quinta-feira, 5 de maio de 2011

Folhas pelo chão

Folhas secas pelo chão.

Quanto vive uma folha?

As folhas perdem sua cor,

perdem seu vigor,

perdem seu ramo

e se espalham pelo chão.

Algumas folhas são levadas ao vento.

As folhas sempre se vão.

As folhas se debruçam pelo chão

e tingem de marrom todo o chão.

Folhas secas pelo chão,

espalhadas, forram todo o chão.

E caminhar sobre as folhas,

bem devagar e ouvir o chiar,

do deslocar, ouvir o som das próprias pegadas

espalhadas pelo chão,

As folhas não deixam de ser folhas,

mesmo que não façam fotossíntese,

mesmo que não sejam verdes,

mesmo que não seja árvores.

As folhas são simplesmente folhas,

são o que são porque foram

E não deixam de ser por não ser o que eram,

ao contrário são o que são folhas.

Tem em si essência

que lhes contam o que foram,

o que é e que será.

Agora estão espalhadas pelo chão,

folhas de bauhinia, lixeira,

folhas que já não são viva,

mas continuam sendo

cheirosas, mesmo que secas,

estão em transformação,

o logo serão o que foram,

solo, matéria orgânica, pó.

Sabe lá quem sabe não retorna

a fazer parte de outras folhas?

Sabe lá.

Silêncio

O silêncio foge de mim. Não consigo esta em pleno com o silêncio. No meu peito há um coração que não para de bater, sinto o pulsar intermitente em minhas veias. Minha mente calar. Vivo em eterno monólogo. As vezes para me livrar do som de minha mente, como uma fruta, olho para o céu, para os jardins e tento simplesmente sentir o momento sentir que algo é silencioso além de mim. Olho para o verde das plantas, as cores das flores, inspiro os odores do mundo. E respiro e inspiro. Sinto então a harmonia que há no mundo onde há caos e sinto dentro de mim um cosmo. Mas não consigo entrar em harmonia com o silêncio. Admiro muito suas qualidades, suas virtudes sua beleza, mas não sei ser como as árvores silenciosas. Não, realmente, não sei ser como as árvores imparciais. Algo dentro de mim expulsa o silêncio e não sabe calar.
Na busca de aprisionar o silêncio estou aprendendo a me calar e quem sabe tenha algo dele dentro de mim.

Manhã

A manhã nasceu limpa e fria.
Estava tão fria que uma cinza
gelada cobria Barão,
Todas as pessoas usavam blusas.
Acordei no horário, mas
estava atrasado,
e segui desbravando
as ruas frias de Barão,
Nessa manhã fria,
sem uma nuvem,
numa manhã
lima e fria

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Danaus plexippus

Ah, se pudéssemos ser feito borboleta!

Descompromissada uma borboleta voava,
quase não batia suas asas,
parecia tão leve, suave,
acho que estava flutuando
sobre ou ar, ou estaria planando?

Não tinha pressa a bela borboleta,
voava e quando via uma flor,
logo pousava sobre as pétalas macias,
da flor, contemplava a cor,
sentia a textura, e então
desdobrava sua tromba e se deliciava
do doce néctar, mas será que borboletas
sentem o doce?
Não sei só sei que ela
desfrutava da doçura da flor,
do doce odor,

E saia visitando todos os jardins,
todas as flores,
distribuindo elegância e beleza,
aquela borboleta sábia
era livre pra voar para onde quisesse,
sem se preocupar com o dia da amanhã,
se alimentava do que dava a natureza,

Aquela borboleta me encantou,
ela que tinha a cor alaranjada,
com nervuras negras
e pintas brancas nas bordas.

Ela que voava sem compromisso,
aos sabor do vento, ao sabor da luz do sol,
pouco a contemplei e
já tive que pedalar para não me atrasar,
e a borboleta se foi
e a borboleta ganhou uma morada,
bem na minha mente,
bem no meu peito.


Ah, se pudéssemos ser feito borboleta!

Estrela da noite encantada

Tão belo é céu estrelado.
Ainda lembro dos doces momentos quando
morava em casa, bom no início da noite,
quando via aparecerem as estrelas no céu
como estrelas desabrochando no campo,
e o céu aos poucos tornando-se atroprurpúreo
e por fim em pleno escuro.
Sentado a velha cadeira de balanço
pra lá e pra cá, mirava o céu,
as estrelas, logo sentia a brisa escura
chegar, sentia meus pés gelar e ouvia
mamãe a chamar, entra pra cá,
mas resistia só por mais um instante,
ficava a mirar as estrelas,
as vezes a lua, e naquela estrada nua,
nada passava,
as estrelas é que cantavam,
os grilos respondiam,
saudades, da calçada,
da noite estrelada,
coisa mais rara,
que pude viver e amar.

O meu tereré

Quando chega a tarde faz um calor muito forte aqui no laboratório. Bem depois do almoço, hora em que o sol vai descendo para o poente e começa a entrar através da janela, aumentando a temperatura da sala.
Então para passar o mal está do corpo e pra despertar um pouco preparo um terere.
Terere é uma bebida feita com a imersão de erva mate em água gelada. Bebida apreciada por pessoas que moram nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Então há todo um ritual.
Primeiro pego a caixa com mate, depois coloco a erva na caneca que já está com a bomba.
Em seguida vou a cozinha onde encho minha garrafa de água gelada.
Volto, sento na minha cadeira e ponho a água dentro da caneca cheia de erva.
Aguardo um instante até que a erva fique misturada a água. Então saboreio o terere. Então penso na vida, viajo e quando percebo estou relaxado.
Logo volto ao trabalho e esqueço os incômodos do ambiente.

Maio

O clima mudou bem no início de maio. As manhã estão sendo muito frias e limpas. Desde quando o sol desponta no nascente, precedido por um belo aurora, até o fim do dia o céu permanece claro e azul. Os paisagens estão mais claras e coloridas que as vezes sinto vontade de passar o dia caminhando, olhando as praças, os jardins, o ir e vir das pessoas. Mas não posso me dar ao luxo, então cento em frente ao meu computador e fico viajando através das sítios. Vez por outra, através de minha janela, dou uma olhada para o céu, para o jardim. Os dias estão cada vez mais belos. Já percebi que várias plantas estão se cobrindo de folhas folhas novas. Logo me adaptarei ao frio que parece chegar. Sabe gosto de sentir as mudanças das estações. Mudanças exigem de nós adaptações. As vezes parece difíceis, as vezes fáceis, mas é preciso ter muita paciência. É preciso imitar a natureza que com paciência suporta as adversidades e logo se recupera. Sinto que maio é um mês de transformações, adaptações e de muitas belezas. Por isso, acordo cedo e simplesmente aproveito todo o dia com todas suas belezas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Saudades

Agora pronto!
Acho que vivo sentindo saudades.
Acho que por ter noção que o tempo é curto e único.
Sinto saudades dos momentos passados, dos risos cúmplices.
Saudades da flor que se fechou, do som do riacho,
das águas e frio do inverno.
Da história do livro que acabo de ler.
Sinto saudades dos amigos que foram para longe,
saudades da minha inocência.
Agora sem pranto!
Acho que saudades me faz bem, pois ela me ensina
a valorizar a vida.
Vivo com saudades das boas coisas.

Saudades

Quando chega o fim da tarde que o céu se pinta de vermelho.
Hora em que o majestoso crepúsculo anuncia que o sol se vai,
quando a natureza toda cora de vermelho, e o vento frio da noite,
vento do inverno que se aproxima, toca minha face e todo meu
corpo. Sinto uma saudade de ti tão imensa como todo o céu.
Uma vontade de está contigo e fazer coisas simples como tomar
uma sopa, ir ao cinema ou ficar por perto como uma mãe que
cuida de seu filho. Então logo chega o ocaso e por fim é noite.
Então espero que esta seja longa para que eu descanse e
me sinta recuperado na nova manhã e então conto os dias,
logo estaremos juntos novamente. Como o sol no nascente,
como o sol no poente logo estamos presente e ausente.

Coisas

As vezes gosto de pensar o sentido das coisas, mas geralmente estas coisas não tem um sentido. Somos nós que construímos e damos este sentido. Buscamos então sentido na utilidade de nos servem essas coisas. Muitas vezes por não acharmos uma utilidade para o que vemos, simplesmente ignoramos não vemos as coisas. Mas o que seriam essas coisas? Para mim coisas são corpos desprovido de vida, muitas são objetos e outras são simplesmente matéria constituinte da natureza. Carros, cadeiras, casas são objetos, ou melhor matéria trabalhada; rochas são matéria em estado bruto. Então penso no sentido que posso dar em ter um carro, uma cadeira e até mesmo de uma casa. Estes objetos me trazem um determinado conforto, facilitam minha vida. Ao mesmo tempo posso transformar uma rocha em algo que me der sentido, transformar nua estátua, numa bancada. E é através dessa transformação que a rocha ganha um sentido. Somos nós que trabalhamos e damos sentido a tudo, quase sempre para nos servir. Ao longo do tempo esse conhecimento que permite trabalhar a natureza foi sendo aprimorado, evoluído e muitas vezes passou a perder um sentido em si. As coisas perdem a sua história e se transformam em objeto, sem valor. Mas como ver um valor se muitas vezes desconheço a história das coisas. As vezes não olho para as coisas com atenção, não paro e reflito sobre a forma, a cor, a utilidade. Eu vejo as coisas simplesmente com utilidade ou inúteis. Muitas vezes eu não vejo nada. Por isso fico assim andando em círculo tentando achar o sentido das coisas. E elas sempre tem sua história. E muitas vezes por pensar nessa história acabo me encontrando e encontrado um sentido pra vida.

Riacho

Que tens em comum com um riacho?

Um riacho tem o seu ritmo,
segue sempre o mesmo curso, seu curso,
pois sabe que vai chegar em algum lugar
que pode ser num rio, num lago, ou no mar.

Um riacho é sempre fluido,
deita seu corpo sobre o todo o leito
e escorre, escorre sempre em frente,
as suas águas nunca são as mesmas,
estão sempre mudando.

Um riacho tem seu ritmo
que oras aumenta,
oras de diminuí,
mas este não depende de si,
depende do ritmo das chuvas, da natureza.

Um riacho canta quando cai, nas cachoeiras,
nas corredeiras, sim canta e
canta feliz. O seu canto ecoa,
e anima o ambiente onde passa.

Um riacho tem ao longo de seu curso
diversos ritmos oras mais agitados, oras calmos,
no entanto suas águas seguem
sempre em frente,
porque o riacho não pode parar,
pois se parar secará.

O riacho sempre
interage com suas margens,
e é generoso pois dar de beber
a plantas e animais,
é ainda é berço
de vida, habitat de peixes,
anfíbios, reptéis,
dentre muitos
animais.

Um riacho é divino,
harmonioso, prazeroso.

Temos mais algo dos riachos que imaginamos.





segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama

Hoje, a primeira notícia que ouvi no rádio foi o anúncio sobre a morte do terrorista Ozama bin Laden. O ancora da cbn estava entrevistando um embaixador que estava muito próximo do lugar onde o terrorista havia sido alvejado. Em seguida anunciava que todos os lideres das grandes potência estava festejando o fim do terrorismo. Mas será que com a morte deste famoso terrorista acabará com os atentados? Todos se perguntam. Nos Estados Unidos os lideres políticos estão todos apreensivos com medo que ocorram atentados em represália a morte de seu representante maior. Bin Laden após o atentado de 11 de setembro passou a ser conhecido mundialmente. Acho que passou a ser uma marca tão forte quanto a coca-cola. Lá em Serrinha mesmo, de onde eu vim, pude perceber que todo mundo lá conhecia a fama de perversidade deste terrorista. Acabou se tornando adjetivo quando queria tratar alguém por mal falava que esse fulano era um bin laden. E hoje muito cedo esta caça foi abatida. Será? E foi o homem mais poderoso do planeta terra a televisão anunciar o abate da pior fera da face da terra. Opa, mas não são da mesma espécie? Sim são. Pois é, o homem mais poderoso de todo mundo foi a tevê anunciar a morte do homem segundo homem pais famoso de todo o mundo. Pior o todo poderoso simplesmente foi para a tevê eternizar e tornar mito um dos homens mais perversos do século.
Saiu da vida para entrar para história, parafraseio Getúlio. O fato é que todo mundo está morrendo de medo, as pessoas sentem alívio e pânico concomitantemente. Só o tempo é que vai esfriar e apagar esses sentimentos que assolam a vida. O fato é que a mídia todos os dias tem fatos cada vez maiores e mais importantes. Será que isso não nos tornando paranóicos? Sabe lá.
Enfim hoje Os ama virou mar.

Vida

As vezes penso que vou explodir,
que não vou resistir, pois descobri
que nada é mais sublime que viver.
Até mesmo morrer é um ato vivo,
que se consome em fato, a morte.
Nada é superior a vida, pobre ou rica,
com dor, sofrimento, apesar de tudo
é a vida. Vida que permite
ver as cores, sentir os odores,
as formas.
Só a vida permite aprender,
viver é aprender sempre,
isso me enche o coração,
poder entender e aprender,
e ensinar. Que coisa mais
sublime eu aprendo ensinando,
eu ensino aprendendo,
nada melhor que viver,
mesmo que por um instante,
vida é tudo.

João de Barro

Vi no fim da tarde um joão de barro andar. Era muito engraçado sua forma de caminhar. Um andar duro, parece que anda com pernas de pau, mas são rápidas suas pernas e como são. Estava ali procurando algo pra comer. Que belo é o joão de barro, como ele é um artista. Suas casas são obras de arte, e olhe que ele não tem nem mãos nem braços, imagine se tivesse. Quem o ensinou arquitetura? ou construção? Mistérios da natureza. Sei lá mas tem uma certa elegância no andar dele. Que procuras João de barro no fim da tarde? Comida ou fugir da solidão? Fala João do lar de barro.

Minha peosia

Como as aves que saltam para o céu a voar,
como os peixes mergulham para o fundo dos lagos,
como uma flor desabrocha para o dia,
cheia de liberdade queria que fosse minha poesia.

Que fosse cheia de alegria, de som, de imagens,
que fizesse mergulhar no mundo,
voar pelo mundo,

que fosse frouxa como o vento,
que a tudo toca a tudo afaga,

Como as aves saltam para o céu,
como os peixes salta por graça,
como a flor que desabrocha,

Cheia de emoção,
que seja minha poesia,
cheia de vida,
como vinho que embriaga
e dar sabor ao beber
e ao embriagar,
que assim seja minha poesia.

Tarde

A tarde está tão fria,
o céu nublado,
a sala está tão vazia,
a luz fria clareia,
as bancadas geladas,
longe gorgeia
uma sabia da praia,
tudo está tão estático,
nada acontece,
luzes frias
alumiam a sala
que já não fala
nada.
Simplesmente
porque a tarde está
escura e fria.

Almoço

Uma das melhores coisas na vida a se fazer é comer. Quando falo em comer me refiro só ao ato de comer, mas a reunião que este ato proporciona, num almoço, num churrasco, algo que agregue pessoas queridas que nos faça sentir bem, aprender se distrair.
Uma das coisas mais valiosas aqui na universidade que posso desfrutar é da presença de pessoas de diferentes lugares. Pessoas de diferentes cidades, estados ou até mesmo de países, assim nossas reuniões são extrema e culturalmente ricas . Então em todos os dias utéis da semana nos reunimos para almoçar juntos. Eu aprendo e me divirto muito. A comida é barata e saborosa. Meus amigos são muito legais, inteligentes e extrovertidos. De maneira que neste horário viajamos em nossas conversas. Aprendemos línguas espanhol e inglês, ciências botânica ecologia e biologia; música; cinema...
Já nos fins de semana vou para a casa da minha namorada ou ela vem pra minha casa. Ah, é muito bom, porque ajudo ela a fazer uma comida diferente, sair para comer fora. Aprendo a fazer alguma coisa para o almoço. Ana é uma pessoa maravilhosa, sensível e meiga, além disso cozinha muito bem. De maneira que meus almoços são todos muito bons, onde quer que vá.

Inverno

Parece que o inverno chegou. Faz um frio lá fora. O céu está coberto de nuvens. É acho que sim, se não chegou já está dando sinais. Hoje mesmo muito cedo já vi sabia pulando sobre o solo. Não sei, talvez seja um sinal, sim pode ser. Esse frio também pode ser. Sei que estamos no outono, mas já tem cara de inverno, enfim março e abril já passaram, teremos menos de dois meses para o inverno para o frio. Não que não goste do inverno ou do frio, não é isso eu adoro tudo isso. Mas sabe essas mudanças de clima sempre nos dão de presente um resfriado ou uma gripe. Acho que estou com gripe. Também semana passada a temperatura oscilou muito horas esquentava, horas esfriava. Ah essas mudanças de clima! Hoje mesmo está um dia argentino. Sim um dia daqueles que vi todos os dias quando estive em Buenos Aires, dia frio, nublado, escuro. Dias assim só conheci aqui no sudeste, e bem mais gelados só na Argentina. Lá no nordeste não é assim. Os dias são claros, ensolarados. Inverno lá, só no período que chove entre os meses de janeiro e junho. As vezes chove todos esses meses, as vezes não chove quase nada. Mas quando chove todos os meses. Lá na serra de onde vim. Faz frio, um frio muito gostoso, um frio verde como as matas, um frio florido como as jitiranas, um frio trazido pelo vento, ou pela brisa, frio com sol já viu? Que sempre nos traz de presente um leve resfriado ou uma gripe. Depois tudo muda.
Aqui quando chega o inverno, o céu fica escuro, o verde escuro das plantas, nos sentimos mais tristes por sentir solidão.
No nordeste não sentimos solidão, sentimos saudades, do passado, dos amados, do que foi bom e acabou.
É está chegando o inverno. Logo cantará o sabiá, as pessoas vão ficar mais elegantes, mas a vida
sempre fica mais escuras.

domingo, 1 de maio de 2011

Sol

Quando o dia nasceu,
nem vi, nem percebi,
mas sei que acordei
depois do sol,
fiquei frouxo
na cama, levantei,
e fui até a janela
contemplar o que contava
o sol.
Este me falou de formas,
me falou de cores,
este me ensinou tanta coisa
e me mostrou um belo
beija flor,
que voava livre pelo céu,
me mostrou que a figueira
estava calma,
que a vizinha saia,
dai perdi a paciência
e fui ao banheiro,
escovar os dentes,
mas o sol já estava lá,
fui a cozinha e peguei um pão,
comi o pão sozinho,
não reparti com o sol,
depois abri o computador
e fiquei vento fotos de
beija flor,
mas não era o sol quem estava
me mostrando
era o notebook.
Então voltei para o quarto,
fechei as portas
e apaguei o dia,
voltei a cochilar,
tempo depois
acordei novamente
e o sol lá estava,
continuava a caminhar,
então contemplei e dei
um abraço no sol,
sem ele que seria de nós?
e

Jequitibá

Era noite, quando chegamos a praça,
olhei para os prédios em sua volta,
olhei para as pessoas, para o ponto
de ônibus, olhei para as luzes laranja,
e ouvi o grito de crianças a jogar,
então olhando com atenção,
vi ali na praça uma imensa árvore,
vi palmeiras imperiais,
então preferi olhar para
o antigo prédio atrás do ponto
de ônibos, ali me atraia,
não sei o que era, mas percebi
que havia no jardim do prédio
um barco enjaulado,
Achei muito esqusito,
então ouvi crianças
jogando bola na praça,
ouvi, mas não os vi.
Vi as palmeiras, e aquelas
duas grandes árvores.
Então que plantas
seriam aquelas?
veio uma ideia
a minha mente,
que saberia
quem eram elas,
sim nas folhas
eu acharia seu nome.
Mirei-a por certo tempo
aquela grande árvore
com enorme sombra,
mas nada vi.
Então olhei para o chão
e vi bem ali,
deitada uma pequena folha,
abandonada, a folha seca,
que poderia me dizer a folha?
então tomei-a na mão
e comecei-a a olhar,
a analisar o que seria,
vi apenas uma folha simples,
com margens serreadas,
glabra o que me diria isso?
olhei novamente para os
ramos e nada veio
a minha mente,
nada.
Então fiquei
com aquilo na mente,
quem será essa linda planta?
Quem será?
Então entrei no ônibus,
e da janela deste vi,
num dos ramos,
um belo fruto,
que me disse quem
o era.
Era um pixídio,
isso era um imenso pé de jequitibá,
e aquela folha simples,
serreada só serviu para confirmar
que ali na praça tinha mesmo
eram pés de jequitibá.

Praça Carlos Gomes

Muito do que me expressa uma paisagem reflete a sua importância para a história de um povo.
As obras de arte, as árvores, a limpeza e organização, estética, mostram o respeito que esse povo tem por seus antepassados.

Ruminei essa ideia que me foi aprisionada após conhecer a praça Carlos Gomes em Ribeirão Preto, SP. Onde esperava o ônibus para ir para a casa da minha namorada. Dali daquela parada de ônibus pude observar os diversos edifícios antigos que se encontram sujos e parecem esta abandonados.
Percebi que os prédios tinham uma fachada muito bem trabalhada, linda. Então comecei a observar na praça que apresenta postes para iluminação modelo republicano, mas com uma luz amarela que ofusca as cores, de certo a beleza da praça a noite. Essas luzes amarela tiram a vida da praça a noite.

Pude perceber ainda dois belos jequitibás um próximo a cada canto pro lado do MARP. Sob um jequitibá há um busto obscuro sem uma luz para iluminá-lo, com uma placa do lado, tão quanto escura. Sem acesso aos visitantes. Bem do lado quase junto a rua tem uma banca de revista. No lado oposto no outro jequitibá não percebi muita coisa. Mais para o centro da praça tem enormes e belíssimas palmeiras imperiais. Com alguns vagos bancos. A praça só não está mais vazia e abandonada porque crianças jogavam bola, usando o espaço vazio.

O que me dizem os jequitibás e as palmeiras imperiais?
Contam-me muito do passado e da importância do lugar. Sim visto que foi uma palmeira imperial, Roystonea oleracea (Jacq.) O.F., trazida das Antilhas, que Don João VI plantou no jardim Botânico do Rio de Janeiro como símbolo da criação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro,
além de ser uma das plantas mais utilizadas no passado em obras paisagísticas nos prédios imperias, tais como Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Jardim Botânico de São Paulo, Instituto Agronômico de Campinas, Museu do Café em Ribeirão Preto. Essas palmeiras são verdadeiros obeliscos vegetais. E observando pelo tamanho, podemos concluir a idade da planta e consequentemente da bela praça.
Os jequitibás são belíssimas plantas da nossa flora, presente em muitas matas do interior de São Paulo. Muito conhecido pelos habitantes da cidade de Campinas pelos enormes jequitibás presentes em frente a prefeitura daquela cidade, nome que deu nome ao prédio da prefeitura, Palácio dos Jequitibás. Ou seja não foi por acaso que escolheram plantas tão importantes como símbolos que representam o estado de São Paulo, a cidade de Campinas e consequentemente a cidade de Ribeirão Preto. Sendo prestigiada com esse espaço, com essas plantas, com o nome de um dos filhos do Brasil que mais nos representou fora do país, levou através de sua música ao mundo o conhecimento de nossa cultura com o Guarani.
Diante do aparente desconhecimento da importância histórica desta praça, tão subutilizada, é triste ver o sucateamento e a morte de um ambiente, berço rico para a história do provo ribeirão pretano pode está sendo enterrada.
É triste passar por uma praça que não está escrito nem em placas de trânsito o nome da praça.
Ainda é tempo de repensar sobre essas reflexões.
Essa ideia ainda está impregnada em minha mente e não quer calar.


sábado, 30 de abril de 2011

Noite

A noite caiu.
A natureza está quieta.
Grilos cantam nos jardins.
No céu escuro despertam estrelas.
Morcegos cortam o céu cantando.
É noite e o dia já foi consumado,
passa das dezoito horas.
Um cão latiu agora na casa da frente.
Nada vejo além das estrelas,
ouço apenas os insetos e os morcegos.
Tudo está escuro.
Já é noite.
A noite acolhe o mundo,
deixa-o em paz.
Amanhã é domingo,
sendo assim a noite se estende
um pouco a mais.

Tarde de outono

O sol já se escondeu atrás dos edifícios,
já emana uma luz vermelha, crepuscular,
é fim de tarde, os pássaros cantam.
A figueira ali na frente está tão quieta,
também o vento não veio incomodá-la.

O céu está azul, círrus dispersos no céu,
e o dia passa devagar, passa sem parar.

Sussego

É fim de tarde, estou em Ribeirão, e por incrível que pareça não faz calor. O sol já está quase se pondo. Almoçamos muito tarde, hoje que é sábado, acordamos tarde. Depois que Ana foi a academia, fizemos o almoço, feijoada, comemos e ficamos digerindo. Deitados na sala, agora que o sol se põe. Estamos nos preparando para ir ao cinema. Esse foi um ótimo dia.

Sábados

Quando era pequeno os sábados eram sempre muito bons. Primeiro eu não precisava ir à escola, isso me dava mais tempo livre pra não ter que fazer nada. Acordava cedo. Ia buscar água e podia ficar o dia todo em casa ou sair para a casa de algum amigo. As vezes aproveitava a tarde pra por água e não que acordar cedo no domingo, as vezes aparecia algo bom para fazer, como ir jogar bola no Porção, uma comunidade vizinha a nossa onde tinha um campo. Mas o bom era quando chegava a noite e saíamos a paquera. Ah era uma sensação maravilhosa. Bem como era muito tímido eu costumava ir para a cidade com meus amigos só para ver as menininhas, ver meus amigos conversando com elas, também conversava, mas era tão devagar. Não ligava o que gostava era compartilhar com meus amigos as mesmas situações. Não bebíamos, nem grana tínhamos, no máximo para comprar balinhas. Mas era muito divertido o preparo. A tarde os assuntos já vinham a tona. Então ficava naquela ansiedade. Fulano tá namorando ciclano, que nada trocava uns beijos. Era sempre os outros. Quando chegava a noite passava na casa de meu amigo primo esperava que ele se arrumasse, se perfumasse e seguíamos, as vezes a pé, outras de bicicleta e iamos fazendo cordão de moleques em busca da rua. Quando chegávamos na cidade, encontrava as pessoas na praça, depois ia nos clubes, conhecidos como mengão, abreviação de flamengo, time carioca, e ficávamos que nem pássaros pulando no poleiro. Saiamos do mengão de Edsom para o de Lauro, e vice versa. De maneira que víamos e cumprimentávamos as mesmas pessoas a noite toda. Na praça e cedo acabava a magia, voltávamos para casa na vontade de voltar a fazer tudo de novo, quem sabem qualquer dia desses uma menina não se engraçaria conosco, mas era tímido, me achava sem graça. E assim o sábado acabava. Depois mudei de itinerário ia para Martins, depois esta cidade perdeu a graça. E os sábados perderam a graça. Hoje os sábados servem para dedicar a minhas coisas mais a vontade, a Ana que está comigo, ou quando encontro meus sobrinhos, irmãos e pais. Papai nos sábados lá em Serrinha usa o sábado para fazer seus passeios. Acorda tira comer para os bichos e vai para Martins, vai nos profundos, uns amigos de longa data que tem um pequeno açougue, depois vai ao mercado compra umas coisas e desse passa em casa, deixa as coisas e vai para a casa dos irmãos e sobrinhos na Serrinha. Mamãe fica em casa, faz as coisas e termina cedo e dorme a tarde toda. Rosângela cuida das meninas; Li as vezes trabalha ou fica em casa com Susi e Felipe. Bergue trabalha, Meire fica em casa. Assim são os nossos sábados.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Laranja

Qual a essência de uma laranja?

O que imagino quando penso numa laranja?

O que diferencia uma laranja de outra fruta?

Laranja é um fruto (a) que Pertence a família Rutaceae, ao gênero Citrus e a espécie Citrus auriantum L.. Lineu foi o primeiro botânico a descrever esse fruto.
Mas o que isso significa para quem não é botânico?

Se perguntar para um nutricionista ele vai dizer que é um alimento rico em vitamina C.
Se perguntar para uma pessoa que estuda gramática vai dizer que é um substantivo, um nome.
Se perguntar a um matemático vai dizer que a laranja tem uma forma mais ou menos esférica.

Se falar isso para meus irmãos, meus pais ou a qualquer pessoa eles terão sempre uma resposta subjetiva ou objetiva.

O fato é que todo mundo simplesmente acha que simplesmente é só uma laranja.

Mas o que é uma laranja?

Por que a laranja tem essa forma esférica, esse sabor ácido, esse cheiro peculiar?
As laranjas podem ser grandes ou pequenas, doces ou azedas. Podem simplesmente mudar de estado de acordo com seu estado verde ou maduras.

Mas o que une e separa a laranja de outras frutas?

Um fruto é uma estrutura presente em todas as plantas com flores, originadas a partir do desenvolvimento do ovário presente nas nestas flores.
Todas laranjas são frutos, portanto o que une a laranja a todos os frutos é a sua origem, ou melhor, assim como todo fruto, a laranja se origina do desenvolvimento do ovário.
Existem plantas que apresentam frutos que são muito semelhante a laranja, os limões por exemplo.
Os caracteres citados acima tais como tamanho, o cheiro, o sabor a forma nos permitem diferenciar a laranja dos outros frutos. Uso dos sentidos para tentar explicar o que é que uma laranja. De maneira que para tentar explicar o que é uma laranja, preciso usar uma gama de caracteres que me permitem descreve-la e é através destas características poderei imaginar o que é uma laranja, precisarei ainda compreender das formas descritas para poder imaginar o que é uma laranja, de certa forma conhecer um fruto semelhante a laranja me permite compreender com maior facilidade o que é uma laranja, no entanto será mais difícil compreender o que é uma laranja se partir apenas das formas. Seria o mesmo que você que ainda está lendo imaginar o que é uma cajarana.
Partimos do que conhecemos para compreender o desconhecido.
Enfim qual é a essência da laranja?
De certo é muito subjetivo, cada um tem uma ideia do que é uma laranja.
Então pegue uma laranja, sinta seu peso, perceba sua forma, descasque-a ou corte-a em cruz e olhe com atenção tudo que a constitui, olhe a casca, o sumo que sai dela, olhe os gomos, os alvéolos, as sementes. Depois ponha na boca e sinta o suco, doce ou azedo, mastigue sinta a consistência. Então me diga o que é uma laranja.



Manhã de sexta

Que manhã mais preguiçosa esta de sexta-feira.
Altocúmulus, são aquelas nuvens que parecem carneirinhos, no céu.
O céu está muito azul. Faz um friozionho gostoso.
O sol brilha frouxamente.
O mundo está tão colorido.
Tudo está tão gostoso nesta manhã.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O crepúsculo


No fim da tarde de hoje quando tudo parecia desordenado, quando me achava atrasado, quando o caos começava a povoar minha mente, fui então agraciado com um belo crepúsculo.
Sim tive o prazer de poder mirar para o poente e deslumbrar de nuvens tingidas de vermelho, as nuvens pareciam chamas.
É uma dos momentos que que me deixa maravilhado. Foi impossível não registrar.
E aos poucos fiquei tão encantado que fui me acalmando e o caos sumiu, só restou respirar
e ir caminhando para casa.
Sim logo cheguei na Felizberto Brolezze a mais linda rua do Jadin Independência, quiçá de Barão Geraldo.
Fiquei feliz por toda a noite.

O tempo

Quando penso, enquanto penso e quando paro de pensar o tempo foi, é e continua sendo.
O tempo não pára, está sempre a seguindo seu curso, é como rio segue seu leito até o mar.
E como um caracol, o tempo parece está próximo quando está distante. Se tentar desenrolar esse perceberemos quanto é distante. E podemos ouvir o eco do tempo, as evidencias encrostradas na matéria podem ditar os fatos dentro deste tempo. O tempo passado é vivo em nossa mente, através das memórias, tão próximo e tão distante.
Se paramos para refletir sobre o tempo teremos sempre que termos um ponto onde amarramos o tempo e possamos construir uma trajetória que cremos ser nosso tempo.
A sombra do tempo futuro nos assusta. Tememos pois imaginamos saber o que é, mas não sabemos o que virá a ser. Nos encontramos imersos no tempo. Neste intervalo somos tudo e nada. Através das evidências podemos supor o que se passou, mas o que virá é incerto.
O tempo não existe fora de fora do pensamento humano. O tempo é uma criação humana. Está impregnado ao nosso existir. É uma forma que encontramos para explicar nossas origens, para não ficarmos perdidos no espaço. Não podemos tocar no tempo, nem sentir o tempo o máximo que fazer é imaginar algo como sendo a sombra do tempo. Uma música, algo como atravessar o espaço infinito.
E é assim que percebo o tempo através dos sentidos, das memórias do meu discernimento como humano.

TTTTTTTTTTTTTTTTTTeeeeeeemmmmmpppppppppppoooooooooooooooooooooooooooooo...

Flores de jamim

Quando amanheceu,
colhi flores de jasmim,
num belo jardim,
flores alvas feito goma,
perfumadas elas são assim,
singelas, belas,
perfumadas por essência,
são estrelas noturnas perfumadas,
não dar para não passar
e não perceber,
mesmo na noite mais escura,
agente para pra beber
do perfume de jasmim,
eles me deixam assim,
tranquilo, perfumado,
por isso pedi licença ao pé
e pedi umas flores só pra mim,
as lindas flores de jasmim,
mas pedi de manhã,
quando ninguém viu,
não roubei eu pedi
ao pé de jasmim,
flores só para mim.

Momento

É manhã.
O céu está coberto de nuvens.
Faz frio.
Neste átrio, além de mim, não há ninguém.
Luzes acesas.
As máquinas soam sem parar, ar condicionados e frezeres.
Ouve-se o eco, pois estão espalhados por todos os lugares.
Consomem eletricidade.
Sou e não sou, neste momento componho
essa paisagem e produzo o som do dedilhar
no teclado do computador.
Além de mim, neste átrio, tudo aqui está estático.
Só a lâmpada emana luz.
Através da janela vejo o verde do jardim,
mas não a abro, está frio lá fora.
e se abrir uma brisa vai esfriar esse lugar.
Olho para minhas coisas,
minha caneca com terere,
minha caneca com jasmim branco,
meu calendário e diversas coisinhas.
Todas no lugar que organizo.
E o som ecoa, longe feito queda de cachoeira,
sou estático, no entanto
meu pensamento está concentrado em descrever,
o agora.
O cursor pisca sem parar.
Vejo diversas formas e cores iluminadas pela luz que me dizem
muita coisa ou não me dizem nada.
Ouço uma rádio de muito longe de Bogotá,
HJCK, toca uma música
que condiz com este momento
em que sou só,
como quase sempre me encontro,
só habitando meu mundo subjetivo,
aliás que universo enorme.
tan, tan, tan, .... é som de piano.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Leitura

Em Serrinha do Canto não tinha muita coisa para fazer nas horas vagas. Não gostava de ficar parado, sem fazer nada simplesmente olhando para o mundo, me dava tédio, pois não conseguia entender que a natureza se auto explica, só bastava prestar atenção nas coisas. Não tinha meu olhar treinado, não tinha a sabedoria de uma iguana que passa horas imóvel. Não eu não era assim então passava horas no ócio, ou mexendo em coisas de comer na cozinha ou esperando mamãe acordar. As vezes tinha nada para fazer eu ficava vegetando. Lá era tão quente e claro que me dava sono, mas nunca consegui dormir a tarde. Certo dia descobrir num velho livro as palavras, frases, descobri que podia matar o tempo lendo e foi ai que descobri o maior passa tempo de minha vida. Gostava de ler de tudo que vinha a minhas mãos e quanto mais lia mais vontade tinha de ler, mas tive um grande problema a falta de ter o que ler. Não tinha acesso a uma biblioteca. A solução er tomar qualquer livro que os amigos tivessem emprestado. O primeiro romance que li foi o cortiço, e depois como quem debulha milho de pois dos primeiros caroços voce toma gosto e assim aconteceu, lia muito uma coleção de crônicas para gostar de ler, lia romances, poesias qualquer coisa me interessava de maneira que não distinguia os gêneros e ia lendo desde livros de física até poesia. Algumas muitas coisas não compreendia, mas lia pelo prazer de dizer já li esse livro, mesmo que não entendesse nada, não sei se eu lia, mas pelo menos como quem anda nas ruas sem prestar atenção nas coisas, ah isso eu fazia nas palavras e nas frases. Alguns livros eram tão bons que mesmo sem uma análise ou atenção nas frases deixavam um certo conhecimento não me preocupava muito com isso, pois queria saber de quantidade e não de qualidade, não me arrependo de ter feito desse jeito, foi a forma que aprendi de fugir do ócio de abraçar uma luta, ler um livro. Alguns me davam muito prazer outros não. Gostava muito dos livros que tinham figuras, pois primeiro fazia uma leitura da figura, com o tempo perdi essa habilidade, e estou tentando recuperá-la. Estou tentando resgatar tantas coisas. Estou tentando ser mais eu e a leitura que vai me ajudar.

Ler

Meu sobrinho tem seis anos e está aprendendo a ler, no fim de semana que passado fiquei junto dele então fomos ao shoping onde comprei um meclanche feliz o qual ganhou um personagem do filme Rio, o Pedro, então quando voltávamos para casa eu vibrava quando lhe mostrava uma placa que ele prontamente lia. Fiquei muito feliz com isso. Então por tanto esforço dei para ele um livro de Dinossauros que ele tanto gosta. Disse até que quer ser paleontólogo. Já minha sobrinha Giovanna ganhou um livro de filosofia. Quando dei para ela já tivemos uma prévia ela leu prontamente. Adorei vê-los aplicados. Porque aprender é simplesmente maravilhoso. Nos torna felizes e mais capazes de aprender nas adiversidades.

Transparência

Transparência tem peso?

O que é transparência? Segundo o dicionário Priberam esse nome tem os seguintes significados.

transparência
(transpar[ecer] + -ência)
s. f.
1. Qualidade do que é transparente. = diafaneidade
2. Superfície ou tecido transparente.
3. Película ou folha de material transparente onde se escreve ou imprime o que se detina a ser reproduzido com um retroprojetor!. = acetato

Mas a questão é se transparência tem peso?
Fisicamente existem corpos que são transparentes os quais permitem ver o que se passa em seu interior. Quando penso no transparente penso num corpo fora do eu, algo além do subjetivo. O qual deixa transparecer qualidades que seria impossível de ser percebido se não existisse a transparência.
A transparência é para mim algo que exige muito da visão. Pois é a luz que vai dizer se algo é transparente ou não. Muitas coisas são transparentes os cristais, os vidros, os plásticos, o ar e a água são transparentes, mas até onde algo é transparente?
Certas propriedades da matéria como sua constituição e sua organização é que permite que algo seja transparentes ou não.
Dependendo da substância que constitui a matéria esse corpo pode ser transparente ou não, ser dotado de peso ou não.
Peso é uma força gravitacional um corpo exerce sobre outro corpo. Portanto quando corpos sólido cristais, vidros; líquido água e gasoso o ar, sim a transparência tem peso, pois existem ai corpos exercendo força sobre outros corpos.

Transparência me arremete também a valores que as pessoas atribuem a se e a outras pessoas. Uma pessoa transparente é alguém que fala com clareza, que não esconde o que sente o que pensa. E aqui também há um peso da transparência, pois através da maneira com que se expressa pode ou não sensibilizar o outro.

Para todos os fins, eu acho que a transparência tem peso, mas penso ainda que é algo subjetivo. Cada um tem que encontrar o próprio sentido para esse nome.

Despertando do sono

Nu o Phyllanthus acidos do nosso jardim no DBV-BIO-Unicamp está. Pois vieram umas mariposas e puseram muitos ovos que em pouco tempo nasceram larvas que comeram todas as folhas dele, então ele ficou assim nu, só em galhos bem na época de maior calor, maior luminosidade, maior calor. É neste período que as plantas sofrem com as adversidades do ambiente. Faz uns três dias que o clima vem esfriando, acho que a planta percebe isso. Bem o fato é hoje percebi algo estranho em seus galhos nus, do Phyllanthus, algo vermelho, enquanto mirava para o azul do céu e percebi algo diferente que me roubou a atenção. Por um momento mirei para ver o que era aquilo e o que percebi é que eram folhas jovens. Sim em todos os galhos estavam surgindo brotos, com suas folhinhas vermelhas que vão mudando o estado da árvore, mais parece um gigante despertando bem devagar e logo nos dias que sucederão estará linda vestida novamente. Puxa por essa não podia esperar, pelo que percebi, as plantas ajudaram a planta a perder as folhas e assim gastar menos energia. Tudo na natureza é sábio e belo.

Sol


Olhei para o sol e de que lembrei?
De nada, pois parece está sempre
presente em minha vida, parece não
ter muita importância, parece me seguir,
que pretensão a minha, achar
que o sol é meu, achar que o mundo
é meu e esquecer que nada é meu,
que a vida é efêmera.
Lembranças tenho muitas,
da lua, das estrelas e do sol
diretamente não tenho.
Não posso olhar para o sol,
mas posso sentir sua luz,
sentir o que ela produz
e o quanto é importante em minha vida,
sem ela não haveria comida,
não haveria vida no sentido lato,
Mas o que lembranças tenho do sol?
Talvez não perceba, mas sua
presença faz parte de minha essência.
Assim amo o sol e tudo que
dele advém,
isso me lembra um colega
cujo o apelido era GATO
que dizia que o sol nasceu
para muitos, mas que a sombra
era para poucos, por isso
as vezes me irrito com o sol,
mas sem ele tudo são trevas,
tudo é obscuro como o que
há por trás do muro,
que há por trás da mente?
O sol ilumina tudo, posso não ter
lembranças dele,
mas talvez por se achar um
sol. Sabe lá.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Rochas

Não sei quase nada sobre rochas,
quase nada sobre sua composição,
sobre sua forma de cristalização.
O pouco que sei é que elas
encantam por suas cores
e suas formas. Sei que
há uma certa mística,
que se atribuí um certo
poder. Não sei se é verdade,
mas também não ignora.
Não que seja como penso que não
se deve ignorar nada na vida,
mas porque sei que as rochas me
atraem por sua beleza,
sua história e por sua presença
em quase todos os lugares.
Fazem parte das ruas,
das casas, e de muitos objetos.
Quando viajo e vou a algum
lugar onde gosto pra valer,
faço uma varredura no lugar
e escolho a rocha para guardar
todas as minhas memórias daquele lugar,
e ela ganha um lugar na minha escrivaninha,
onde posso viajar na imaginação
só ao olhar para ela,
poderia ser assim com qualquer
coisa, mas escolho as rochas
talvez por sua dureza, pelo seu tamanho,
ou por seu mito, sei lá.
Sei que essas memórias são tão subjetivas,
que para qualquer pessoa significa que são apenas
pedras, mas para mim são verdadeiros tesouros.
Já tive aula de geologia,
onde aprendi o pouco que sei.
Aprendi sobre sua importância
econômica, ecológica etc.

Tenho muitas memórias das rochas,
memórias da infância.
Lembro de quase todas as grandes rochas
incrustadas no sítio de meu pai,
acho que sou até capaz de contar as
maiores.
Bem no fim da terra de papai
tem uma grande rocha que
durante o inverno acumula muita água,
localmente é conhecido como tanque,
e foi nela que durante muitos invernos,
lavamos as nossas roupas,
usamos da água ali acumulada
para dar de beber ao gado,
para cozinhar, para tomar banho.
Bem sobre aquela grande rocha
nasceram cardeiros, e um pé
de umburana, que cresce
muito lentamente,
como sofre aquela árvore,
sofre com a sede, com o calor,
mas como ela é resistente,
lembro dela da época de infância,
e continua do mesmo tamanho,
na mesma forma,
já apagou os nomes que fizeram em sua
casca e continua viva
sobre a roca,
vá explicar.
Talvez a rocha lhes der força.
Não sei.

Hoje minha amiga Tâmara
mostrou sua linda coleção
de rochas, vi uma mica, um berilo, uma ametista, uma apatita, uma cianita, um quartzo roza, um topázio.
E aprendi muita coisa sobre rochas.
Tudo aconteceu pela manhã.

Mente

Como uma garrafa que se enche de líquido,
também nós podemos encher nossa mentes de conhecimentos.
É o líquido que toma a forma da garrafa e não o contrário,
Nossa mente é sempre a mesma, e somos nós quem devemos
enche-las do que quisermos. Somos nós que selecionamos
de que devemos ocupá-la, e essa será nossa essência.
Ao contrário da garrafa que quando aberta se esvazia,
a mente jamais é esvaziada, tudo que entra passa a fazer parte
da mente.
Se pomos água na garrafa e taparmos não percebermos sua essência,
entretanto se pusermos uma ideia dentro da mente
essa jamais poderá ser fechada.
Tem muitas coisas em comum entre a mente e a garrafa,
entre as ideias e os líquido, no caso a água, no entanto
somos nós quem somos responsável por
encher nossa garrafa ou nossa mente.
Está sob nosso controle buscar nossa essência,
embora o meio pode influenciar, de maneira
alguma, não pode interferir em nossas
escolhas.
A água toma a forma da garrafa,
a água ocupa o interior da garrafa,
e passa a fazer parte da garrafa
enquanto nela presente.
Não sei o que acontece em nossa mente,
sei que quando preenchemos nossa mente
com uma certa ideia, quando nos apropriamos
desta, ela passa a fazer parte de nós, que nem
na garrafa, mesmo que seja por aquele instante,
até que outra ideia substitua a antiga
e como na garrafa seja preenchida novamente,
mas diferente da garrafa, a mente
abriga diversas ideias ao mesmo tempo.
O importante é que só depende do que queres para sua mente.

Viver é aprender

Na manhã sinto o dia,
sinto profunda alegria,
ao ver o sol, as árvores,
a rua, ao sentir o vento,
ao tomar um tereré,
ao ler as notícias,
ao ver os amigos, e
ao trabalhar.
Almoço.
À tarde, o sol arde,
trabalho, ouço,
penso, faço,
vejo, percebo,
organizo, trabalho,
crio, escrevo,
comunico-me,
e no fim da tarde

quando chega a noite
volto a ficar só comigo mesmo.
Durmo e descanso
cheio de novos saberes.

Aroush

Ontem quando fui almoçar com um amigo do Paquistão, fiquei sabendo que a filha chama-se Aroush. Nome que quer dizer lindo, anjo. Veio de imediato a minha mente que conhecia essa esse nome. Sim isso mesmo largo do Arouche uma no centro se São Paulo, veio a minha mente largo dos anjos, mas nosso Arouche é sobrenome do marechal José Arouche de Toledo Rendon.
Foi muito bom conhecer essa palavra tão diferente e com um significado tão belo. Meu colega é uma pessoa supereducada e por vezes tímido, não sei se é porque não fala o português fluente ou se essa talvez seja sua essência. Só sei que é uma pessoa muito prestativa, idônea com seus princípios.
É maravilhoso poder conhecer alguém que é de outro continente, fala outra língua, tem outros costumes, outra religião, outra forma de ver o mundo de aprender as coisas, a cada dia posso aprender muito mais e ensinar o que sei, pois estamos vivendo as mesmas experiências, compartilhamos os mesmos objetivos concluir o doutorado, está sendo uma experiência dulcíssima.
Aprendemos quanto são importantes são as relações, quão efêmera é a vida que o bom pode está em toda parte em qualquer um. Conhecer o nome Aroush me traz paz, pois agora sei que há outra palavra para ANJO. E há um anjo filha de meu amigo Zuqui que tem esse nome.

Vento

Um vento fresco entre pela janela,
e desperta-me para o fim da tarde
que chega azul, clara e quente,
mas esse vento traz uma doce
sensação de alívio, de esperança,
faz-me olhar para o céu,
para as plantas lá fora
que balança com o vento.
E então percebo a tarde partindo,
indo, indo, caindo como o
sol no poente.

Mundo belo

Quando saio na rua um novo universo surge em minha frente, para onde eu olhe, tudo que eu veja ou simplesmente reveja é diferente do que vi ontem. Se olho para o céu, para as plantas, para rua, para as casas tudo parece igual, mas se olho com atenção e tento perceber um mundo desvenda diante dos meus olhos, pois vejo se há ou não nuvens no céu, se há são tão diferentes, são tantas as formas, vários os tipos de nuvens, se não posso ver o céu azul. Se olho para as plantas posso ver como estão se estão florindo, se estão perdendo as flores, se estão viçosas, se estão crescendo, enfim percebo como elas estão. Quando olho para a rua posso ver se está limpa ou suja, esburacada ou não, a ordem dos números das casas, quais plantas são cultivadas, eu posso perceber muitas coisas dos donos das casas, posso aprender o nome das ruas, se as casas são coloridas ou não, se as casas são novas ou velhas. Eu percebo tantas coisas. Gosto de saber o nome das ruas, os tipos de plantas, as formas das casas, tento perceber tudo, mas já percebi que é impossível perceber tudo, eu poderia passar o resto da vida num lugar percebendo as coisas. E fico assim bestificado vendo o que fala o mundo. Por gostar de ver a rua e na aurora, no ocaso. E assim vou pintando o meu mundo na minha mente e vou tentando descobrir cada dia um mundo diferente. As vezes floridos, as vezes apressado. Atualmente venho mergulhando cada vez mais no meu mundo e descobrindo novos mundos, estou começando a perceber e a crer que tudo é possível que posso viver no mundo e senti-lo e desenhá-lo como desejo. Por isso saio de casa atento as sutilezas, a beleza das flores, das plantas, das pequenas belezas e assim estou descobrindo um mundo mais belo.

Mundo belo

Quando saio na rua um novo universo surge em minha frente, para onde eu olhe, tudo que eu veja ou simplesmente reveja é diferente do que vi ontem. Se olho para o céu, para as plantas, para rua, para as casas tudo parece igual, mas se olho com atenção e tento perceber um mundo desvenda diante dos meus olhos, pois vejo se há ou não nuvens no céu, se há são tão diferentes, são tantas as formas, vários os tipos de nuvens, se não posso ver o céu azul. Se olho para as plantas posso ver como estão se estão florindo, se estão perdendo as flores, se estão viçosas, se estão crescendo, enfim percebo como elas estão. Quando olho para a rua posso ver se está limpa ou suja, esburacada ou não, a ordem dos números das casas, quais plantas são cultivadas, eu posso perceber muitas coisas dos donos das casas, posso aprender o nome das ruas, se as casas são coloridas ou não, se as casas são novas ou velhas. Eu percebo tantas coisas. Gosto de saber o nome das ruas, os tipos de plantas, as formas das casas, tento perceber tudo, mas já percebi que é impossível perceber tudo, eu poderia passar o resto da vida num lugar percebendo as coisas. E fico assim bestificado vendo o que fala o mundo. Por gostar de ver a rua e na aurora, no ocaso. E assim vou pintando o meu mundo na minha mente e vou tentando descobrir cada dia um mundo diferente. As vezes floridos, as vezes apressado. Atualmente venho mergulhando cada vez mais no meu mundo e descobrindo novos mundos, estou começando a perceber e a crer que tudo é possível que posso viver no mundo e senti-lo e desenhá-lo como desejo. Por isso saio de casa atento as sutilezas, a beleza das flores, das plantas, das pequenas belezas e assim estou descobrindo um mundo mais belo.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Folhas pelo chão

Folhas secas espalhadas pelo chão,
quando sopra a brisa da manhã,
as folhas desprendem dos ramos
e são espalhadas pelo vento pelos
cantos, sob as árvores, pelas estradas,
pelos jardins.
E o chão fica todo bordado,
todo colorido de marrom,
o chão chia quando se pisa,
é tão gostoso perceber
que o tempo passa,
que ele decretou a chegado
do outono e que as árvores
tem que ficarem nuas para o inverno,
as ervas já estão secando,
logo mais chegará o inverno,
os dias estão cada vez mais limpos,
azuis, claros e quentes,
sorte que a brisa sopra,
sorte que estamos vivo,
logo mais vai passar,
tudo passa, tudo passa,
e as folhas coram o chão.

Perceber

Quando olho algo vejo,
mas nem sempre vejo o que olho,
algumas vezes simplesmente olho
e nada percebo. Vejo mas não identifico.
olho para as formas sei que as conheço,
mas ignoro pensar sobre o que sei
e muitas vezes nem sei.
As vezes olho para uma flor
e nada vejo, cheiro-a e tudo que vejo
são imagens, lembranças, não vejo
a a flor, ela simplesmente faz olhar
para dentro de mim,
não ignoro sua forma,
mas não vejo não sei
desmembrar cada parte,
não sei que nome se dá.
Vejo que tem pétalas, mas nem conheço essa palavra,
e vejo que tem sépala, mas também não sei o que é,
vejo que tem anteras, filetes, estigma, filete e ovário,
mas eu nada vejo, pois não sei descrever,
só vejo uma plena organização, singela e muito bela,
olho para a flor,
e tudo que percebo é sua cor,
seu cheiro, mas ignoro sua forma,
assim como escuto muitas coisas, mas não entendo,
ouço um amigo falar uldo, mas não entendo nada,
sinceramente eu acho que os animais falam e se entendem,
eu simplesmente ignoro o que desconheço,
e as vezes perco o desejo de conhecer e passo a todo o tempo
ignorando o que vejo, que ouço o que sinto
eu passo pela vida, preocupado com algo
que acho ser essencial para mim.
Fui ao riacho ver o que tinha lá,
mas nada encontrei,
fui novamente com uma turma
e aprendi a ver tantas coisas
vi rochas, vi musgos, vi plantas,
vi animais eu vi um mundo tão diferente,
onde só ouvia o soar da água
descobri que havia um universo,
mas que por desconhecer, por não perceber
simplesmente ignorei,
as vezes achei que voltando lá
encontraria o mesmo mundo,
ele o mundo estava lá, mas não consegui perceber,
não prestei atenção nas coisas,
as coisas simplesmente são e não paramos para
perceber nas coisas.
Quando vejo uma flor, olho e sei a que família
pertence, a que gênero, a que espécie,
mas muitas vezes ignoro o indivíduo,
as vezes vejo o sol nascer,
vejo o mundo e acho que não tenho
tempo, pois minhas ideias andam tão embaralhadas,
então parei para olhar o mundo e percebi que
há beleza em tudo,
que os sentimentos humanos são complicados
e que muitas vezes não se compreende,
mas basta sentir, pois está na nossa essência,
vemos o que conhecemos, somos o que pensamos ser.

William Lloyd Webber Serenade for Strings

Há músicas que são tão belas
e tão tristes que parecem
arrancar no nosso coração
tocá-nos tão intensamente,
que parece cortar o coração
e faz verter nossa alegria,
e nos deixa a pensar
quão efêmera é a vida,
que bela música
que me faz vir totalmente
a mim e me traz lembranças
do que não imagino ter vivido,
é como ouvir folhas arrastadas
pelo vento no fim do outono,
é como está no ocaso
e sentir o frio que chega
com a noite,
é como ver a estrela
a brilhar, mais parece lacrimejar,
é como ouvir uma poesia,
ou simplesmente sentar a praia
e ouvir as ondas quebrarem,
sentir a maresia,
e viajar no som
dessa canção,
e perceber quão frouxo
é o coração e viver
e amar a vida e ter sabor pelo viver.

Schubert

Ouço, mas pareço não ouvir,
não entendo o que passa nessa
música, não entendo o que fala
o vento. Só percebo que o vento é.
E quando o vento passa,
e arrasta as folhas,
e move as folhas das árvores,
e faz um chiado,
o que diz o vento?
O que fala a natureza?
Indica que vai chover,
que é chegada a hora,
que a natureza se move,
que a natureza é viva,
e ouço o vento soar,
alisar as folhas das árvores,
e percebo o vento
anteceder a chuva, muitas vezes,
outras vezes simples mente
só faz a natureza soar.
Com o tempo aprendi
a entender o que dizia
o vento do tempo,
com o tempo aprendi
a distinguir muitas coisas
e a ignorar o vento,
eu passei a não ouvir o vento,
mas esse meu engano,
muitas vezes me fez errar,
então paro e ouço
o que diz o tempo do vento,
porque sou e o vento é,
ou não é, está ou não está,
eu quando estou pleno
em mim, sou,
não é sempre que sou,
as vezes sou como o vento,
as vezes me perco no tempo,
e não entendo o que canta a natureza,
ou não entendo nada.
Um dia ouvi uma música
e ela não me dizia nada,
nas quando não me dizia nada,
me ajudou a está em mim,
e ser pleno por um instante,
nem quis saber quem era,
só sei que não era o vento,
nem percebia no tempo,
ouvia aquele singelo
som tão belo.
E o que me dizia?
Parei pra ouvir
um pouco e entender
Schubert,
para ouvir o vento,
a natureza ainda encantada,
e naquele instante sorri.

Ocaso

É fim de tarde por acaso,
não é noite, nem é dia,
estamos no meio do ocaso,
o sol com luz já não alumia,

pois se põe sem atraso,
a natureza aos poucos esfria,
se recata e silencia,
aos poucos a noite
cai e o dia se vai,
o ocaso sem atraso,
ofusca a luz ao som
do sino da capela
de São Francisco
da rua Luiz Vicentim,
cruza a noite,
enfrenta o ocaso
e vence e abriga
o céu estrelas a piscar
e a noite vence o dia
e o ocaso por acaso,
vem e se vai.

Vem




Desponta o sol da manhã,
calma aurora parte, e o sol
se estabelece, as flores
desabrocham, as aves cantam,
as cores se revelam,
o vento as vezes aparece,
as vezes não, mas é outono,
a natureza toda se prepara
para o inverno, o tempo
muitas vezes treinou as
plantas a se cuidarem,
pois se não fizerem podem morrer
e o sol brilha,
para as plantas,
para as aves,
para o mundo,
todos os dias,
e a aurora vem
na mesma hora,
para saldar o sol,
saldar a vida,
que dar sentido a tudo,
a mim, a ti,
a natureza.

Flores

Uma flor sabe quanto é efêmera,
talvez por isso seja tão bela e delicada,
sabe quando a vida é rara,
nem por isso desiste de ser flor,
contempla o sol, o céu azul,
sente o vento, as abelhas,
a varrerem seu meu, seus poléns,
e simplesmente é pois sabe
que sem ela não há fruto, nem semente,
sabe que parte dela se transformará
fruto e semente e é
através dela que a vida é eternizada.
Uma flor mesmo sabe que mesmo que seja efêmera
é importante, se assim
tivéssemos consciência,
fôssemos mais completos
como as flores são completas.

sábado, 23 de abril de 2011

Dia com Felipe

O sol nasceu e trouxe um dia lindo, claro e azul. E brilhou todo o dia revelando o verde e as formas das plantas que estão sofridas com a falta de chuva e as mudanças do clima. Estão perdendo as folhas, estão cinzentas cobertas de poeira e fuligem, estão se preparando para o inverno. Então o dia claro foi um dia quente em que os prédios absorvem calor e vão liberando noite a dentro. A tarde quando o dia se entrega a noite o céu fica tingido cor de mercúrio, e a cor azul vai se diluindo no espaço e quando menos se percebe é noite estrelada. Hoje com toda essa beleza foi um dia que fiquei meu sobrinho, Ana e Lidi ao shooping, levei ele pra comer um lanche e ganhar um brinquedo, sei que é muito fútil, mas adoro o riso de uma criança que pena não possa fazer isso para todas as crianças. Em seguida dei um livro de dinossauros para ele que o deixou extremamente feliz, e quando voltávamos para ele veio lendo tudo que via. Ele é uma graça tem sete anos, adora dinossauros, ben dez, max stell. Está descobrindo o mundo das palavras. É muito agradável ver uma criança aprendendo. Faz a vida ser mais bela. Então quando era cedo, antes de irmos a feira ensinei o nome de algumas plantas para ele. Ensinei o nome de carros ou melhor não ensinei nada só o fiz ver as coisas com mais atenção. E foi neste dia claro, azul, colorido que passou o meu dia.

Força

Há muita coisa para serem superadas na vida. Uma delas é assumir a vida na real condição e não ficar se sofrendo por aquilo que lhes falta. Muitas pessoas aprenderam a contornar os obstáculos e a partir destes, tiraram lições. Há pessoas que tem grande resistência e as que pouco suportam. Não sei em que categoria me enquadraria, talvez esteja no meio termo. Já vivi situações que desisti e outras que segui em frente, mas tentei nunca parar para me arrepender. Todavia sempre procurei está entre os de grande resistência, mas antes de entrar de cabeça e abraçar essa ideia, sempre parei para refletir se poderia prejudicar ou outro ou não, acho muito importante não vir a atrapalhar na vida do outro de forma negativa. Nem sempre venci, acho que a vida é um ensinamento e a cada momento devemos está aberto para o conhecer. Temos que sermos curiosos e ao mesmo tempo cautelosos, diante das dificuldades da vida temos que seguir em frente e assim construirmos nossa personalidade nossa história. As vezes podemos dobrar a situação, mas só pelo momento temos que ter paciência e quando chegar o momento assumirmos uma posição emergente e assim realizar nossas projeções.
Não busquemos justificar nossos erros, mas sim assumamos e busquemos melhorar sempre, no entanto precisamos ser cautelosos para não provocar mágoa no outro.
Então vamos vivendo essa dialética que é a vida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira Santa

Sexta-feira da Paixão sempre foi para mim um dia de respeito, de respeito e de reflexão. Tive toda uma formação religiosa católica. Então todos os anos neste dia em minha casa jejuávamos, compartilhávamos com os vizinhos comida. Só comíamos após o meio dia, neste dia não comíamos carne vermelha. Mamãe preparava para o almoço peixe, feijão, arroz e queijo, enquanto na janta fazia tapioca, pão, queijo e leite. Era um dia que ficávamos reunidos, assistíamos a missa pela tevê, víamos o filme a paixão de Cristo. Parando para refletir essa prática ao longo do tempo. Hoje percebi que essa seria uma forma de lembrar da paixão, da minha família e dum costume das pessoas do vilarejo que cresci, bem como dos meus parentes mais distantes. Tenho lembranças de quando jejuei pela primeira vez, a sensação de sentir fome e não poder comer, mesmo que por uma crença é algo muito sufocante, mas que nos leva a refletir sobre o corpo, o sofrimento. Embora seja muito criticado essa crença, embora muitas coisas se fale, ainda acho que essa viver isso, falar sobre isso é uma forma de se conhecer, se afirmar como ser. Este dia é para mim muito importante, pois posso parar e refletir sobre a minha trajetória de vida.

Liberdade

Ah, como é bom sentir a vida,
poder acordar sem nada para
pensar e simplesmente viver,
e está na presença de pessoas
queridas, só curtindo o momento,
fazendo o que gosta,
quanta poesia,
quanta alegria,
alumia minha vida,
essa vontade de viver,
essa liberdade de ser.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Sol

O sol no céu azul,
nenhuma nuvem, nada,
uma ilha ou um barco?
o sol no oceano azul,
o sol só
brilha forte,
e seu brilho a todos chegam
a todos aquecem,
a todos revelam as formas
que as trevas ocultavam,
as cores, faz germinar
as sementes, desabrochar as flores,
a água mudar de estado,
e distribui sua energia
de graça ao mundo,
ao espaço e viaja sozinho,
o sol, com seu alo dourado,
acorda o mundo todos os dias,
e dorme em meio a natureza,
sol, sol...
sem ti que seriamos?

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Máscaras

Nascemos e somos crianças, logo que crescemos nos tornamos somos adultos, e por fim as forças e o vigor se vão então envelhecemos envelhecemos e somos idosos. Essa é a trajetória humana, seguindo sempre os trilhos da linha do tempo. Mas afinal em que somos capazes de nos transformar? Ou somos simples fruto do destino. Será que nosso destino já está traçado? Se o destino existe somos capazes de modifica-lo?

Já na infância, período em que temos maior capacidade de aprender, o mundo é totalmente novo e tudo que percebemos queremos tocar, saborear, olhar, cheirar. Nós realmente usamos todos os sentidos queremos ver o mundo de todas as formas. Temos fome por conhecer queremos descobrir esse mundo de qualquer forma. Então somos atraido pelo colorido, pelo cheiroso entre muitas fontes. No entanto, da mesma forma que nos interessamos por tudo somos estimulado por outra e mais outras coisas. E finalmente acabamos aprendendo toda a parte sensorial e aprendemos a partir de atos que fazemos a perceber as reações do mundo. Se temos fome, aprendemos que se chorar-mos alguém nos alimenta, se tivermos sede aprendemos a mesma coisa. E aos poucos vamos criando um vocabulário o qual conseguimos o necessário para viver, mas vamos crescendo, lindos e cada vez mais esperto, e aprendemos a andar, a falar dentre tantas cosias que aprendemos. Finalmente percebemos que não somos tão especiais, que não podemos ter a atenção dos pais e de todos que nos rodeiam a todo tempo.

Então com um maior vocabulário aprendemos nesse período que somos capazes de viajar no mundo da fantasia. Aprendemos que tem os fortes e os fracos, os bonitos e os feios, os bons e os maus. Então estamos entrando no mundo das abstrações a coisa começa a ficar muito mais complexa. É nessa época que somos apresentados a uma caixa preta que tem vários botões que logo aprendemos que se apertar um botão ela liga como se fosse uma janela, descobrimos vendo os outros usando um tablete preto que se apertamos ali a máquina liga também. Sim Descobrimos a tevê e que coisa maravilhosa tem muitas cores, formas. E aprendemos que eles soltam sons, iguais aos que nossos pais fazem e eles se movimentam. E aprendemos sobre todo aquele mundo e vemos que nossos pais muitas vezes "tem medo de coisas grandes, os monstros e nos ensinam a ter medo, aprendemos que tem pessoas capazes de vencer esses monstros os super-heróis, sim aqueles homens fortes, bonitos, inteligentes que são capazes de tudo. Descobrimos que existem coisas e seres bons e maus.
Nos interiorizamos e queremos ser super-heróis os mais fortes, mais bonitos, mais inteligentes, não nos ensinam que os super-heróis não existem, mas tudo bem iremos descobrir de uma forma ou de outra.
Porque para nós tudo que aprendemos é real, nosso primeiro conhecimento é empirista, adquirido pela prática, e só com o tempo vamos desvendando outras outros conhecimentos ou melhor novas crença com a ampliação de nossa linguagem, então nosso mundo é totalmente nosso, criado por nossa imaginação com base nas nossas próprias avaliações.
Então durante a infância se tivermos alguém que seja capaz de alimentar e ampliar nossas formas de construir o nosso mundo. Introduzindo a essas crianças através dos histórias, podemos levar ao mundo dos livros, mundo dos contos. E a introdução neste mundo pode ser muito importante para o futuro destas pequenas pessoas. Pois se ensinamos que existe um mundo maravilhoso nos livros, certamente a curiosidade dessas crianças vai levá-los a querer decifrar esse mundo e a partir dele essas crianças terão suporte para entender melhor o mundo quando tornarem-se adultos.

Entretanto nem todo mundo consegue brincar com seus filhos, dar-lhes atenção e apresentam seus filhos a caixa preta com movimentos a televisão. Sim esse objeto maravilhoso pensam as mães que agora podem ver seus filhos quietos, e podem ter mais tempo para si, para organizar a casa. Salve a televisão o acalma. Não sabem eles o quanto vai custar caro para elas esse hábito que seu filho desenvolve. Primeiro seus filhos são bombardeados com propagandas, dizendo as verdades do mundo. Vão desejar querer tudo que seu super-herói usa, sandálias com super-poderes, roupas, pulseiras, alienigenas, monstros, super-heróis de plástico. Seu filho vai passar a projetar a felicidade dele no consumo, e só será feliz se puder ter. Além do mais ele vai perceber que as crianças na rua, na escola em todos lugares e vai começar a acreditar que aquilo é essencial para ser igual a todas as outras crianças terão de usar tal objeto, pois é um objeto de inclusão. Não acho que as crianças não devem não ter acesso a tevê, não é isso, acho que deve aprender a ter limites, ter deveres e ter horários. As crianças sabem muitas coisas, mas não tem noção das consequências de seus atos.
São dos adultos quem devem impor limites as suas crianças, responsáveis por sua responsáveis pela educação e por seu bem estar, mas para isso é necessário ser uma pessoa presente na vida da criança e não substituir essa presença por presentes e liberdade para essas crianças fazerem o que querem em troca da ausência. Devemos deixar que a escola cumpra essa função?

Imagine que o adulto não tem tempo para uma leitura, não se dedica está com sua criança e sempre deixar que essa criança faça tudo que vem a mente. Sem uma referência o que pode ser construído da mente de uma criança sem um referencial, sem a presença de alguém que lhe ensine que é certo e o errado, que lhes ensine condutas que lhes permita viver em sociedade. O que pode acontecer?
Então eu lhe digo que as crianças aprendem a sofrer, desde pequeno por não terem essas referências, essa presença, constrói em sua mente afetos aquilo que acredita que lhes faz feliz. E quando não tem elas sofrem por não poderem ter o objetos.

Digo isso porque sofria quando não podia ter certa coisa. No entanto depois passava mudava o pensamentos e tudo acabava, sofria, mas não chegava a morrer. Muitas vezes não estimulamos a capacidade de criação do universo das crianças ou simplesmente damos a eles o que pedem, ou não damos a ele a capacidade de imaginar ter, imaginar ter a coisa, ou simplesmente a partir de objetos podemos pensar estamos com a coisa real, essa seria uma oportunidade de ensinar o valor das coisas.

Lembro que muitas vezes entendia que meus pais não podiam me dar certos brinquedos, que era porque tinha muitos filhos e o dinheiro não sobrava, eles queriam me dar, mas não tinha recursos então e eu simplesmente criava, fazia meus brinquedos, podia parecer feio, mas na minha imaginação aquele objeto lúdico era perfeito e ia imitando os adultos, coisa que mais ensina e que as crianças adoram.

E foi assim que aprendi a fazer, muitas coisas como todas crianças fazem, imitando o que os adultos que se aprendi a fazer muitas coisas. De maneira que vamos assumindo quem somos a partir do que temos. E é dessa forma que nos tornamos e assumimos nosso ser como adultos.

No contexto atual que vivemos em que o capitalismo é hegemonia em que temos tudo ou quase tudo que quisermos ter, basta que para isso tenhamos dinheiro. E vivemos num país rico, porém com má distribuição de renda. Podemos dividir a sociedade em classes com posses e as classes sem posses.

Onde as crianças das famílias com posses, ou seja, capacidade de bancar boas escolas para os filhos, cursos de línguas e viagens, bem como dar-lhes tudo que a criança deseja, além de serem capazes de bancar no necessário para que o filho de torne alguém com o mesmo padrão de vida e são sempre mais beneficiadas.

Enquanto as crianças pobres não têm boas escolas, mas tem tevê em casa, e são pessoas e tem desejos, e tem discernimento do certo e do errado, mas não tem como entender como alguns podem e elas não. Essas crianças muitas delas têm que muito cedo se deparar com a realidade, tem que crescerem antes do tempo. Muitas dessas crianças por falta de esclarecimento tornam-se pais e mães muito cedo. Muitas tem que trabalhar para manterem suas escolas.
Existem crianças que querem, mas não podem ter fantasias, pois até mesmo essas são criticadas pelos adultos da própria família, pelos vizinhos e só vêem todos dizendo o que não pode, nunca dizendo o que elas podem.

Como pode sonhar quem mora na favela? É preciso muita arte, garra, fé e esperança, para não ser água suja e escorrer pelo ralo.

Infelizmente, muitas dessas crianças encontram os caminhos mais fáceis para alcançarem seus objetivos e viverem pelo menos um minuto como reis, viverem a realidade de sua imaginação e muitas crianças entram para o tráfico, para a prostituição.

Mas não são todos que seguem os mesmos caminhos uma das principais causas para a existência destas situações são as ausências de referências, que seriam pessoas que saíram da periferia e conseguiram se introduzir no outro mundo das classes, que é possível, que tudo, é possível quando se acredita.

Mesmo que crescem em meio a violência mas que é possível.

Já está muito longo o texto, pode dar uma paradinha para ir ao banheiro ou tomar um copo d'agua.


Então sei que estou sendo ingênuo com minha visão otimista.

Realmente como ser otimista se moramos na periferia onde as ruas são irregulares, com fezes de cães por toda parte, paredes coberta de musgos, portões enferrujados, portas improvisadas, ruas esburacadas, lixo nas ruas, fedentina, som alto. Acho que muitas vezes esses ambientes são pior que uma selva, onde os animais ficam tentando mostrar que pode mais e compram carrões, sons maneiros, tênis, roupas... e iludem as meninas e engravidam elas e nada acontece. A polícia ali não entra, o estado só está vai ali para cobrar. E as pessoas não colaboram. É essa a visão que me passaram.
Mas não falam que desde que chegamos aqui viemos de longe, passamos fome, que desconhecíamos toda a cultura urbana, viemos em busca de dignidade, e nada encontramos senão dor. Somos contratados por uma ninharia e temos filho como quem tem batata e não educamos porque temos que dar nosso trabalho para as classes de posses para que eles e os filhos deles possam ter tudo. Não quero passar aqui que devemos entrar em conflito não.

Queria que percebesse a disparidade que há entre os humanos que nascem e crescem nestes lugares por não terem condições de dar melhores vidas a seus filhos, ou melhor por desconhecerem o que é uma boa vida.

Por trabalharem para e pagarem tudo direito a um estado e receberem como moeda de troca ruas sujas, escolas pichadas e total desamparo a saúde.

Que podemos esperar dessas crianças?

Diante da realidade que é pregada para elas? E vivendo na mesma cidade, tendo as mesmas idades, mas não podendo ter o que outra criança da mesma idade pode possuir.

As crianças ricas demoram a crescer, enquanto as pobres, reafirmo, tornam-se adulto antes do tempo.

E assim crescemos todos, nos tornamos adulto, acaba-se a fantasia. É quando viramos empregados da classe bastarda ou melhor quando se consegue um emprego.

Quando nos tornamos adultos, nos pregam que todos tem direitos e deveres, mas enquanto poucos tem direitos, muitos só tem deveres.

A ideia de que somos todos iguais perante a lei, só funciona para aquelas crianças e adultos que tiveram todas as oportunidades.

Sim é verdade que todos os mesmo direitos a universidade pública que são as melhores, mas nunca fala o quanto é injusto competir com todos aqueles que tiveram suporte.

E finalmente quando chegamos a conseguir esses direitos, adquirimos bens, carregamos toda uma carga ideológica que mostra que se nós conseguimos foi por nossos méritos. Chegamos a acreditar nessa ideia.

Então se nos tornamos adultos de sucesso. Todos podem se tornar. Será?

Se de cada 10 pessoas que tem nível superior em universidade pública, creio que a uma ou duas dessas pessoas vieram de escola pública.

Isso é que é direito e igualdade?

Todos podem, indagam-no, voce é um exemplo me falam. Como assim? Não sabe quantas frustrações eu tive, fiz vários vestibulares, entrei na universidade ignorando o meu potencial, não acreditava em mim, afinal estudava de domingo a domingo e não tirava as melhores notas, isso me frustrava muito. Achava-me muito burro, enquanto vários alunos tinham ido para festa e tiravam as melhores notas, sabiam falar inglês, tinham computador, viajavam experimentavam.
Eu que não precisava trabalhar, que mas que tinha que tinha que dividir o espaço de um quarto com mais cinco pessoas, fazendo as necessidades em um banheiro coletivo onde não tinha o mínimo de higiene. Que não tinha nenhum suporte psicológico, que a família morava tão longe que o dinheiro e a distância não permitiam ver meus pais e finalmente quando podia ir em casa. Tinha que passar pela vergonha de pedir uma passagem ao prefeito que para segurar um pouco do dinheiro para sobreviver. Não espero que as pessoas passem por isso é humilhante, eu conseguir chegar aqui, mas muitas vezes eu chorei, muitas vezes aquele meu sonho perdeu o brilho, porque tinha que me dar bem ter um bom emprego e não ficar sonhando.

Eu imagino quem tem que estudar e trabalhar qual não é o sacrifício. Meus Deus porque isso.
Realmente a seleção natural existe. Apesar de tantas lutas travadas por igualdades e liberdade entre os povos ao longo de tanto tempo e voltamos sempre ao mesmo ponto.

Eu escapei pela fresta do destino. Certa vez falei e me disseram que não que tenho méritos. Quase perdi meus sonhos isso realmente teria sido trágico.

Enfim, para ser o adulto e poder frequentar a universidade dos sonhos eu tive que renunciar minha parte de minha vida.
E se me perguntarem se valeu a pena. O que esperam que eu diga? Que não!

Por que eu poderia com a mesma idade ser um roceiro, um empregado da prefeitura, mas cá estou, todos podem, pregam.

Sim podemos, mas há um fosso enorme e reafirmo uma luta muito injusta.

E tenho que ouvir tanta coisa e vou envelhecendo nessa ilusão de que por está aqui sou uma pessoa de sucesso.

As vezes quando paro para conversar com meus amigos e ver em que eu contribuí para o melhorar o mundo vejo que não fiz nada.
E vou seguindo a vida como quem crer que está fazendo algo, que sou essencial e como um gato vou lambendo os próprios pelos e acreditando no que me contam.

E vou tecendo uma história que perdi quando sai da infância, vou me reconstruindo, vou pintando o meu mundo, tentando entender esse mundo. Tentando recuperar minha infância, reencontrar nos meus heróis que me abandonaram. Tentando destruir a crença que me fizeram acreditar que as pessoas não tem jeito, o mundo não tem jeito que a vida é efêmera e muitas vezes pelo que vejo nem valeu a pena viver.

O que voces acham agora somos capazes de nos transformar? Ou somos simples fruto do destino. Será que nosso destino já está traçado? Se o destino existe somos capazes de modifica-lo?

Boa reflexão

Chuva

 A Chuva é plena, Ela nos envolve, nos aconchega, Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la As aves se calam pa...

Gogh

Gogh