tomado pelo silêncio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Saudades

Há tanta beleza para ser vista
E ser descoberta.
Há tanta coisa boa na vida.
Hoje, à tarde, cantava alto o sabiá.
As maritacas sumiram.
Bem cedo, ainda madrugada
Canta o sabiá.
Lembrei de como era bom acordar nessa época
Em Barão onde o sabiá cantava em minha janela.
Tinha, ali, um pequeno jardim,
E o silêncio e noites inteiras,
De alegria.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Profunda noite

É noite profunda.
O céu estrelado,
O frio da noite nos envolve,
E nos faz sentir medo do nada.
A noite profunda
Muitas vezes é o nada.
Ausência de movimento,
Ausência de tanta coisa.
Grilos cantam,
Maquinas refrigeradoras
Trabalham.
E a noite cai
Para se derramar na manhã.

Dança das folhas

É verão,
O sol brilha
E é tão belo.
Dançam as folhas ao vento
Quando se desprendem
Dos galhos,
Saracoteam, flutuam
E tingem o chão
E lhes dão chiado.
Nuas as árvores florescem
E depois se vestem,
Aproveitam o verão.

O cerrado e eu

O Cerrado no verão é tão belo,
Com seu céu limpo e azul,
Com suas plantas nuas floridas,
Com a algazarra das aves na matina,
Com o calor, o barro solto,
Numa frenética espera pela chuva.
O Cerrado encanta,
A cada estação, embora reduzido,
O cerrado ainda é cerrado.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O mundo e a palavra

Amplo é o mundo,
Densa é a palavra que o determina.
Tudo que vejo se não consigo verbalizar
Não tenho como expressar.
A palavra, organiza o mundo.
Cada língua tem seu trato
e densidade de sua palavra.

domingo, 11 de agosto de 2013

Cerrado Dourado

É agosto,
O Cerrado aparentemente tudo está seco.
A poeira vermelha se desprende do chão 
e tinge o mundo de vermelho.
O céu está tão azul,
O horizonte cinza,
E agora temos a florada dos dourados ipês amarelos,
Belo, belo, belo,
Embora efêmero,
Douram o cerrado,
Embelezam o mundo,
Flor a flor se abre,
Flor a flor se desprende,
Logo serão apenas, frutos,
e mais logo em seguida sementes aladas,
E mais em seguida se germinar, plantas,
Nunca mais verei esta floração,
Cada ano é uma nova estação,
Linda florada de ipê,
Doce Cerrado,
É tão belo dourado.

Os Sinos de Ouro Preto

Dobram os sinos,
Rua afora, ladeira acima,
Ladeira abaixo, soam seus timbres peculiares.
Quem é daqui, reconhece de onde vem
E em qual igreja dobra,
Dobram e encantam a cidade.
Que anunciarão os sinos?
Quantas vezes dobraram os sinos?
Gerações foram despertas
E adormecidas...
Linda Ouro Preto,
Cheia de tradições,
De jovens alegres,
De repúblicas vivas,
De turistas curiosos.
Quando dobram os sinos,
Viajo na concha do tempo,
Que só existe em pensamento,
Cantam as várias aves,
Enquanto a cidade é silêncio
E som de sinos.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tempo reflexão

O tempo passa
e deixa marca na pele
e deixa marca na alma.
O tempo passa
Sem que percebamos.
Ontem, hoje, e amanhã
são infinitos...
Tudo passa.

Escorrer

Enquanto caminho, penso na vida.
Nem sempre penso, as vezes tenho uma ideia me dominando,
Consumindo minha alma.
Ontem enquanto caminhava via a aspereza do chão
de concreto corroído pela água.
A água que mesmo amorfa e líquida transforma as coisas
Ou são as coisa que se transformam.
A aspereza daquele chão empoeirado
me levou a esquecer a bendita ideia e pensar numa coisa mais simples e forte.
A água que escorre, mole, plástica, suave e vai se entregar ao mar,
ou sabe á o que, mas escorre sempre, por força da gravidade.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Noites

Noite, noite, noite...
Três formas diferentes de ver a noite.
Noite pós fim de tarde,
Noite profunda meia noite,
Noite aurora,
Finda a noite.
Logo mais tudo é dia.
Ou nunca mais veremos a noite
ou o dia.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Que tem as flores

Quantas flores dispersas nos campos
Nas montanhas, nos jardins e praças.
Quantas flores encantam os homens?
Já perdi a conta, já nem sei quantas
São as combinações.
Flores são só flores.
O perfume das flores,
A cor das flores...

domingo, 4 de agosto de 2013

Sensação

Como o domingo é longo à sombra da solidão.
O frio da ausência humana,
Uma palavra mesmo que seja baixinha.
Um pouquinho de atenção.
Mais nada.

sábado, 3 de agosto de 2013

Niilismo

Ontem a noite, sexta-feira,
Perdi o sono.
Folheei o buda que estava sobre a mesa.
Tanta coisa bela, mas inacessível a um humano, demasiado humano.
Peguei o caderno e escrevi duas páginas,
Na tentativa de não morrer naquele momento,
Minha triste existência.
A solidão é triste.
A vida é tão curta para sentirmos tristeza.
Tenho certeza que nenhuma frase que escrevi interessa
Ao mais papolvo ser.
Fiz um chá, tomei-o.
Até que o sono chegasse,
Li quase duas páginas de Pessoa.
Questões preenchiam minha mente.
Minha existência tem um significado?
Respondam-me Sartre, Borges, Nietzsche.
Por um breve instante nada faz sentido,
Mas quando olho sobre a cama vejo
Livros de Gogh, e volto a mim,
Algo pode fazer sentido amanhã.
Apago a luz, deito e durmo.

Povoar

Após o meio dia,
a sol pino, ocorre o primeiro ocaso.
Nem as aves contam,
nada acontece,
feito serpentes,
pessoas se esticam deitadas,
dormem
ou despretenciosas vão ao shoping
se mostrar? encontrar alguém?
Lá na caatinga, a cigarra canta,
o calango corre sobre as folhas secas.
Enquanto o Cerrado é tomado por soja....

Tanta coisa fútil povoando o mundo.

Motivos

Os sábados são tão maravilhosos
quando esperamos algo.
Envelhecer tira o brilho deste dia,
cadê aquele motivo que fazia
o coração sorrir, pulsar alegre?
e agora depois de tanta coisa vivida
o que é possível de esperar?
Deus salve Borges e Guimarães Rosa,
estrelas de minha manhã.

A mesma coisa

Às vezes viver é ser triste.
Quando lutamos por algo
e cremos tanto que ali está
o motivo para existir.
Atravessamos a existência
que é tão vazia.
Porque nunca queremos
a mesma coisa.

Climax

Já é tarde, embora a tarde pouco avançada depois do meio dia. O sol brilha em sua maior intensidade.
A natureza toda está recolhida. O silêncio só é quebrado pelo chiado de folhas que se quebram a cada passada. No horizonte podemos ver o tremer do vapor. Tudo está tão vazio. Meu peito vazio, o mundo vazio. Calor! Viver este momento belo, mas de peito vazio é tão difícil. Saudades? Deveres, sigo caminhando como a tarde vai partindo.

domingo, 28 de julho de 2013

Redelinear

É estranho descobrir que no mundo há maneiras de se perceber algo distinta da nossa. São poucas estas situações em que somos tomados por essa sensação, principalmente quando não gostamos de viajar de sair da rotina. Há determinadas memórias adormecidas que são despertadas por meio de uma música, um texto, uma propaganda. Estas memórias são compartilhadas por um determinado grupo que pode ser pequeno como o núcleo familiar, o ambiente escolar, a cultura de uma cidade ou até mesmo amplo como os programas transmitidos pela rede globo. Um bom exemplo são as coisas que aconteceram na década de noventa, certamente é compartilhada pelas pessoas, como eu, com faixa etária entre os 30 e 40 anos. Enfim quando saímos do nosso universo, nossa cidade ou cidade ou país, estranhamos que o outro conheça tais coisas, mas conhecem de outra maneira, a partir de outra perspectiva. Estava viajando de Genebra para Viena, de ônibus, durante toda a noite, quando acordei, ainda muito cedo percebi que na rádio tocava a música "Crazy for you" de Madona. Como assim, pensei, está música toca aqui, percebia meu pequeno conhecimento de mundo. Naquele momento senti o êxtase tomar todo o meu ser. Estava muito feliz por está conhecendo o velho mundo e ao mesmo tempo aquela música me trazia lembranças de minha vida em Serrinha dos Pintos, pois ouvira muito aquela música tocada na difusora de Alexandria.Aquele música estava viva em minha mente e decerto não tinha ou tinha um significado muito diferente do que existia em mim. Naquele instante estava muito distante do passado e minha origem, mas aquela música era um elo entre o passado e o presente. Mais uma vez aquela música ganhava sentido em minha vida de uma outra maneira, poderia até me levar a esquecer o passado mais distante. Imagine que para aqueles passageiros que estavam preocupados em dormir, aquela música não significava nada. Talvez para suas realidades aquela viagem seria semelhante a minha ao ir de Campinas para Ribeirão Preto.  Eu estava viajado sem saber por onde ir, mas sabendo para onde eu ia. Então o dia nasceu e eu conheci Wiena. E agora que ouvi a música revivi, relembrei e mais uma vez redesenhei pude redelinear minha memória e perceber quanto o mundo é amplo e nossa vida pode ser sensacional.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Quero-quero

O quero-quero caminhando no campo,
Gritando quero-quero, quero-quero.
Voa, da rasante e grita.
Pela manhã, à tarde
Ou a noite estarão sempre lá
Em qualquer lugar.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Dominar

Sentimentos quem os domina?
Somos uma bomba de sentimentos,
Oras estamos felizes ora tristes.
Oras amamos a solidão oras a odiamos.
Estamos contentes pela manhã,  pela tarde rabugentos
E a noite felizes.
Enquanto tudo isto acontece.
Nossas válvulas de escape são comer, beber, fumar e fu - amar
Bem se  nada disto nos alivia a tensão da vida,
Somos dominados pela gula, pela luxúria...
Ou viramos carolos de qualquer religião.
Quem não controla seus atos?
Nesse mundo cheio de competição,
E desejo.
Sentimentos quem os domina?
Enquanto isso resta-nos olhar o aurora,
o segundo crepúsculo...
Conversarmos com os nossos sonhos,
Dominarmos nossos instintos.
Sabe lá.
Contemplar a lua e as estrelas e a companhia de quem nos ama.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Noite imperial

A tarde caiu suave e leve.
Logo veio a brisa fria.
A água do lago paranoá
Está tão transparente
Que vemos os peixes nadar.
Ou pele de sapo tem
As capivaras nadando
Nesse gelo da noite.
E calmamente apareceu venus,
A noite e de brinde
A maguestosa lua

Alvorecer

A luz fria da manhã
Atravessa a janela
E junto a ela o canto
Suave das aves
E a brisa me revelam
As formas, as cores, os sons
E a tenuidade da vida.
Eis que inicia o dia.
Que delícia iniciar o dia
E poder identificar o som do sabiá,
Som da maritaca,
Som dos sanhaçus.
As cores das plantas verdes e vivas,
Secas e mortas, cinzas...
O sofrimento da grama,
O esplendor das plameiras.
As vezes encontrar o sentido
Para viver mais um dia
Está nas coisas pequenas,
No entanto sublimes.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Doce manhã fria

A manhã foi tão fria,
Embora sol brilhava num doce céu azul.
Os eucaliptos pareciam animados,
a bailar junto à brisa.
À sombra da sala,
Que frio! Como é agradável
Saborear um chá.
No banheiro um grilo cantava,
Cri, cri, cri...
Percebi ao acordar
Que os sabiás voltaram
A cantar.
Cantava alegre
Um feliz sabiá.
E a manhã se passou,
Fria e bela.




sexta-feira, 19 de julho de 2013

Agora é hora passada

A lua prateada alumia
a noite em Rio Paranaíba.
O silêncio das estrelas
É quebrado pelo canto dos galos.
Já é dia nas horas passadas
Agora doce madrugada.
Quanto tempo
que não ouvia o galo cantar.
Quanto tempo
não via a lua alumiando a noite
Agora é hora de dormir.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Em qualquer lugar

A noite caiu
Nem vi o tempo passar.
Palavras pensadas e pensadas.
A noite chegou,
sem que visse os horizontes.
Tudo e nada
É só uma questão de percepção.
O dia passou!
Aqui estou,
Perdido na noite
em qualquer lugar.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Palavra

Como os elos de uma corrente,
As palavras unidas formam uma oração, uma frase.
E o que o texto senão o tricotar com as palavras,
como num tecido em que fios são cruzados,
assim são os textos pinçados com palavras.
As palavras são tão ricas,
pois carregam em si o significado das coisas.
As palavras descoisificam  nossa língua.
Com a palavra certa não se diz, essa coisa que esta na suas mãos,
Se diz esta flor, esta rosa, este livro.
Verbalizam o indizível,
Encurta as explicações,
Pois são signos,
conceitos.
Palavras são o que são.
A palavra é uma luz que acende
na mente de cada um
a todo instante,
ampliando a compreensão do mundo.
Como ficou mais fácil entender o Sertão depois de Guimarães Rosa.
Como  é mais fácil entender nossos sentimentos
verbalizados pelos poetas...
Drummond e Pessoa, falam o que sentimos.
Que palavra Gogh daria a suas pinturas
e Mozart e Bach a suas sinfonias?
Que palavras uso para denominar minha vida?
Não sei! Certas vezes só sinto,
e me expressar é uma forma
de dispersar meus sentimentos.
As palavras servem para entender o mundo
e para minha compreensão de mim mesmo.  

Conjunto matinal

A manhã,
A aurora,
A lua, todo este conjunto é tão belo.
Como é maravilhoso poder despertar
E ver e sentir e viver
A manhã despertar pela aurora
Acalentada pelo olhar da lua.
Quando percebemos,
Tantas vezes estamos concentrados
Em nossos objetivos
que vivemos sem ver e viver
a vida, sem sequer contemplar
A manhã, a aurora e a lua.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Nasce

Suave a bela manhã desabrocha como uma flor.
A brica fresca acaricia as flores, as folhas
e os sulcos de minha pele, brincando
com minha alma, meus pensamentos.
Sigo em frente não dá para olhar para trás...
A vida se revela a cada instante
e a manhã nos alumia, nos faz sentir feliz,
e contemplar a obra do grande criador!

domingo, 14 de julho de 2013

Só resta

E a noite chegou e nem percebi.
Senti que o tempo esfriou,
Mas não vi o sol se apagar,
O tempo passou e fiquei preso
no meu ser...
Só me resta descansar.

sábado, 13 de julho de 2013

Força, fé e trabalho

Cada homem tem a sua arte que forja no desenrolar das horas e dos anos.
Meu tio Aldo que desfechou o próprio destino. Aprendeu a negociar e a trabalhar na roça por gosto e necessidade. Desde muito cedo, por ser o primogênito, teve que trabalhar para ajudar no sustento da família. Vem a minha mente, por que meus avós lhes batizaram com este nome Aldo. Um nome de origem alemã que significa velho. Imagino ainda no começo da década de 1930, quando minha avó Chica e meu avó Chico foram a cidade registrar o filho. A parte isto, meu tio não sei em que ano, iniciou uma jornada hercúlea de negociar. Saia do povoado do Porção e ia a cidade de Alexandria. Carregado de goma, todas as sextas saia no lombo de uma burra vermelha e seguia pelos caminhos longos, monótonos. Se ao menos soubesse os nomes das rochas, das plantas, dos relevos e das paisagens. Talvez não se entregasse tanto aos seus pensamentos e a monotonia, mas não que houvesse monotonia em tantas horas dispendiosas no lombo de um animal. Creio que havia amor, como há no seio humano, as coisas creadas pelo ser superior. Amor pelas paisagens, formas, cores, cheiros e revelar das coisas que surgiam e desapareciam em sua mente. As floradas rosas de jitiranas, o som dos riachos escorrendo, o som do casco nas rochas, a amplidão do mundo e a esperança de ganhar seu dinheiro honesto.
Aldo Batista, servira ao exército, era um homem muito sério, de voz grossa e forte. Era fácil saber quando estava lá em casa, de longe ouvia sua voz contando suas histórias. Será se tinha problemas de audição? Geralmente quem tem fala alto, ou queria ser entendido? Na juventude de meu pai fora não apenas irmão, mas um segundo pai. Tio Aldo, casou com a primogênita, Maria das Neves, de meus avós José e Sinhá. Foi por meio destes que meu pai Chico conheceu e casou com minha mãe Chica. A parte isto.
Como comecei minha fala, além de pequeno comerciante, Aldo trabalhou na roça. Sim, suas roças eram grandes e bem cuidadas. Não gostava de fazer serviço sujo, seus roçados eram zelados desde o plantio a colheita. Dava gosto de ver, mas pareciam grandes hortas. Com a força de seus braços, uma enxada que não precisava ser das melhores, campinava do nascer ao pôr do sol. Como quem ler uma texto clássico, com cautela e reflexão, assim ia capinando. Certamente, pensava na feira do fim de semana, no que faltava em casa, no zelo da família, no melhor para o povo. E assim ia construindo sua vida e seu destino.
Todos os anos cultivava uma roça, com habilidade, fazia suas feiras e dava dignidade a sua família.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Surda noite

É noite.
A noite é silenciosa, escura e triste.
Estou só imerso no mundo e na vida.
A sombra da solidão o que nos faz feliz?
Tentar fazer algo que nos desperte alegria.
Não me parece uma boa opção,
pois, logo vou querer mais e mais.
Será o desejo fonte de felicidade?
Só sei que num instante estou radiante,
no seguinte quero sumir e pouco tempo
depois estou radiante.
E como lidar com esta efusão de sentimentos.
Adestrar-me em uma religião, se moldar a um estilo?
Não sei, não me encaixo em nada disto.
Abro um livro, outro e mais outro.
Ver um filme quem sabe?
Quando é noite que me sinto só,
quando percebo a solidão tocar meu coração,
penso, penso, penso e fico triste,
mas a tristeza é fonte de criação,
pois que venha bons pensamentos,
traga-me tudo de bom,
doce noite escura.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Noite vasta noite

Noite, silenciosa noite,
profunda como minha alma.
E o que ocultas?
O mundo vasto mundo.
Noite vasta noite.

Recarregar

Por vezes, certos instantes, tudo perde o sentido,
mas há tantas coisas que me rodeiam acendem
em mim um novo sentido. As formas e as cores
reveladas pela luz, os livros e o que me cerca.
Todavia nestas horas de ócio que me recarrego,
que busco sair do ócio. Há em mim um sujeito
antiacrático. Sempre foi assim, mas confesso
que sofro neste processo de criação de reinvenção.
Descobri na leitura um princípio construtor,
e encontro em Borges a fonte mais rica.
E por vezes recomeço sempre.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Restaurar

Quando a alma não quer aceitar mais nada,
quando o corpo quer descansar.
Deita e dorme.
Não temos neste instante apetite para o saber
o que nos resta é dormir e sonhar
com tudo feito e criar energia e fazer.

O brilho da manhã em Barão

O vento frio da manhã,
O brilho do sol num céu azul,
O canto das aves,
A grama seca,
O adeus dos eucaliptos
fazem de minha manhã tão bela
que pensar é esta doente dos olhos mesmo.
De repente bate a saudade,
imagens das manhãs em Barão Geraldo,
minha bicicleta,
a luz difusa entre as árvores,
a praça dos cocos com seus guapuruvus,
as fachadas das escolas de inglês,
o riacho poluído,
as grandes figueiras,
as espatódeas,
o star clean
e a Unicamp.
Tudo parecia tão sólido e feliz.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Questões diurnas

Por que às vezes o dia se arrasta?
Enquanto seus extremos são tão fantásticos?
O primeiro e o segundo aurora me alegam muito.
Quando desperto e ouço o canto das aves
e quando o sol se poe vejo as estrelas brilharem
suaves.
Às vezes a manhã parece ter voz,
Às vezes as estrelas parecem nos flertar.
Hoje a lua apareceu de leve,
só uma fraçãozinha sob vênus,
mais que encantadora.
Sei lá por que o dia se arrasta,
talvez seja pressa de ver a tarde partir,
sabe lá.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Noite

Noite,
Noite que adormece os olhos
Noite que traz a calma, revigora a alma.

Noite de céu estrelado,
De vento solto,
De profundo silêncio.

Noite que nos revela os sonhos
Sedes muitas vezes ventre fecundo da vida.
Noite tudo ou nada...
Somente noite

Em Quanto a tarde Cai

A tarde cai devagar. O brilho dourado da tarde se derrama sobre as folhas e as flores das árvores.
E a luz aos poucos vai minguando e desaparecendo. As cores se apagam e junto com elas as formas. Enquanto caminho penso. Alberto Caieiro dizia que pensar é está doente dos olhos. Acho que estou doente dos olhos mesmo porque há tanta coisa para ser vista no fim da tarde. As vezes não penso e vejo a poeira, simples pó, colorida, vejo as plantas floridas, o vôo paciente da garça.
E a tarde se passa. As vezes penso o que ficou de mim da tarde? O que ficou de mim do dia?
Estou preso ao meu pensar. De certo vó Sinhá e vô José, a tempos atrás, estariam sentados na frente da casa bem a tardinha. Vô e vovô conversando sobre coisas triviais que acontecia e viam.
Coisas do tipo o gado hoje está de barriga bem cheia, vai demorar a terminar de apanhar o algodão. Fulano passou aqui hoje, ciclano está doente. Enquanto essa conversa desfiava o sol se punha e vovô terminava de catar o feijão para deixar de molho para o dia seguinte. Em seguida entrariam e jantariam e logo após uma breve noite iam dormir.
Com certeza não entenderiam o mundo de hoje. O dia que se estende até a meia noite. As luzes, as leituras, as preocupações.
Naquela época que nem é tão distante na história, eles seguiam o curso da natureza.
O dia não só a tarde caia devagar. Havia tempo para viver e digerir os fatos e a tarde.
Sabe-se lá, hoje já não existe gente como vô José e vó Sinhá.
Acho que as pessoas ou pensam demais ou nem pensam, apenas correm em busca de objetos que lhes deem uma breve alegria. Vivem em busca de respostas e felicidade. Nada mais.

domingo, 7 de julho de 2013

Andorinhas


As andorinhas,
As andorinhas são aves elegantes,
parecem está sempre vestidas de terno.
Sempre olham acima de seu bico,
até parecem que não comem.
Voam por altos céus,
sabe-se lá para onde vão.
Encantam-me desde criança.
Só via as andorinhas
na minha escola,
ou na rua.
Ah, andorinha,
quanto te vejo
sinto uma saudade,
quem dera voar
até onde te vi pela primeira vez.

Belezas

Há coisas prazerosas na vida
que se banha na luz do sol matinal,
ou na luz do por do sol.
Comer galinha caipira nos domingos.
Esta sob a sombra num dia de calor.
Se deparar com um prear na vereda.

Caminhar pelo campo numa manhã de primavera.

Talhar a melancia sobre uma sombra de jurema
sentindo o cheiro das flores do milho,
do marmeleiro e do cerrador.

Caminhar sobre a terra molhada
depois de uma grande seca.

Agrada  a vista ver dos ramos secos
gemas se desenvolverem em folhas.

Ver a aroeira florida.

Apesar de tudo,

A vida é bela no sertão.

sábado, 6 de julho de 2013

Alcancei

Sob o eco das palavras em nossas mentes criamos.
Criamos os mitos, as histórias e construímos nós mesmos nossas próprias histórias.
Sobretudo, já faz tanto tem que vô José se foi que nem me lembro se nutria um carinho por ele, mas nutria fortemente o carinho e amor que mamãe tinha por ele. Na nossa infância, nutrimos sentimentos de verdade e paixão por tudo aquilo que nossos pais falam e sentem. Rimos quando eles riem e choramos quando eles choram. Mamãe às vezes é dura, mas é terma e amável conosco sempre. O fato é que mamãe amava seus pais, meus avós como ama seus filhos, nós. E sempre estava presente, pelo menos mais de três vezes no mês estávamos nós lá. Quem dera fosse hoje.
Mas me lembro que as histórias de vô José eram profundas e saudosas, sentia a proximidade da morte, a velhice o encarcerar em seu corpo, e o lugar onde se deslocava era do quarto para a cozinha e para o banheiro. É triste ser prisioneiro da idade. Com seus passos arrastados e seu corpo encurvado segurando uma bengala lá ia e vinha, e sentava na cadeira, e muitas vezes ria um riso sem dente, mas cheio de som de alegria. Rememorando, rememorando de quando em vez recebia uma visita e rememorava, os tempos, as histórias, as lutas, quase sempre as vitórias e remexia as vezes nos rancores. Sentava na calçada e olhava para o horizonte que terminava entre chapadas, a mata verde, o frio, o joazeiro, o canto das aves, o rincho do jumento. Aquela estrada de poeira e barro vermelho por onde passara subindo  descendo, cargas e mais cargas de capim, lenha, milho, feijão, tudo passara, tudo não reverberava mais... aos poucos acabara. Aquela estrada, a velha estrada de pedras farinhentas, de flores silvestres, dava nas cajazeiras e cajaranas, que em certo tempo podia sentir o cheiro ácido dos frutos podres, cheiro delicioso,  e o cheio das unhas de gato.
Vô José só podia contar as histórias. Muitas histórias só fazem sentido para aqueles que a presenciou, para mim, não fazia sentido, mas ficava ali, sentado ouvindo,  não me lembra de nenhuma sequer. Estas histórias foram encerradas na última roupa limpa vestida. Podem serem rememoradas.
Uma frase profunda é a que usava:  "Eu ainda alcancei o tempo de seca de 1915".
Hoje, restam os perfumes das flores e a casa, e a memória e a terra parece mais árida e o sol mais quente e mais nada.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Noite

A noite estrelas brilham no céu.
Hoje com o vento frio
parece o céu parece um espelho
de tão limpo.
Tanta coisa nos espera numa noite,
mas a cama é a predileta delas.
Com ou sem estrelas
a noite é refrigeradora.

O silêncio reflexivo

Que maravilhosa manhã de sexta-feira,
Que silêncio maravilhoso.
Parece a sala está surda.
Através da janela ouço o som intermitente das aves
maritacas, graúnas, joãos-de-barro,
doidela, canários, papa-cebos, bem-ti-vis,
o silêncio é tamanho que posso ouvir
a brisa chegando e acariciando
as folhas da sibipiruna, do coqueiro-de-vênus.
Não sinto cheiro algum,
só ouço. Às vezes é bom parar para ouvir o mundo.
Bem no fundo deve está soando o som do ir e vir dos carros
e da máquina de cortar grama.
Soa como uma manhã de paz.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Por do sol Brasiliense

E a noite cai calma.
As águas do lago estão agitadas,
o céu está encarnado feito brasa acesa.
Enquanto a noite se deita sobre a terra,
desponta no poente Vênus tão belo,
grande e amarelo.
E a luz se dissolve por completo
quando chego em casa já é noite.
Nas ondas do rádio, ouço
um piano ao cair da tarde.
Como é maravilhosa a voz da Lúcia,
diretamente do auditório
Mário Garófago.
As tardes em Brasília,
que se partem depois do lago
são tão belas quanto
as de Ribeirão,
Todavia tenho aqui o lago,
e a paz que Nix me traz.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Restaurar

A noite é silenciosa, escura e muitas vezes fria.
No seio da noite a natureza descansa.
No fundo da noite muitas plantas exalam um doce aroma,
que nos guia em direção a doçura e candidez das flores.

O solo esfria fica tão fresquinho.
A brisa sopra suave.

No céu escuro podemos ver as estrelas piscando
coloridas, vemos ainda os planetas.

Nesta hora as águas do lago estão tão plácidas.

A natureza respeita a noite e descansa.
E tudo despertará pela manhã com o primeiro crepúsculo,
doce aurora.

Vozes da manhã

É de manhã,
O sol brilha intenso lá fora,
O céu está tão azul,
A brisa sopra suave e fresca,
Ela toca aqui na janela que estala
Com paciência,
Ouço longe o som do martelo
No poção rachando e desfazendo
O cimento sólido.
Os galhos da sibipiruna
Agitam-se com a brisa
E balança pra lá e pra cá.
É manhã próxima de julho,
É uma linda manhã de junho,
Gente a trabalhar,
Sei lá onde,
E a manhã passa
Fagueira.


terça-feira, 2 de julho de 2013

A tarde florida

É fim de tarde,
e o sol não arde,
descamba ao poente,
e vai ficando ausente,
distante do nascente.
E agora sua luz se apaga,
a noite de leve nos afaga
as montanhas, os vales,
e solve toda luz,
impõe sua sombra.
No lado oposto da estrada
um ipê rir todo florido,
suas flores tão amarelas,
ah, como são belas.
Fez me lembrar,
das tardes de tempos atrás,
que sei que não volta mais,
E o ipê, e a tarde,
me preencheram de alegria,
me iluminaram essa poesia.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Aceitar

No mundo quem não reclama?
Nem tudo se aceita, mas também
como aceitar, ser humilhado e pisado,
ninguém é animal irracional,
tem que revidar?
Aceitar! como podemos aceitar,
guardar na alma tal humilhação!
É o mesmo que engolir um sapo,
mas se algo maior nos repreende,
paciência, só temos que aguardar,
a bondade e a maldade,
está em nosso coração,
a escolha muitas vezes 
está na razão.
Aceitar, muitas vezes 
é a melhor opção,
revela sua grande percepção
da ignorância humana,
Aceitar é ignorar
ser superior, superar com o menosprezo,
porque há gente que precisa
ser ignorado,
pois até o ódio é uma paixão,
ignorar é dizer não,
deletar tudo
e recomeçar.

domingo, 30 de junho de 2013

Dá-me calma

Existir,
sob o céu,
sobre a terra,
uma flor desabrocha
e fecunda gera um fruto.
Face da terra, de solo fecundo,
de amor profundo esteja transbordante o meu ser,
que eu aprenda em todas as situações a melhor viver.
Oh, brisa da manhã.
Oh, muito e tudo que pode me ensinar,
me ensina a viver com sabedoria,
acalenta meu coração
sempre que estiver sob pressão.
Que minha alma jubile
sempre que uma semente de fé
germinar em minha alma.
Dá-me calma em existir.

Motivo do existir

Vô José,  costumava repetir ao rememorar fatos que marcaram sua vida. Já idoso, cabelos brancos, sempre vestido casaco por causa do frio da serra. Lembro que falava, dos anos difíceis. Anos de seca. Vô José guardava essas coisas, sabe-lá por que. Contava que em 1915, morava nos Cajás, povoado de Barriguda, hoje Alexandria. Naquela época tinha apenas 13 anos de idade. Diversas vezes saia de lá para ir a Martins, lugar onde nunca faltava frutas, à cavalo para buscar frutas. Montava em sua casa e só se apeava em Martins. No dia seguinte com a carga de frutas montava nos burros e adormecia, acordava muitas vezes quando havia chegado em casa. Sei que naquela época ele já via o serrote da Veneza, os mufumbos e catingueiras do sertão, de certo via animais,
via gente que como ele dorme na eternidade. Sabe-se lá o que falava quem encontrava, o que comia. De certo os animais ficavam suados. Tantas coisas aconteciam nesta longa e monótona viagem. Sabe-se lá em que pensava tio José com uma carga de frutas que possivelmente só duraria uma semana, mas por ser de graça. Sabe-se lá se não tinha a boca com o mel seco da manga. Sem o mínimo de conforto, ele sofria, assim como sofriam os animais.
Meu avó faleceu já faz tanto tempo, os animais também, mas aquela paisagem continua viva, perdida em outros imaginários, com outros sentidos. Todas aquelas paisagens peculiares, sumiram como surgiram no dia em que vovô adormeceu para a eternidade. De certo vovô não se preocupava com o nome das plantas, dos bichos para ele o que importava era a barriga cheia,
o mel da manga e da jaca... Vovô não foi nenhum herói, nem lembrado por nenhuma façanha, mas não deixou de existir e foi por seu esforço que agora existo. Tá explicado a luta do nada.

sábado, 29 de junho de 2013

As flores do jardim

As flores que desabrocham no jardim
Já foram flores silvestres,
já flores menos vistosas.
As flores que desabrocham no jardim,
foram as flores escolhidas por seu aroma,
por sua cor, por sua beleza.

As flores que desabrocham no jardim,
estão ali por um capricho de quem cultiva
a beleza.

Todos almejam a beleza das flores,
mas nem todos sabem ou tem paciência
de cultivá-la.

Cada um faz o que lhe melhor convém,
há aqueles que almejam as flores do jardim
e vai lá e as colhe ser ser dono,
e há aqueles que com paciência,
tem o mais belo jardim,
por que as plantas cultivadas
tem a permanência e o viço de está vivas
e desabrocha a toda manhã
as flores,
mas as flores dali tirada, logo perdem o viço.

Cultive também flores em seu jardim.

Quero

A manhã caiu e como bicho na loca quero ficar aqui quieto no meu lugar. Quero desfrutar do meu calor, do meu cobertor, de minha cama. Quero folhear meus livros, ler Borges, ruminar sobre minha vida...

Eterno revelar

O mundo que se revela me surpreende sempre.
O amanhecer, o vir a ser, o entardecer, o por do sol,
a despontar no nascente da lua, cães a ladrar na rua,
o desabrochar de uma flor perfumada e singela,
a maldade e a bondade humana, a poesia e o poeta.
Borges, Pessoa, Neruda e Drummond habitam minha
cabeceira e povoam minha mente. Anteontem fui apresentado
a Hilda Hilst, pela sua biografia conheci sua grandiosidade
oculta ao meu conhecimento. Pessoa que passou a vida
oculto, haverão tantos ocultos empoeirados
diluídos neste mundo. Outro dia numa parada de ônibus,
descobri um colecionador e construtor de máximas, Fabiano de Melo,
uma pérola gerada no Piauí. No seio do Nordeste,
não sei porque nos surpreende...
Mas tantos outros povoam minha mente, Foucault, Sartre, Nietzsche,  Kafka,
Gogh, Mozart, Schumman,  Holst, Bach.
Quando penso no tempo, que já vejo com profundidade,
vejo que ainda tenho o mesmo anseio por conhecer este mundo,
revelado por tais faróis,
e pelas luzes que me cercam, minha família, meus amigos
e por todos aqueles que amam o que faz e faz com prazer,
que servem a todos e por todos é servido.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Flor da campina

 Flor doce desejo de amor,
A flor que nasce na campina
que é acariciada pela luz
que inunda o vale e o mundo.

A flor que desabrocha perfumada,
que é tão bela e delicada,
que só a luz e a brisa
sabem tocá-la.

A flor no seio de amor,
que nasce na campina,
pela manhã é revelada
e pela brisa tocada.

Quando ti vi na campina,
ai! que doce contemplação,
quando te acariciei com o meu olhar,
quis profundamente te tocar,
sentir seu perfume,
 fui tomado por sua beleza,
senti na alma uma doce leveza,
tudo porque fui a campina,
tudo porque desabrochou naquele dia,
Tudo porque o sol te iluminou,
agora aqui estou,
e você ai está,
sabe lá quando nossas almas
flor, doce flor,

irão novamente se encontrar.

Passagem

A chuva partiu,
por este ano não volta mais.
É mais um ano em minha vida,
é mais um ano que vejo
as águas secarem,
os animais se esconderem
nas sobras da noite
ou no refúgio de uma loca.
As árvores amarelam
e perdem suas folhas,
as jitiranas e as chananas
estão florindo, parece
adorar o sol escaldante
que tudo espanta do sertão,
os avoetes voam, vão embora
sabe lá para onde.
Aqui, posso ver o espetáculo
da natureza se resguardar
o cumaru florido
perfumando árida paisagem
que está surgindo.
Meu corpo
e minha alma
já perceberam a natureza
se expressar,
agora uma nova
estação virá,
é o verão.

Aroma

Acendo um incenso,
o fogo que consome
exala o doce aroma
de jasmim.
A fumaça se espalha,
e se vai com uma oração,
emano de meu coração,
alegria, paz e harmonia,
minha mente
desperta de imagens,
doces sensações.
E o aroma,
me faz mais vivo,
mais feliz.

Atônito

Como é profundo o mundo.
Há tanta coisa a se revelar
a meu olhar, meu sentir,
meu cheirar.
A todo instante sou surpreendido,
com uma palavra, uma imagem,
um aroma, um som.
Do nada conheço
alguém que me surpreende,
uma biografia, uma poesia,
uma canção.
Não quero ser uma pessoa engessada,
embora no dobrar dos anos,
o cansaço enrijece minhas ideias,
sou mais cautelosos ao novo.
E sinto que nunca saberei
nunca tocarei na profundidade do mundo,
mas me surpreenderá sempre
o humano.
Ontem, pela primeira vez ouvir falar
sobre Hilda Hist, uma grande poeta,
fiquei atônito, nunca havia
ouvido falar sobre esta grande poeta.

A combinação das palavras
o despertar para o mundo
que se faz cada dia mais
revelado e profundo.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fria noite de lua


A  noite fria
a lua minguante,
águas do lago ondulante,
o verde das plantas apagado,
tudo que vemos são sombras,
tudo que sentimos
é o frio.
A noite tudo soa vazio,
a noite até a natureza descansa,
o frio das construções,
o frio seco do cerrado,
a lua sem povoado,
só uma metrópole fazia,
mendigos dormindo no frio,
mulheres seminua vendendo
sua honra,
gente dormindo,
grilos cantando,
e a lua no fim da manhã
some à luz do sol.

Ver e ser

O sol que desperta o dia, não é o próprio dia?
A terra que gira sem parar, não é o dia e a noite?
e ambos, dia e noite, não se tratam senão faces opostas da terra?
Esta luz que agora me revela as formas,
as cores, traduzem em mim o que sinto e percebo,
não é a mesma luz que aqueceu
numa manhã qualquer Gogh,
e lhes revelou as cores que o impressionaram
e inspiraram revelar o mundo a sua maneira?
Esta luz que faltou a Borges aos 55 anos,
e a muitos que não enxergam não perde o sentido
que escrevo acima?
Amanhã talvez os meus olhos que agora veem
com deslumbrar o mundo, a manhã,
poderão não abrir e isto um dia acontecerá.
A luz da manhã continuará a vir,
mas, nem sempre estaremos vivos para percebe-la
e aprecia-la.
Sol, dia, terra e ser.
Tudo só parece ter sentido,
no seio do eu.



quarta-feira, 26 de junho de 2013

Chegar

Chegar a qualquer lugar,
a qualquer hora,
seja qual for o tempo,
faça sol ou chuva,
noite ou dia,
nos deixa ansiosos.
Há uma ansiedade
por aquilo que almejamos ver,
aquilo que queremos encontrar.

Chegar a qualquer lugar
é sempre um encontrar
ou reencontrar,
a chegada nos deixa
eufóricos.
É tão emocionante
quanto a partida.

Nem todas são saudosas,
mas as chegadas
sempre proporcionam
o encontro ou reencontro,
é redescobri-se
e descobrir,

Chegar não é o fim,
mas um novo começo.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Mistérios infantis

Temos sempre lembranças das visitas à casa de nossos avós. As casas de nossos avós são cheias de mistérios, há tanta coisa oculta a nosso pequeno mundo. Muitos dos objetos e hábitos ali encontrados não absorvidos por nossos pais e a nós é muito estranho. Na casa de vô chiquinha havia um oratório de Santo Antônio, algo meio barroco, sacro. Não sei porque, mas tinha medo daquele altar. Sempre abria para ver o que havia ali dentro, tinha essa liberdade. Todas as vezes que passava na anti-sala eu dava uma olhada, parecia uma pequena igreja. Por que ter uma pequena igreja dentro de casa?
Na sala, havia o quadro de meu pai de quando era jovem e eu não conseguia ver ali meu pai e o quadro de meus avós Chico e Chica. Tinha também várias cadeiras de balanço, mas de cordinha.
Lembro que a voz de meu avó era grossa e a de minha avó arrastada. Bom e quem interessa o tom da voz de meus avós? só para ter mais um lugar para guardar.
Não lembro de nenhum meio de comunicação lá nos meus avós, nem mesmo de um rádio. Tudo ali se contava ou era silêncio.
As noites escuras alumiadas a gás, a carne seca a sal e sol.
O doce do café e da rapadura.
A fumaça solta da lenha no fogão a lenha.
O tempo parado.
O tempo ali não escorria,
pingava.
As vezes mal chegava e já queria voltar.
Tinha muitas plantas que minha avó cultivava e não lembro de ter em minha casa.
Lembro do jasmim do lado do chiqueiro no nordeste, nas beiras das calçadas haviam vincas rosas e brancas, brancas com fauces vermelhas. Havia uma pimenteira do gênero piper, uma romanzeira, louro por todo o terreiro, roseiras e carnaubeiras.
Minha avó tinha uma horta sem faxina.
Tudo era tão orgânico.
O tempo levou meus avós e acabou com tudo.
Restam apenas as vagas memórias acima redigidas.
Mais nada.

Vejo

A terra continua a mesma,
o sol a brilhar alumiando o dia,
após a noite plenilúnea.
as árvores tem seus ramos balançados pelo vento.
Através da janela vejo tudo isto.

Vejo ainda um joão-de-barro
caminhando e forrageando.
O joão-de-barro de penas
telhadas, anda desengonçado,
De lá pra cá, olha desconfiado,
caminha sobre as folhas secas do bambus,
bica aqui, bica ali.
Bica, bica, bica...
Me olha e continua.
Por que não canta?
Eh! João... corre e voa e some.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

São João

Hoje é noite de São João,
as fogueiras já não ardem queimando no chão.
Não tem milho cozido, pamonha, traque ou rojão.

Hoje é noite de São João,
na minha infância esta noite era sagrada,
via todo mundo na estrada, toda a gente animada,
bandeirolas coloridas,
os meninos de havianas ou tyo-tyo
corriam em volta da fogueira.

Estopim aceso, o estou do traque,
e o grito das crianças,
na maior esperança,
de no ano que vem ter mais que 10 traques,
nem sei porque sou machista, mas lá em casa
só eu que era menino ganhava bombinhas,
minhas irmãs não...
mas não tinha problemas,
tinha bolo de milho feito na folha da bananeira,
com cravo e canela,
tinha bolo de ovo.

Tinha alegria!
Enquanto a fogueira se consumia,
havia alegria,
Os crentes subiam para a igreja,
mas hoje todos dormem,
a nossa baixa está vazia,
as vozes que gritavam,
sumiram no mundo,
hoje só restam as vozes da natureza,
mamãe nem faz mais bolos,
acho que papai ainda acende uma fogueira,
era bom irmos para o mato pegar lenha,
Papai cortava galhos da cajaraneira,
mas ai,
só resta a lembrança,
acesa...
nem uma vela em minha mesa.
Nem um viva São João,

nada além de lembranças.

Coisas raras

Nem tudo continuará,
mas se transformará a cada instante.
A manhã torna-se tarde,
a tarde torna-se noite
e a noite manhã.
Nem tudo é um eterno retorno.
A vida é impar, por isso pare
para pensar e senti-la,
sempre tento fazer isto.
Hoje, à tarde sai para caminhar,
e basta parar para ver que nem tudo é belo no mundo,
há um mau cheiro não dei de onde
aqui no setor terminal norte,
ao longo de todo o lago há lixo.
Não sei por que raios e com que intenção
quebraram a grade do dique.
Quando tudo nos desilude,
eis que o crepúsculo é mais pleno,
o vôo da garça leve,
o mergulho do peixe nas águas transparentes,
o desabrochar da ipomoea alba,
o fim do dia,
nem sei quanto tempo terei,
mas quero ver apenas as coisas boas,
já que são tão raras.

domingo, 23 de junho de 2013

Luz

A luz que invade o meu quarto
e revela as cores e as formas
dos meus objetos é a luz
que atravessa minha pupila
e excita o meu cérebro
e me revela tanta coisa
que faz minha memória
se ativar.
É a mesma luz que entrava
pelas frestas da nossa velha janela
de nossa casa de infância,
que atravessava as frestas do telhado.
Luz que se movia no escuro
atravessando as frestas do telhado,
o ronco do carro ou da moto
a luz em movimente,
minha mente em movimento,
o calor do cobertor
o pai nosso e a ave maria,
mamãe e papai,
e os sonhos ainda acordado,
luz que me tornou o que sou,
um ser de paz.

sábado, 22 de junho de 2013

Saudades

Que saudades imensa
me tomou ao acordar.
Saudades do cheiro do café
prontinho na mesa.
Da broa de milho quentinha,
da bolacha dentro do café com leite,
das rizadas da manhã,
do cheiro da chuva
molhando o barro seco,
do grito do peixeiro,
do barulho colorido
de poeira dos caminhões,
dos muitos opas,
do barulho da vassoura
riscando e limpando os terreiros
dos gritos de mamãe.
Saudades, da infância
e quem não tem boas
memórias.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Lua serena, grito de guerra

A lua serena de camarote olhava para a esplanada.
Quanta gente e quanta emoção.
Os espelhos plácidos do planalto estavam escuros
de militares e o som alto do povo ecoava nos ares.
"Brasil, Brasil, Brasil"
Quanta gente colorida, animada.
Gente bonita e pacífica,
E uma passeata decorreu e a noite
linda se passou!

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Gira vida

Hoje a manhã caiu tão bela e fria.
O céu azul, o sol tingiu de laranja
tudo que sua luz acariciava.
As maritacas gritam apavoradas,
deve ser fome.
Os jornais tratam dos movimentos,
dos atos de vandalismo.
Aqui no meu quarto
tudo está tão calmo.
De certo sem nossa ação
tudo é calmo e sem vida.
Hoje a manhã caiu bela e fria,
vamos fazer a vida girar
agora!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Um Brasil melhor para todos

Entre os meus sonhos muitas vezes me desperto
e não sei de certo, se sonho acordado, ou desperto do além.
Me agrada os crepúsculo tanto o primeiro quanto o segundo
ver a largura do mundo,
também me agrada a lua cheia, pois vejo a profundidade do céu
e a grandeza do espaço, traço raios entre as estrelas,
formo imagens geométricas feitas pelos gregos, egípcios, incas e astecas,
pelos orientais... Sabe-se lá por onde anda tanta sabedoria.
Talvez esteja impressa nos livros ou dispersa na nuvem virtual.

Tenho o costume de me sentir bem ao ler Borges,
ao ouvir Mozart, ao ver Gogh, a comer pizza...

Não se ensina a gostar do que é bom... o que é, é.
Mas há uma força que me leva a fazer o bem, a buscar o melhor para mim.
Há tantas coisas que nunca vivi, só sei ao ler os livros de história...

Mas sábado, estava na rodoviária do plano e ouvi uma manifestação pequena,
senti uma forte emoção...
O grito organizado do povo, emana emoção...
Creio que se unirmos nossas forças,
juntamos nossos gritos, será lindo,
em um grito uníssono.

Um Brasil novo e melhor para todos nós.

Acorda Brasil


Este é o meu país, querido e amado Brasil.
Terra de gente boa, mas também de gente vil.
Brasil de grandes florestas, grandes rios e mares,
de grande diversidade, onde impera a generosidade
de muitos e a ganância dos poucos que estão poder.

Como é triste viver, sem educação, saúde, dignidade e liberdade.
Como é difícil crescer, aqui para vencer, tem que ser herói,
aguentar humilhação, crescer sem condições e muitas vezes
desistir.

Meu Brasil de Caatinga, de Cerrado, de Mata Atlântica,
de Amazônia...
Tu que abraça teu povo...
É hora de começar algo novo.
Vamos a rua gritar,
Tudo pode melhorar,
basta acreditar.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Que há na noite

A lua crescente brilha no negro céu,
nesta noite atropurpúrea e fria,
o verão se despede
logo virá o inverno.
O chão úmido logo se desprenderá em poeira.
Tantas coisas poderão acontecer,
e quem sabe como ocorrerá.
Quem esteve aqui,
e quem estará...
Manhãs frias e secas.
Posso fazer algo ou nada.
Agora é noite de lua crescente.
É quase meia noite,
é quase lúcido silêncio,
as feras dormem e sonham
com seus objetos de desejo,
as mulheres da vida se sujeitam
para ganhar o pão...
Talvez quem sabe olhará a lua,
de certo sentirá o frio,
desta noite de segunda,
desta noite de lua crescente,
de ruas vazias....


Doce esperança

Manhã clara de céu azul,
vento fresco,
e o verde desfazendo,
a estação mudando.
E quando a noite cai,
colorida pelo segundo crepúsculo,
e a noite escura,
estrelada a lua crescente,
e lá se vai junho,
e lá se vai o meio ano.
Felicidade,
abra os nossos corações
de doce esperança.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Belo

Porque o belo me atém
uma manhã, um por do sol,
uma noite enluarada.
Borges, fonte de beleza e sabedoria.
Uma passarada cantando
e a vida acontecendo.

Alegria da manhã

Doces manhãs que me acendem na memória alegria.
O sol brilhando, nuvens se derramando.
Flores desabrochando, a terra umedecendo.
As aves cantando, a chuva ecoando.
A brisa escorrendo, o frio da chuva.

Doces manhãs que acendem na  memória alegria,
manhãs de inverno, manhãs de verão.

E o tempo passa, no inverno chananas e comelinas floridas,
no verão a poeira viaja com o vento.


quinta-feira, 13 de junho de 2013

Entre o tempo a simplicidade e os poetas

Meus avós foram pessoas simples. Ao que sei pessoas de boa índole. Meu amor José, nasceu em 1902, ano que nasceu Drummond. Minha avó Sinhá nasceu em 1912, ano que nasceu Jorge Amado.
Vô José e vó Sinhá mal sabiam ler, viveram suas vidas sem ler ou conhecer Homero.
Cresceram e se tornaram adultos sérios em sua completa escuridão do que seria literatura.
Vó Sinhá sabia, mas teve que largar a escola para se casar e cuidar da casa, dos filhos e das finanças.
Meus avós viveram uma vida pragmática.
Crendo na força do trabalho e na justiça. Não sei como tratavam com sentimentos como ambição, cobiça, inveja... Sei que tinham religião.
A arte que meu avó sabia fazer era cultivar uma roça, ingênuas piadas, breves contos.
Crianças que se tornaram adultos com o tempo, aprendendo com a experiência.
Como seria se vovô tivesse sido culto?
Quem seria eu hoje.
Se meu avó tivesse lido como leu Drummond ou Jorge Amado?
Drummond fez farmácia e Jorge Amado fez direito.
Meus avós fizeram a escola da vida, as mesmas idades,
as mesmas épocas.
Meus avós encrustados num pequeno município, Martins, viveram a vida no sítio,
ouvindo e falando sobre suas vidas pequenas.
Sobrevivendo nesta inútil existência,
deram sopro de vida a minha mãe
e aqui estou, divagando no tempo.

Entender

De certo há aqueles que despertam para a vida ainda cedo.
E mesmo cedo aprende a ler o mundo e a entender profundamente a vida e é feliz.
E há também aqueles que vivem toda a vida sem jamais despertar.
Mas é certo que a todos que vivem
a vontade de viver é a maior de todas as vontades.
Aprendemos, às vezes, tarde que as coisas simples é o que de certa forma nos constitui.
A descoberta do mundo parece ser uma graça
que a alguns surge de graça
e as outras se consome toda a vida reconhecendo a fraqueza e assumindo a ignorância.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Estou

Certas vezes quando estou triste, desiludido
e ouço uma música ou leio um texto me sinto feliz.
E não sei explicar o que me arrebata e me faz feliz.
Só sei que meu peito parece sorrir,
minha alma entra em jubilo,
esqueço o que me afinge
e estou feliz.

Noite

Calma a noite estrelada e fria,
de céu escuro e estrelado.
Silêncio!
Grilos cantando,
Silêncio!
As estrelas piscam,
pulsam sua luz.
A noite oculta as flores.
A noite oculta as cores.
O perfume não esconde,
mas as noites
os seres descansam.
E a noite segue.

Viva

Doce vida,
maravilhosa vida,
antes a dor, a tristeza e todos os turbilhões de sentimento
a morte.
Ver o sol nascer,
a noite cair.
Viver a vida!
Sem preocupação,
logo a vida passa,
logo a vida passa.
Por isso, seja,
enquanto pode.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Medo maior

Hoje, fui a um velório.
Tristeza e dor encerravam naquele recinto.
Aquela capela onde apenas se velam corpos mortos.
Uma capela no cemitério, sim no cemitério onde todos haveremos de habitar pela eternidade.

Não me lembro do nome do cemitério,
mas não importa.

Sei que ali aquele lugar com mais de trinta capelas,
todas estão lotadas, todos os dias.
O corpo que ontem vivia,
hoje é só um corpo.

E sai dali e vi vendedores de flores,
e me dei conta que ontem pessoas sofriam ali,
hoje pessoas sofriam ali,
e amanhã pessoas sofrerão ali.

E quem sou eu neste mundo,
neste tempo?
Havia em mim um medo maior,
um medo real da morte.

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh